11 de setembro de 2008

NOSSOS AMIGOS: OS CÃES!

Guga / meu cão, meu amigo


Tais Luso de carvalho
 

Há certos momentos na vida da gente que cães, gatos, papagaios, passarinhos e tantos outros animais tornam-se muito necessários, até para nosso equilíbrio emocional. Esses animais não são à nossa imagem e semelhança...Que bom! E nós estamos muito longe de sermos à imagem e semelhança de um ser superior, como nos ensinaram. Se assim fosse não seríamos tão fracos, dependentes, encrenqueiros, maldosos, invejosos e não usaríamos de má fé – aliás, estamos no momento propício para isso; é só ligarmos a televisão no horário eleitoral.

Quem ontem era arrogante, hoje está simples como um pastor de ovelhas; quem roubou como descarado, hoje fala de honestidade; quem ontem só fez por si, fala em fazer para os outros; quem nunca deu a mínima para a educação, só fala em escolas e crianças ... E a prioridade de todos é a mesma: saúde, educação e segurança. Há anos o mesmo papo! E como novidade vejo pela televisão ‘mãozinhas no coração’, num ato de comovente ternura. Tudo virou cômico: não existe programa humorístico que bata o horário eleitoral brasileiro.

São tantas as razões, tantas são as descrenças... Por tudo e sobre tudo discutimos e ofendemos... Mas cá estou - cansada de tudo isso - escrevendo este texto em homenagem aos animais: a todos os animais de estimação e ao meu cão ‘Guga’ em particular. Tem este nome pela sua garra, sua luta e sua vontade de vencer quando foi atropelado; quando o encontrei com um corte profundo no peito, abatido, mal podendo caminhar, e com um olhar que pedia compaixão e um pouquinho de carinho. Nada mais: nada mais! E hoje devolve em triplo o pouco que lhe dei. Dá um aperto no coração quando penso do pouco que lhe dei e o tanto que ele me dá...

Só um cão é capaz de ficar 24 horas, ao pé de nossa cama, sem reclamar, apenas sendo acompanhante, sem nada pedir e num ato de solidariedade;
Só um cão percebe nossa tristeza e fica quietinho, preocupado e ainda arrisca uns afagos...
Só um cão suporta ser escorraçado e não guarda mágoas à frente do primeiro afago;
Os cães não odeiam, não invejam, não ofendem e são capazes de aliviar nossa alma da arrogância, da maledicência e do barbarismo humano.
Só os cães seguem, vida afora, em cima de uma carroça ou acompanham um mendigo, sem nada pedirem.
São Francisco de Assis dizia: não te envergonhes se, às vezes, os animais estiverem mais próximos de ti do que as pessoas...

Agora, ouvindo meus clássicos preferidos, bate-me uma certa tristeza: não sei bem que tipo: pode ser uma tristeza que emana do meu próprio ser ou a tristeza da própria música que me conduz a um estado de reflexão e de desapontamento.

Quem está comigo, deitado bem pertinho?
- Guga, o meu cãozinho. Vou buscar um cobertor para cobri-lo de amor.

8 comentários:

  1. Anônimo20:27

    Oi, minha amiga! Passei pra te dizer que tenho sempre lido suas crônicas e afins. Curto muito. Parece que estamos conversando!
    Meu novo trabalho me afastou um pouco, mas meus queridos amigos estão sempre nos meus pensamentos.
    Grande Beijo! Patrícia Baldez

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  2. Anônimo20:51

    Oi, Patricia, como estás? Faz tempo que deixei uma resposta sobre aquela tua pergunta, lembras?
    Vai no arquivo nº 3 que está lá a resposta, em crônica. Vais identificá-la...
    Beijos, amiga, e obrigada pela visita, sempre bem-vinda.
    Tais

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  3. Adorei este post. Teve até o condão de me comover. Adoro animais e tenho imensos em casa. Agora mesmo, aos meus pés, na sua manta, está o Jack, o meu cão rafeirinho, que resgatei de uma ninhada de rua e dois gatos que apanhei na estrada. Ao lado do computador tenho a Luna, uma gata cega e ainda junto do Jack está o Zorba um gatão bosques da noruega com 15 anos muito frescos.Bonito é que nos dão tudo tudo sem nada pedir em troca. É, na minha opinião, o ponto fraco destes nossos queridos. Confiam nos humanos; são incondicionais. E nós, não somos confiáveis...

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  4. Taís amiga...a cada dia que venho aqui encontro maravilhas, que encantam e nos sensibilizam...adorei tdo q/disse, sobre os animais, tenho mtas histórias,sobre eles, mto especial.
    Tenho pássaros, e cada qual com sua personalidade, só faltam falar: Sol, Rubi,Lua e Pitoco...e quando eu os ouço cantar alto, e tão lindo, eu sinto a presença de Deus, naquele ser tão pequenininho,mas q/se tornam enormes pela força e do maravilhoso canto, que encanta nossa alma. Mas são mtos detalhes,depois eu falo mais.
    Sobre seu recado, realmente pra mim eu não tinha recebido, pois vc o escreveu em seu próprio blog...eu ainda não havia comentado assim, pra mim é novidade, pois estou ainda engatinhando, e procuro em meu blog as respostas.
    Bjs.Waleria Lima.

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  5. Taís,

    Curiosamente este post tem, neste momento, um ano, quase certinho.

    Como sabes a minha concordância é absoluta.

    Por coincidência, aqui em Portugal, estamos a viver um período pré-eleitoral e, claro, sucede o que aqui referes. Parece-me que esse é um facto universal, infelizmente colado ao exercício da condição humana. E o pior é que quem contraria essa hipocrisia, normalmente, ou foge da política a sete pés, ou entra nela e é triturado pela "máquina".

    Esse é um mal que os nossos amigos de quatro patas não praticam. Aliás nenhum de notável, se não forem agredidos, de alguma forma.

    Gostei muito de conhecer o Guga.

    Beijinhos

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  6. Na verdade nós somos os piores animais da face deste planetinhas azul. Só nós matamos pelo prazer de matar, só nós destruímos o ambiente do qual dependemos para viver e por aí vai. Somos uma espécie de vírus do Planeta. Parabéns pelo texto

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  7. Tais: você é uma pessoa muito especial. Este comentário sobre os animais é a maravilha das maravilhas. Continue escrevendo sobre eles, pois nos faz sentir quase humanos. Estou lhe encaminhando o email "quase um cão" , que, de igual modo, parece uma oração diária. Beijos da dircinha e do Lord JACK...

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís