15 de agosto de 2020

NOITES DE INSÔNIA



                     __Taís Luso__



Não é nada trágico, mas ando enfadada com minhas noites de insônia. Com o rádio ligado, com o fone de ouvido, meu cérebro trabalha como um escravo. O silêncio  não faz diferença, o campo é mais fértil para pensar.
Um filme roda na minha cabeça sobre as últimas estatísticas da pandemia. E quem dorme com isso? Livro-me das agonias da pandemia, porém me chegam, rapidinho, notícias inquietantes desse meu país intranquilo, com seus  políticos puros, generosos e bem-intencionados! Não são; mas  gostaria que fossem.
Comerciais criativos das rádios buzinam nos meus ouvidos na tentativa de me  venderem alguma coisa nessas frias madrugadas de insônia, de preferência planos para Cremação. Também outra Funerária que diz ser a mão amiga nas horas difíceis. Caramba!!
Troco rápido de estação, mas a coisa continua: entrevistas com médicos sobre todas as doenças do mundo – de madrugada! Caio fora – subo o Dial da sintonia do rádio. Um não sei quem, desesperado, me coloca fora de órbita ao falar aos seus fiéis,  do Armagedom e dos castigos Divinos. Não me encantou. Mudo novamente de estação e paro noutra emissora com um camarada meio maluco: é um programa de futebol que reprisa, em plena madrugada, os gols do Campeonato Brasileiro de Futebol - coisa insuportável para quem não gosta de gritos. Desligo o rádio.
Pego da mesinha de cabeceira, as 200 Crônicas Escolhidas – de Rubem Braga – e me aquieto. Maravilha. Levanto, raiou o dia! Vem lá da cozinha o perfume do café – café preto, café bom, como dizia Drummond.
Lá pelo meio da manhã, ligo o computador para começar uma crônica, há dias planejada. Mas antes, abro meus e-mails… E lá estão eles, sim, os mesmos links que me enviam há 10 anos:
As 1000 músicas para você ouvir antes de morrer.
Os 1000 Sites para você clicar antes de morrer.
As 1000 cidades para você conhecer antes de morrer.
Os 1000 livros para você ler antes de morrer.
Os 1000 filmes para você assistir antes de morrer.
Os 1000 vinhos para você provar antes de morrer.
Penso que com tanta coisa para fazer em vida não vou ter tempo de morrer! Mesmo assim peço ao bom Deus uma luz para continuar a viver sem  grandes expectativas, sem grandes compromissos, sem grandes sonhos, sem essas grandezas que  atrapalham. Quando se vive uma pandemia covid 19, altamente contagiosa, o fato de continuarmos vivos é a maior de todas as grandezas. De todos os presentes.
Muitos valores já mudaram, as pequenas coisas já são vistas como grandes alegrias, é a felicidade que todos nós buscaremos.











53 comentários:

  1. Boa noite de sábado, querida amiga Taís!
    Fui lendo avidamente e que sentimento igual tive ao chegar no final da sua crônica.
    Todos os dias fotografo céus e, num mês, não teve um dia sequer que fossem iguais em suas nuvens.
    Justamente hoje estive nos álbuns de fotos e senti algo assim como você diz.
    Há algum tempo (anos) que contemplo as belezas da vida nas pequenas coisas. Dá tanto contentamento ao 💙.
    Por você, querida, sinto mais alegria ao constatar que sentimos igualmente o que muitos estão descobrindo agora para nossa felicidade.
    Maravilha ter passado por aqui agora!
    Quanto à Covid, há 5 meses estou sem sair de casa e você imagina como isso é para um ser humano normal que não nasceu para ser ilha ou coruja...
    Tenha um ótimo domingo!
    Cheio de pequenas grandes alegrias!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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  2. Tenho uma mente
    surpreendente
    dá desconto
    a todo o vento
    que me impede aportar a bom porto

    Durmo
    que nem um justo

    Há uma coisa que me dá alento:
    Não ligo ao que o medo tem dentro
    e não me amedronto...
    Sigo em frente, e pronto!

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  3. Querida Taís
    É como se diz: “Tudo certo e nada em ordem!”
    Eu continuei trabalhando, mesmo nos primeiros dias desta louca pandemia. Nunca tive tempo para “esta modinha das mil e uma coisas, para fazer antes de morrer”.
    Até porque, todos já agimos assim (no ato de nascer), deste dia em diante, tudo que fizermos, será antes de morrer.
    Aí, invertemos a frase ou desfazemos ela: “Tudo em ordem e nada certo!” - “Nada certo e nada em Tudo!” - “Tudo em nada e nada mesmo!”
    Resumindo: não filosofemos, não tentemos explicar aquilo que não sabemos... Vamos viver, antes de morrer, pois, quem gosta de Slogan dos "1.000 é Bombril". 😂😂😂
    Beijos e cuide-se para viver e viver muito!!!

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  4. Oh"minha querida amiga Taís!
    Eu quando estou lendo estas cronicas que você escreveu; fico até imaginando que estou
    a vê-la lendo tão verdadeiras palavras. Amo demais todas as suas cronicas, as suas palavras muitas vezes me comovem: a amiga sabe porque?
    É porque se fossem muitas mais pessoas como você... de certo que haveria, menos mal no mundo,
    menos fome, menos ganância, e tantas outras, desgraças mais:) tenho plena certeza que não estou enganada. Muito obrigada minha amiga por tão bonitas e sentidas palavras que partilha nesta fantástica página! Desejo para você, e todos os seus Amores, muita paz, muita saúde, e muitas felicidades. BEIJNHOS COM TODO O MEU CARINHO!!!
    Gostava imenso de saber escrever como você!... E seu marido que também leio com muito gosto e satisfação! Abraço Fraterno Amigos! ��������������

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    1. Minha querida amiga Josélia, mas quantas palavras carinhosas, só pode vir de uma alma bonita e generosa! Esse seu comentário, querida, guardarei sempre num cantinho do meu coração como uma pessoa extremamente carinhosa e dona de um espírito lindo e amável. Obrigada por gostar do que escrevo.
      Beijinho e meu carinho pra você!

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  5. Olá Taís, hoje fui primeiro ao Pedro com aquela generosidade das boas, como se diz em Minas e lá um Baudelaire para encher os olhos, como uma bela escolha ilustrativa. Aqui a sua sensibilidade e consciência deste mundo, deste Brasil de tantas mumunhas, mas que não tira de nós a crença de ver um país melhor com gente melhorada. E aí a pandemia pode ter esta colaboração ou nada serve de nada amiga. A insonia é um elemento neste dias a ser cuidado, quiça evitada, mas quem tem sabe a dureza e aí vem o tédio do que fazer, para que os carneirinho parem de pular e o sono nos abrace. Muito boa sua cronica e vamos nesta série de 1000 antes de morrer, viver cada dia com o melhor de nós.
    E se amanhã naquela manhã a gente acordar diante de gente melhorada será um lucro.
    Meu terno abraço amiga e feliz semana sem insonia.
    Beijo de paz amiga.

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  6. Aqui você descreve o que muitos de nós passam nesses tempos cruéis.

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  7. É terrível uma noite de insónia! De vez em quando também me acontece. Não por causa da pandemia, mas às vezes acontece.

    Já há tempo que não passava por aqui, mas gosto sempre de ler as suas crónicas.

    Um beijinho e que essa maldita pandemia se mantenha bem longe de si e dos seus e de todos nós.

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  8. Taís, me vi na tua crônica na parte da insônia e trocando de estação do radinho...Pior é a minha estação preferida que na madrugada, reprisa programas da semana...HAJA! Mas haveremos de tudo isso passar e com certeza, valorizar momentos simples sempre fez parte de nossa vida, agora mais ainda! Lindo te ler ! beijos,ótima dia e nova semana! chica

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  9. Digo com você, minha querida Amiga Taís: "Quando se vive uma pandemia covid 19, altamente contagiosa, o fato de continuarmos vivos é a maior de todas as grandezas. De todos os presentes". Tente não ouvir notícias se elas são ruins. É mesmo melhor ler um bom livro, ouvir uma boa música. As insónias não fazem nada bem...
    Muita saúde.
    Um beijo.

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  10. Parece que você está contando a minha história, Taís
    A insônia me visita com frequência...rs
    Já disse a ela que não é nada bem vinda mas ela não está nem aí.

    Muito tenho a agradecer pois a Covid me pegou de forma branda.
    Na esperança de dias melhores deixo um beijinho para tí.

    Tenha uma abençoada nova semana.
    Beijinhos
    Verena.


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  11. Adorei sua crônica, Tais!! Acho que é o retrato de muitos de nós!
    Também "durmo" com o rádio ligado e fones de ouvido, não chego a ter insônia, acordo ouço um pouco, durmo, acordo...e assim vai a noite, ouço a rádio CBN, entre um rock e clássicas de todos os tempos.
    Esse negócio de pandemia desgasta mentalmente, ainda mais quando vemos as pessoas sem medo e vilões sendo aprovados como benfeitores.
    Abração, bom domingo!

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  12. Onde é que você foi buscar tanta imaginação. Para relatar todos esses acontecimentos que já aconteceram e os que ainda estão para acontecer. Do inimigo invisível e contagioso, covid-19, que nos tem obrigado a mudar o estilo de vida. Devemos ter medo mas não em demasia. Como tambem não nos devemos afoitar demasiado. Como diz o titado. Todo o cuidado é pouco. De insónias por enquanto não me queixo. De vez enquando é que uma dorzita desagradável me chateia. Digo desagradável porque ainda nunca senti uma dor que fosse agradável. Gostei de ler a sua crónica. Engraçada e mais ainda, com muito humor relatada.

    Para si amiga Tais Luso de Carvalho, desejo uma boa noite sem insônias. Bons sonhos. Bjs.

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  13. Olá Taís
    Só você para me fazer rir
    Meu computador tá uma M. Bem grande e lá se foi minha poesia pro esgoto.kkk
    Mas cheguei aqui me animei, você é demais!!
    Beijos no coração
    Lua Singular

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  14. Olá, Tais.

    Parece-nos incrível que em poucos meses o mundo tenha mudado tanto. Dou comigo também, noite dentro, a dar voltas na cama sem conseguir conciliar o sono. A insónia colectiva está a tomar contas de todos, seja qual for o país e continente em que se habite.
    Por cá, ainda não nos tentam vender a preços de saldo a maneira de partir, mas saldam e publicitam, até à exaustão, os seguros de saúde.

    Sempre deliciosas, oportunas e pertinentes, as suas Crónicas de um quotidiano perigoso e ameaçador, que mais se assemelha a um filme de ficção científica.
    A catástrofe instalou-se e os seus efeitos vão arrastar-se por gerações.
    Não adianta falar em normalidade ou nova normalidade, a derrocada está iminente.
    Bem vamos nós tentando distrai-nos com tudo o que temos ao nosso alcance para não pensar muito no que nos espera, mas um dia não haverá mais como fugir.

    Um grande abraço com todo o apreço que me merece, amiga Tais.

    Desejo-vos um boa semana.


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  15. Temos todos aprendido a dar valor a pequenas coisas, aos pequenos nadas.
    Bjs, boa semana

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  16. Pois é, Taís, exímia cronista que és, agora tu nos conta sobre as tuas noites de insônia, neste período em que o Covid-19 desperta a atenção de todas as pessoas nos quatro cantos do mundo.
    Como a matéria prima da crônica é colhida justamente do cotidiano, tu não te esquivaste da dura realidade que está atormentando a todos sem tréguas.
    Enquanto lia tua crônica, veio-me à mente o que disse o mestre Ariano Suassuna, de saudosa memória, numa das suas concorridas palestras, mais ou menos isso: a crônica, da qual os brasileiros estão muito familiarizados, quase como se fossem seus criadores, tem preenchido a crônica, muitas lacunas na História quando falta ao historiador documentos suficientes e indispensáveis para comprovação dos fatos sob estudo. Na História do Brasil, por exemplo, outro mestre, Machado de Assis, deu a sua contribuição como cronista, para que a História pudesse ser escrita, propiciando assim ao historiador, o uso do material contido nas suas crônicas como subsídios probatórios de fatos carentes de documentação fidedignas.

    Bravo, Taís, pela brilhante crônica!
    Um beijinho daqui do escritório.

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  17. Vixe, Tais, estive pensando a mesma coisa, no tocante aos anúncios. Não aguento mais ofertas de túmulos e de funerárias. Isso me joga no chão. E o pior é que até me fazem questionar se o momento não é oportuno para isso rss. Não queremos pensar em morte e buscamos o que nos pode dar pequenas alegrias. Hoje rimos da Vera porque ela falou que, se pegar covid, será contra a vontade dela, pois faz de tudo para evitar o vírus. E quem quer, perguntou minha outra irmã. Furamos a quarentena e nos encontramos, pois a saudade é grande e somos acostumadas a nos ver. Você não precisa da insônia para escrever excelentes crônicas, mas até ela a tem inspirado. E consegue colocar comicidade no texto, tornando a leitura extremamente agradável, já que, na tragédia, rimos. Infelizmente, tudo que nos chega, por rádio e TV, mensagens... está ligado ao mesmo assunto. Não temos como fugir dele. Como diz seu marido, "a matéria prima da crônica é colhida do cotidiano". Mas o que acontece de novo no nosso, atualmente???? Amei, querida!!!! Bjs.

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  18. Os idosos vão ser os maiores vitimas dessa praga, por isso temos de ficar em isolamento e desfrutar das pequenas coisas que a vida ainda oferece como gozar das crónicas da Senhora Tais.
    bjos

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  19. Taís,
    Maravilhosa crônica!
    Sabe, esses meses desde março
    as noites ganharam outra dimensão
    para muitos de nós.Eu acordo e não
    gosto de ver tevê e nem de ouvir
    música. Muitas vezes nem olho
    o celular. Fico em silêncio
    e até consigo não pensar em nada.
    Olho meu par adormecido e nas vezes
    em que ele acorda ficamos proseando
    até o sono chegar e quando não chega
    tomamos café e lemos ou escrevemos.
    Temos que tomar cuidado para não
    misturar esse tempo de pandemia
    com nossas reações cronológicas,
    eu tenho 57 e tive minha 1ª mudança
    no sono ao completar 40 anos e desde
    que entendi ser da fase da idade
    passei a cuidar para que não se
    tornasse algo crônico ou prejudicial.
    Antigamente eu ainda ia pro meu escritório
    e trabalhava, escrevia ou coisa assim, hoje não consigo
    nem ligar o computador ou escrever a caneta.
    Passei a fazer uma análise: não estou dormindo pq?
    Se for um problema eu entrego a Deus e preencho
    a mente com leitura. Se for algo que não sei
    eu penso nos filhos e nora e netas e casalamigoafilhados:
    e entrego um a um a Deus e espero sono voltar e tem
    tempo que ele não vem e as 6 já estou agindo.
    Se for pela incerteza do momento eu mesma nada tenho a fazer
    então ouço o par que se preocupa mais que eu
    e deixo ele dizer tudo que precisar.
    E assim vamos seguindo...
    Acabei me estendendo no comentário, perdão.
    Bjins de boa semana e brigadin pela prosa.
    CatiahoAlc.

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  20. Olá Taís, amei sua crônica.
    Realmente insônia é terrível e não há nada de bom no rádio nem na TV.
    Mas uma boa leitura é indispensável, você fez bem.
    As vezes quando perco o sono pego algo pra ler me me dá sono, é uma beleza.
    Nesses tempos de pandemia é uma ótima pedida.
    Uma boa semana pra você,abraços...

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  21. Estava meio recluso, sem insônia, refletindo. A pandemia nos corrói mesmo sem termos sido infectados pelo (pelo ou pela?) COVID-19. É verdade. Também é verdade que fomos infectados por um vírus tão letal quanto o COVID-19: a angústia, sobretudo em tempos de pandemia.
    Ontem, às 22 horas, a minha filha cheia de ternura e preocupação enviava mais uma vez a recomendação de "ficar em casa". Deixei-a calma ao garantir-lhe que não sairia. O que faço a quase cinco meses. #Ficoemcasa!
    Como para dormir, basta-me fechar os olhos, fico angustiado por você que não tem a mesma facilidade. Mas os tempos são difíceis para todos. Nunca foram tão difíceis em todos os planos e palmos de terra. Vamos tocando a vida lendo Rubem Braga! É uma boa companhia sempre!
    Um beijo, minha amiga Taís!

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  22. Adorei! Adorei!
    Querida Tais, não te desejo noites de insónia, mas espero que continues a escrever muitas e belas crónicas como esta. E, mais importante, continues a proteger-te do malvado vírus.
    É como dizes «o fato de continuarmos vivos é a maior de todas as grandezas».
    Beijo amiga, toma chá de camomila, de valeriana, de alface, de alfazema, de cidreira... experimenta 1000!

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  23. Ola Amiga !!! comprendo muito a situacao porque estou com insônia como voce! Nao posso dormir, demoro uma o dois horas pensando ate que o sono chega. A leitura e bom remedio, mais a cabeca nao para nestes momentos de pandemia. Comprei uns comprimidos de valeriana, vamos ver sim da certo! Beijao e que melhore a insônia!!!

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  24. Esta pandemia nos quita el sueño a todos y este año en especial nos paralizo los sitios a visitar.
    Por aquí parece que volvemos hacia atrás quizás por creer que todo había pasado y encima hay grupos que como vuestro presidente dicen que todo es una farsa.

    Saludos.

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  25. Querida Vizinha / Escritora, Taís Luso !
    Belo texto. Amarga realidade...
    Tudo isto é um martírio, uma assombração que expulsa
    o sono e causa medo, muito medo.
    Eu tomo um remédio pessoal e bastante eficaz,
    sem custar um centavo.
    FANTASIA. Sim,passeio por lugares lindos, falo com
    pessoa interessantes, encontro tudo o que gosto e
    chego a voar...
    Nada de rádio ligado.
    Isto tudo, ajuda-me ter um bom e saudável sono !
    Parabéns, Amiga ! Um ótimo assunto !
    Feliz semana e um fraternal abraço.
    Sinval.

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  26. Oi Taís,
    Que tempos são esses hein? quem imaginaria um 2020 tão inquietante !
    descrevestes quase tudo que temos vivido diante de tantas mortes.Ainda estou devastada com a perda de uma irmã amada numa época em que com os hospitais lotados,os profissionais da saúde todos ocupados com a pandemia,ela precisou se hospitalizar por problemas no coração já fragilizado que era, não resistiu a tanta dor pelo mundo e a tantas notícias de dor.Claro que a pandemia cooperou para abreviar a vida dela.
    Ando triste,todos os dias. Muito triste.
    Os blog's me distraem e muda meu foco, por alguns momentos.
    Vamos tentar sobreviver e ter esperança de um 2021 bem diferente.
    Força Taís, tenta se distrair lendo poemas. Desliga a Tv e Rádio.
    Se volta para os livros. ok?
    beijinhos

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    1. Querida Lis, que coisa triste, amiga, imagino o que a família está passando.
      Meus sentimentos a você e família! As palavras são poucas, nessa hora não tem palavra que console, né Lis?
      Um beijo, fica bem, as coisas vão melhorar.

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  27. Bom dia, Tais!
    admirável seu talento em fazer de motivo deprimente (a insónia)
    uma agradável crónica sobre a serena compreensão da vida.
    também por aqui este Verão (apesar da canícula)
    mais parece inferno

    beijos

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  28. Querida Amiga, se não te importas ( sei que não..) comeco por deixar aqui um abraço à nossa amiga, Lis, muito, muito solidário com a sua imensa dor. Como nos atrevemos, nós, saudáveis e sem perdas a lamentar, queixarmo-nos da vida ? Não temos esse direito; seria uma afronta para quem está a sofrer tanto. Sabes que vim com a familia para o Algarve, para uma casa, com vista a ficarmos mais isolados do virus. Foram todos para a praia, mas eu fiquei; há um certo aperto no meu peito que há dias não me larga; já vim aqui várias vezes, mas só agora, sozinha, decidi deixar-te umas palavrinhas. Não ligo rádio, nem televisão, pois já sei qual será o tema; bastam-me as noticias no jornal das 20h e o que leio nos blogues amigos para saber da angústia dos corações mais sensiveis, digo, corações mais sensiveis, porque há muitos que não se preocupam, nem com eles, nem com os outros; ainda ontem, a policia foi chamada para interromper uma festa com cerca de 200 pessoas, aqui no Algarve. Lembraste da nossa Amiga Teresa ter dito que a marina de Vila Moura estava vazia de gente, havendo alguma vida só nos barcos dos ricaços? Pois, a semana passada resolvi ir lá e vi-a cheia de gente, com restaurantes cheios, respeitando as regras, mas sem preocupação com as pessoas que não as respeitavam, Eu já sabia que neste mês ia haver mais gente, mas sempre pensei ver as pessoas com máscara, passeando no calçadão da marina, mas enganei-me, nada disso! Senti-te muito triste, querida Amiga, mas não fiquei surpresa, pois já te conheço o bastante para saber que te preocupa muito o que se passa à tua volta, mesmo que consideres que, felizmente estás bem e que nada falta em tua casa. Sim, estamos bem, mas, até quando? Sim, não falta nada em nossas casas, mas, porque tivemos nós essa sorte? O que somos nós mais que os outros? Acaso somos pessoas melhores ? Perguntas, Amiga, que me deixam a pensar e que, sim, tiram o sono. O que agradeco à vida é ter conhecido uma linda pessoa, como tu és, cuja amizade sei ser verdadeira. Um abraço e nele bem agarradinhos vão mil beijinhos
    Emilia

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  29. Um crónica sobre um assunto que eu conheço muito bem.
    Sofro de insónias desde menina e cada vez ficou pior.
    O pior é quando o pouco tempo de sono é apenas para pesadelos e nada mais.
    Eu sei que a maioria das pessoas nao tem este problema, mas é muito dolocroso e nos torna impotentes contra o mesmo.
    Sei também que o tempo que atravessamos não ajuda e lá vamos, vivendo e dormitando conforme se pode.
    Aqui deixo um poema meu sobre a insónia, espero que ão se importe.
    -
    Eu escrevo insónia


    Dizias que eu, quando me sentia triste, ia para casa
    e escrevia um poema.
    .
    Mas eu faço poemas mesmo quando não estou triste,
    escrevo apenas palavras que brotam de mim
    e que ficam ali no papel,
    apenas isso. Amanhã, nem eu própria nem ninguém
    se lembrará mais delas, das palavras.
    .
    Eu escrevo insónia e ninguém entende.
    E não há motivo aparente para entender.
    E se me apetece ligar para ti, não o faço
    porque não tenho nada para te dizer,
    era só para ouvir a tua voz, mas tu nem irias atender,
    porque estás atulhado em trabalho e eu sei que
    é verdade, sei, mas não sei se sei aquilo que penso que sei,
    porque eu escrevo insónia, e é só uma palavra.
    .
    Todas as noites antes de adormecer eu escrevo um SMS,
    mas não te envio. Leio e depois apago.
    Eu sei que tu dirias que não tinhas tempo de ler
    E que isso são coisas de putos
    E eu volto a escrever insónia.
    .
    Ninguém sabe que a noite pode não ser igual para todos,
    pode ser terrível
    de onde saem todos os espectros que nos assolam e
    nos transmitem medo.
    .
    Eu escrevo medo e ninguém tem medo.
    Ninguém tem medo do meu medo.
    Ninguém quer saber a cor do medo e afinal sou só eu
    que tenho medo,
    que desfio as cores complicadas que ele emite.

    E de que serve escrever insónia?!
    Ninguém se lembra…
    Ninguém tem medo das palavras que não mostro…


    © Piedade Araújo Sol 2012-10-17

    boa semana amiga Tais
    beijinhos
    :)

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    1. Que belo poema, Piedade! Forte e verdadeiro, sem máscaras!
      Beijinho, bom tê-la aqui.
      Boa semana.

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  30. Vivemos tempos de grande incerteza e a insónia bate à porta e entra sem ser convidada. Só vejo as notícias e são suficientes para ficarmos angustiados.
    Já tive tempos de rádio pela noite. Ajudava-me a retomar o sono e, por vezes, gostava muito do que ouvia. Perdi esse hábito e voltei a achar a noite curta. Mesmo que não durma a noite toda, é importante o descanso.
    Tua crónica, querida Taís, está bem enquadrada e com forte apelo à vida, ao sonho e ao prazer das pequenas coisas. É assim mesmo!

    Beijos e saúde.

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  31. Boa noite Taís. Espero que esteja melhor da insônia, eu também estou com o mesmo sintoma, e o cérebro realmente não para, é muita coisa para pensar diante dessa pandemia que todos fomos afetados de alguma forma e ainda tem esse quadro político que gera insegurança e indignação.
    Temos que pedir a Deus realmente isso que você escreveu, viver sem essas grandezas que atrapalham. Estar vivo é a maior que tudo.
    Tenha uma noite abençoada. Bjs.

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  32. Olá querida Taís,

    Tenho alguns dias de insônias e tenho que me vigiar para que ela não se repita por muitos dias, senão lá vem labirintite... Daí vem leituras noturnas, Tv de madrugada...o que eu puder pra dormir, sem muito pensar.
    Amiga, tua crônica é de um detalhamento incrivel, dá pra ver, sentir, o quanto se busca numa noite de insônia. Parabéns!!
    E vamos nos apegar nas pequenas coisas que nos faz bem, que nos faz sorrir e sonhar !
    Beijos
    Vilma

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  33. Querida Taís: Estou tentando voltar, só que bem de vagar! Apesar da angustia, do excesso de trabalho domestico, de limpa, lava, seca, desinfeta, não ver a luz no fim do túnel, cheio de Corona Vírus, e de pertencermos ao grupo de risco, meu marido e eu. Preciso lutar e ignorar as sirenes dos bombeiros e ambulâncias pegando pessoas doentes e/ou mortas, na comunidade próxima, e de minhas noites insones. Sei que preciso vencer, e pelo menos tentar...
    Os brasileiros, alguns, os mais ignorantes seguem ao pé da letra tudo que este presidente gentil, delicado, generoso, só que não. Ele é sim filho de chocadeira, diz em alto e bom som que teve covid, é mentira, foi mesmo para despertar piedade, fugir de processos, de responsabilidades, mostrar que o vírus não mata, vai por aí... Agora o de São Paulo, resolveu seguir a mesma artimanha, afinal vá que dá certo!!
    Dá para dormir num país deste, vamos formar um clube das pessoas que não dormem mais?
    Pelo menos a sua insonia foi convertida numa bela cronica divertida. Valeu por seu bom humor. Parabéns
    Abraço apertado para afogar a saudade que é enorme.
    Saúde a todos,
    Léah

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    1. Leah querida, que surpresa agradável você aqui, amiga!! Maravilha!
      Querida, entendo tão bem teu comentário, o que estamos passando deixa nossa vida num reboliço dos infernos, uma enorme insegurança misturada com essa política nos afeta muito, dormir atualmente é um milagre dos deuses. Precisamos lutar, sim, nós e o mundo inteiro. Mas aqui estamos num movimento muito nervoso, pobre dos brasileiros. Não temos uma trégua.
      Querida, vou te escrever, aguarde meu e-mail no máximo até amanhã. Temos muito a conversar, vixe... Quero saber de ti. Saudades muitas, também.
      Beijo, fica bem.

      (teu comentário não entrou bem, deu zebra, mas consegui repor, mas falta a fotinho). Se queres enviar outro com a fotinho, faz isso. O Blogger está mudando por dentro.

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  34. Boa noite Taís.
    Não sei se consigo da risada e escrever. Você é demais amiga. Quando penso que nada pode me fazer sorrir você consegue. Tinha dias que não estava a risada da minha filha. Quando li a sua belíssima crônica e a parte das 1000 coisas de fazer antes de morrer e não vou ter tempo de morrer kkk, nós caímos na gargalhada. Só você amiga para nós proporcionar este momento de descontração. Obrigada por ser uma pessoa tão especial e espontânea. Santy lhe manda um beijo. Lembrança ao Pedro. E um feliz final de semana para vocês..

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    1. rsss, que bom que consegui quebrar algumas partes da vida dura de todos nós, querida Mirtes!! Mas assim é feito o nosso caminhar, um dia dá pra rir, o outro umas lágrimas chatas teimam em continuar. Fico contente, querida!
      Envio outro beijinho pra querida Santy, e outro pra você! A esperança é que tudo passe.
      Cuidem-se.

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  35. Quem me dera ter mais que fazer e não ter tempo para morrer...
    As insónias não se podem combater com notícias. São sempre piores do que as anteriores. O melhor mesmo é ler. Comigo "é tiro e queda"...
    Magnífica crónica.
    Bom fim de semana, querida amiga Taís.
    Beijo.

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  36. Uma crônica muito realista, pé no chão! Neste tempo tão maluco, precisamos mesmo “dosar” nossos pensamentos e sentimentos, senão piramos de vez. Abraçar com firmeza “nossas convicções “ é o melhor remédio! Rsss, vamos em frente valorizando sempre o simples e esperançoso...
    O meu abraço... Bom fim de semana...

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  37. A doença é mais doente
    Que os doentes enfermos.
    Na verdade e realmente
    Só se escutam estafermos.

    Parabéns pelo Post de insónias.


    Beijo
    SOL

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  38. Olá, Laís!

    Um texto mesmo como eu gosto. Rico de conteúdo e com uma ou mais mensagens implicitas.
    Nesta pandemia que tem tudo para nos deixar a pensar. Questiono se esse "bicho mau" será tão mau assim?
    Como é bom estarmos ocupados, mesmo que seja a pensar nas coisas menos boas.
    A ocupação é, por assim dizer, o caminho que nos leva à realização.

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  39. Hola, Tais. Me identifico con la radio nocturna que escuchas.¿Será que sólo hay una emisora universal?
    Porque me suena lo de la subasta de cremaciones, hasta el punto que dan ganas de quemarse una misma a lo bonzo (para ahorrar). Tanto como los políticos puros y bienintencionados, subiéndose el sueldo a sí mismos para que no suframos por ellos (todos siempre pensando en nuestro bien).
    Discúlpame, te dejo. Estoy ocupada con temas culturales, como esos 1000 vinos que debería probar antes de morir. Ya les voy encontrando el gusto. Un beso

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  40. Não as tinha... tornaram-se uma realidade com estes tempos de pandemia...
    Passei a encurtar as noites... com televisão ou Net... no momento, nem me animo a pegar num livro... a saturação destes novos tempos, pede-me que leia coisas que não me ocupem demasiado a mente em modo continuo... para continuar sempre em modo de alerta... lembrando-me do tenho ou do que devo fazer... sempre antecipando cenários... em compensação, aqui a senhora dona mãe... passou a dormir bem!... :-))
    Do mal o menos! Esta casa não aguentaria, duas pessoas mal dormidas de péssimo humor... começando o dia... com notícias do mundo... pois a rádio costuma ser o meu despertador!... :-))
    Enfim! 2020... promete continuar deprimente até ao fim!... Nada a fazer!... Temos de ir levando um dia de cada vez, enquanto mantemos a virose ao largo!...
    Um beijinho grande!
    Ana

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  41. Sou uma pessoa que precisa de silêncio, externo e interno, para conseguir dormir.
    Nos primeiros meses da pandemia mesmo que tivesse silêncio ao meu redor, não conseguia conciliar o sono. Passei várias semanas com insônia e quando dormia era um sono agitado, acordando várias vezes e tendo sonhos muito estranhos. Acredito que isso aconteceu com muitas pessoas, não só por conta de preocupações, mas também por conta da mudança na energia do planeta.
    Agora, felizmente, já estou dormindo melhor, espero que você também.

    Um abraço,
    Sônia

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  42. Taís:
    en esas noches de insomnio da tiempo a crear un mundo, o dos, o tres...
    Abraços.

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  43. Boa noite Taís,
    Uma crónica magnífica com a qual me identifico totalmente.
    Deixei de ouvir notícias, ligo o you tube no celular em músicas relaxantes e lá vou adormecendo, devagar, devagarinho.
    Simplesmente, assim...
    Um beijinho.
    Ailime

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  44. Boa tarde minha querida amiga, eis um sumido voltando aos poucos, vida corrida, trabalho e mais trabalho e tirei um tempo, para descansar a mente mesm,,, sobre sses tempos, tudo bem complicado, muitas pessoas vão ter outros problemas extras pós pandemia,
    penso que a midia ainda ajuda a aprofundar tudo, colocam mais medo que ajuda, como sempre foi, estou trabalhando normalmente desde que tudo começou, como trabalho com jardins minha area, não afetou tanto,, os cuidados necessarios e tudo mais, mas penso que o pessoal tem de parar de ver tanta porcaria na tv, tem mil outras maneiras de se estar bem, que seja lindo o teu dia, bjs e fique sempre bem

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    Respostas
    1. Querido amigo, voltaste! Que bom, pensei que tinhas desistido. É verdade, somos bombardeados com mil coisas e que se desencontram, e nossa cabeça vai para o brejo. Nas noites de insônia ligo o rádio, um pouquinho diferente o sensacionalismo, mas ficar com meus pensamentos nas madrugadas também não é muito bom. Muitas vezes leio, mas outras não consigo a concentração. Esse é o resultado da pandemia.
      Bem-vindo à blogosfera!
      Beijo, cuida-te, também.

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  45. Boa tarde. Vc consegue dar um toque de humor a tantas ruindades. A insônia foi boa conselheira para articular seus pensamentos e nos presentear, Vamos na espera de cada dia de podermos realizar nossos planos adiados.Um pouco afstada pou causa dos giros na cabeça... Bom final de semana. bjs

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís