29 de janeiro de 2024

UMA TARDE NO SHOPPING

 

Dimas Florêncio - Porto Alegre / Brasil      aqui: Das Artes


                        - Tais Luso de Carvalho


Gosto de escrever sobre coisas simples do nosso cotidiano, porque de alguma maneira todos nós passamos por situações semelhantes, umas tristes, mas outras de tão tolas chegam a ser hilárias. Mesmo assim prefiro rir de besteiras do que chorar de indignação. Já basta esse meu país mergulhado num mar de lágrimas.

Pois ontem fui às compras. Foi-se o tempo em que eu zanzava de salto alto dentro de um shopping. Então saí à procura de sapatos baixos.

Já cansada de tanto olhar, entrei numa loja onde vi um sapatinho vermelho, enfim meu estilo, daqueles tipo Neon, que se enxerga a 200 metros no escuro. Discreto? Não, tem de haver uma compensação: baixo sim, discreto jamais! Mas lá veio a atendente com um número menor do que eu pedi...

Moça, eu pedi o 35, esse  número 34  é pequeno!

Não temos 35 senhora, mas o 34 vai ceder, o couro é muito macio, pode levar!

Nunca tinha escutado isso, mas optei por ficar calada... Segui o caminho. Entrei numa loja com com vários CDs e ainda disco Vinil para os colecionadores. Pedi CD de música instrumental. Só consigo escrever com esse tipo de música ao fundo, escutar voz me atrapalha. A moça olhou pra mim, pegou o CD do Chitão e Xororó (dupla de sertanejos) e disse:

Adoro esse, senhora, são ótimos!

Moça, eu não gosto  disso! Não há música  instrumental, os clássicos?

Desanimada e já cansada de estar andando há horas, segui caminhando e dei de cara com uma blusa do meu estilo. Bah, enfim! Pedi tamanho  'M'. E lá veio a atendente com várias blusas... Fiquei tão feliz que pensei em levar uma de cada cor! Porém...

Mas moça, tamanho G (grande)?

Mas encolhe, senhora; tenho uma igualzinha! Na primeira lavagem já encolhe.

Mas então deve ser uma blusa muito vagabunda! - disse eu, bem irritada.

Rodar a baiana’, num momento desses, seria uma terapia! Mas não quis pegar pesado, pesei as minhas atitudes e escolhi a melhor: sair da loja.

Depois de muito caminhar, vim para casa. Cheguei aqui, coloquei a chave na porta e ouvi uma voz que me esperava para curtirmos nosso café:

Você deve estar cansada!! Comprou o shopping?

Por hoje nada, querido!

Mas você é muito exigente!

Ah, sim, talvez volte para pegar um livro de autoajuda !

Autoajuda? Não encontrou outra coisa?

Não; fui atendida por  gente de outro planeta.

Ficou rindo, e eu quase explodindo de mau humor

Coisas da vida.







36 comentários:

  1. Boa tarde de Paz, querida amiga Taís!
    Comigo se deu algo semelhante, mas foi na compra de uma sandália que fosse confortável, tipo confort...
    Recebi vários modelos e só com muito sacrifício e andanca, achei uma, finalmente.
    Por sorte, atendentes bem atenciosas e eu saio agradecendo mesmo ante insistência. Só levo o que realmente me contemplar. Como você fez, não achando, nada levou.
    Só rindo do livro de autoajuda... creio que os vendedores também precisariam e muito mais do que nós, certamente.
    Para que comprar o que não nos atende?
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos com carinho


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  2. Bah, Taís...Há dias em que nem compras conseguimos fazer. Parece tudo conspirar contra.
    Mas, pelo menos, passeaste, fizeste uma caminhadinha e horas passaram,né? Outro dia virá e elas acontecerão! beijos, ótima semana, chica

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  3. Es lógico, que te vayas sin comprar, si lo que buscas no lo encuentras.
    En este tiempo, he delgazado algo y la ropa que tengo se me ha quedando algo grande. Me he ido a buscar unos pantalones baqueros y me probé tres modelos, que me quedaban perfectos. Me iba a quedar con 2, pero la encargada, me ofreción el tercero más barato que los anteriores. Después me voy a comprar un jersey, que me combinaba con unos pnatalones de pana. Me fui al probador con la talla M, pensando que me estaba bien, pero tuve que que volver a coger la S. Visto lo visto, cuando pasaba por una tienda, que estaba de rebajas, vi una camisa muy bonita y solo habia una de la talla S, que también me quedó perfecta.
    Volví a mi casa y ya no visité más tiendas.

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  4. Olá, amiga Taís, de facto assim é. Muitas vezes estas situações acontecem, quando procuramos alguma que precisamos, e nos atendem de uma forma pouco elegante. Enfim...
    Gostei desta sua crónica, que retrata situações do nosso quotidiano.
    Deixo os meus votos de uma feliz semana, com muita saúde, amor e paz.
    Beijinhos, com carinho e amizade.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  5. Creo que cuando vas a comprar una cosa debe ser lo que a ti te guste no lo que le guste al vendedor.
    Yo el otro día me compre un par de zapatos nuevos, si que tuve que coger un numero menos que el mío porque al probarme me quedaban grandes. El numero menor incluso me era holgado.

    Saludos.

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  6. Querida Tais, que gostoso ler suas crônicas, quase nunca acho o que procuro quando vou ao shopping, mas gosto mesmo assim, sair e ver coisas da moda, embora nem todas nos agrade, sapatos então, nossa, difícil mesmo!
    Antigamente eu encontrava sempre, comprava, mas agora, parece que não há muitos que possam nos agradar, amo sapatos, também gosto dos de salto baixo, não uso mais salto, o que importa é o conforto!
    Amei ler aqui e deixo um abraço bem apertado!

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  7. Prezada Taís,
    Oh querida, eu acho igual e teria feito o mesmo: sair da loja.
    Esses vendedores tentam trapacear sendo desonestos sobre a doação de couro e tamanhos grandes encolhem...
    Haha!
    Você certamente GANHOU seu café.
    Abraços,
    Mariette

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  8. Nada como ser uma cronista! Essa arte de transformar o cotidiano em um belo texto assim, é realmente uma arte! Especialmente quando as coisas não saem lá como o planejado...
    Fiquei aqui pensando: com tantos cursos de aprimoramento, coaching, neurociência aplicada à vendas, está faltando muita coisas a esses vendedores! Que seja proveitosa a próxima ida ao shopping. Volte com as compras e mais uma crônica deliciosa!
    Beijo, ana paula

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  9. Detesto essa gente que nos quer impingir o que não queremos.
    Faço o mesmo - vou embora para não ser mal educado.
    Beijo

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  10. Como gosto do humor que põe nas suas crónicas, minha Amiga Taís! Mas é mesmo assim. Quem vende quer muitas vezes vender à força, sem se interessar se quem compra está interessada no artigo.
    Tudo de bom.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  11. :) Há dias e coisas assim! Que se mantenha o bom-humor, mas por vezes é muito difícil. Para a próxima correrá melhor.

    Beijinhos e saúde!

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  12. Uma crónica realista.
    Já tenho passado por situações semelhantes.
    Abraço de amizade.
    Juvenal Nunes

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  13. Hola Tais, algo que no me gusta es que me quieran vender lo que no quiero comprar. Y cuando vas de tiendas suele pasar eso, tratan de cambiarte tus gustos.
    Feliz día.
    Un abrazo.

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  14. Eu adorei essa história. Sério, quem dirige esses negócios não sabe nada de comércio. O importante é que lhe deu material para escrever um texto simples, mas requintado. Excelente, sim, senhor.
    Agora, permitam-me convidá-los a ler uma história no meu blog, LA PROPIEDAD, muitos leram, mas o fizeram na língua original em que a escrevi, em espanhol. O fato é que ninguém leu traduzido para o português. Por isso queria te pedir o favor de ler em português e me dizer o que achou.

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  15. Boa tarde, Taís
    Crônica interessante, é muito legal quando os vendedores atendem o nosso pedido. Gosto de passear no shopping, um forte abraço.

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  16. Con bastante frecuencia, sucede lo que de manera tan excelente has expuesto.
    Hay vendedores así y eso no resulta agradable.
    Tus relatos son siempre muy buenos e interesantes.
    Un beso. Feliz semana.

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  17. Muito interessante! Obrigada por esta partilha!

    Bjxxx
    Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

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  18. Rogério V. Pereira19:06

    Aconteceu-me mais ou menos o mesmo...
    E tomei uma decisão
    Comércio de rua, sim
    Shopping não

    Bjinhos

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  19. Olá Taís. Tenho amigas que adoram sabadar nos shoppings.isto mesmo, inventaram o verbo e lá vão elas todos os sábados, quando os shoppings fervilham com os jovens e seus celulares. Mas o atendimento é por vezes no empurrometro.
    Você deveria ter rodado a conterrânea kkkk.
    Imagino o Pedro te vendo de mãos vazias na volta.
    Gostei do toque de humor.
    Bjo amiga e feliz semana pra vocês.

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  20. Querida Tais, gostei muito do tom irónico e humorístico desta crónica/relato sobre uma ida às compras.
    Aqui, como aí, há sim pessoas mal preparadas para atender e interagir com os clientes. Já vivi e já assisti a situações hilariantes e absurdas. Os culpados são os senhores que os admitem e não lhe dão formação. Os senhores que exigem cargas horárias maiores e retribuem com baixos salários.
    Enfim, nem sempre uma ida ao shopping é uma festa.
    Eu sorri com a tua descrição minuciosa. Espero que tu tenhas curtido o cafezinho... mesmo sem os sapatos baixos.
    Beijo querida amiga.

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  21. Olá, Tais!
    Amo tua escrita sobre o cotidiano, me levam a lugares incríveis. Fiquei aqui imaginando as cenas que você descreveu, algumas bem parecidas com as que passei por aqui tempos atrás. Concluo, que nestes casos, "rir é o melhor remédio!"

    Um grande abraço!

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    1. Saudades de você, menina!!! 😁😂
      Alegria por aqui!!
      Beijinhos, bem-vinda!

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    2. Obrigada, minha querida!!! ❤️🥰

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  22. Sabes, Tais, dificilmente vou a shopping fazer compras precisamente pela falta de atenção que dão aos clientes; há sempre muita gente e os empregados, ou por falte de formação, ou por cansaço, não agem da maneira mais correcta. Prefiro o " comércio tradicional ", como se designa aqui o comércio da cidade; vou sempre à mesma loja de roupas há anos e lá ninguém tenta vender-me aquilo que não quero e muitas vezes até me aconselham. E não é só com o vestuário que faço esta escolha, mas, sim, em tudo o mais de que necessito. Aqui onde moro, não há salas de cinema e por isso tenho de ir a um shopping quando quero ver um filme; saimos de casa, fazemos um lanchinho lá e depois assistimos ao filme; é um programa que gostamos muito de fazer, eu e o meu marido; para compras, só se não conseguirmos por aqui aquilo de que necessitamos. Quanto aos sapatos de salto, quando era nova só usava esse tipo de calçado, pois sou baixinha e ficava mais elegante, mas, quando fui para o Brasil, com o calor, acostumei-me aos baixos; afinal, dizia eu " tiro os sapat9s e fico baixa " e assim, Amiga, cá ando eu, com os pés mais felizes, em sapatinhos confortáveis. Achei a tua crónica muito engraçada, Taís, principalmente, com as blusas que, ao serem lavadas, encolhem e, cá para nós....tiveste muito azar nessa tua ida às compras e não ficava nada admirada se tivesses comprado um livro de auto ajuda...
    É bom, Amiga, trazeres temas que nos façam rir, para que possamos esquecer um pouco estas imagens dolorosas que os noticiários nos mostram a todo o instante. Obrigada e espero que estejam todos de saúde. Beijinhos mil
    Emilia

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  23. Pois é! Por aqui, tal e qual...
    Eu saio de imediato.
    Como eu gosto de ler esse Português com "sabor de côco"!
    Excelente crónica do quotidiano.
    Beijo

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  24. Oi Taís
    Muito bem humorada, amiga. Isso é bom e contagia ...
    Não gosto de shopping, principalmente esses grandes que andamos e cansamos. Acabo me perdendo querendo olhar em todas as lojas, então prefiro as poucas e no meu bairro. Como estou em outro País e não falo francês e quase não há shoppings são imensas as lojas e adoro olhar sabendo que não vou comprar , muita roupa bonita de inverno que nunca usarei no Brasil, nem ando com a moeda local, a filha que paga ... mas só gastamos em restaurantes e cafés .E ,costumo usar as roupas da filha e netas ... frio e neve Taís, casacos pesados que meudeus como é complicado.usar aquilo tudo... rsrs As cidades são lindas, os costumes são outros, o vestuário é muito diferente do nosso, muito elegantes sempre _ gosto de apreciar a beleza tanto masculina quanto feminina, e as crianças empacotadinhas no frio andam , sem nenhuma problema. Tenho vivido momentos para não esquecer, mas já já volto para o meu sol... lindo quente e necessário. Um abraço amiga e obrigada pelas crõnicas que adoro ler, Beijinhos

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  25. Olá, querida Taís!

    Mais um textinho adorável de ler. Gosto tanto... assim redigido de forma simples. Mas tão bem escrito... admiro mesmo muito a sua forma de escrever.

    Nesse tipo de situações, parece que para vender vale tudo. Já não conta o bem estar da pessoa. Compreendo que se tenha sentido assim. É irritante por vezes.

    Um beijinho e um ótimo fim de semana para si 🤗

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  26. Olá, amiga Tais, passando por aqui, relendo esta excelente crónica que muito gostei, e desejar um bom fim de semana, com muita saúde e paz.
    Beijinhos, com carinho e amizade.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  27. Imagino essa sua experiência, que coisa, mas, acontece mesmo e têm vendedores que são tão chatos e insistentes que irritam profundamente. Arre!
    Gostei da crônica. Da próxima vez encontrará os itens desejados, de cá torcendo... Rsss, com humor vamos longe...
    Bjs. Bom final de semana...

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    1. Boa noite, Tais. Vi o seu comentário. Os livros são bem legais, creio que serão do seu gosto; olha que já li muito os clássicos e esses são de autores que me agradaram bastante.
      Bjs

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  28. Querida Taís
    Dei uma boa risada com esta sua Crónica. Tal e qual por cá. Quando não é a
    desatenção é o impingir. Não interessa se nos serve ou não, o que importa é
    vender. Já não há bons vendedores com o profissionalismo que havia antigamente.
    Os Centros Comerciais pela sua extensão cansam mesmo, e quando não se encontra aquilo que se quer então é um martírio.
    Sempre nos trazendo textos que nos dizem muito, porque descrevem o nosso quotidiano.
    Tudo de bom, minha amiga.
    Beijinhos
    Olinda

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  29. Mientras leía , sonreia amiga ¿que tarde de compras más complicada! leer el relato ,me ha ayudado a pasar un rato agradable
    Un fuerte abrazo y que pases un buen fin de semana

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  30. Um largo sorriso para esta Crónica tão comum como real. E não é que as Relações Públicas estão tão por baixo?
    Parabéns, Taís, por este retrato cada vez mais comum... infelizmente.


    Beijo
    SOL da Esteva

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  31. Minha querida , abraço solidário de quem já passou por situações semelhantes....

    Feliz Fevereiro :) :)

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  32. Boa tarde Taís,
    Uma bela Crónica! Felizmente não tenho encontrado empregadas com mania de impigir. Aqui até nem encontro empregados para tirar dúvidas ou saber onde estão os artigos que pretendo.
    Se encontro, vou ao provador, depende da peça e se gosto vou para o Caixa.
    No calçado aí encontro empregados simpáticos que ajudam principalmente nos modelos e números.
    Mas outros shoppings decerto serão como a maioria.
    Também só vou raramente.
    Cada vez vou menos. Muita confusão para o meu gosto.
    Beijinhos,
    Emília


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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís