Obra de Anita Malfatti / 1915
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem esses olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cecília Meireles / Flor de poemas – 3ª ed.
Coleção Poiesis – ed. Nova Fronteira, 1972
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem esses olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cecília Meireles / Flor de poemas – 3ª ed.
Coleção Poiesis – ed. Nova Fronteira, 1972
Belissimos rios de palavras que nos chamam a atenção para a efemeridade da beleza física. O que vale mesmo é que fizemos de cada momento.
ResponderExcluirUm beijinho,
Maria Emília
Queria ter escrito esse poema. É o retrato de cada um de nós. É um modelo de poema: despojado, a emoção mais nua, a poeta vai ao osso.
ResponderExcluirUm grande abraço, Taís.
[Amiga Tais
ResponderExcluirenigmática derme de palavra, essas de Cecilia; tão próximas, tão distantes, presentes]
um imenso abraço
Leonardo B.
O que se pode dizer diante da construção de tão notória artista do belo? Maravilhoso!
ResponderExcluirTambém perdi o meu em algum espelho.
ResponderExcluirbeijo
Se me permites dar uma resposta a pergunta de Cecília Meireles.
ResponderExcluirA Face ficou perdida nos espelhos do tempo.
Excelente trabalho artístico e palavras tão fortes sobre a inconformidade diante das areias do tempo.
Direto do Rio.
Beijos.
Menina, mesmo que a vida tire a nossa força, ela também não é só declinio, pois também a vida nos de um bocado de alegria...
ResponderExcluirFique com deus, menina Tais Luso.
Um abraço.
Olá Tais
ResponderExcluirObrigado pela visita ao meu blog e por estar me seguindo. Volte sempre vou gostar muito
Esse poema da Cecilia, acho que é o retrato de todos nós que não percebemos que o tempo passou e com ele as mudanças chegaram. Lindo d+.
Beijos
Mais tarde ou mais cedo, acontece a todos...
ResponderExcluirMuito bonito este poema.
Boa noite para si, amiga
Bjs
Cecília Meireles fez poesias que impactam pela simplicidade. Essa é uma delas. Esplendidamente simples.
ResponderExcluirBjs a vc, Tais.
A mais pura verdade. há quem tente fugir, com plásticas, produtos, mas, mais cedo ou mais tarde, acontece com todos.
ResponderExcluirBeijos!
Tudo passa: o tempo, as dores, a beleza...
ResponderExcluirBjkas!
Adorei o blog!
ResponderExcluirAdoro a Poesia!
Adoro Cecília Meireles!!
Belo dia
beijos
Elaine
Uma Iluminada...
ResponderExcluiruau...vaelu dormir mais tarde...
ResponderExcluirCecília é pura e bela como uma flor...
e Anita é alma perfumada...
que belas obras destas duas...
parabéns amiga, pela escolha...
beijos...que bom estar aqui contigo...
belo; se acrescentar estraga
ResponderExcluirEu sou meio que apaixonado por Cecília Meireles!!! É um lindo texto!!!!
ResponderExcluirNossa, eu amu esse poema da Cecília. Eu fico imaginando ela escrevendo isso e lembrando do tempo que se foi. NOssa....
ResponderExcluirUm super beijo, linda Tais.
ótimo findi!
Obrigada pela visista e elogios!!
ResponderExcluirE sem problema ter apagado!:D
Belo Fim de Semana!!
Beijos
Elaine
Oi Tais!!!
ResponderExcluirObrigada pela visita! Adorei saber que tu é daqui de Porto Alegre! E que é artista plástica tb!!
Bjux!!
Tais.
ResponderExcluirGosto de garimpar na net blogs que me dizem alguma coisa.Adorei o seu!
Parabéns!!!
Emília
Obrigada pela visita!!
ResponderExcluirNão sei o que aconteceu....a postagem desapareceu(coisas da net)
Gosto muito da Flora Figueiredo..
Leia:
"Não deixe portas entreabertas
Escancare-as
Ou bata-as de vez.
Pelos vãos, brechas e fendas
Passam apenas semiventos,
Meias verdades
E muita insensatez."
(Flora Figueiredo)
Depois ,vou visitar seu blog de artes...Uma das minhas filhas é formada em "artes plásticas" e aqui em casa se respira todas as formas de arte. Beijos
Emilia
Tais, que beleza a Cecícila, e como este poema nos acorda....
ResponderExcluirQuero tbm agradecer as suas palavras no meu blog, que foram tão certeiras e tão generosas. E digo que ainda bem que temos amigos e poetas, e gente como você, que chega de repente, já estando tão perto.
Olá Taís,
ResponderExcluirEsse retrato pode fazer parte da vida de qualquer mulher, ninguém está livre de ser este retrato. Um abraço!
NO MOMENTO, TRABALHO UM JOGRAL COM A OBRA "RETRATO". CRIANÇAS DE 11 ANOS DE IDADE REFGLETEM ATRAVÉS DE DESENHOS E A ORALIDADE ESSA REALIDADE...
ResponderExcluirAngélica, você não perdeu o seu
ResponderExcluirrosto em um espelho, em algum lugar. Você o deixou em um filho, em um texto, em um momento precioso tal qual uma formatura. Com certeza, você o deixou em pessoas que não são mais as mesmas depois que a conheceram.
Bjos da Elaine