14 de junho de 2024

MADRASTAS E ENTEADOS

 

Mary Cassatt 1844 - 1926 / Pensilvânia


MADRASTAS E ENTEADOS

                            - Tais Luso de Carvalho

  

      Coisa rara de se ver é um bom relacionamento entre madrastas e enteados. Não que ambos não queiram, mas porque existe uma mãe e um pai biológicos, e que nenhuma criança abre mão. Se, entre parentes que são sangue do mesmo sangue, já é difícil uma harmonia em tempo integral, fico a imaginar alguém ser obrigada a conviver com os filhos da outra, ou do outro. E uma criança aceitar conselhos da madrasta.

Na teoria parece que tudo será resolvido no novo lar, que haverá harmonia, carinho e compreensão. Mas não é o que acontece na prática. Na prática, é encrenca! É desafio. Quando tudo parece andar mais ou menos bem, o relacionamento degringola entre a mãe biológica, a madrasta e o ex-marido, ou seja, o pai da criança. E a festa de antes, já não parece mais tão alegre. Existe sempre, por parte da ex-mulher, um amor-próprio ferido. Uma cicatriz que não fecha. Não importa quem saiu do relacionamento, mulher não perdoa.

Não estou dizendo nada que não se saiba, o dito popular já inventou a dura palavra para uma das partes: (ma)drasta! É uma palavrinha chula e horrorosa. Significa inclemente, pouco carinhosa. Quem vai mudar isso se até Manuel Bandeira, num de seus belos poemas, chora dizendo que até a vida lhe é madrasta! Difícil, não?

E a palavra enteado(a)? É difícil, é como se a criaturinha levasse um néon na testa mostrando que não é a filha do novo casal, e sim a intrometida, a sombra da "Ex" fiscalizando a vida do pai e levando histórias mal contadas para fora de casa. Leva e traz sentimentos feridos. Porém há exceções: deve haver muitas enteadas e enteados amadíssimos, e muitas madrastas diferenciadas, carinhosas. A enteada já tem na ponta da língua o que está em seu inconsciente: "você não manda em mim, você não é minha mãe, é a intrusa; quem manda em mim é o meu pai e a minha mãe!"

Isso, enquanto é ainda criança; na adolescência o relacionamento já fica mais pesado. Mais punk! E depois da troca de amáveis palavras, o barraco pega fogo. O que prometia ser um relacionamento "mais ou menos", ficou no menos. Mas cada caso é um caso. No geral é uma mixórdia nos sentimentos de todos. É difícil haver um certo equilíbrio nesse convívio nada natural. Nada é natural diante de uma família que não é a de origem.

A madrasta, por si, não terá muita paciência com os enteados que já vêm de cabeça feita; que estão mais pra bagunçar, pra peitar a atual mulher do pai.

A princípio, a madrasta entra numa relação cheia de amor pra dar, com o objetivo de conquistar a família, a empregada, o cachorro, o periquito e tudo que circunda a vida do atual companheiro; esmera-se em quitutes, passeios e sorrisos. Mas, ao mesmo tempo passa a apitar e a mostrar que, quem manda no pedaço é ela. Pode dar certo? E se a enteada morar junto? Só muito equilíbrio e paz familiar para superar inúmeros problemas.

A madrasta tem uma obsessão: reeducar os enteados. Por outro lado, os enteados acham que tudo o que vier da madrasta, será para o mal deles, para implicar, cutucar com vara curta. É uma das relações mais difíceis de contornar, pois envolve carências, frustrações, sentimento de traição, abandono, culpas, perdas e desamor de várias pessoas problemáticas, e na qual cada um quer resolver o seu problema. Envolve uma família desfeita, que foi pro brejo, que infelizmente não deu certo. E, quando não dá, talvez a separação seja o melhor, algo menos sofrido do que ver agressões entre os pais, onde as atitudes destemperadas e violentas certamente respingarão na formação dos filhos.

Ao meu ver, para tantos problemas entre madrastas e enteados só resta uma conversa franca e sem agressões no novo núcleo familiar. Ou uma terapia de apoio com um profissional da área. Cada caso é um caso. Talvez dê para apagar o fogo do barraco e salvar alguma coisa. Reconstruir algo melhor, uma convivência mais pacífica, deixar o coração falar. Deixar que a alma se vista de ternura, de tolerância, de compreensão e de amor, pois afinal, de que vale levar uma vida nessa amargura?

Quando se ama, vale tentar. Acredito que o amor supere todas as barreiras; uma incrível superação! Mas que valerá muito!



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30 comentários:

  1. Boa noite de Paz, querida amiga Taís!
    Você abordou o geral. Bem assim.
    Quanto às exceções, há pessoas que fazem de tudo para serem amadas e não é, muito pelo contrário, a preferência de outros filhos fica visível até a pessoa morrer e não poder falar maos mal dela.
    Em compensação, tem boadrasta que ama seus enteados como se fossem seus.
    O final da sua crônica é perfeito.
    Só o amor poderá fazer o milagre acontecer.
    Tenha final de semana abençoado!
    Beijinhos

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  2. Prezada Taís,
    No meu caso é ainda mais complicado. Pieter vivia como irmão e irmã com uma esposa frígida. Sendo católico romano, não se pensava em divórcio naquela época. Então, ele se concentrou na escrita e o mundo dos cogumelos lhe deve muita gratidão.
    O primo em primeiro grau de sua esposa frígida imigrou para o Canadá e teve três filhos. Ele era mulherengo e alcoólatra, então o casamento não durou. Ele teve os filhos por um fim de semana e comprou passagens aéreas com o plano de despejá-los em seus pais e irmãos na Holanda. Sendo a menina bebê de 1,5, dois irmãos de 2,5 e 3,5 viajaram sozinhos via Tóquio até Amsterdã, sob orientação de uma aeromoça. Fingiu ter esquecido o passaporte, mas nunca apareceu... A família não queria lidar com seus problemas. Então, um dos costumes, um amigo de Pieter, entrou em contato com ele. Quando a menina colocou os braços em volta do pescoço dele e gritou: Papai, papai, Pieter foi vendido. Mas ele não queria separar a família... Sua esposa frígida, no entanto, não queria ter nada a ver com meninos nem homens. Então, eles foram parar em um orfanato. Pieter ainda combinou de visitá-los regularmente para que pudessem ficar em contato e ele também teve o mais velho por meio ano, mas sua esposa era tão anti, que ele voltou para o orfanato. Na verdade, eram primos de segundo grau de sangue, para a ex. Pieter queria ficar nessa relação até que sua filha fosse para a faculdade. Ela reprovou dois anos, então demorou mais. Quando ele se divorciou dela, ela ficou com a casa, com móveis e antiguidades e um carro novinho em folha. Em vez disso, começamos tudo de novo, mas nos sentimos abençoados com o VERDADEIRO AMOR! Pagamos pela ex e também pela Royal Academy pela filha, sem nenhuma dedução fiscal, já que ela estudou fora dos EUA. Ela reprovou novamente um ano e fui eu que disse, vamos lá, vamos conseguir mais um ano com sacrifícios. E conseguimos! Pieter pediu benefícios conjugais para sua ex quando ele se aposentou, então ela recebeu metade de seu dinheiro da Previdência Social. Mais uma vez, um ato de amor e carinho, sabendo que ela nunca encontraria outro parceiro. Convidamos a filha e seu marido para Curaçao para o aniversário de Pieter em 2013 e pagamos passagem aérea, taxa de resort e comida. Eles voltaram, mas nunca nos avisaram que desembarcaram em segurança – muito menos um agradecimento! Pieter NUNCA ouviu nada dela em seu aniversário ou Dia dos Pais. Ela desfez amizade com ele no Facebook e também se desconectou no LinkedIn. Ela lhe causou muita dor. Além disso, ela não informou sobre o falecimento do ex de Pieter em 18 de dezembro de 2021. Só no dia 25 de outubro de 2022 ela nos avisou... Acho que esse era o plano, pois agora tenho que recorrer contra um pagamento a mais da Previdência Social 'no outro registro'. Isso pode ser chamado de FRAUDE! E que ato criminoso comigo no meu momento de dor. Ela só entrou em contato comigo depois de um mês... perguntando se eu estaria vendendo a casa e qual era o meu plano. Rezo muito para poder viver isto com a ajuda de outras pessoas que me ajudam neste Apelo. Não é justo que tentem reter esse dinheiro de mim e até agora não recebi meu benefício de viúva devido a toda essa bagunça. Que Deus me ajude e que o Pieter do céu também me ampare. Depois de todos esses anos de apoio financeiro, nós dois não merecíamos isso...
    Abraços
    Mariette
    P.S. a dor pós-acidente, pós-cirurgias é quase insuportável e o fator estresse adicional certamente não me ajuda!

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    1. Right will prevail.
      Don't give up and find people you trust to help you!

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  3. Rogério V. Pereira20:03

    Boa crónica. Mas... (há sempre um mas...) há mães que são autênticas madrastas e há madrastas que são "verdadeiras" mães (hesitei em manter as aspas...)

    Beijo ao meu jeito

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  4. Boa noite, amiga Taís
    Embora não sejam na totalidade, há muito boas relações entre madrastas e enteadas/enteados e vice versa. Como existem más relações. Como infelizmente, existem más relações entre pais/mães e filhos/filhas. É da natureza humana.
    Gostei desta crónica. Muito realista e sempre atual.
    Deixo os meus votos de feliz fim de semana, com muita saúde e paz.
    Beijinhos, com carinho e amizade.

    Mário Margaride

    https://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  5. Querida Tais, me encanto esta crónica, hay mucho de realidad en ella.
    Siempre es un placer leerte.
    Abrazos y besos, que tengas un feliz día

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  6. Yo también creo que el amor supera todas las barreras. Te mando un beso.

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  7. Como sempre, colocas bem a situação de madrastas e enteados.
    Acontecem as boas e as más e a nãoi aceitação, os ci´pumes, comparações atrapalham muito a relação do casal! Só mesmo muito amor na causa,rs... beijos, lindo fds!
    Que as chuvas prometidas não nos causem mais problemas,né?
    chica

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  8. Há sempre Amor para dar. Umas vezes, manifesto. Outras, menos visível, mas igualmente presente. Conheço ambos os casos e, parece-me, os relacionamentos não são tão negativos quanto eram no século passado.
    Gostei do tema e da abordagem, Taís.


    Beijo,
    SOL da Esteva

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  9. Muy realista tu escrito. Pienso que no siempre la madrasta es como en el cuento.
    Tiene que ser difícil la integración en la familia.
    Y, efectivamente, si existe amor sincero, todo irá mucho mejor.
    Te deseo un lindo fin de semana.
    Un beso.

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  10. It's a complicated matter!
    Surely these children need a lot of love but if there are people who influence the children and the relationship (the exes), then they are harming their own children who will not be able to be happy!
    What can I say each case and different category!

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  11. Sin embargo, cuando una pareja no tienen hijos y consuguen adortar un niño de pocos meses, la relación entre padres e hijos funciona perfectamente.
    Feliz domingo.

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  12. Querida amiga Taís,
    Meu “post” no ®DOUG BLOG sobre madrastas também é um dos mais lidos e comentados.

    https://blog-dougblog.blogspot.com/2021/02/a-vida-esta-sendo-madrasta.html

    E dada a “vida madrasta”, no sentido pejorativo da palavra, que todos os gaúchos ainda passam, relembrar este “post” traz um sopro de criatividade que, se colocado em novas palavras, trará lágrimas.
    Um beijo e se cuide-se bem!!!

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  13. Olá, Taís
    Mas olha, você quase escreveu um tratado científico sobre essas figuras tão presentes e marcadas em filmes e na literatura. E claro, na vida real de muita gente.
    Certamente nunca é fácil crianças e adolescentes ter que conviver com madrasta ou padrastos; é uma relação difícil de acontecer mas acontece.
    Não sei se é impressão minha mas acho que antigamente essa relação era mais difícil do que hoje, já que atualmente é tão comum casais com filhos se divorciarem e se casarem outra vez.

    Abraços, bom domingo.

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  14. Ahora esa relación puede ser peor al vivir madre biológica y nueva mujer del padre ya que la biológica puede influir en los hijos. Pero la palabra madrastra viene de épocas en las que el padre enviudaba y se volvía a casar y como nos dices podía haber buenas relaciones entre madrastra e hijos del marido o no. En ocasiones como también nos dices la edad podía influir.
    Las relaciones entre hijos de una mujer y nueva pareja o marido tampoco están exentos de polémicas ya que también existe la palabra "padrastro".

    Saludos.

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  15. Querida Tais , sua crônica aborda com profundidade e sensibilidade as nuances das relações entre madrastas e enteados. Destaca muito bem a importância do diálogo aberto e da terapia como possíveis caminhos para a harmonia familiar. É um texto que certamente gera reflexão sobre os desafios enfrentados por famílias recompostas. Gostei imenso. Grande beijo!

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  16. Olá, amiga Taís
    Passando por aqui, relendo esta excelente crónica que muito gostei, e desejar uma excelente semana, com tudo de bom.
    Beijinhos, com carinho e amizade.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  17. Ah Tais, aí você tocou num vespeiro amiga.
    Uma relação que se apresenta sempre conturbada. Sem generalizar sabemos o quão complexo torna-se esta convivência sob mesmo teto. Mas sua crônica descreve bem como esta coisa pode ser gerenciada. Talvez creio que seja melhor o apoio de profissionais mesmo.
    Bela partilha Taís.
    Uma semana iluminada para vocês.
    Bjs de paz amiga.

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  18. Tinha um colega de curso que só soube que vivia com a madrasta (a mãe morreu muito nova) alguns meses depois de a conhecer.
    Eles até eram parecidos fisicamente!
    Mais tarde, um padrasto - muito melhor relacionamento com a filha do que a própria mãe.
    Esses deviam ser o exemplo.
    Beijo, boa semana

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  19. Cada caso é um caso como diz nesta sua reflexiva crónica. Não é fácil ser madrasta. Não é fácil ser enteada. Mas se houver amor (e tantas vezes não há) tudo se resolve. Conheço casos em que deu certo.
    Tudo de bom, minha Amiga Taís.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  20. Taís!
    Hoje passando só para
    desejar ótima nova semana!
    Quanto ao texto, vou reler
    e volto para deixar meu comentário.
    Bjins
    CatiahoAlc.

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  21. Olá, Taís.
    Com a encantadora literalidade de sempre,
    você traz à luz um tema bastante interesssante
    e, sobretudo, dos mais reflexivos.
    O relacionamento em pauta, sem dúvida, não é
    fácil e requer muita compreensão, amor e respeito.
    Os seus últimos dois parágrafos retratam de forma
    irretocável os ajustes que precisam ser tomados para
    a perfeita harmonia nesses lares e que sempre será
    possível se, de fato, houver o sentimento amorável que
    a tudo vence.
    Fique com meu carinho e meus aplausos por mais essa
    crônica que deve ser lida pelo maior número possível de
    pessoas.
    Afetuoso abraço.

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  22. Ei, querida.
    Curti muito a sua abordagem, mas sempre tem um mas, tanto para justificar os fatos, ou para justificar o injustificável, ou até mesmo nessa relação quando nada disso acontece e é amor desde o início, sem problemas ou encrencas, e existe também, e aos montes. No entanto, gostei muito da forma que pontuou quando nem tudo são flores.
    Beijo, beijo, queridona.

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  23. Infelizmente, tenho experiência própria no tema.

    Só deixo uma exemplo da actual esposa do pai do meu filho : " Cada vez que ele der 100 euros ao F. tem que dar 200 ao nosso filho." .

    Nunca percebi a lógica da criatura, mas também não nunca existiu motivo para a sua preocupação, porque o meu ex marido jamais deu fosse o que fosse a F, nosso único descendente. Aliás, assumiu em Tribunal, face ao juiz , que se esquecera dele.

    Abraço, minha querida amiga, boa semana.

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  24. Querida Tais, como sempre, um tema pertinente, já que, hoje em dia, há imensos enteados, madrastas e padastros. Os divórcios são muitos e acontecem com casais jovens que voltam a procurar novo relacionamento dando origem a familias onde a convivência se torna complicada. Tenho uma afilhada que se casou e o marido já tinha duas menininhas gémeas, mas ela ainda não teve nenhum filho; conheço outra jovem que foi mãe há um ano, mas é madrasta de dois meninos já beirando a adolescência ; encheria esta página só de casos que conheço, então, imagina o que por aí vai... uma verdadeira confusão que nem sempre dá certo. Tenho pena das crianças, primeiro por sofrerem muito com a separação dos pais e depois por terem de andar de casa em casa, onde as normas, claro, são diferentes. É preciso muita compreensão de parte a parte, mas creio que , mesmo assim, as crianças sofrem sempre. Tenho alguns casos na família e digo-te que houve alguns problemas enquanto os filhos foram crianças; agora, já jovens adultos, a paz reina, embore se note neles alguma mágoa...há factos que deixam marcas...
    Amiga, desculpa a minha ausência, mas sabes...a disposição nem sempre é boa e a vontade de escrever desaparece. Com certeza que me entendes
    Deixo-vos muitos beijinhos e os meus desejos de que tudo esteja a melhorar aí no teu estado e que a alegria volte, pelo menos à tua casa. Sei que é dificil perante tanta desgraça, mas há que tentar, não é verdade?
    Emilia 🙏 🌻


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  25. Bom dia, Taís
    Crônica muito interessante, nos dias atuais acontece muito esse tipo de convivência familiar entre madrastas e enteados, acredito que o amor e o respeito precisam fazer parte da relação, para que os mesmos vivam em paz, e muitas vezes, não é fácil, um forte abraço.

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  26. Boa tarde Lais
    Uma crónica coerente e muito interessante.
    Você focou todos os problemas inerentes à situação.
    Há situações em que se consegue levar tudo em harmonia, mas é muito complicado.
    E já agora, eu não gosto da palavra madrasta/Padrasto, enteada/o, não soa bem e parece depreciativo, mas isto é cisma minha.
    Tenha uma boa semana.
    Um beijo
    :)

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  27. Essa crônica é daquelas que mexe com quem por destino é também enteada ou madastra_ hoje é tão mais comum, os casamentos são rápidos terminan e ja estão com outra mãe a tiracolo.Os filhos que se lixem, porque logo chega outros irmãos...
    e assim segue a parte dificil _ os relcionamentos. Perdi a minha mãe e tive madrasta Tais , meu pai com cinco filhos pequenos ( eu com 7anos) , imagina _ precisava casar e demorou arranjar alguém que quisesse tantos filhos ! em dois anos tivemos muitas babás , arrumadeiras e sabe-se mais o quê. A minha infância sumiu da memória _ não lembro de bonecas e muito menos de carinho.Quando casou , foi um alívio porque tínhamos alguém definido.E veio mais dois filhos para completar...
    Tivemos sorte porque era professora e fomos muito bem educados.Mas sem abraços e festinhas de aniversário. Lembro que tinha inveja quando ouvia as amiguinhas chamar as mães de mamães, comigo era senhora pra lá senhora pra cá... mais fria impossível . E era proibido perguntar sobre minha mãe que fatalmente , havia perdido tão abruptamente.Não havia desarmonia, havia sigilo e alguns ciúmes que era contornável. Ciúmes do pai, sabe/
    Já partiram para Deus e nunca me esqueci da fala constante dele_ 'engole o choro, filha' ,e ando engolindo até hoje ,amiga . Essas palavras madrastra enteada não me dizem nada _ faltou o carinho de mãe que o pai não soube administrar entre os que chegaram depois. Acho que sou ciumenta ,desde então. Mas, salvaram-se todos! Lembranças, Taís, lembranças( escrevi muito)
    Retornnando hoje aos meus amigos e com saudades de todos.
    beijinhos e bons dias, de preferência com algum sol ok?

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    Respostas
    1. Amiga querida, fiquei emocionada com esse teu relato,
      consegui imaginar as coisas, sim.
      Fica com meu carinho, minha admiração!
      Uma boa semana, beijinho, obrigada por esse relato que muitos vão ler, emociona muito.
      🙏🌹🌻🙏💛

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  28. Querida Tais, que tengas un bonito día.
    Abrazos y besitos

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís