- Taís Luso de Carvalho
Não sei qual a razão, mas quando rimos sem travas, brota em nosso rosto toda a alegria do mundo, nada mais contagiante. E quando mais percebemos que a 'coisa' disparou, mais rimos. É constrangedor, mas delicioso.
Porém, quando emergimos de uma grande tristeza, vem um choro sentido, e tudo se torna tão dramático que mais parece o fim dos tempos. O fim do mundo. Tapamos o rosto com as mãos, procuramos esconder as lágrimas, tentando esconder as nossas profundezas. E assim somos: rimos escancaradamente, mas choramos com constrangimento. Dói mostrar a dor que por hora sentimos. Parece que algumas dores vêm para humilhar. Para acabar com nossa autoestima.
Mas certas emoções são tristemente lindas. Os poetas sabem disso, e nos tocam colocando em versos as tristezas e agonias do mundo. Nossas emoções também se fazem presentes através da música. Umas nos remetem à euforia, mas outras, à introspeção - momentos mais contidos. E ao escutá-las sinto-me enternecida e tomada por um sentimento que me eleva, momentos só meus. Não escuto música com o objetivo de me alegrar, não sou triste. Mas minha alma pede melodias que me sensibilizem, que me afaguem, que me deixem tranquila.
Fantasie, de Chopin tornou-se um suporte para minhas dúvidas, minhas indagações perante o desconhecido. Beethoven, Vivaldi, Mozart, Bach e tantos outros me completam.
Vim para a tela escrever um texto diferente desse, mas escutando Adeste Fidelis, Nessun Dorma, as Ave-Marias de Gounod, de Shubert, de Donati, dei uma volta, e não saiu o texto que tinha em mente. Travei. Essas melodias me fazem perceber o quanto pequena sou diante de tanta complexidade nessa imensidão em que vivemos. São nesses momentos que esqueço das maldades do mundo e penso na genialidade humana, das maravilhas de que somos capazes. E por tudo isso, já bate uma saudade do tempo, bate uma saudade da minha outra metade que o tempo já levou.
São nesses momentos, de plena sintonia, que penso o que não deveria pensar: gostaria que tudo parasse, e que nossas vidas não fossem finitas. E, lamento termos nascido com essa cruel percepção de finitude. E essa agonia só acontece conosco, porque somos os únicos racionais.
Lembro do último ano de vida de meu pai, já doente, homem de uma fé inabalável. Lembro do dia que o encontrei chorando…
– Paizinho… se sabes para onde vais, e que o paraíso é maravilhoso ao lado de Deus, por que choras, pai?
– Choro por deixar vocês, minha filha...
E choramos juntos; fiquei sem saber mais nada. Na época, eu não tinha a noção do que seria uma perda desse porte.
Mas, enfim, nada temos a fazer a não ser lutarmos pela felicidade enquanto a vida perdurar. É o mínimo que temos a fazer.
Prezados Taís,
ResponderExcluirQue lindo texto aqui sobre todas as emoções humanas...
Sim, é alimento para a nossa alma ouvir a música daqueles compositores geniais – que sem dúvida encontraram sua inspiração diretamente através de Deus.
Nada se compara a isso e nos une sem qualquer barreira linguística...
Estar triste faz parte da vida humana e não devemos escondê-la.
Seu pai era tão amoroso e sincero...
Grandes abraços,
Mariette
Taís, meus olhos estão levemente marejados, acho que é uma mistura de tristeza com beleza e certa alegria. Já li por aí que a tristeza pode conviver com a alegria, eu concordo. Não com a alegria eufórica, uma alegria mais serena.
ResponderExcluirAcho que essa é a beleza por causa de uma aprendemos a valorizar a outra e certamente da tristeza, que tentamos fugir, nasce expressões belíssimas na música, pintura, poesia.
Sabe que nunca consegui escrever com música; acho que vou tentar!
Beijo, ana paula
Oi mãe.
ResponderExcluirMais uma maravilhosa crônica e um tema fundamental e que nos leva a refletirmos sobre a vital importância de aproveitarmos os dias tentando sermos felizes junto das pessoas que amamos. Se não nos dermos conta dessa necessidade, os demais aspectos da vida nada mais serão do que "o resto"...
Grande beijo.
Oi, meu filho, que surpresa agradável te ver aqui!
ExcluirIsso que dizes é da mais absoluta sabedoria, aproveitar os momentos junto aos nossos queridos, para depois não ficar nenhuma dúvida do que podíamos ter feito e não fizemos, ficando apenas, uma doce saudade, sem arrependimento.
Te amo muito. Um beijo.
Que lindo parabéns pela sua mãe
Excluir" Apenas uma reflexão " é o titulo que deste a esta crónica, como sempre, muito interessante e uma reflexão faço eu , uitas vezes, pelo facto de não conseguir chorar quando a dor é grande. Verdade, Amiga, como também acontecia com a minha mãe, também eu, choro mais facilmente de raiva, de zangada, do que de dor. Não sei explicar, mas sei que doía menos se as lágrimas caíssem com abundância pelo rosto abaixo. Não chorei quando partiu o meu pai, não chorei quando o seguiu, a minha mãe, um ano depois. Sabes quando chorei muito? Quando faleceu o meu avô e vi o meu pai chorar como uma criança; tinha eu uns dezoito anos e ao ver o meu pai
ResponderExcluirlavado em lágrimas, não consegui conter o choro . Estamos sempre a ouvir dizer que devemos viver um dia de cada vez, , aproveitando o máximo deste " aqui e agora ", e tento fazer isso, mas não consigo deixar de pensar na nossa finitude e volta e meia vejo-me a pensar na injustiça da vida que nos foi dada sem que a pedissemos; afinal, fomos colocados cá para, na melhor das hipóteses, viver uns 80 anos e isso é muito pouco, não te parece, Amiga? E quando estamos já para lá do meio do caminho, então é que o assunto fica feio e o melhor é mesmo pensarmos que somos eternos para não nos dar " um treco " . Como diz o teu filho, Tais, tentemos viver com alegria junto das pessoas que amamos, porque são elas que dão sentido à nossa vida e é nelas, no coração delas que ficaremos eternos Para ti, Amigam os teus pais não morreram, porque amaram-te tando que nunca os esquecerás e o mesmo sinto em relação aos meus que, como já várias vezes te contei, não podiam dar-me tudo aquilo que o dinheiro comprava, mas o essencial nunca me faltou e dou muito, muito valor aos sacrificios que fizeram para que eu e o meu irmão estudassemos, numa época de ditadura e muita miséria, principalmente nas aldeias de Portugal Sabes muitas coisas desta tua Amiga, pois conversamos muito, mas não sei se alguma vez te disse que raramente ouço música, mas gosto dela, de todos os tipos só que adoro o silêncio e quando estou em casa, nem ligo o rádio, nem a televisão e lá ando eu, fazendo as minhas tarefas, com a companhia única dos meus pensamentos. Às 20 h ligo a televisão para saber o que se passa pelo mundo onde, infelizmente parece só haver desgraças e brutalidades, o que não é verdade. No teu texto falas na " genialidade humana e nas maravilhas de que somos capazes " e elas são muitas e fantásticas, só que as noticias querem que pensemos que o mundo está " de pernas para o ar " e que o ser humano é monstruoso; há uns tantos que são uns déspotas , mas a maioria é de uma grande humanidade e espalha o bem por onde passa
É nisso que temos de pensar, Amiga, o ser humano é bom e vale a pena acreditar nele; há milhões por esse mundo fora fazendo tudo para defender o planeta, ajudar os mais carenciados, espalhar a harmonia à sua volta, Taís uma bela reflexão que vai ao encontro daquilo que acabo de escrever...há pessoas muito lindas, muito boas e tu és uma delas. Modéstia à parte, também me considero uma boa pessoa que tenta viver sempre com muito respeito pelos outros. Obrigada, Amiga, por trazeres temas tão interessantes que nos levam a pensar na vida e no que queremos fazer dela. Beijinhos carregadinhos de Amizade e um bom fim de semana, com saúde sempre
Emilia
Corrigindo....muitas vezes, ... quando o seguiu a minha mãe
Excluir....é mesmo pensar...para ti, Amiga
Desculpa, Taís, não são graves, mas, são erros. Beijo
Emilia
La creatividad human y el arte hace que uno siempre sorprenda y se exalte y conmueva. Te mando un beso.
ResponderExcluirUma delícia seu texto,
ResponderExcluirUma junção de alegria e tristeza estranheza e beleza que nos faz refletir o quanto a dureza da vida se encarrega de nos deixar insensíveis .E conseguistes deixar fluir numa escrita transbordante de emoções .
Hora de dizer a quem amamos que os amamos .
Te deixo abraços, Taís
Taís, fiquei arrepiada e com um "cisco" nos olhos... Emocionante! Realmente somos assim...Conseguimos rir e depois chorar ,por vezes de tanto rir. Logo a seguir, algo nos deixa tristes e choramos. E, nossa sensibilidade aflora com músicas que tocam nosso coração! Tua lembrança da conversa com teu pai, a consciência que na época não tinhas da perda pra sempre.... Assim é a vida! Vamos, portanto, ser feliz o mais que pudermos!
ResponderExcluirGostei de ver teu filho aqui! Legal! beijos, lindo fds! chica
"nada temos a fazer a não ser lutarmos pela felicidade enquanto a vida perdurar. É o mínimo que temos a fazer." Belíssima crónica sobre as emoções de todos nós, tão frágeis que somos. A música é sempre um bálsamo para a alma. Também amo ouvir "Fantasia" de Chopin. Foi um gosto passar por aqui, minha Amiga Taís.
ResponderExcluirUm bom fim de semana. Um beijo.
Una reflexión tierna y triste a la vez, sobre todo en ese sentimiento tan bonito al recordar a tu padre.
ResponderExcluirLa vida trae de todo, y es la que nos hace madurar, pero la alegría y esas ganas de reír que algunas veces tenemos, es la salud para el cuerpo y el alma, y no la debe destruir ningún pensamiento negativo, sino disfrutarla siempre.
Como siempre un placer leerte en cualquiera de tus reflexiones.
Un abrazo y que tengas un año feliz y risueño.
Interessante reflexão, realmente tem toda a razão, rimos sem constrangimentos e abertamente, mas em momentos de dor, muitas vezes preferimos chorar sozinhos, eu pelo menos sou assim.
ResponderExcluirA vida é feita dessa dualidade de sentimentos, o importante mesmo é aproveitar cada momento que nos é oferecido e retirar dele, toda a felicidade que for possível.
Bom fim de semana
Beijinhos
Temos que viver um dia de cada vez, o melhor possível. Habitualmente não penso no fim. Sei que desde que nasci, caminho para ele, é inevitável, nada posso fazer contra e se começo a pensar nisso, fico infeliz. Por isso...
ResponderExcluirTambém gosto muito de música, especialmente a clássica, mas não consigo ler nem escrever a ouvi-la. Perco-me por completo.
Abraço, saúde e bom fim de semana
Una reflexión muy buena y sentimental.
ResponderExcluirTus letras siempre encierran grandes y lindos sentimientos que llegan al corazón.
Un beso, Tais. Muy felices días.
Lindo texto, A felicidade vem de dentro...devemos entender como mantê-la.
ResponderExcluirVem conhecer meu blog.
Abraço
O fim, é o ponto final da nossa existência... Pode até surgir de repente, se nos cair um piano em cima, como no anúncio do Clooney ao café Nespresso... não devemos conceder-lhe nem um segundo a mais, do que ele já reclama para si mesmo... pois ficaremos "finalizados"... por um longo tempo! :-)) Ou talvez não! Eu acredito que há mais, para além da finitude do nosso corpitcho! Acho que haverá outra aventura que nos espera... Na natureza nunca nada se perde, mas tudo se transforma! E as leis da natureza... são bem fiáveis! Eu acredito nesta máxima! O fim... é só um outro tipo de começo... Por isso a seguir a um qualquer Inverno... sempre surge outra Primavera! Além de que... qual é a religião que não nos promete uma vida eterna, quando vamos desta... para melhor? Até esta expressão tão usada nos lembra tal! O fim, será outro começo... Melhor não duvidarmos, desta parte!
ResponderExcluirAdorei esta belíssima crónica, que nos faz percorrer imensas emoções, Tais! As suas... e as nossas!
Um beijinho grande! Bom fim de semana!
Ana
Hoje, sinto-me incapaz de comentar a tua crónica... estou em fase (medicada) de saída de um complexo estado de depressão... mas está quase
ResponderExcluirBeijo
Minha querida Amiga Tais.
ResponderExcluirCompreendi tão bem, mas tão bem, o alcance das suas palavras que, neste momento, sinto que, mais do que palavras, precisa do silêncio de um abraço amigo.
É pois, isso, que lhe deixo. Um forte e silencioso Abraço.
Nada como um dia atrás do outro, querida Taís.
Beijinhos.
Bom domingo de paz, querida amiga Taís!
ResponderExcluirFez-me lembrar do meu amado pai. Uma certa vez, ele já bem doente, me perguntou quando ia me ver de novo (morávamos em Estados diferentes) e eu lhe disse para sua felicidade que amanhã e voltei no dia seguinte até seu fim. Uma noite de viagem para ir e outra para voltar. Valeu a pena!
Foram dois meses e meio juntinhos no seu final.
Não vou falar (escrever) mais...
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos
En ocasiones nuestros actos son reflejo de algo que vemos en personas de nuestro entorno en las alegrías y penas.
ResponderExcluirEn cada momento de nuestros gustos musicales hay alguno que se adapta a el.
La aptitud de tu padre me conmovió tanto como a ti.
Saludos.
Se nota la alegría verdadera, ante la que es fingida, por muy bien que se quiera fingir.
ResponderExcluirFeliz domingo. Besos.
A reflexão da luz
ResponderExcluirE o eco do piano
Para o coração humano
É a bênção que conduz
A alma, ao que ela faz jus:
Certa vibração divina
Que alimenta e a ilumina
desembaciando a visão
Dessa iluminação
Cadente e peregrina.
Parabéns, Tais. Sempre partilhando o belo. Deus seja louvado. Abraços cordiais e fraternos. Laerte.
Oi Taís
ResponderExcluirSe nesta vida não lutamos para viver dias de harmonia e paz conosco e com todos a nossa volta, então teremos passado pela vida sem ter de fato vivido
Essa dualidade de emoções faz parte do nosso eu e são essas fragilidades que nos torna mais humanizados
Apena uma reflexão é uma crônica tão bela e singular que nos faz mergulhar em nosso próprio eu.
Um ótimo domingo
Beijinhos
Olá Taís
ResponderExcluiramei esse trecho: "Não escuto música com o objetivo de me alegrar, não sou triste. Mas minha alma pede melodias que me sensibilizem, que me afaguem, que me deixem tranquila."
A música faz exatamente isso com a gente, é uma terapia, nos deixa emocionados e felizes.
Nunca deixe de buscar as mais belas canções, que são como cantigas de ninar, embalam o nosso sono.
Um abraço e abençoado domingo querida.
Es verdad, cuando reímos sin contenernos es una experiencia deliciosa. Me ha ocurrido muchas veces, que he terminado llorando de risa.
ResponderExcluirMuy emotivo el recuerdo de tu padre.
Te abrazo en la distancia.
Olá Taís
ResponderExcluirli e reli a sua reflexão e fixei-me nesta parte:
São nesses momentos que penso na genialidade humana, das maravilhas de que somos capazes. E por tudo isso, já bate uma saudade do tempo, bate uma saudade da minha outra metade que o tempo já levou...
e levou, porquê? Pela onda de ódio que existe nos dias de hoje
Isto vem de encontro ao que trazia para lhe dizer:
Venho abordar um assunto,
gostaria que me desse a sua opinião sincera.
No meu blog COISAS SIMPLES DA VIDA
fiz um post que gostaria que lesse,
um desabafo, pois juro que eu acho que a vida pode ser mesmo simples,
as pessoas é que complicam, com ódios de todo o género e feitio
Diga-me se sente vontade de acompanhar o meu relato de viagem neste blog e comentar?
http://orientevsocidente.blogspot.com/
e, o desabafo aqui:
http://meusmomentosimples.blogspot.com/
os temas estão interligados, daí que se deve ver os 2 posts
Espero que venha ver e que goste!
Um abraço meu, boa semana
Tulipa/Kalinka
A consciência da finitude deve fazer-nos viver intensamente e sem pensar no inevitável.
ResponderExcluirNão adianta nada.
Beijos, boa semana
Quem não chora ouvindo, não tem alma!
ResponderExcluirBeijo, Taís!
Sem dúvida um excelente texto, que nos faz refletir sobre a natureza humana e as suas vicissitudes. Onde muitos de nós esquecem que não somos imortais, e essa é uma enorme realidade.
ResponderExcluirGostei muito, amiga Tais.
Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Beijinhos com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
uma excelente crõmica, como sempre
ResponderExcluirrimos e choramos. somos humanos! e ... vivemos
beijo, amiga Tais
Me lembrei de um criminalista, já o conheci senhor de cabelos brancos, aposentado. Fizemos alguns trabalhos em parceria. Cuidei dos seus trabalhos a publicar. Brincava dizendo que eu tinha idade para ser seu filho... O que não era verdade absoluta... Enfim, três ou quatro anos depois dos primeiros trabalhos... Ele abriu o coração e disse para mim e minha filha: "Não sei o que há comigo... tudo eu choro... qualquer coisa...." Pois é, a sua crônica está muito bonita, cheia de ternura, para refletir , não é para chorar... Logo, sigamos refletindo sobre a vida, sobre nossas emoções, sobre a nossa natureza... Afinal, o ano mal começou e serão "tantas emoções...", como ensinou Roberto Carlos.
ResponderExcluirBom ver o Alexandre por aqui.
Um beijo, minha amiga!
Comecei a ler como sempre faço. O cronista e contista lendo outro cronista. Embarquemos no texto, e deixemos a barca nos levar. Mas, já pela frente estaqueei. Ops, voltemos ao início e, agora, com outra visão do texto, a do publicitário, aquele que conta trinta coisas em duas linhas.
ResponderExcluirQuase ao meio da crônica, você cita que veio ao texto para escrevê-lo totalmente diferente, mas que, influenciada pelo ambiente, travou. Travou? Preciso discordar. A única coisa que você fez foi dar vazão ao que vinha de dentro. Uma catarse? Possivelmente.
Quem escreve, sabe disso. Nem sempre o que você quer escrever é o que será derramado no papel. Mas nem todos conseguem descrever o que vai aos olhos naquele momento. Somente pessoas sensíveis e dispostas é que conseguem uma auto-leitura, a ponto de, simplesmente, transcrever o que tem em sí naquele instante. Você conseguiu. A música? Essa só te guiou, acalmou, aparou as arestas. De resto, você deu conta magnificamente.
Já seu pai e sua última frase, foi um complemento a muito do que penso. Lá no começo, choramos por fome, frauda suja, dores inconvenientes. E assim vamos, chorando por nós mesmos por muito tempo, até que entendemos que a dor maior na morte, ou em uma doença sem cura, é de quem está perto, de quem nos ama e ficará sem aquele que tanto preza. A lucidez e destinação dessa passagem é de dar nó na garganta. E alguém criada entre cavalos na adolescência sabe bem o que é sensibilidade. Cavalos são seres mágicos, gigantes tanto em tamanho quanto apaziguamento (ou linimento) para nós, simples humanos.
Grato sempre por suas visitas, Taís. Nesse meu retorno, você tem sido uma crítica que me enche de vontade em continuar escrevendo. Grato.
Marcio
---Apenas uma reflexiao ----
ResponderExcluirflor rota flota y trota entre nieves
aire sin fin del infinito
sentidos alegres dan melodias
del pan y los ayeres
donde nuestros padres eran reyes
limites crepusculares desnocheciendo
y oyendo las emociones
fuente de lagrimas y sensaciones
que los abetos de la vida
recortan alas a las golondrinas
y ellas cambian cielos por anhelos
crujido ramaje aquel Mozart o Bach son
arropan su sutil endiamaje
una via de oración llave comunión
serpentinas del mar y su hondo ya
hecho entre las pestañas del mirar
soñar despertar y.... despertar soñando...
escelente relato donde Tais , aunas la vida , música Yundi Li con Chopin fantasía
en las manos del pianista , conmovedor todo tu texto , y ágil reflexión que llega al corazón y abre las puertas de esperanza al amor entre los serers humanos ...una maravilla la ilustración del comienzo hecha estelar azafrán dentro del universo...
feliz semana Tais para ti y toda tu familia , y un fuerte abrazo , de vuestro amigo siempre . jr.
Querida Tais,
ResponderExcluirA nossa vida é feita de alegrias e tristezas, é tão bom dar aquelas gargalhadas que você não consegue parar de rir. O choro eu acho que seja mais contido para não expormos a nossa fragilidade, mas cada pessoa reage de maneira diferente. Acho que precisamos na medida do possível sermos mais alegres e cultivarmos esse bom humor com as outras pessoas, quem leva a vida mais leve com certeza é mais feliz. Vamos deixar a tristeza para os momentos em que realmente não pudermos segurar, tem dias que escuto canções alegres e outros dias que não estou bem prefiro as canções mais emotivas e tristes. A música serve para qualquer estado de espírito, então que os nossos dias sejam mais felizes.
Um beijo minha amiga!
Sim, Taís, nossa vida é composta de alegrias e tristezas. Às vezes queremos ser imortais, mas será que aguentaríamos? O melhor é viver uma vida boa e lúcida, se possível. Obrigada pelo comentário no blog da Graça.
ResponderExcluirUma reflexão melodiosa, uma sinfonia de emoções, uma partitura de saudade, um desabado partilhado, um final chorado, emocionado e emocionante. Querida cronista, gostei muitíssimo!
ResponderExcluirAmiga Tais, desejo-te toda a felicidade do Mundo. Mas recordo-te, tudo tem um tempo determinado, ao homem não é dada felicidade sem fim, só serás verdadeiramente feliz se TU decidires sê-lo.
Quanto a música, aplaudo o teu bom gosto musical.👏👏
Beijo
... um desabafo partilhado...
ExcluirBjs
Oi, Tais!!! Que profunda a reflexão que seu texto nos propõe! Quando paro diante das músicas parece que meu corpo se conecta a elas, minhas memórias e pensamentos ganham voz e dou espaços para elas.
ResponderExcluirGostei muito do rumo que teu texto tomou. Realmente o ser humano tem em si algo maravilhoso e por vezes, eu também gostaria que o tempo parasse. Como sei que não é possível, canto a vida em versos. srsr
Um beijinho para ti!
Querida Taís
ResponderExcluirComecei o dia ouvindo esta bela partitura que nos traz: Fantasie, de Chopin. Ouvindo-a, não há como não nos emocionarmos. A vida é uma fantasia que nos sai da alma e cada dia que passa vamos tomando consciência de que é para isso que cá estamos. Para viver uma fantasia. Por vezes rimos, outras choramos. Bastas vezes com motivo identificável. Outras, não. Feitos de espírito e matéria, ora elevamo-nos até às estrelas, ora descambamos sem remédio. O nosso fim conhecemo-lo, só que não sabemos como nem quando. Para onde vamos, outra incógnita. Se acreditarmos, estar-nos-à destinado o paraíso...ou o inferno. Mas também sabemos que isso não passa de dogmas criadas pelos doutores da Igreja. Mas para o nosso equilbrio mental é bom que acreditemos em alguma coisa. Quanto ao mais´, estamos por nossa conta e risco. Com o cérebro de que somos dotados, máquina portentosa, procuremos viver os nossos dias da melhor maneira possivel...
Adorei esta sua Crónica, minha amiga. Reflectir um pouco, agarrar a vida que passa, mandar um grande abraço e muitos beijinhos, eis a questão. É o que verdadeiramente interessa, ao fim e ao cabo :)
Olinda
Minha querida Taisamiga
ResponderExcluirUma grande crónica aquela que acabo de ler e reler, ainda que tenha dificuldade de concordar com ela em determinados pontos. Mereces que passe a explicar o que é o meu pensamento e portanto ele aqui fica.
Costumo dizer com alguma ironia mas também com bastante verdade que fui católico mas curei-me. Perdi o meu pai quando tinha acabado de completar os dezoito nos e fiquei com a minha mãe e os meus dois irmão menores a meu cargo.
Tínhamos uma vida boa, de média burguesia, só o meu saudoso pai trabalhava (e muito) e por isso tive de tentar coordenar a Faculdade de Direito da Universidade Clássica (Oficial) de Lisboa com um trabalho n empresa onde o meu progenitor era chefe.
Buscar a felicidade – onde? Como? Mudar de vida? De hábitos? Par um jovem que estava prestes a ter o próprio carro vender o do pai par obter numerário foi dificílimo. Na altura fumava. Deixar de almoçar para comprar um maço e cigarros – dificílimo! Mas aprendi a sobreviver. Com felicidade? Talvez.
No omento em que o nosso Brasil – ele é também um tanto meu… - atravessa um momento muito complicado (quiçá um dos mais conturbados da sua História) com a barbárie à solta na Praça dos Três Poderes que segui na CNN Portugal posso permitir-me perguntar-me onde está a felicidade? N’A NOSSA TRAVESSA escrevi um artigo que intitulei “Quo vadis Brasil?” Uma pergunta que continua (e continuará) sem resposta feliz?
Beijos & queijos
Henrique
NB – Uma vez mais espero-te no blogue “de todos para todos”
🌹 🌼 🌷 Irei visitar-te sim, querido amigo,
Excluirfiz uma pequena pausa, estou de volta aos amigos.
Beijos ao querido casal!
(darei o recado ao Pedro)
Um pedido e uma pergunta:
ResponderExcluir1) Passa sff esta resposta ao teu Pedro
2) Ele que me mande sff o nov endreço dee-mail poi o que tenho é-me devolvido
Obrigado
Henrique
Bom dia, Taís
ResponderExcluirLinda reflexão, belas palavras do teu pai. No Salmo 30:5b diz: "o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã". Faz parte da vida as diversas emoções, mas a vontade de Deus é que a alegria permaneça. A vida eterna com Deus é magnifica, Jesus foi preparar lugar e um dia voltará para levar todo aquele que o recebeu como Salvador. Um forte abraço.
No perdamos esa risa imparable y contagiosa, esa que le pone a el alma las pilas para echar a volar riendo todo lo que se pueda. Es la mejor medicina Tais, sigamos riendo, pues mejor que llorar, que ya bastantes motivos tenemos, nos pasaríamos todo el tiempo llorando, y eso nos lleva a morir en vida. Gracias siempre estimada Tais. Un beso y abrazo largo largo hasta allí, tu corazón.
ResponderExcluirOlá Taís
ResponderExcluirvenho agradecer a sua visita ao meu blog do Oriente
amei as suas palavras - gostei imenso dessa tua viagem, em especial o shopping,
belíssimo e as casas de madeira com afrescos rendados, maravilha!
Também amo todas as viagens que faço e as fotos que trago por isso entende bem o meu desgosto de não poder mostrar, partilhar só porque esses lugares neste momento passam por problemas graves...
volto cá....hoje para convidar a uma partilha de um
MOMENTO PERFEITO na minha vida!
no meu post mais recente, aqui:
http://momentos-perfeitos.blogspot.com/
tomara que goste, leia a minha história
contei tudo tal e qual como aconteceu
beijinhos da Tulipa
bajo la crepuscular noche , Tais vengo a desearte
ResponderExcluira ti y toda tu familia un feliz fin de semana , vuestro
amigo siempre .jr.
Excelente crónica , minha querida!
ResponderExcluirA música tem o condão de tocar fundo no ser humano e libertar-nos da realidade, dando-nos acesso a um mundo mais suave do que este tão duro onde somos massacrados por violência e noticias desagradáveis.
A abordagem que mais me toca e admiro na música clássica é a do genial Maestro romeno Sergiu Celibidache ( 28/6/1912 - 14/8/1996), porque o seu tempo de execução é lento e envolvente.
Carinhoso abraço ,desejando-lhe e a toda a família um sereno fim de semana
Ah! Graças pela bela peça de Chopin.
A música toca nas funduras e nos traz textos como este seu repleto de palavras emocionadas. Estas reflexões e sentimentos têm me acompanhado e como é difícil nos desapegarmos das pessoas que amamos e sofremos ao pensarmos sobre a nossa finitude. Risos e choros. muito bem colocado de como os manifestamos. Contudo ambos nos limpam a alma; iluminam e/ou desembaçam nossa estrada. Grata pela partilha da música e de suas reflexões, Bjsss
ResponderExcluirOlá, amiga Tais,
ResponderExcluirPassando por aqui, relendo este excelente texto que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana, com muita saúde.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Taís,
ResponderExcluirSabe... faz um tempo que exercito não
pensar na outra parte porque a que vivo
hoje me é suficiente.
Tenho saudades? Tenho sim e não
só dos que me eam caros e partiram
daqui desse tempo levados pela
morte, pois esses estão encaminhados
definitivamente pela separação que amorte fisica
causa, mas também dos que estão chamados vivos~,
que amamos e que por algum motivo nosso ou deles
sairam da nossa vida. É doloroso saber
que estão bem ali em uma cidade e simplesmente
só fazem agora parte da nossa historia.
Decidi como o Guma comentou la
publicação dessa semana do Espelhando bem
como Vc o fez, que seguirmos adiante e bem
conosco em 1º lugar é imperativo.
Adorei como sempre ler sua publicação maravilhosa.
Vou te enviar um email nessa semana que nos chega.
Bjins de afeto e carinho
CatiahoAlc.
Muito comovente o seu texto, Taís! que me bateu forte.
ResponderExcluirE sim, "Parece que algumas dores vêm para humilhar. Para acabar com nossa autoestima." Mas não nos devemos deixar envolver por elas. Há que dar a volta.
Beijinhos e boa semana.
Algo tarde amiga mía pero pasando a saludar a los amigos. Esto de los libros me ha llevado un pequeño tiempo el estar apartado de los dos blogs.
ResponderExcluirGran texto el que nos dejas hoy y del cual poco tengo que añadir, pues creo que está todo dicho y además, con un gran corazón. Siempre me he dicho a mí mismo que, «aquellos que no lloran, no son de fiar», no sé si estaré equivocado, pero pienso que es lo que la vida me ha enseñado. Últimamente y seguramente por la edad, suelo llorar por pequeñas cosas y no me da ninguna vergüenza ni decirlo ni desahogarme llorando, opino que, es un acto de sentimientos y de humildad.
Recibe un gran abrazo estimada amiga y te deseo una muy feliz semana entrante llena de paz y alegría.
Bom fim de noite e feliz semana Taís.
ResponderExcluirGrato pela presença e graças a Deus estou bem numa recuperação satisfatória.
E a vida o que é além deste sopro, além deste ir e vir surfando numa senóide?
Lendo suas belas e duras reflexões, lembrei de uma música do Milton Nascimento,onde ele diz, certas canções que ouve, cala tão, parece que foi ele que a fez. A gente vive bem, até quando começamos a pensar na finitude.
Emocionante o relato do diálogo com o pai. Não somos feitos para as perdas, que nós roubam o chão.
Cumpre nos viver o melhor que podemos.
Tenham dias de paz e alegrias.
Bjo de paz amiga.
Feliz semana.
Beautiful blog
ResponderExcluirA dor é tendencialmente um assunto privado. Daí que mostremos o sorriso com maior facilidade. Talvez seja isso que faz a diferença. E a música tanto pode aliviar como agravar a dor...
ResponderExcluirGostei da sua crónica, como sempre.
Boa semana, amiga Taís.
Um beijo.
Olá Tais,
ResponderExcluirPassando por aqui, para desejar uma ótima semana, com muita saúde.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Olá, amiga Tais,
ResponderExcluirpegando na sua frase final: nada temos a fazer a não ser lutarmos pela felicidade enquanto a vida perdurar. É o mínimo que temos a fazer.
Assim vou gastando as minhas horas fazendo o que me deixa feliz e uma das coisas é...escrever sobre as minhas viagens no meu blog.
Todos temos fases na vida, às vezes ando muito ausente dos blogues, mas agora comecei 2023 incentivada a escrever e não se esqueça que tenho 5 blogues, verdade!
Venho agradecer os seus aplausos às minhas fotos da exposição! Obrigada
e, avisando que tenho post novo aqui:
http://orientevsocidente.blogspot.com/
Pegando nas suas palavras:
"Quero é ver tudo por onde você passa e os lugares famosos.
e me avise das viagens, todas!"
nos outros
não sei se os temas lhe interessam,
mas aqui vai, caso queira:
http://meusmomentosimples.blogspot.com/
http://pensamentosimagens.blogspot.com/
Votos de uma feliz semana!
Beijo da Tulipa/Kalinka
Querida Tais, gostei da refleção que aqui nos deijas e coa que estou muito en concordo.
ResponderExcluirHa momentos felices e outros tristes. As emoçãos forman parte do nosso día a día e tem muito a ver co que nos succede em cada hora.
Quando me sentir algo melancólica, eu ponho música para bailar e bailo ata me sentir contenta e o meu corpo en movemento, libre, faise um coa música.
Porque sempre ha duas escolhas: nos sentir bem ou nos sentir mal. Podemos escolher.
Pero ha que ajudar a encontrar as soluções a cada problema, um a um. Não deijar que iles imperem e se adonen de nos.
Uma loita continua pela supervivença!, não é?
Gosto da música clásica quando preciso calma, ir lentamente, pensar, descansar...
Sigamos o caminho e caminhemos mentres poidamos facelo. Tempos pidem vir que não podamos.
Um abraço, minha amiga brasileira.
Bela crônica. Lembranças que nunca apagam. Momentos com seu pai. Parabéns também pelo filho aqui. Bjs querida
ResponderExcluirBoa noite Taís,
ResponderExcluirUm crónica excelente sobre a condição humana, suas emoções e finitude, que nos faz pensar e temer, porque terá que ser assim.
Rimos e choramos. Libertamos sentimentos através do riso e das lágrimas.
No meio disto tudo temos que tentar viver a vida da melhor forma possivel, aproveitando cada momento como se fosse o último.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Ailime.
Um momento muito belo e sensível.
ResponderExcluirNa vida há um tempo para tudo.
Temos de saber viver o melhor possível, os momentos mais doridos
e viver e renascer nos momentos melhores.
Tocou me o momento com o seu pai. Veio-me à memória o que vivi com o meu.
Deixo abraço e brisas doces **