23 de junho de 2012

A CASA DAS ARANHAS



- Tais Luso de Carvalho

Há alguns dias, assisti um documentário que foi apresentado no canal Planeta Animal. Era sobre uma família americana, cuja casa estava infestada por aranhas, esses aracnídeos horrorosos. Tentaram vários métodos para acabarem com o aquele horror, porém nada adiantou: as aranhas voltavam em número maior. A família entrou em desespero, pois suas vidas estavam estruturadas naquela casa que haviam comprado. Tudo muito bonito, muitas árvores e plantas em volta da casa.

Centenas de aranhas juntas é algo aterrorizante. Apareciam nas cobertas, nos armários, no teto, no piso, nos sapatos, nas roupas e no armário da dispensa. O cuidado com elas tinha de ser redobrado. Um monte de aranhas corria pelo piso, subiam as paredes e se metiam em dobras e buracos. Parecia uma desforra por estarmos invadindo seus espaços: as matas, os bosques... O que não deixa de ser verdade.

Eram aranhas de todos os tamanhos e da cor marrom. Andam aos montes pela Serra. São encontradas nos matos fechados, nos terrenos e nas casas aquecidas. Confesso que fico em pânico com estes bichos: se vou à praia , dou de cara com as baratas; se escolho a Serra, enfarto com as aranhas. 

Meu sonho de consumo seria tirar férias no último andar do Burj Dubai, nos Emirados Árabes, o maior arranha-céu do mundo com seus 160 andares habitáveis. Lá ficaria tranquila como água de poço.

Lembro de uma vez que alugamos uma casa na Serra, para trinta dias. Foram os mais aterrorizantes trinta dias da minha vida. A casa era de um arquiteto cheio de ideias – casa com dobras e dobraduras e feita toda em pedra. Habitat perfeito para os peçonhentos.

Certo dia, à noite, resolvemos nos refestelar e acender a lareira. Em pouco tempo apareceram aranhas por todos os lados em busca de aquecimento. Ficamos, eu e meus filhos, completamente malucos, e não existia mais um resquício de coragem em nós. 
Pedro tentava nos acalmar, mostrava coragem demais, o que só piorou, mexeu com nossos brios! Embora ele desse de cara com umas  tamanho família, dizia para nós: calma, deixa pra mim! Ficamos acovardados.

Que irritante era aquilo! O certo, seria os quatro terem enlouquecido juntos, mas faltou, da parte dele, solidariedade: enlouquecer junto, enlouquecer em família! Mas as coisas nunca são perfeitas, sempre tem um pra revelar a fraqueza dos outros.

Lembro do dia em que peguei uma xícara para lavar e nela havia uma aranha cabeluda, horrorosa. Foi a gota. Quebrei várias peças da louça da dona da casa. Casa de pedra, na Serra, no meio de terreno arborizado?! É linda em fotografia. E serve para os turistas gritarem: Óhoooooooo, que lindo!  Vá lá que seja...

Contudo isso, compreendi muito bem o desespero da família do documentário, que falei no início. E, na verdade, fico muito incomodada com certos bichos que aparecem e depois correm para se esconder... Meu coração acelera e entra em estado de alerta máximo.

 Vejo que muitas destas minhas fobias com animais peçonhentos, também se refletem em certos comportamentos acerca dos humanos. É o que sinto quando percebo gente misteriosa,  cheia de labirintos e que se esconde.

Deve ser mais ou menos por aí essa encrenca que se passa entre humanos, aranhas e baratas! Acho que as mulheres entendem melhor essa questão. Freud explica.

Depois dessa... 
O bom é no último andar do Burj Dubai, sem (1) peçonhento!!


20 comentários:

  1. Taís,
    À guisa de comentário vou transcrever abaixo um texto que escrevi sobre aranhas. Veja bem, é apenas um texto meio técnico e não te a finalidade nem de alimentar tua "aracnofobia", e muito menos mostrar o "lado bom" desse pequeno e fascinante animal. Boa leitura.
    "Primeiro, a aranha não é um inseto como muitos desavisados a classificam. Os insetos se caracterizam por ter três pares de pernas, cabeça, tórax e abdômen, além outras diferenças internas e externas como antenas, por exemplo. As aranhas são animais artrópodes pertencentes à ordem Araneae da classe dos aracnídeos, tem oito pernas e seus corpos se dividem em cefalotórax e abdômen, não tem antenas. São bichos tremendamente bem sucedidos em matéria de sobrevivência, adaptação a vários ambientes, diversidade e longevidade das espécies – existem mais de quarenta mil espécies há mais de duzentos milhões de anos. Muito bem, os bichos estão aí, nós também, então temos que admitir viver com eles, apesar deles, a favor deles ou a nosso favor, mas, sem esquecer que eles têm o mesmo direito à vida que nós, ou até mais direito, já que aqui se encontravam a milhões de anos quando surgiu o abominável homo sapiens. As aranhas são, essencialmente, caçadoras de insetos e, aqui reside o benefício que elas nos trazem, onde há aranhas os insetos somem, menos as formigas que estas só são exterminadas a golpes de tamanduás, animais já quase extintos por aí; algumas das caranguejeiras maiores caçam até pequenos mamíferos como camundongos; outras, como a aranha-pescadora, cujo nome já diz tudo, pescam pequenos peixes de água doce. Por serem abundantes e encontrarem-se disseminadas pelo planeta é inevitável cruzarem nosso caminho quase todos os dias e, eventualmente, causarem algum dano à nossa saúde, já que para se defenderem usam as quelíceras ou pinças que, o mais das vezes contém veneno, se bem que em quantidades tão pequenas que dificilmente o dano torna-se sério. Então ficamos assim, não é necessário adotar essas pequenas hóspedes que vivem nas paredes ou no jardim de nossa casa, como eu fazia quando criança dando-lhes moscas para comerem, mas, vamos respeitá-las e deixar viverem suas vidas em paz, assim estaremos contribuindo para a harmonia da vida, a qual todos têm direito, entre os seres deste maltratado planeta. JAIR, Floripa, 07/02/09."

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  2. Pois que o seu sonho se concretize
    mas nunca descure a intuição, por
    aquilo que é mais peçonhento.....
    ....O Bicho homem...
    Bom Fim de Semana
    Beijo

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  3. Olá Taís,
    aqui resolvemos os problemas com insetos e cia. Quinzenalmente pulverizamos com carrapaticida o gramado, muros canil, quarto de serviço... Menos o quarto e a cozinha. Somem todos, até as formiguinhas de açúcar. Baratas nunca mais... Para não morrermos juntos pagamos a um 'faz tudo' para executar o serviço ( usando luvas, máscara etc... Afinal vivemos num local semi selvagem.
    Como sempre suas crônicas estão bem escritas e interessantes! Um abraço de todos do atelier, Loyde manda um beijo especial

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  4. Tais,

    Amiga, sinto-me inteiramente solidária à família americana e a ti neste momento! Como te entendo! rsrsrsrsrs

    As baratas são bichos nojentos, mas embora me causem asco, não despertam meu lado covarde e histérico. As aranhas, contudo, tem esse poder! Por isso, justamente, as detesto! Elas me desmascaram sem cerimônia, me transformam numa maluca aos gritos.

    Só não posso compartilhar de teu sonho de férias ideal: aquela altura toda?! Olha, pra mim nem as aranhas da terra, nem as nuvens lá do céu: o meio-termo está excelente!

    Mas, já que te garantes, que teu sonho se realize e as aranhas não te alcancem! rsrsrs Texto bom demais de ler, estou rindo aqui! Beijão.

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  5. Só de ver a imagem já arrepiei.Tenho pavor, medo, não sei o que é...
    Quando casei, Kiko se espantou pois revistava travesseiros, lençóis, de tanto medo.

    E pior, na lua de mel, no hotel, sonhei com uma e dei um BEEEEEEEEERROO daqueles.Imagina!!!

    Me mostrei logo na primeira semana,rs beijos,tudo de bom,chica

    ( Esqueci: e pessoas assim, cheia de "garras" ,antenas e coisinhas mais como esses bichos, também me apavoram.FUJO delas!! beijos,chica

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  6. Olá Taís,

    Eu tenho fobia por baratas. Não enfrento de jeito nenhum. Fui olhar se encontrava esse documentário pra assistir, despertou minha curiosidade. Mas não encontrei.

    Tb. gostaria muito de conhecer Dubai, se bem que meu sonho era conhecer o Marrocos e quando estive me decepcionei.

    Beijos

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  7. Menina, eu fiquei arrepiada com essas história, imagina uma casa lotada de aranhas, que horror, rsrsr uma arainha aki outra ali a gente acaba vendo mas tantas assim seria aterrorizante mesmo! Eu tbém amaria umas férias nesse hotel! Bjooooss

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  8. Tais: Não tenho qualquer fobia com aranhas ou outra coisa qualquer, mas não queria passar ferias naquele aranha céus.
    Beijos
    Santa Cruz

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  9. Taís, quando vou para o campo, seguidamente vejo aquelas aranhas pretas e bem peludas passeando no gramado ou subindo pelas paredes para tentar entrar na casa. Ah, também encontro cobras, escorpiões.... Realmente não dá para ser feliz com estes bichinhos!!! Bjs e uma boa semana.

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  10. Quando abri seu blog fiquei toda encolhida (rss). Tenho PAVOR de aranhas. Como admiro sua escrita, girei a tela até desaparecer a imagem, para conseguir ler (heheheh).
    Você fez uma colocação bem interessante, pois a convivência com pessoas abertas, que não escondem sentimentos, é muito boa. Bjs.

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  11. OI TAÍS!
    OLHA, SE EU ESTIVESSE JUNTO NA CERTA SERIA PARCEIRA, IRIA ENLOUQUECER,
    SERIA SOLIDÁRIA PORQUE NÃO CONSIGO VER NEM BARATAS, IMAGINA ARANHAS!
    MAS TEU MARIDO ESTAVA CERTO NO MOMENTO, ALGUÉM TINHA QUE "SEGURAR AS PONTAS".
    TAMBÉM VI ESTA REPORTAGEM E ME APAVOREI.
    ABRÇS

    zilanicelia.blogspot.com.br/
    Click AQUI

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  12. Oi Taís!
    Que horror!
    Fico apavorada com a presença desses bichinhos de não conseguir dormir até me ver livre deles. É mesmo assutador lidar com seres que se escondem de todasa as espécies.rsss
    Beijinhos e uma linda semana!

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  13. Querida amiga! Obrigada pelo carinho e pelo comentário lá no blog! Seja sempre bem-vinda! À medida que lia, me arrepiava.... São todos criaturinhas de Deus, mas tenho pavor de aranhas! Uma abençoada semana, repleta de muita paz e alegria! Grande e carinhoso abraço!
    Elaine Averbuch Neves
    http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com.br/

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  14. Não vi o documentário, mas imagino o pavor, deles e teu, diante desses seres peludos, aparentemente lentos e repulsivos...já percebeu que faço parte do time, né?...criada no meio da natureza, virava e mexia dava de cara com uma, o que não foi suficiente pra se tornarem convivas pacíficas...uiiiii...me arrepia pensar em ve-las saindo de dobras de cobertas...me juntaria à covardia coletiva....rsrrss

    saudade de ti, beijos e o desejo de um inverno não muito rigoroso por aí!

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  15. Oi Taís!
    Que horror esse montão de aranhas, Deus me livre!
    Uma ou outra tudo bem!
    O pior de todos, eu acho que é alguns tipos de pessoas...quando mostram aquelas garras...rs!
    Ótima postagem!
    abraços!
    Mariangela

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  16. Taís, como sabes, moro literalmente no meio da mata. Escolhi viver assim por amar demais a natureza. Portanto, não posso reclamar dos bichos e dos insetos, procuro coabitar com eles em harmonia, afinal, como vc disse, somos nós que invadimos seu habitat natural.

    Já fui picada por uma aranha venenosa e passei uma semana no hospital, mas fui eu quem entrou na mata. Ela estava quietinha lá, só fez se defender do que ela pensou ser um ‘monstro’ rsrs.

    Já tirei algumas cobras do meu jardim com muito cuidado e devolvi na mata. Não tenho nenhuma fobia de insetos ou bichos peçonhentos, tenho, sim, nojo de ratos e baratas, mas esses não temos aqui, por que não temos sistema de esgoto. Quanto ao resto, acho-os todos lindinhos rsrs.

    É claro que mesmo com todos os cuidados, volta e meia alguns peçonhentos vêm me visitar e já estou habituada a conviver com isso. Só não me habituo a conviver com a peçonha do bicho-homem e sua falsidade, traição, falta de caráter, cinismo, intolerância, arrogância e etc... Os bichos não têm maldade, são seres inocentes no sentido mais puro da palavra. Por esse motivo prefiro conviver com eles...

    Bjo grande amiga, rindo aqui da sua fobia r. Quem diria! E eu que pensei que vc fosse corajosa, parabéns ao Pedro, ele é dos meus rsrs... E quanto à aranha, é só não mexer com ela. Ela sente mais medo de vc do que vc dela rsrs. Adorei a crônica.

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  17. Olá Taís,
    Não sei se somos do mesmo signo ou temos os mesmos gostos, mas confesso que eu também morro de medo e de nojo de animais peçonhentos. Nestes programas do Animal Planet, muitas vezes vejo cobras, lagartos, aranhas, e outros tantos que chego a imaginá-los por perto de mim. Também acho que enfartaria ou teria uma síncope. E esta história de que os animais só atacam a quem os ataca, prá mim não cola. Espero que eles sempre fiquem lá no canto deles e eu, no meu.
    Um grande beijo, amiga.
    Maria Paraguassu.

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  18. Oi Tais,

    só de ler eu já fiquei com coceira. Também não tenho coração para os peçonhentos. Meu pai diz que é frescura, mas eu garanto a você que não. É pavor mesmo!rsrs

    beijos

    Leila

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  19. Taís,
    Aranhas e baratas... "bichinhos" que não dá pra conviver com eles, não é mesmo?
    Uma vez persegui uma aranha cinzenta, cheia de permas e conseguir acabar com ela com spray fixador de cabelos rsss). Que horror!
    Bjs.

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  20. Olá,Taís!!!

    Minha nossa!!!Nem quero imaginar uma coisa destas!!E não conseguiria ver este domcumentário até o fim,coitada desta família...nunca tive medo de aranhas(só de cobra),mas quando fui no zoológico e passei pelos répteis e algumas aranhas...nossa.Coisa horripilante só de ver pelo vidro!Depois disso...já viu,né?!rs
    Mas ficaste os 30 dias na casa da serra?!Se sim, és mais corajosa que pensas!rsrs
    Ao primeiro aracnídeo teria ido embora!!!rsrs Nem ia me aborrecer com o dinheiro investido!rs
    Beijos!!
    Um prazer ler suas crônicas!

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís