- por Tais Luso
Não
existem condomínios onde toda a vizinhança é simpática, amiga e
prestativa. Não; existem condomínios terríveis, com vizinhos
fofoqueiros, egoístas e
curiosos. Eles mexem com nossos sentidos mais primitivos, como
dizia aquele nosso conhecido político em uma Sessão do Congresso.
E haja controle para relevar todas as situações. Quanto maior o
condomínio, pior se torna o convívio; é questão de oferta.
Todos
querem paz, mas onde se juntam pessoas com interesses diferentes -
com defeitos que até Deus duvida, sai lambança. Não
se trata de classe social e sim do ser humano em si, um espiando a
vida do outro: um não suportando o outro. E isso não acontece só
nos condomínios classe C. Onde existe gente, a entrada é franca
para defeitos e
virtudes. Mas ainda existem condomínios um pouco civilizados, não desanimem!
Saber lidar com os defeitos alheios não é pra qualquer cabeça.
Precisa ser um pouco herói, sábio, resignado, meio santo, sei lá.
Confesso que nasci sem estas virtudes, mas
sou um pouco
educadinha, o que já serve para alguma coisa.
É
muito penoso o convívio diário entre os diferentes. Ainda mais se
o prédio tiver um playground com bancos para sentar, pracinha para
crianças, piscina, churrasqueira, salão de festa, parquinho para
os cachorros. Hum, tudo parece tão bonito, tão saudável! O cachorro que não mije fora do parquinho! Dá rolo feio.
Quando
o prédio tem muitos apartamentos sempre existe uma esquizofrênica
de plantão e um carrasco
tentando pôr ordem no pedaço.
No
prédio ao lado do meu mora uma velhinha
que além de esquizofrênica é feia pra caramba.
Mas
a infeliz
tem carisma,
consegue
aglutinar as tricoteiras de língua comprida. Os
iguais
sempre
se atraem. Lá ficam elas no saguão do prédio
tricotando
com a língua.
Para
ela ninguém presta, todos os homens são ladrões e as mulheres
vadias. Quando passa alguém magro demais, está tuberculoso;
alguém
gordo deve ter problemas psicológicos; caso passe um careca, é nervoso, se for cabeludo, é viciado.
O diagnóstico é imediato.
Dias
atrás, esta dona Othília não se conteve de curiosidade e perguntou
ao motoboy o que ele iria entregar...
-
É cheeseburger, senhora.
-
Mas você traz cheeseburger todos os dias! Essa gente não come outra coisa?
-
Eu só sou entregador, senhora.
Quando
estas coisas não acontecem conosco, a gente acha tudo muito
engraçado, divertido, né? E quando isso se passa no nosso
condomínio e com a gente…
Como é que fica, hein?
Terrível;
eu também sou uma feliz moradora de condomínio! Mas com os anos a gente aprende onde fica o ninho das cobras e passa a andar de 'caneleira' !
Até mais!
Até mais!
Grande verdade, Taís. E arrisco em dizer que é bastante comum. Na minha opinião, o maior homem que já pisou na terra (repito, na minha opinião de cristão) não agradou a todos, quem dirá nós a nós mesmos em um mesmo lugar todos os dias.
ResponderExcluirAbraços!
Kenny Rosa (http://cronicandocomvoce.blogspot.com)
Rsssssssss....tem cada uma!!! Aqui no prédio, ainda bem a vizinhança é tri legal e quase nem nos vemos...
ResponderExcluirMas já morei num prédio que parecia um bando de maritacas e o ponto culminande de seus dias era o papo CCC, vulgo, criança, criada e comadragens,srrsr
Ninguém mereeeeeeece!!!
beijos,chica
Olá Taís, que coisa não é?
ResponderExcluirA senhora fofoqueira é um arquétipo
psíquico ancestral! Eu estou lendo uma coletânea de trabalhos históricos sobre o império Romano.
Já havia politicagem, fofoca, vagabundagem, traição e gente boa e honesta.
temos que ter paciência pelos próximos mil anos e aí quem sabe nossos condomínios serão civilizados!
Não resta duvida que o convívio é muito difícil e nesses lugares em temos que compartilhar é mais complicado ainda. Dona Othilia (pode ter certeza que existe muitas) não é louca é muito articulada para ser louca, um esquizofrênico não consegue fazer isso que ela faz de jeito nenhum. Ela é daquelas pessoas que a gente chama de louca mas que na realidade são peritas em nos deixar loucas, bobear sempre tem alguém perdendo a cabeça com ela e ela...continua feliz e satisfeita no seu trabalhinho diário de infernizar os outros.
ResponderExcluirUma crônica bem gostosa de ler.
Bom retorno
beijos
KKK. Muito bom, Tais. Também moro em condomínio, mas de duas uma: ou eu trabalho demais para reparar nas agruras do condomínio, ou ele é quase uma exceção.
ResponderExcluirDe qualquer forma, melhor não elogiar o carro antes da subida. rsrsr.
E o banquinho da foto é exatamente igual ao do lugar onde a gente se reúne de vez em quando aqui.
Beijo grande.
Faça com eu Taís: escreva contos horríveis. Pura ficção. Essa sutil senhora poderia ser vítima de um assassinato brutal, teria sua lingua arrancada inteira da boca (1 metro de carne)e pregada no painel de recados da portaria. O autor? Hum... serão 120 apartamentos e 400 moradores a serem investigados.
ResponderExcluirBjos
Cesar
É Taís, um condomínio é onde se desnuda toda a alagria humana de viver. Mistura o bom com o mau, o feio com o bonito , o interessante com o interesseiro e do portão pra dentro é só alegria, argh! hahahaha! Você descreveu exatamente, ironicamente e sabiamente como é este mal necessário. Meu abraço. paz e bem.
ResponderExcluirOlá Taís,ah! fofoqueiros,mexeriqueiros...eles existem?
ResponderExcluirrsssssssssss coitados são pessoas que na verdade pensam estarem fazendo algo de útil e, para eles esta é a sua verdade,devemos ter é pena desta gente pequena.Um grande abraço!
Olá Taís Luso!!Bom dia!!
ResponderExcluirVim agradecer a visita!!Seja Muito bem vinda!!Fiquei muito feliz, por ter vindo, já sou seguidora do seu blog a algum tempo.
Sua crônica é ótima!!E vou lembrar dela sempre que ver um condomínio!!
Pessoas se metendo na vida dos outras, me dá calafrios!!!Tenho horror a fofoca!!
Bom final de semana para ti!!
Ser feliz é uma questão de querer. Pena que eu ainda não introjetei esse querer em mim. O barurlho dos vizinhos me deixa pensando que o ser humano não tem jeito mesmo. Meu beijo.
ResponderExcluirUfa!
ResponderExcluirBuá!
Posso dizer que o seu texto é “tri legal”, Tais, e que você interpreta muito bem, com humor, esse aspecto humano da convivência.
Um abraço.
Pois é amiga, num condominio há de tudo um pouco, pessoas boas e menos boas, graças a Deus que onde moro somos poucas pessoas e por isso não há problemas, nem bisbilhotices, cada um faz a sua vida sem se meter na do vizinho.
ResponderExcluirTenha um excelente fim de semana
Beijinhos
Maria
Rsrsrs... Nas circunstâncias de um condomínio não posso nem imaginar. Mas aqui na rua também é assim. As vezes da vontande de saltar o muro e esganar o vizinho.
ResponderExcluirParece que em todo lugar tem "....uma véia que além de esquizofrênica é feia pra caramba. Assusta." Essas são as piores! rsrsrs
Um forte abraço!!
kkkkkkkkkkkk, você é demais estas crônicas leves nos ajudam a refrigerar a cuca.
ResponderExcluirMas... ainda bem que não moro em condominio,minha casa tem pátio de ambs os lados e meu sonho de ocnsumo, rs,rs,rs é só de usar algum material que filtre o som; porque odeio barulho quando estou de pernas pro ar ou chega alguma visita.
Fofocas? Há todo bairro , vila, condominio, seja o que for tem língua de trapo.
Enquanto eles cuidam de nós , esquecem de si mesmo e nós vamos enfrente progredindo.
Bjs no coração!
Curti a crônica, Taís. E triste mas é verdade...
ResponderExcluirAs diferenças incomodam. os invejosos estão de plantão. e vai por aí afora. Mas o que há de se fazer?
Vive la différance!
Grande abraço!
Que é lá isso minha amiga. Eu vivo num condomínio. Gente fina sempre é outra coisa. São médicos, são Engenheiros, são os que não são mas dizem que são ou gostariam de ser, são Juizes, existindo também aqueles que são o Sr. Manuel, ou o Sr. Agapito. Há aqueles que não abrem as janelas nunca, mas pelas frestas espreitam de binóculos, que não podem ver entrar no espaço da comunidade a Guarda Nacional Republicana, a policia ou o homem do tribunal, mas sentem-se orgulhosamente felizes porque moram num condomínio e até um dia estão descansados porque os policiais não os incomodam. De resto é rigorosamente igualem toda a parte.
ResponderExcluirSomente dei o mote.
Gostei do texto, aborda um assunto interessante.
bjs.