CILADA VERBAL
Há
vários modos de matar um homem:
com
o tiro, a fome, a espada
ou
com a palavra
– envenenada
Não
é preciso força.
Basta
que a boca solte
a
frase engatilhada
e
o outro morre
– na
sintaxe da emboscada.
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Poesia Reunida 1965 / 1999 - L&PM 2004 / pág 87
Poesia Reunida 1965 / 1999 - L&PM 2004 / pág 87
Affonso
Romano de Sant'Anna nasceu em Belo Horizonte MG/Brasil - 1937. Poeta,
crítico e professor de literatura e jornalista. Ainda pequeno,
muda-se com a família para a cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais,
onde inicia seus estudos e se aproxima da literatura ao frequentar as
bibliotecas públicas. Começa a carreira jornalística em 1953,
publicando críticas de cinema e teatro no Diário Comercial e na
Gazeta Mercantil.
De família protestante, em 1954, viaja por diversas cidades mineiras pregando o Evangelho em favelas, hospitais e presídios. Em 1962 o bacharela-se em letras neolatinas na Universidade Federal de Minas de Minas Gerais e publica seu primeiro livro de ensaios, O Desemprego do Poeta. Organiza, com outros poetas mineiros, a Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, em Belo Horizonte, em 1963.
De família protestante, em 1954, viaja por diversas cidades mineiras pregando o Evangelho em favelas, hospitais e presídios. Em 1962 o bacharela-se em letras neolatinas na Universidade Federal de Minas de Minas Gerais e publica seu primeiro livro de ensaios, O Desemprego do Poeta. Organiza, com outros poetas mineiros, a Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, em Belo Horizonte, em 1963.
Em
1964 obtém o grau de doutor pela UFMG, com apresentação de tese
sobre o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987). Casa-se com a
escritora Marina Colasanti, e em 1970, vai residir no Rio de Janeiro.
Ministra cursos na Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro - e na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Como professor
convidado, dá aulas de literatura e cultura brasileiras em
universidades da França, Alemanha e Estados Unidos. Assume a
presidência da Fundação Biblioteca Nacional em 1990. Um ano
depois, cria a revista Poesia Sempre, importante veículo de
divulgação da poesia nacional no exterior. É nomeado, em 1995,
para o cargo de secretário-geral da Associação das Bibliotecas
Nacionais Ibero-Americanas. Também colaborador assíduo da imprensa
em toda sua carreira jornalística, escreve textos para os jornais O
Globo, Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, Correio
Brasiliense e O Estado de Minas. Tem poemas traduzidos para o
espanhol, inglês, francês, alemão, polonês, chinês e italiano.
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Que bela poesia, Taís! Gosto desse autor! E agora assim que te vi lembrei: sonhei que estávamos juntas dando tantas risadas que perdemos a pose,rs Parecíamos duas adolescentes em festa... Foi muito bom! De que será nós ríamos? Não lembro! Mas o sonho valeu! Acho que ao meu lado tinha um roncador e lembro de termos falado sobre isso nos blogues e no sonho...Portanto as risadas beeeeem justificadas! Sobrou pra eles,rs..Aliás, até gravei o ronco,pois Kiko não acredita! Estou com a prova em punho,rs beijos, chica
ResponderExcluirGostei de ler a biografia do Poeta Sant'Anna, amiga Tais.
ResponderExcluirConcordo inteiramente com o poder maléfico que certas palavras podem ter, quando usadas com intenção de ferir.
Sobre isto tanto havia para dizer...
Já o nosso Poeta Eugénio de Andrade escreveu também um belo poema acerca d'As Palavras.
Algumas um punhal
um incêndio,
outras, orvalho apenas.
Pena que as palavras não tenham, todas elas, a doçura cristalina do orvalho.
Um beijo e boa semana, querida Tais.
Boa tarde de tranquilidade, querida amiga Taís!
ResponderExcluirQue perfeição o autor da frase teve ao formula-la!
Na ânsia egoísta da dominação, tentamos deixar o outro na lama, aos que, no fundo, temos inveja doentia.
Lamentável perda de tempo, enquanto poderíamos, no mínimo, estar envolvidos com algum projeto social ou empenhados no autoconhecimento.
Muito obrigada pela partilha de hoje, amiga.
Você sempre nos alertando para os perigos eminentes e atuais.
Que as mas línguas se sequem dentro da boca sórdida!
Fomos criados para louvar, reverenciar e servir uns aos outros na fraternidade necessária.
Tenha uma semana cheia de notícias alvissareiras!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
🙏🌷😘
Gostei muito da poesia que a amiga Taís nos trouxe. Mas a sua partilha está soberba! Muito obrigada Roselia
Excluir🙏🙏🙏🌷😘
ExcluirTais como gosto muito sob o ponto de vista sociológico, como sempre, fiquei muito agradado de ficar a conhecer Affonso Romano de Sant'Anna e todo o seu percurso literário, bem como a sua personalidade.
ResponderExcluirBeijos
Tais,
ResponderExcluirAdorei a tela, a poesia e
a biografia fantástica.
Sinto que aprendi um
pouco mis vindo ler aqui
hoje. A poesia me
tocou profundamente
pois minha vida de
poeta tem o objetivo de
reunir gentes e fatos
ao redor da
palavra.
Bjinsde tarde de domingo
CatihoAlc.
Na mouche, amiga Tais - poema certeiro!
ResponderExcluirgostei muito do poema e de conhecer o nome do Poeta
que jamais irei esquecer.
por vezes tenho a pretensão de saber usar as palavras, nunca como seta envenenada, mas como inofensiva fisga. e mesmo assim sou cuidadoso a usar tais palavras emboscadas. apenas as uso como último recurso e em legítima defesa.
beijo, minha amiga
Um escritor cujo nome me é familiar mas de quem não lembro ter lido nenhum livro.
ResponderExcluirGostei do poema. As palavras tem muita força tanto para o bem como para o mal. Recordo que a minha avó dizia que uma palavra dita sem pensar era como pedra que arremessada. Nunca se sabia o estrago que podia fazer.
Um abraço e boa semana
Excelente lembrança com Affonso Romano. Sua poesia é bastante sutil.
ResponderExcluirBeijo, amiga Tais.
A palavra é uma arma poderosíssima.
ResponderExcluirCapaz de derrubar as mais ferozes ditaduras, os mais poderosos exércitos.
Bjs, boa semana
Gostei de conhecer!
ResponderExcluirPertinente a mensagem... Bj
Gran poesía, Taís, además de una inmensa verdad.
ResponderExcluirUn beso.
Concisa y muy cierta la poesía de este poeta que desconocía.
ResponderExcluirY en este caso su denuncia ataca una práctica que es tan fácil de ejecutar...
Seguro que como periodista, él debió saber de quienes la sufrieron.
Saludos, Tais.
Gostei imenso de conhecer o poeta Affonso Romano de Sant'Anna. Há palavras que pesam, que matam, que sufocam. Há as que organizam protesto e são a resistência de quem luta… O Poeta sabe como a "frase engatilhada" pode ser cruel.
ResponderExcluirUma boa semana, minha Amiga Tais.
Um beijo.
La poesía narra con bastante certeza la dura realidad de la vida.
ResponderExcluirHe leído con interés su biografía porque no era un poeta por mí conocido.
Besos
Oh Tais como que com tão poucas palavras o autor do poema foi tão certeiro! Agradeço-lhas mas ter trazido e também me dar a conhecer Affonso Romano de Sant'Anna
ResponderExcluirBoa semana Taís e um beijo
Muito boa esta publicação:))
ResponderExcluirObrigada pela partilha:))
Hoje:- Mesmo que faltem as forças, eu vou...
Bjos
Votos de uma óptima Segunda- Feira.
Taís,como é bom ler tudo que você nos compartilha.
ResponderExcluirGostei muito.
Bjs-Carmen Lúcia.
Verdade!
ResponderExcluirBoa tarde, querida Tais,
ResponderExcluirconheço um pouquinho da escrita de Affonso Romano de Sant'Anna, mas este poema é fantástico.O poder da palavra é imensurável.E quando a palavra vem para ferir,fica mais forte o seu poder, dá-nos a impressão de que o"homem"que seja um pouco descuidado,caí mesmo nas ciladas da sintaxe.Excelente poema filosófico. Abraço, amiga!
Gostei deste autor mt bonito o post sobre ele bjs
ResponderExcluirQuerida Taís, seria este o poema perfeito ?
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço.
Affonso Romano de Sant'Anna, um mestre querido, Taís. Crítico vigoroso, cronista maduro, poeta grandioso! Conjunção simétrica com Francisco Brennand. Perfeita! Dois artistas indiscutíveis e admiráveis figuras deste solo brasileiro, que muitos de nós ainda desconhecemos!
ResponderExcluirBela partilha!
Um beijo,
Amei conhecer o grande poeta, ainda mais uma linda poesia de inicio! beijão
ResponderExcluirOi, Tais, boa noite!!
ResponderExcluirQue coisa bela, esse poema!! E não é verdade?! Claro que sim. A palavra que poreja veneno, a sintaxe afiada e empunhada com o único e exclusivo intuito - confessado ou não - de matar, de destruir lentamente. A insinuação maldosa, demoníaca, que deixa nas reticências a dúvida mortal em quem se via tão feliz ou tão inocente... Quantas pessoas há, assim!? Muitas. Muitas!
Belíssimo, verdadeiríssimo!
Não conheci o poeta. Agora, fiquei enriquecido desse conhecimento. Grato!! Uma postagem muito agradável!
Um beijo carinhoso
Ângelo
Oi Taís
ResponderExcluirAdorei o poeta, não o conheço, mas fiquei feliz com a apresentação dele vindo principalmente de você que é uma mulher culta e de bom gosto.
Obrigada pelo carinho
Beijos
Lua Singular
Um belo poema muito bem direcionado ao malefício provocado através da palavra. Gostei de conhecer a bibliografia de Affonso Romano de Sant'Anna. Grata pela partilha. bjs
ResponderExcluirLa poesía refleja toda una realidad.
ResponderExcluirEn cuanto a su biografía muy interesante.
Saludos.
Oi, Vizinha/Escritora, Taís Luso !
ResponderExcluirPoema Verdadeiro, assim como uma palavra
pode salvar...
Um fraterno abraço e uma feliz semana.
Sinval.
Querida amiga, obrigada por me dares a conhecer o poeta, jornalista, tradutor Affonso Romano de Sant'Anna.
ResponderExcluirGostei dos seus versos "engatilhados".
A imagem que escolheste, é soberba!
Beijo, descansado fim-de-semana.
“Cilada Verbal”, boa reflexão em versos claros, fortes e profundos... “A boca fala do que o coração está cheio”, diz a Bíblia...
ResponderExcluirUm abraço e feliz fim de semana
A minha mãe costumava dizer: "O que contamina o Homem é o que sai da boca para fora", talvez citando provérbio ou algo do género. Na verdade, as palavras têm uma função muito importante e tanto dão para encorajar e elogiar como para desacreditar e reduzir uma pessoa a nada. Razão tem este autor. Gostei muito de o conhecer através do poema e da sua biografia.
ResponderExcluirObrigada, amiga Taís.
Bjs
Olinda
Excelente refrexão, para essa belíssima manhã de sábado pós chuvas aqui em Belo horizonte e região. Como sempre, uma excelente postagem para nos entreter e nos mergulhar na cultura. Conhecia pouco sobre o
ResponderExcluirAffonso Romano de Sant'Anna e aqui vim a saber dele, de forma bem completa. Obrigado por mais essa oportunidade , Tais! Grande beijo. Feliz fim de semana.
A palavra tem realmente um poder imensurável.
ResponderExcluirUm encanto de poesia, uma excelente escolha.
Bom fim de semana
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
A palavra tem realmente uma força incrível tanto para o bem como para o mal.
ResponderExcluirA escultura da fotografia é fantástica.
Um abraço e boa Primavera.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Uma autêntica preciosidade ausentada de preciosismos, esta poesia de Affonso Romano de Sant'Anna. Sem dúvida que as palavras tanto podem ser armas perigosas como instrumentos mágicos de envolvência e de surpreendentes constatações. Um excelente poema.
ResponderExcluirUma feliz Primavera!
Boa noite, Taís
ResponderExcluirÉ verdade,as palavras tem poder.
Gostei imenso da sua postagem.
Aprendí muito por aqui hoje.
Obrigada pelo carinho e visitinha lá no blog.
Tenha um excelente domingo.
Um carinhoso abraço de
Verena.
Aqui, neste belo espaço, não se lê apenas as tuas modernas e inteligentes crônicas. Às vezes, entre uma e outra crônica de tua lavra, encontramos um poema, como este, “Cilada verbal”, de, Affonso Romano de Sant'Anna, poeta que nasceu em Minas Gerais (Belo Horizonte), o mesmo Estado em que nasceu Carlos Drummond de Andrade (Itabira). Affonso Romano além de ser um dos nossos melhores poetas vivos também se dedica à divulgação da poesia, com cursos, palestras, críticas publicadas em jornais, revistas, blogs e sites. Muitos jovens estudantes devem a ele o hábito da leitura da boa poesia, e também da aproximação com os poetas renomados da poesia moderna, que abrange vários períodos, a começar em 1922 (Semana de Artes Modernas). Um dos exemplos desse trabalho de Affonso Romano tem sido a melhor divulgação da poesia de Carlos Drummond de Andrade, que, para ele, é o maior poeta brasileiro.
ResponderExcluirEntão reitero aqui, à cronista Tais, que Affonso Romano de Sant’Anna também é um grande poeta moderno, como pode ser visto de seu profundo poema “Cilada verbal”. Parabéns ao poeta mineiro, há muito anos radicado no Rio de Janeiro, casado com outra artista das letras, a reconhecida Marina Colasanti. Parabéns também a ti, Taisinha, por não esquecer dos nossos poetas.
Um beijinho daqui do escritório.
Pedro
É a primeira vez que o leio, mas percebi de imediato estar perante obra de um mestre com uma sageza impressionante.
ResponderExcluirO tal poema cuja aparente simplicidade deu muito trabalho, como focou a Clarice Lispector...
Todas as ciladas são ignóbeis, porém esta é horrível, pois pode atingir brutalmente a reputação...
Gostei de conhecer a arte de excelência do Poeta e o seu 'curriculum vitae'...
Um fim de domingo e uma semana agradável.
O meu terno abraço, querida Amiga.
~~~
Corrijo, 'agradáveis'... sorrrssssss... Bj.
ExcluirÉ verdade, às vezes uma palavra fere mais que uma arma.
ResponderExcluirBeijinhos
Que grande verdade. A força da palavra é como uma sentença e ademais irrecuperável. O mal está feito para sempre.
ResponderExcluirAgradeço a divulgação, pois não o conhecia.
Um grande abraço, querida amiga
Bom fim de noite Taís.
ResponderExcluirCumpre vigiar cada palavra.
Creio que já o li por aqui em outra boa escolha Taís.
A poesia dele sempre nos leva ao pensar e já li muito.
Bela escolha Taís e grato pela partilha do mineirinho Affonso.
Uma semana maravilhosa para vocês.
Beijo de paz amiga.
Touché!... Um poema extraordinário... que foi mesmo ao cerne da questão, sobre os vários alcances da palavra!...
ResponderExcluirE mais um autor, que foi um prazer imenso, descobrir por aqui!...
Belíssima partilha, Tais!
Beijinhos
Ana
Um poema que atinge o alvo de forma cirúrgica. E o autor, que assim fala, é de enorme gabarito.
ResponderExcluirAmei conhecer Afonso Romano Sant'Ana e o Sofrimento de Francisco Brennand.
Beijos, querida Taís.
Taís:
ResponderExcluirÈ terrivel!
La espada mata, pero la palabra puede matar la fama, que sería una doble muerte.
Abraços.
Olá Taisinha!
ResponderExcluirEu gostei da poesia, pois é verdadeira, objetiva! O autor, não conhecia, não me lembro.
Vou passear por tuas páginas... até!