22 de julho de 2019

A COMPLICADA PARTILHA



        - Taís Luso

Não há dúvida que qualquer pessoa ao receber a notícia do falecimento de alguém, fica consternada e lamenta imensamente a perda. Porém, na família, a dor é incalculável e  a recuperação é muito lenta.
Contudo, após o sepultamento, muitas pessoas revelam atitudes  que surpreendem e servem para nos dar a dimensão exata dos mais diversos tipos de comportamento humano. Nada é regra, mas existe de tudo um pouco. Atitudes lamentáveis.
Os primeiros meses, após o falecimento de um ente querido, é de intensa dor familiar. Em todos os cantos há lembranças; sua poltrona predileta, seu computador, celular, seus livros de cabeceira, sua xícara, seu perfume... Cada lembrança é sentida, e lágrimas escorrem procurando um alívio. Tudo tem uma conotação afetiva e tudo permanece onde sempre esteve na tentativa de conservar o familiar o mais próximo da lembrança. Nessa hora há muitas revisões afetivas. É um bom momento para ajeitar algumas feridas,  soterrar  culpas,  exercitar o perdão se houver necessidade.
Passada a dor inicial, entra outra realidade familiar: a Partilha, divisão dos bens! É neste ponto que o ser humano se revela. É aí que começa a dureza da nova vida: as leis e os direitos dos herdeiros: o meu e o teu perante a lei.  Começa o que antes nem se cogitava: as brigas dos herdeiros pelas coisinhas. Brigas por palmos de terra, desentendimentos por porcarias.
É nesse ponto que acontece a segunda perda: sepultam-se sentimentos, o respeito, a amizade, a dignidade, o parentesco. O amor. E tudo em nome de latarias; de trecos e cacos. Começa a mesquinharia. Acaba a harmonia familiar e começa a desconfiança entre os herdeiros. Muitos deles são verdadeiros horrores. A harmonia vai pro brejo; a família afunda e separa-se. 
A morte parece ser um engodo, uma provação pra ver até que ponto podemos chegar. Sordidez é algo que desqualifica, que depõe, que desmerece. Mas é próprio da nossa espécie. A paz é essencial, e bendito seja aquele que consegue ver que o importante é a harmonia familiar e os afetos. Muitas coisas são dispensáveis, só servem para magoar, para separar, pra destruir famílias e relacionamentos entre irmãos e outros. 
Partilhar deveria ser um ato civilizado, feito em paz; generoso, mas muitas vezes não são, é um confronto penoso através da Justiça dos homens. Uma avidez sórdida.
Não sei onde fica o paraíso, mas logicamente não é um lugar físico. Paraíso é estar em paz e sem conflitos, é um estado de espírito. É alma leve.
Não entendo como a morte não consegue deixar seu recado; é apenas percebida quando chega, quando busca a vida. Depois, é esquecida  e tudo se repete, como se ela não fosse voltar. 
Assim, ficamos com o eterno ciclo  da avidez, da vulgaridade e da mesquinhez entre os vivos. 


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46 comentários:

  1. Minha querida, que crônica maravilhosa, no geral é o que mais se vê infelizmente. O amor termina quando entra a ganância. Graças a Deus éramos em 5 irmãos e mamãe quando papai faleceu, não houve briga nenhuma, pelo contrario protegemos mamãe e entre nós irmãos fizemos sorteio e não cogitamos o que valia mais ou menos. Fui muito abençoada com a família que Papai do céu me deu. Agora felicidade é estar em paz interior. Pelo menos para mim. Grata por estes momentos tão agradáveis. bjos

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  2. Puxa,Tais...Foste perfeita ao falar da dor da perda e depois da terrível partilha ,onde as máscaras caem...Triste! Cada uma acontece!
    Bjs praianos ,chica

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  3. A sua crónica, minha Amiga Taís é fantástica. Partilhas de heranças revela o que as pessoas têm de pior. Sei de comportamentos que até metem dó. Brigas e zangas por coisas de nada…
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  4. É lamentável, mas é a realidade de muitos. Eu, particularmente tive esse problema na família, mas graças a DEUS tudo foi contornado. Bela crônica amiga. Parabéns!

    Beijos e uma ótima semana para ti e para os teus.

    Furtado

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  5. Boa tarde. Um texto e tanto... Adorei. Quanta realidade...

    Hoje:- Faço do champanhe o sorriso, a felicidade [Poetizando e Encantando].

    Bjos
    Votos de uma óptima Segunda - Feira.

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  6. Crônica com um olhar muito preciso do lado humano que prepondera até mesmo na perda de entes queridos. Quem de nós já não viveu esta experiência??? A dor da perda poderia ser amenizada com a união dos que compartilharam do amor recebido. Boa semana.

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  7. Tantas vezes testemunhamos isso Taís, infelizmente
    ...a segunda perda: sepultam-se sentimentos, o respeito, a amizade, a dignidade, o parentesco. O amor…
    irmãos e irmãs que se criaram juntos, que viveram juntos, de repente tornam-se inimigos, até deixam de se falar, um horror, e penso que os país, se tem oportunidade de ver o que se passa, lá do outro lado da cortina da vida, então devem sofrer muito com a situação :(
    recordo um familiar meu já há muito tempo falecido, que antes de partir deste mundo, fez a partilha de tudo o que tinha entre os filhos, ficando ele com o usufruto, ou seja quando faleceu já todos sabiam o que iam ter...
    uma maneira possível de talvez evitar a tremenda guerra das heranças
    vamos aguardar que a paz reine sobre a terra !
    beijinhos Tais, boa semana
    Angela

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  8. Olá, prazer! Vim conhecer seu cantinho e que texto maravilhoso, bela reflexão...
    Beijo, beijo.
    She

    http://escritorasheilamendonca.blogspot.com/

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  9. Querida amiga Taís, amei ler seu texto, lamentavelmente acontece muito disso, depois de algum tempo da imensa dor, vem outra que, em meu entender é a maior dor de todas, as brigas por bens materiais, as separações familiares, que pena que é assim, que pena!
    Abraços bem apertados querida amiga!

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  10. Talvez tenhamos perdido pelo
    muito que já se ganhou sem ter
    apostado um níquel se quer num
    tabuleiro onde o peão come o cavalo
    e a rainha preta prende o rei branco
    numa torre qualquer.
    Portanto minha cara. Esse é o jogo.
    Infelizmente quem está de fora
    Joga também.
    Beijos coloridos, amiga Taís.




    .

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  11. Uma realidade que infelizmente todos conhecemos.
    Simplesmente abjecta.
    Beijos, boa semana

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  12. Boa tarde de paz, querida amiga Taís!
    Tanta verdade em sua crônica.
    Recortei um trecho que achei propício ao meu propósito de vida.

    "A paz é essencial, e bendito seja aquele que consegue ver que o importante é a harmonia familiar e os afetos. "

    Infelizmente, numa só família, há controvérsias geradoras de verdadeiras guerras emocionais que são as que deixam mais seqüelas.
    Muito boa reflexão.
    Tenha dias serenos!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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  13. uma maravilha de crónica, Tais!

    eu é que não me atrevo a falar de heranças sem a presença do meu advogado
    (apesar de em tempos eu ter exercido a profissão)
    saiu-me dose dupla! ... rss

    beijo, minha amiga

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  14. Um tema pertinente e muito bem analisado, talvez ilumine quem ainda não passou por essa provação...
    O mesmo ser humano capaz de atos de elevada generosidade, pode se transformar nesta situação, num feroz predador.
    Ótima crónica, querida Amiga.
    Dias de inverno aconchegantes.
    Abraço grande.
    ~~~

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  15. Querida Tais, este tema é muito pertinente, pois vê-se casos, em que os bens são muito poucos e os descendentes ainda menos e, quando se fazem as " benditas partilhas " os irmãos se zangam. Como sabes o meu pai faleceu há ano e meio e não houve problema com o pouco que ele tinha; foi dividindo em vida ajudando os filhos e netos e sempre dizia que queria somente viver bem, ver filhos e netos vivendo dignamente e depois morrer pobre. Quando faleceu a única coisa que tinha era a casa onde vivia e uma poupança que fez questão de fazer para a velhice dos dois. Eu e o meu irmão usamo-la precisante para isso, para que tivesse em casa tudo o que precisava para deixar este mundo com dignidade; A casa foi vendida para que , com o dinheiro dela e o pouco que sobrou da poupança, a minha mãe pudesse ter o mesmo fim de vida que teve o meu pai; está num ap pequenino, como sempre quis, com cuidadoras 24 horas por dia, e pertinho do filho e netos. Sei de casos em que os filhos, ainda querem o pouco que os pais pouparam para a velhice eadá pena ver esses idosos sem qualquer cuidado, jogados à sua sorte, mesmo tendo condições financeiras para terem o seu conforto, no seu cantinho. Costumo dizer aos meus filhos que, enquanto tiver lucidez, não precisam de se preocupar comigo, mas, se a perder que, por favor, olhem o que eu e o meu irmão fazemos , utilizando o que eu tenho para o nosso conforto; faço como fez o meu paim Tais, ajudo-os sempre que precisam e sempre que posso e por isso, acho justo que aquilo que eu guardo seja usado para um fim de vida digno. Achamos sempre que os nossos filhos vão ser melhores que os outros, mas uma coisa é certa, se não dermos o exemplo, de certeza que corremos um risco de ficarmos como muitos, abandonados num qualquer asilo e eles usufruindo da poupança de uma vida inteira.. Falo muito aos meus filhos sobre este assunto porque não adianta querer " tapar o sol com a peneira ", se não morrermos novos, chegaremos a velhos e, por muito que custe há que encarar este facto como uma realidade que tem de ser enfrentada. Amiga, tenho alguns casos na familia que chocam e talvez por isso o meu pai tivesse pavor que nós, dois filhos ficassemos zangados por tão pouco; ele dialogava muito connosco, sempre o ouvi a contar casos de grandes desavenças por partilhas e, por isso, desde cedo, começamos a ter noção de que, acima de tudo, está a família, a paz no seu seio e que, por mais complicadas que sejam essas divisões de bens, com boa vontade e carinho, tudo se resolve em paz. Pode parecer estranho, mas, sincera como sempre sou, tenho que me confessar orgulhosa da maneira como eu e o meu irmão tratamos da divisão do pouco que o meu pai tinha, do modo como usamos o seu dinheiro para os cuidados nos últimos anos da sua vida e também da maneira como estamos a cuidar da velhice da nossa mãe; o dinheiro por eles poupado pode não chegar para tudo o que ela precisar, mas, nessa altura, estará na hora de retfibuir o tanto que eles me foram dando ao longo da vida, não só a mim, como também aos meus filhos. Tais querida, este tema é muito importante e todos nós devemos reflectir muito nele. A mim, deixou-me um pouco nostálgica, mas...poderia ser de outro modo? Claro que não! Não é um tema alegre, mas é essencial. Obrigada por te teres lembrado dele. És fantástica!

    Por favor, diz ao Pedro que um dia destes irei ao escritório dele, mas que nao me espere; posso atrasar e não é justo que tenha de ir tarde para casa. Entretanto, deixo-lhe um bsijinho e a ti um grande abraço carregadinho de amizade
    Emilia

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  16. Perfeita colocação, Tais! Ai sem duvida, é que o amor familiar é colocado a prova. Na maioria das vezes a ida dos pais é um verdadeiro ropimento de corrrentes e as familias se vão como cinzas ao vento; desitengram-se como cinzas póstumas. Que triste! Grande beijo minha querida amiga.

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  17. Oi, Vizinha/Escritora, Taís Luso !
    Que tema abordaste, Amiga !
    Na maioria das vezes, a partilha serve
    para separar famílias.
    Sempre há um desconfiado de plantão que,
    via de regra, é um intruso que casou
    com a herdeira ou herdeiro. Estranho.
    Tudo vira um "bate boca" infernal.
    O melhor é não deixar nada para partilhar.
    Neste caso, sobram pragas para o "De Cujus".
    Parabéns pela confusão...
    Uma ótima semana, querida, e um fraternal
    abraço.
    Sinval.

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  18. Oi Tais, bom dia.
    Excelente a sua postagem.
    Hoje fazem exatamente nove meses da partida de meu pai.
    Estou vivendo essa situação. E pra mim muito dolorosa.
    Cuidei de meu pai em seus últimos 70 dias de vida. Muito sofrimento ao vê-lo em um leito de UTI hospitalar sem poder fazer nada para tirá-lo de lá. Dor, angústia, sofrimento, impotência. Mas foi o seu rito de passagem.
    Quando iniciamos nosso processo de resolver o que ficou, vivi uma situação muito constrangedora e de deixar qualquer um em profunda tristeza.
    Entre os 5 irmãos homens tudo em harmonia, na paz, respeitando o que nosso pai pediu e se respeitando. Mas minha irmã e meu cunhado nos causaram sérios transtornos.Chegando a ameaça de morte. E eles não precisam dos pequenos bens que nosso pai nos deixou.Pois são os que mais tem da família. Não sei viver assim. Penso que os bens são para nos servir e não para vivermos a serviço deles. Mas estamos resolvendo.
    Apesar de mostrar uma dura e dolorosa realidade das famílias pós morte de um ente querido, o seu texto e também os comentários da sua amiga Emília Pinto e do seu amigo betonicou nos fazem refletir.
    O que me conforta e a minha paz na alma por estar fazendo aquilo que meu pai pediu.
    E que DEUS nos abençoe.
    Um abraço carinho.

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  19. Tristemente, amiga Tais, como coinciden la muerte y la lectura de los testamentos, parece ser que lo peor del ser humano surge en esa instancia. Por ello me quedó con las familias en que prevalece el amor, que por fortuna también las hay.Te felicito por tu descarnada narración de una realidad desmoralizante.

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  20. Minha querida Taís, sem querer citar um clichê, mas, com sinceridade no coração, digo que a maior herança que temos em nossas vidas é a própria convivência com aquelas pessoas que amamos. Eu perdi a minha avó, a minha mulher e minha mãe todas muito perto uma da outra e mais recentemente perdi o meu pai (Tem uma postagem no meu blog sobre ele... "O Dia Que Morreu o Melhor Homem do Mundo!") E só eu sei a falta que toda essas pessoas tão amadas me fazem. Assim sendo, "trecos"... Terrenos... Casas... Objetos, para mim, com sinceridade, não me tocam, pois, eu sempre valorizei pessoas e não coisas... E a vida nos mostra, que ela anda passando cada vez mais como num sopro, para perdermos tempo com futilidades e com coisas que nem levaremos daqui desse plano, tanto é que ficam de espólio para os que tendem por vezes, a se desgastar por elas, na luta onde o "$" vence o coração.
    Mas eu estou contigo, também penso diferente.
    Um Beijo!
    Douglas

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  21. Um texto muito interessante, pois relata a realidade de muitas famílias nos nossos dias.De vez em quando, lemos nos jornais histórias de parentes que se mataram por causa de partilhas,
    Abraço e desculpe as ausências.

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  22. ¡Ay, los temas de herencia!
    ¡Ay! la vulgaridad y la mezquindad entre los vivos...

    Qué cierto todo lo que dices...

    Beijos

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  23. Querida Tais, que bem escreveste sobre este tema.
    Sempre me espantou a facilidade com que o ser humano passa de bom a besta: chora junto ao defunto, esperneia depois por quinquilharias, mata se preciso for por um punhado de terra.
    A partilha de uma herança deixou de ser um acto civilizado. A ganância cega. Os bens materiais valem mais que afectos. Cortam-se laços familiares. Uma vergonha!
    Beijo, querida amiga.

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  24. Não gosto nem de pensar sobre.

    juliamodelodemodelo.blogspot.com

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  25. Bom dia querida Taís.
    Aplausos.Simplesmente perfeito. Minha filha leu também e me disse vou emoldurar e mandar para a família rsrs. Um lindo fds para vocês. Beijos.

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  26. Como bien nos dices lo peor suele ser cuando hay que repartirse la herencia y comienzan las disputas, en ocasiones por cuatro perras como decimos aquí.
    Me contaron un caso que no esperaron a dar tierra al difunto y empezar a pegarse (literalmente) por la herencia.

    Saludos.

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  27. Querida Tais

    A realidade nua e crua para a maior parte dos casos.
    Pena é que não se dê importância ao que realmente tem,
    cultivando a harmonia e a compreensão.


    Minha amiga, um tema de reflexão. Obrigada.

    Beijinhos

    Olinda

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  28. Uma excelente e sábia reflexão.
    É nas partilhas que se revelam muitas vezes os verdadeiros caracteres das pessoas. Tenho um colega, que uma amiga da mãe um dia perguntou-lhe se os filhos se davam bem ao que ela afirmou que felizmente sim, a amiga então respondeu...é porque ainda não fizeram partilhas. Uma grande verdade, pois hoje o meu colega e os irmãos estão em litígio judicial por causa da partilha dos bens.
    Bom fim de semana
    Beijinhos
    Maria

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  29. Ah, esta maldita partilha Taís.
    O desmoronamento familiar tão real e tão constante em cada evento.
    Choro no cadáver, enterra logo e vamos às heranças e quem chegar depois é o bobo da triste corte.
    Meu pai gostava de dizer, que num velório encontramos dois tipos o otário que fica lamentando o defunto como fosse eterno e o espertalhão que vai logo vasculhar as gavetas e catar as coisas.
    Lamentável amiga, mas é a vida como ela é. Um pouco da famigerada Lei de Gerson.
    Bela cronica para olhar para dentro.
    Bom domingo e feliz semana para vocês.
    Beijo amiga.

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  30. Infelizmente quando se chega ás partilha as família desentendem-se e tudo aquilo que parecia estar bem vira a sofrimento, aproveito para desejar um bom Domingo.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    Livros-Autografados

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  31. Oi Tais! Muito bom o seu texto, carece de olharmos com cuidado as relações familiares. A justiça determina e temos que acatar sem questão de merecimento ou não. A mãe de uma amiga deixou um testamento favorecendo mais o segundo marido em detrimento dos filhos, aí já foi uma peleja judicial que já deve ter mais de 10 anos, o sujeito vivendo bem e um dos filhos que precisa mais passando apertado. Há amor e ódio movendo as relações humanas, infelizmente.
    um ótimo domingo, abraço!

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  32. Pois é assim , Taís, bem como tão precisamente descreves a tal partilha dos bens. Bens, estes, que deveriam significar reconhecimento e consideração pelos esforços feitos em vida, mas, que ao tornarem-se quantitativos monetários enterram as relações familiares, sorte será encontrarem-se exceções.

    Boa semaninha pra ti.
    Bjo,
    Calu

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  33. Tais, tu és maravilhosa em teus textos! Parabéns! Pinçaste com maestria a mesquinhez humana. Legado é legado! É de graça. O que tocar é bastante... Mas qual nada! Ah, ele ganhou mais que eu! Eu queria a libra esterlina e me deram um pobre dobrão de ouro dezoito, apenas!...

    Conheceremos o ser
    Somente depois da morte!
    Não dele, tão vivo e forte,
    Mas quando um ente morrer

    E deixá-lo a merecer
    Uma herança que comporte
    Divisão dos bens, de sorte
    Que em direito e sem dever

    De partilhar tal quinhão
    Dos muitos dotes que são
    Objetos desejados

    Por muitos, que a confusão
    Começa. O bom senso é vão.
    Todos se sentem lesados!

    Grande abraço! Laerte.

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  34. Olá Taís! Passando para te cumprimentar e desejar uma ótima semana para ti e para os teus,

    Beijo no coração de todos.

    Furtado

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  35. Bom dia Tais,justamente,esse assunto reflete a mais pura verdade,onde vai água abaixo ,aquela coisa de família unida,de família melhor do mundo.E dentre a partilha o que mais divide são pessoas, pairando no ar uma decepção.Beijos!

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  36. Querida amiga Taís
    Estou de regresso, ou antes, estou no intervalo das férias 😊
    Depois de todos aqueles afazeres (enfadonhos!!!) de quando se regressa, tenho agora um tempinho para visitar as amigas e amigos que tiveram a gentileza de ir comentar o meu último post. E aqui estou eu...
    Li, com o maior interesse, a sua excelente crónica que, como de costume, está recheada de verdades e realidades.
    A que se refere ao tempo após a perda dos entes queridos reproduz exactamente o que se passou comigo.
    Infelizmente já sofri perdas muito dolorosas - pai e mãe, dois irmãos (um há pouco mais de um mês) e, o mais difícil de todos, o marido.
    E é bem como a amiga diz - a minha casa tem as coisas exactamente nos mesmos sítios em que se encontravam quando ele estava presente (até os auscultadores que ele usava para ver na televisão algum programa que não me interessava - cortava o som para não me incomodar - estão no mesmo lugar)( e já passaram sete anos!).
    A segunda parte, que se refere ao comportamento das pessoas quando "mete" partilhas... já tive oportunidade de assistir, ou ter conhecimento, de muitos casos assim.
    A mim esse tipo de atitudes incomoda-me muito. Para quê tanta ganância?
    Há dias li uma pequena coisa que serve de resposta à pergunta que eu mesma fiz. É assim:
    Dois amigos encontram-se e um diz
    - Sabes quem morreu? O Dr. Francisco!
    - Qual? Aquele que diziam que tinha uma fortuna colossal?
    - Exactamente!
    - E afinal, o que é que ele deixou?
    - Deixou tudo! Não levou NADA!!!
    É isso, minha querida, não levamos NADA, fica cá TUDO!
    É disso que as pessoas não se lembram.

    No próximo dia 01 de Agosto não haverá NANDA, Afinal, a pobrezita também precisa de férias, não é verdade? Fui ao baú e desencantei de lá um conto que vou publicar. Penso que lhe vai agradar...

    Que seus dias sejam muito felizes.

    Continuação de boa semana.
    Beijinhos
    MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

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  37. Boa noite Taís, postarei agora o poema inspirado aqui.
    Grato pela inspiração.
    Bju amiga.

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    1. Olá, Toninho, levarei teu link para a crônica que inspirou teu belo poema!
      Beijo, obrigada, meu amigo!

      https://mineirinho-passaredo.blogspot.com/2019/07/as-duas-mulheres-do-sul.html

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  38. Um texto formidável, Tais... onde nos é fornecido... um realista retrato das partilhas... e dos verdadeiros sentimentos, que afloram em cada um por ocasião das mesmas... já passei por uma situação assim... e sei como é... tal e qual!...
    Quando tive ocasião de passar por tal segunda vez... abri mão de tudo!... Deixei o Inferno, para os outros!... Uma vez chegou-me, e serviu-me de exemplo!...
    Beijinhos! Continuação de uma óptima semana, Tais!
    Ana

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  39. Boa tarde, querida Tais,
    gostei muitíssimo da ilustração de Camile Claudel, nos mostra um pouco da tristeza.É triste perdemos quem amamos, eu já passei por estas perdas, muito triste.Penso que vem crescendo o número de pessoas desalmadas ou materialista que não aguardam nem o túmulo ser fechado, e já estão à procura do que vão levar da casa do "ente querido ", que se foi.
    A fila anda e para a morte também, sempre fico pensando sobre isso, e não me conformo com o que vejo por aqui, brigas por causa de uma casa, que aos poucos morre também.Muitas pessoas estão sempre querendo mais, e não lembram que vão embora de mãos vazias, aí, deixam outros que vão brigar pelas mesmas coisas. Quem sabe, em um futuro próximo haja mais evolução e renovação moral. Beijos!

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  40. Boa tarde Tais,
    Uma realidade que dói.
    Por vezes até mesmo antes de falecidos já andam seus familiares olhando as perspectivas de fazer negócio com os seus bens.
    Adorei o artigo que, como sempre, muito lúcido sobre um tema que nos deveria merecer o maior respeito.
    Um beijinho.
    Ailime

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  41. Um bom Agosto, Taís, e que seja a seu gosto.
    Quanto à crónica... conseguiu relatar na perfeição a imperfeição humana, nesta sua particular e sensível circunstância.
    As pessoas debatem-se numa luta de lutos, tantas vezes sentida, outras tantas encenada. Mas quando chega a hora das partilhas, outorgas e heranças - como dizem os brasileiros - "o homem vira bicho".
    Não devemos permanecer prisioneiros dos nossos meros dispositivos biológicos básicos.
    Beijinhos

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  42. Tais, quando minha mãe faleceu, eu fiquei muito triste. Sentia muito a falta dela. Todos os dias, às 17hs, conversávamos pelo telefone. Logo após a morte dela, eu cheguei a levantar ir em direção ao telefone muitas vezes, queria ligar para a minha mãe, era automático, eu nem me dava conta, mas logo em seguida a 'ficha caía' :/
    Certa vez, fui a um velório, a segunda família apareceu, ninguém sabia (será?) para prestar homenagem ao falecido! Foi inesquecível, até hilário, duas viúvas.
    Muitas verdades se pode ler nesta tua crônica.
    Eu estou bem, tudo tranquilo e você, o Pedro, filhos? Fiquei feliz de saber que você aprecia e entende a felicidade das nossas amigas e não esperava nadinha diferente! Um prazer a sua amizade, minha querida!
    Neste final de semana iremos para Belo Horizonte, a neta do maridex vai fazer 5 anos. É uma terra que gosto muito de passear, gosto das pessoas, das tradições.
    Um beijo minha amiga e bom final de semana.

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís