Pedro Luso de Carvalho
O quarto às escuras
(noite chuvosa)
- no desalinho da cama
absorta, a mulher olha
através da janela.
Da rua, nesga de luz
clareia livros
sobre o velho baú.
Na calçada, iluminado
entre ramos de árvores
o relógio,
longos ponteiros
duplicados
pelo efeito
das sombras.
Paralisada,
dos pulmões puxa
o ar que falta
e sente o frio
da ameaça mortal.
Aterrorizada, coração
descompassado,
desmaio.
Passam minutos,
horas ou séculos;
resta o desfecho.
Na rua alterna-se
silêncio e ruído
de carros
sobre o asfalto
molhado.
No chão, lívida
busca refúgio,
rosto entre os joelhos
- domínio do medo.
Na porta, forte
batida transpassa-a,
barulho de passos,
escuridão;
mulher encolhida
no assoalho
desesperançada.
De repente a lâmina
zune no breu escuro
da noite
- dor lancinante
grunhido de ave ferida.
- pedro luso
Viva a poesia
ResponderExcluircom seu enigma e dor
de ave ferida.
Abraços.
Eu Israel Lima,
ResponderExcluirVenho lhe agradecer por lembrar do meu aniversário. Agradeço o carinho e a amizade para comigo. Obrigado.
Muito abradecido.
Um grande abraço.
Lindo e doído!! Poesia!
ResponderExcluirAxé.
LU MARIA
Vá com ele, vá Geni
ResponderExcluirVocê pode nos salvar
Você vai nos redimir
Nessa noite lancinante
Entregou-se acalamante
Como quem dá-se ao carrasco!
Estive por aqui.
Impactante final, toda la poesía llena de agonía, y estoy segura que retrata la vida misma de algunas mujeres,
ResponderExcluirUn abrazo con mucho cariño!
Tem um prêmio no meu blog pra você. Parabéns pelo seu blog.
ResponderExcluirAbraço,
Marise.
Poxa, Tais! Que impactante esse poema! O autor é um dos seus, né? Pelo sobrenome fica evidente. Parabéns do Cruz a ele!
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