20 de agosto de 2007

CARLOS DRUMMOND - Tristeza do Céu





No céu também há uma hora melancólica.
Hora difícil, em que a dúvida penetra as almas.
Por que fiz o mundo? Deus se pergunta
e se responde: Não sei.

Os anjos olham-no com reprovação,
e plumas caem.

Todas as hipóteses: a graça, a eternidade, o amor
caem, são plumas.

Outra pluma, o céu se desfaz.
Tão manso, nenhum fragor denuncia
o momento entre tudo e nada,
ou seja, a tristeza de Deus.

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Andrade, Carlos Drummond de, 1902
Antologia poética. 11 ed. Rio de Janeiro, J. Olympio, 1978.


3 comentários:

  1. Esse poema me deu arrepios. Eh meu poeta predileto e nao a toa.

    abrax

    RF

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  2. muito bom esse poema da arrepio quando leio, concertesa é um dos maires autores do MUNDO............................

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Taís