12 de janeiro de 2011

MORE EM CONDOMÍNIO E SEJA FELIZ!



           -  Tais Luso de Carvalho


Não existem condomínios onde tudo é perfeito, onde toda a vizinhança é simpática, amiga e prestativa. Não; há sempre alguns problemas  com vizinhos que só pensam neles e desfazem os outros.  
Alguns  mexem com nossos sentidos mais primitivos. E haja controle para relevar todas as situações. Quanto maior o condomínio, pior se torna o convívio; é questão de oferta.
Todos querem paz, mas onde se juntam pessoas com interesses diferentes - com defeitos que até Deus duvida, sai lambança. Não se trata de classe social e sim do ser humano em si, um espiando a vida do outro, um não suportando o outro. Sim, existe muito isso, e  não acontece só nos condomínios classe C. Onde existe gente, a entrada é franca para defeitos e virtudes. Mas ainda existem condomínios mais  civilizados, não desanimem! Há gente muito especial.
Saber lidar com os defeitos alheios não é pra qualquer cabeça. Precisa ser um pouco  sábio, meio santo, sei lá. Exercitar o  "deixa pra lá...". 
É muito penoso o convívio diário entre os diferentes. Ainda mais se o prédio tiver um playground com bancos, churrasqueira, salão de festa...  Hum, tudo parece tão bonito, tão saudável! O cachorro que não urine nos corredores do prédio! Dá rolo. 
Quando o prédio tem muitos apartamentos sempre existe uma esquizofrênica de plantão ou um síndico  sofredor   tentando pôr ordem no pedaço. Não há muito equilíbrio. É sofrida a coisa.
No prédio ao lado do meu mora uma velhinha muito problemática, que além de muito fofoqueira é extremamente curiosa. Mas a infeliz tem carisma, consegue reunir as tricoteiras de língua comprida. Os iguais sempre se atraem. Lá ficam elas no, saguão do prédio,  tricotando com a língua.
Para elas ninguém presta, todos os homens são neuróticos  e as mulheres problemáticas,  nervosas e outras coisas mais.  Quando passa alguém magro demais, está tuberculoso; alguém gordo deve ter problemas psicológicos; caso passe um careca, é nervoso, se for  cabeludo, é viciado. O diagnóstico é imediato.
Contaram-me, dias atrás, que esta dona Othília não se conteve de curiosidade e perguntou ao motoboy o que ele iria entregar num tal apartamento...
- É cheeseburger, senhora.
- Mas você traz cheeseburger todos os dias! Essa gente não come outra coisa?
- Eu só sou entregador, senhora.
Quando estas coisas não acontecem conosco, a gente acha tudo muito engraçado,  não é? Mas, quando isso se passa no nosso condomínio e nos afeta  Fica difícil se encarar.
Porém,  agora posso dizer que, mesmo assim, sou uma feliz moradora, com os anos aprendi a lidar com gente complicada. Descobrir o ninho das cobras é fundamental.   Passei  a andar  de 'caneleira'  e mais calada, menos festiva. Deu certo. O maior papo é no elevador sobre o frio, a chuva  e calor, e por aí acaba. Todos concordam, ótimo assunto.
Mas, também há gente muito boa nos condomínios, o grande lance é  observar antes da aproximação.




16 comentários:

  1. Grande verdade, Taís. E arrisco em dizer que é bastante comum. Na minha opinião, o maior homem que já pisou na terra (repito, na minha opinião de cristão) não agradou a todos, quem dirá nós a nós mesmos em um mesmo lugar todos os dias.
    Abraços!
    Kenny Rosa (http://cronicandocomvoce.blogspot.com)

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  2. Rsssssssss....tem cada uma!!! Aqui no prédio, ainda bem a vizinhança é tri legal e quase nem nos vemos...

    Mas já morei num prédio que parecia um bando de maritacas e o ponto culminande de seus dias era o papo CCC, vulgo, criança, criada e comadragens,srrsr



    Ninguém mereeeeeeece!!!


    beijos,chica

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  3. Olá Taís, que coisa não é?
    A senhora fofoqueira é um arquétipo
    psíquico ancestral! Eu estou lendo uma coletânea de trabalhos históricos sobre o império Romano.
    Já havia politicagem, fofoca, vagabundagem, traição e gente boa e honesta.
    temos que ter paciência pelos próximos mil anos e aí quem sabe nossos condomínios serão civilizados!

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  4. Não resta duvida que o convívio é muito difícil e nesses lugares em temos que compartilhar é mais complicado ainda. Dona Othilia (pode ter certeza que existe muitas) não é louca é muito articulada para ser louca, um esquizofrênico não consegue fazer isso que ela faz de jeito nenhum. Ela é daquelas pessoas que a gente chama de louca mas que na realidade são peritas em nos deixar loucas, bobear sempre tem alguém perdendo a cabeça com ela e ela...continua feliz e satisfeita no seu trabalhinho diário de infernizar os outros.
    Uma crônica bem gostosa de ler.
    Bom retorno
    beijos

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  5. KKK. Muito bom, Tais. Também moro em condomínio, mas de duas uma: ou eu trabalho demais para reparar nas agruras do condomínio, ou ele é quase uma exceção.

    De qualquer forma, melhor não elogiar o carro antes da subida. rsrsr.

    E o banquinho da foto é exatamente igual ao do lugar onde a gente se reúne de vez em quando aqui.

    Beijo grande.

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  6. Faça com eu Taís: escreva contos horríveis. Pura ficção. Essa sutil senhora poderia ser vítima de um assassinato brutal, teria sua lingua arrancada inteira da boca (1 metro de carne)e pregada no painel de recados da portaria. O autor? Hum... serão 120 apartamentos e 400 moradores a serem investigados.

    Bjos
    Cesar

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  7. É Taís, um condomínio é onde se desnuda toda a alagria humana de viver. Mistura o bom com o mau, o feio com o bonito , o interessante com o interesseiro e do portão pra dentro é só alegria, argh! hahahaha! Você descreveu exatamente, ironicamente e sabiamente como é este mal necessário. Meu abraço. paz e bem.

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  8. Olá Taís,ah! fofoqueiros,mexeriqueiros...eles existem?
    rsssssssssss coitados são pessoas que na verdade pensam estarem fazendo algo de útil e, para eles esta é a sua verdade,devemos ter é pena desta gente pequena.Um grande abraço!

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  9. Olá Taís Luso!!Bom dia!!

    Vim agradecer a visita!!Seja Muito bem vinda!!Fiquei muito feliz, por ter vindo, já sou seguidora do seu blog a algum tempo.

    Sua crônica é ótima!!E vou lembrar dela sempre que ver um condomínio!!
    Pessoas se metendo na vida dos outras, me dá calafrios!!!Tenho horror a fofoca!!
    Bom final de semana para ti!!

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  10. Ser feliz é uma questão de querer. Pena que eu ainda não introjetei esse querer em mim. O barurlho dos vizinhos me deixa pensando que o ser humano não tem jeito mesmo. Meu beijo.

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  11. Ufa!
    Buá!
    Posso dizer que o seu texto é “tri legal”, Tais, e que você interpreta muito bem, com humor, esse aspecto humano da convivência.
    Um abraço.

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  12. Pois é amiga, num condominio há de tudo um pouco, pessoas boas e menos boas, graças a Deus que onde moro somos poucas pessoas e por isso não há problemas, nem bisbilhotices, cada um faz a sua vida sem se meter na do vizinho.
    Tenha um excelente fim de semana
    Beijinhos
    Maria

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  13. Rsrsrs... Nas circunstâncias de um condomínio não posso nem imaginar. Mas aqui na rua também é assim. As vezes da vontande de saltar o muro e esganar o vizinho.
    Parece que em todo lugar tem "....uma véia que além de esquizofrênica é feia pra caramba. Assusta." Essas são as piores! rsrsrs
    Um forte abraço!!

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  14. kkkkkkkkkkkk, você é demais estas crônicas leves nos ajudam a refrigerar a cuca.

    Mas... ainda bem que não moro em condominio,minha casa tem pátio de ambs os lados e meu sonho de ocnsumo, rs,rs,rs é só de usar algum material que filtre o som; porque odeio barulho quando estou de pernas pro ar ou chega alguma visita.

    Fofocas? Há todo bairro , vila, condominio, seja o que for tem língua de trapo.

    Enquanto eles cuidam de nós , esquecem de si mesmo e nós vamos enfrente progredindo.

    Bjs no coração!

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  15. Curti a crônica, Taís. E triste mas é verdade...
    As diferenças incomodam. os invejosos estão de plantão. e vai por aí afora. Mas o que há de se fazer?
    Vive la différance!
    Grande abraço!

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  16. Que é lá isso minha amiga. Eu vivo num condomínio. Gente fina sempre é outra coisa. São médicos, são Engenheiros, são os que não são mas dizem que são ou gostariam de ser, são Juizes, existindo também aqueles que são o Sr. Manuel, ou o Sr. Agapito. Há aqueles que não abrem as janelas nunca, mas pelas frestas espreitam de binóculos, que não podem ver entrar no espaço da comunidade a Guarda Nacional Republicana, a policia ou o homem do tribunal, mas sentem-se orgulhosamente felizes porque moram num condomínio e até um dia estão descansados porque os policiais não os incomodam. De resto é rigorosamente igualem toda a parte.
    Somente dei o mote.


    Gostei do texto, aborda um assunto interessante.

    bjs.

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Muito obrigada pelo seu comentário, é muito valioso para mim.
Meu abraço, saúde e paz a todos!
Taís