15 de setembro de 2017

TEXTOS: CURTOS OU LONGOS ?

Alice Williams - EUA / 1990

        - Taís Luso

Faz muito tempo quando resolvi participar de concursos literários. Minha escolha caiu em crônicas. Mas uma das exigências era o tamanho do texto. Foi nessa época que aprendi, o tamanho, o tanto de laudas que eu tinha de obedecer nas crônicas. Nada longo. Foi uma das observações que segui à risca. E hoje, em meus blogs, tenho mais ou menos um padrão certo. Sigo com naturalidade, mas sempre me policiando em conseguir dizer sem me estender muito, a ‘enxugar’ o texto, isso significa tirar tudo que não interessa ao leitor, para que a leitura não fique cansativa. Dispersiva. Para que tantos adjetivos e penduricalhos? Vejam um exemplo de um texto, que preparei, onde conto um passeio no campo:

O cavalo era baio, de crinas compridas e desparelhas, uma cruza de um belo garanhão chamado Arcônios com uma égua branca chamada Cigana, que vieram da Argentina – país frio ao sul do Brasil -, celeiro de raças puras e fortes, dirigidas mais para o esporte hípico...

Viram que saco? Que importância tem as crinas compridas e desparelhas? O nome do pai e da mãe do cavalo não tem importância, só enche linguiça! São detalhes que não interessam numa crônica. Essa descrição só pode interessar a quem pretende comprar um cavalo. Ver sua genealogia, seu pedigree.
Procuro descrever um personagem com poucas palavras e trabalhar o principal. Encher linguiça é uma expressão usada que significa enrolar no sentido de falar no que não tem importância. 
Uma das coisas que mais aprecio é colocar a ideia no computador e depois dar forma e cortar os excessos. Cortar, cortar sem medo. Mas aprendi isso graças a inúmeros cronistas e contistas que li e continuo a ler. A poesia também me ensinou muito, sintetiza a ideia, e ajuda a dar ritmo e harmonia ao texto. 
Mario Quintana conta, no seu livro Caderno H, pg. 154, que seu professor, nos tempos de ginásio, disse aos alunos na aula de redação: ‘Não adianta escreverem muito, meninos, porque só leio a primeira página, o resto eu rasgo’.
E foi dessa maneira 'delicada' que Quintana ficou eternamente grato ao professor Major Leonardo Ribeiro; ‘foi a melhor lição de estilo, obrigando-nos a reter as rédeas de Pégaso e a dizer tudo nas trinta linhas do papel almaço’.
Também fico grata ao nosso querido poeta Mario Quintana!




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51 comentários:

  1. Taís,concordo com o professor de Mario Quintana os textos longos acredito que ninguém lê,tornam-se cansativos e por esse motivo modifiquei muito os meus poemas.
    Poucas linhas é o bastante,mesmo assim tenho dúvidas se alguém lê o poema todo.rs
    Amei a sua crônica.
    Bjs e um ótimo final de semana.
    Carmen Lúcia.

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  2. A Taís pode escrever um pouco mais, que os seus leitores não se vão
    aborrecer.....Quanto aos floreados, que nos levam a ler em diagonal,
    por aqui diz-se, que para irem de Lisboa a Sintra, dão a volta pelo
    Algarve....
    É isso mesmo.
    Im bom fim de semana.
    Beijo

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  3. Querida Taís, você é uma grande escritora e o interessante é que você mostra sua humildade, quando relata o desenvolvimento da sua aprendizagem na escrita dos textos. Você é um exemplo a ser seguindo pois mostra que devemos aprender sempre. Tenha um bom fim de semana. bjs

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  4. Que legal! E teus textos são sempre na medida certa, de bom tamanho. Adorei o exemplo dado de encher o saco:;; Só faltou falar na bisavó do cavalo que tinha cortados suas crinas e blá.....

    Bela lição aqui...E essa de ler só a primeira página é demais,rs Imagina!! bjs, tudo de bom,chica

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  5. Obrigada pela partilha desses ensinamentos. Eu nunca aprendi.
    Um abraço

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  6. Acróstico para uma cronista mágica

    Tem muita gente que enrola
    Assim coisas demais diz
    Insisto pois, não dê bola
    Seja sucinto igual Tais.

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  7. Amiga Taís, mais um belo texto bem escrito. Uma bela partilha de aprendizagem que só um ser evoluído reconhece e partilha. Parabéns! Para que esse fim de semana seja de muita paz, amor e esperança de dias melhores, deixo esse pensamento da Ana Carolina:
    “Diga o que você pensa com esperança.
    Pense no que você faz com fé.
    Faça o que você deve fazer com amor!”
    Abraços da amiga Lourdes Duarte.

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  8. Boa notie, querida amiga Taís!
    Quando são bons e bem escritos, o tamanho não me atrapalha não... leio com ânimo...
    Gosto de passar por aqui... sempre é bom!
    Seja feliz e abençoada!
    Bjm de paz e bem

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  9. Oi querida Taís,
    Hoje comecei com fisioterapia(3 sessões), depois irei fazer acupuntura nas solas dos pés para aguentar meu peso não está fácil não.
    Mas da para escrever algo uma vez por semana.
    Você é uma cronista nata.Eu preciso encurtar meus contos e crônicas.
    Boa dica.
    Beijinhos
    Lua Singular

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  10. Oi, Vizinha Amiga, Escritora/Taís Luso !
    A objetividade do texto, é parte fundamental
    do que se pretende transmitir ao leitor.
    Tens toda razão. Parabéns !
    Um fraterno abraço e feliz final de semana.
    Sinval.

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  11. Olá Tais!
    Amiga, o que eu aprendi com esta crónica. Ou melhor, lição de estilo!
    Pela simplicidade e beleza da escrita, pela verdade e modéstia das suas partilhas, eu, uma mera aluna, dou à professora Tais Luso - a nota máxima.

    Escreve, Tais, escreve. Grandes ou pequenas crónicas, tanto faz. Encanta-nos!
    Beijo.

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  12. Quando escrevo, escrevo.... Mas se tiver de cortar, fica bem complicado.. rsrsr
    Bom fim de semana.
    bj

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  13. Certamente enrolar não é bom, procuro nunca fazer isso em meus textos.
    Costumo escrever livros, mesmo que para mim mesma por enquanto, alguma dica? :)

    Adorei o post, beijos e bom final de semana,
    http://mylife-rapha.blogspot.com

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    1. Querida Rapha, o 'enrolar' que me refiro é no sentido de escrever demasiado, o que não precisa, o que complica.
      Beijo, amiga!

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  14. Tais
    Além do mais, saber resumir uma história, ou crónica, em menos palavras, não é fácil para muito boa gente, mas é o ideal. Já para obras de grande fôlego o caso muda de figura; é preciso prender o leitor a pormenores criativos.
    Ah sorri com "encher linguiça", aqui se diz "encher chouriços".
    CONVITE A COMENTÁRIO
    Brasil – País do futuro:
    Agricultura ou Agronegócio, Vocação do Brasil
    amornaguerra.blogspot.pt

    Bjs

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  15. Oi Tais, vou sintetizar meu comentário "boa pegada, valeu"!
    Beijão!

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  16. Taisinha esta tua crônica,"Textos:Curtos ou Longos?" é muito agradável de ser lida pela sua objetividade.
    Pessoas que quiserem escrever sem serem prolixas, portanto de uma forma sintética, e dizendo tudo que é necessário, seja na crônica, seja no conto é uma ótima sugestão. Tu sabes que para se conseguir esse resultado é preciso muita concentração e dedicação, sem se preocupar com o tempo para conseguir atingir esse objetivo. Então é não esquecer que é necessário muito treino, e, obviamente, o gosto pela arte de escrever. Parabéns pela excelente crônica.
    Beijinho daqui do escritório.

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  17. Oi Taís.
    Que beleza de inspiração em Quintana, que sempre me alegrou ler/aprender.
    Não alongar é mesmo uma arte dos belos contidas e cronistas em não conjugar p verbo alongar em suas inspirações/ construção da ideia e assim atingir o leitor com suavidade, que ele o leitor clama. O conteúdo sucinto deve ser procurado e alcançado.
    Uma boa cronica amiga.
    Meu terno abraço amiga e que a nova semana seja produtiva leve e suave.
    Bjs de paz amiga.

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  18. Muito boa sua explicação. Eu costumo ser concisa, por natureza, rsrs,) e talvez não seja o melhor em alguns escritos.. Mas realmente um texto enxuto conduz melhor a leitura.
    Grata pela partilha. Bom final de domingo.

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  19. Que gostoso te ler, tens bom senso e isso já é tudo o que se precisa para poder escrever bem e sem alongar inutilmente os textos.
    Já li livros com infinitas páginas e com prazer por me prenderem a atenção, acho que é isso, sempre se deve prender a atenção do leitor, dizer algo.
    Aqui dizes algo com poucas linhas, concisa, mas coerente!
    Eu amo escrever meus poemas mitológicos, tenho de repensar cada verso para não alongar, rsrs, mesmo porque, nem todos amam mitologia, agradeço quando os lê!
    Quintana, muito bem colocado, gostei,rsrs!
    Abraços querida amiga!

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  20. Todo depende del interés de lo que se cuenta. Es cierto que en la actualidad tiene poco sentido la literatura prolija, detalles que hace menos de un siglo eran muy importantes porque se consideraba esencial el entorno de la acción, en este momento, se eliminan y, a mi, sinceramente,
    no me interesa saber de qué color tiene los ojos la protagonista del relato, ni otros detalles semejantes.

    He retornado ya de mis vacaciones y estoy contenta de poder volver a ponerme en contacto con todos los blogs que sigo. Un abrazo. Franziska

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  21. Muito correto,querida amiga Taís!

    Excesso de adjetivos e descrições longas afastam o leitor.

    Também faço o mesmo que você ao escrever.Uso o word como rascunho,leio e vou cortando o excesso para compor o texto antes de publicar.
    Porque quem escreve como nós,se empolga e sai escrevendo.
    Quintana,maravilhoso ,sempre com conselhos sábios.

    Adorei a crônica.Como sempre,você é magistral!


    Beijos sabor carinho e uma noite de domingo de bênçãos

    Donetzka

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  22. Sempre assertiva, minha querida Taís.
    Parabéns.
    Beijinho.

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  23. Uma crónica muito interessante, Tais. A verdade é que a capacidade de síntese é uma qualidade de quem quer escrever bem. Mário Quintana sempre um Mestre.
    Uma boa semana, minha Amiga.
    Um beijo.

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  24. Pois cara amiga Tais, o legado do Mestre Quintana é tão forte, que apesar de não estar mais conosco há tanto tempo, nossa sensação é de que ele ainda está presente; aliás, está mais presente que muita gente que perambula por ai. Sobre o tema da objetividade,realmente ela é fundamental para quem escreve e para quem lê. Pois o consagrado Marcel Proust é excessivamente descritivo, característica que já correu muita gente que busca a obra desse autor. Eu, por exemplo, passei uns quarenta anos , tentando lê-lo. Por fim, consegui ler a extensa obra proustiana, já agora na 3ª idade. Um abração. Tenhas uma linda semana.

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  25. Minha querida amiga Tais, li com muita atenção esta crônica, pois é uma dúvida eterna em mim, embora tenha me apaixonado pelos textos curtos do Caio Abreu, mas não conseguia, ia esticando e acabava por abandonar por perder o sentido do que queria escrever...então a poesia parecia uma solução para mim, escrever e dar sentido amplo em poucas palavras, mas não sou poeta de ofício...meus primeiros contos, ainda nos anos 80 mostrei para uma amiga, que lia, tinha conhecimento e ela não gostou, por ser amiga, me foi sincera, foi então que desisti de uma carreira de escritor (cheguei a sonhar), pois a minha incompetência era muita...mas precisava escrever, preciso, é minha terapia...então aconteceu meu blog, onde venho praticando a escrita e me libertando de meus próprios fantasmas, enfim, querida amiga, estes meus escritos, que graças a Deus e tuas generosas aparições no meu blog, estão tomando forma, não sei do quê, mas tem sentido, eu me encontro nos meus escritos...mas Mário Quintana, meu anjo poeta, deixou mais uma lição a seguir e praticar, é o que tento fazer, e vou fazendo...querida amiga sempre acrescentando em minha vida, sempre me fazendo pensar, rever, revisitar, me fazendo crescer, obrigado.
    ps. Carinho respeito e abraço.

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  26. Textos longos e evasivos acabam por desinteressar quem os lê, não se completando a leitura.
    Como sempre minha amiga, excelente!!!
    Boa semana
    Beijinhos
    Maria de
    Divagar Sobre Tudo um Pouco

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  27. Querida Tais: Estoy de acuerdo contigo en la forma de sintetizar tus interesantes crónicas.
    El poner la idea en el ordenador y después cortar los excesos, parece una cosa sencilla, pero hay que dominar muy bien el lenguaje para conseguir esa fluidez en la escritura y ese dominio que tienen tus crónicas.
    En la escritura, como en la pintura hay que eliminar las cosas superfluas, que solo sirven para que el lector o el contemplador de un cuadro, se pierdan con el exceso y no se centren en la parte principal.
    Un fortísimo abrazo

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  28. Adorei como sempre, as tuas crônica são tão informativas quanto Literárias,mas ri muito ,pois não sabia dessa peripécia do Quintana...Estou aqui rindo ainda...Um grande abraço! Sabe que além de amiga sou tua fã.Amo teus comentários,tuas crônicas,amei aquele pequeno trecho na crônica que você foi minuciosa,gosto disso tudo.Beijos!

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  29. Bom dia, os textos longos são cansativos e mal interpretados, ao contrário, os curtos e objectivos são de fácil interpretação, "um prédio foi construído com 100, tijolos na parte de cima, 100 ao meio e 100 em baixo, levou mais 100 no lado esquerdo na vertical e mais 100 no lado direito" se fosse escrito que o prédio foi construído com 500 unidades de construção, estava tudo dito e bem compreendido, gostei imenso da sua partilha pura e verdadeira.
    Continuação de boa semana,
    AG

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  30. Olá Taís, concordo em gênero número e grau, texto longo com certeza não serão completamente lidos, principalmente pra aqueles que não gostam de ler. Seus texto são ótimos, enxutos, de linguagem compreensível, sempre nos oferece uma parseroza leitura.
    Tenha uma fim de tarde suave!

    bjs!

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  31. Rrsrsrsrrs! Contenção de palavras... nisso, afirmo categoricamente, que sou praticante!... E cumpro sempre que posso, escrupulosamente!... Sempre que dá... procuro não exceder meia dúzia de linhas... :-D E fico sempre maravilhada, com quem consegue dizer grandes verdades, numa linha ou duas... para mim... tal, é pura classe!...
    Adorei sua crónica, Tais, um tema com o qual me identifico muito... sobre o poder de síntese!...
    Beijinhos! Feliz semana!
    Ana

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  32. Eu, particularmente, prefiro os textos mais curtos, desde que alcance o seu objetivo maior. Bela crônica Taís.

    Beijos,

    Furtado

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  33. Com certeza, um texto curto bem escrito o leitor tem mais prazer de ler. Embora saiba que quem redige bem e tem boas ideias da prazer ler. Grata pela visita ao meu cantinho. És sempre bem vinda! Abraços, tenha uma noite de paz e um amanhecer feliz. Bjuss

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  34. Só posso concordar com você. Eu sempre busco essa economia verbal.

    bjs

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  35. Gostei muito do post! Realmente, textos enormes só desanimam o leitor, ainda mais nos tempos em que vivemos, quando há tantas informações e ofertas... Hoje tudo tende para "máximas", mensagens curtinhas com efeitos especiais...
    O que vale mais é o conteúdo, a qualidade do que está sendo apresentado.
    Suas crônicas são preciosas.
    Abraço e boa 4a feira...

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  36. Tudo tem de ser na medida certa, expressando sem rodeios a mensagem que queremos passar. Amei a crônica e aprendi também.
    Bjos!

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  37. Uma crônica que é uma bela lição. Gostei muito!..
    Um abraço.
    Élys.

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  38. " Longos ou curtos?"Ai, ai, Tais!!! Tenho tanta dificuldade em escrever textos curtos...Não quer dizer que não consiga resumir um texto com facilidade, mas, se me derem loberdade, alongo-me muito, aliás, é só ver os meus comentários pelo mundo dos blogs afora...autênticos testamentos. Quando li a tua cronica, lembrei-me de um professor de economia do meu filho que, antes de cada teste, escrevia no quadro: " a palha é para os burros...eu não sou burro para comer palha e cultura é aquilo que fica depois de se jogar fora muito do que se aprendeu "
    Amiga , para que, desta vez não fique aqui muita " palha" o meu comentário acaba, mas... ( mais um pouquinho só. ...) antes tenho que te deixar os parabéns pelo tema que me " toca muito " e também um beijinho de grande amizade. Não me alonguei muito, pois não?
    Emilia

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  39. E grata fico eu, pelo texto breve e tão rico de conteúdo, e porque aprendi hoje algo mais.
    Obrigada, por nos transmitir estes ensinamentos.
    Um beijo
    :)

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  40. Olá Tais querida,
    Como sempre arrasando! É tudo isso aí que você falou!
    Beijos amiga e Deus abençoe.

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  41. Qué bien te entiendo, Tais.
    Al principio de publicar, estuve cinco años haciendo una crónica turística mensual para un pequeño periódico de Barcelona.
    Acostumbrada a escribir sin freno, me dejó helada la orden del jefe, Amadeu Clavé: 30 líneas. Lo que aprendí limpiando y eliminando fue un máster al que aún hoy sigo agradecida.

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  42. Ah, Taís...conseguisse eu escrever um texto, mas não, por mais que tente nada sai, a não ser poesia e sonetos, muitos sonetos, rsrs...Parabéns pelo excelente aprendizado que repassas!!! abraços, ania..

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  43. Gostei da lição que eu já havia recebido milhares de vezes, mas não me policio. Na faculdade, em trabalhos, nós chamávamos a parte dissertativa de "parte vaga" ou encher linguiça (no meu tempo com ü - "tremado", a "lingüiça"). É uma grande verdade que vem sendo mais verdade ao transcorrer dos anos, pois cada vez menos as pessoas gostam de ler. Querem ouvir e ver - videos e frases curtas de efeito. Noticias televisivas fazem sucesso, jornais impressos já eram. Creio ainda que os provérbios populares voltarão como frases de um iluminado. Ex: mais vale dois marimbondos voando do que um na mão. Uma frase assim valerá por uma catilinária de Cícero. Mas Tais, obrigado pela dica, visto que em prosa eu sou uma nulidade por estender-me e em versos venho colhendo poucos aplausos dos de educação antiga como eu. Veja, meus versos em décimas, vendem mais na Ilha Terceira dos Açores, onde gostam da tradição. O mundo está louco e eu antigo ou defasado como diz meu filhinho de onze anos - ele que regula meu celular e computador, quando a Sandra não está. Belo texto o teu, e grande partilha. Parabéns! Abraços. Laerte.

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  44. Mas a capacidade de síntese não está ao alcance de todos.
    Mas no romance não interessa nada. E até bons autores "enchem chouriços" (versão portuguesa do vosso "encher linguiça"...) na sua narrativa.
    Bom fim de semana, amiga Taís.
    Beijo.

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  45. É um exercício diário que pratico a compor os textos destinados a este tipo de comunicação blogueiro...
    Porém, o esforço de síntese é intenso, quando os temas são científicos, foi por essa razão que desisti temporariamente dessas publicações, cujos resumos me cansavam muito.
    Está provado que os seus textos agradam pela assiduidade dos seus leitores...
    Grande abraço, querida cronista amiga...
    ~~~~~~~~~

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  46. Só posso subscrever o que escrevestes, como professora de português que fui.
    Cada género literário tem as suas regras e especificidade. Misturar as características de cada género literário, resulta um texto incaracterístico.
    Bjinho

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  47. Também sou grato a Mário Quintana. E agora a você com esta breve aula de estilo. Na escrita temos que fazer a roupa no tamanho exato para cobrir o corpo para que a foto saia legal. Ou melhor, o texto. E assim ficam os nossos olhos movediços entre o corpo e a roupa. Quer coisa melhor? rsss.
    Um beijo, minha miga Taís! Já estava com saudade da verve dos seus textos.

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  48. Mas sabe Taisinha, eu gostei de conhecer melhor o cavalo e de saber os inusitados nomes dos pais. Também gostei de saber que são da Argentina. Sabe aquelas igrejas com linhas retas, sem arte? Outro dia falamos sobre isso, lembra? Então, saber como é o cavalo, os nomes, locais, é arte. Viajo, saio do chão. Eu gosto! Claro, da arte bem feita com a tua! Importante dizer isso!

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  49. Taís:
    tampoco a mí me gustan las descripciones largas. ¿Qué me importa a mí si las cortinas eran de terciopelo rojo con flores de no sé qué? Unas cortinas y punto, jajaja.
    Abraços.

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís