- Tais Luso de Carvalho
É óbvio que a prioridade absoluta de tudo nesse mundinho infernal é o bem estar e a felicidade do ser humano. Porém, isso não quer dizer que não existam outros seres carentes e indefesos que mereçam nossa atenção, também.
Nas minhas andanças pela WEB, muitas vezes dou de cara com blogs mostrando o horror que fazem com os animais. Isto me deixa muito indignada e descrente da minha espécie, dos humanóides. Admiro quem tem a coragem de mostrar, de alertar para tais atrocidades, mas tenho de respeitar minha estrutura psíquica, não me faz bem ver isso muitas vezes; já vi o suficiente. E não acredito que isso vá mudar muito. Onde há dinheiro no meio, as coisas continuam da maneira que estão, ou extrapolam.
E mesmo com órgãos governamentais ou não governamentais, que fiscalizam os maus tratos em relação aos animais, a coisa continua de vento em popa em todos os países do mundo. As vítimas são cães, gatos, vacas, cavalos, baleias, golfinhos... E por aí vai, uma imensa lista.
Mas postarei aqui o inverso, a bondade dos animais e não o que nós fazemos com eles. Postarei amor e não ódio; não postarei o resultado da doença mental que existe nos seres humanos. Mostrarei amor.
Infelizmente nós, seres ditos como superiores, cometemos crimes que até Deus duvida, pois o que Ele se propôs a criar virou isso: somos seres embrutecidos. Naturalmente há lá suas exceções... E não consigo nem imaginar se todos fossem criminosos, insensíveis, trapaceiros e cruéis.
Dias atrás, no chão de um elevador, dei de cara com uma lagartixa alucinada, tentando fugir. Minha primeira reação foi pisar... Aquele bicho me olhando... O que poderia aprontar?
Meu marido - que estava junto – segurou meu braço e disse: não mate, deixa a coitadinha, ela está lutando para viver! E aquilo me fez pensar; realmente ela estava lutando, e talvez com medo de nós.
Com o pé empurrei o animalzinho para um canto onde ela pudesse sumir e cuidar da sua vida, seguir seu caminho tentando fugir dos predadores, que naquele momento seria eu. Mas são coisas que a gente vai aprendendo com um órgão que se chama coração – que significa sensibilidade e compaixão. E saí contente, afinal, a pobre lagartixa não nos agrediu e não representava nenhuma ameaça.
Por isso entendo muitas pessoas que não comem carne, que não usam casacos de pele, que não comem foie-gras – patê de ganso. Realmente, não precisamos de carne e nem de casacos: há substitutos destes produtos. Só não há substituição para o amor e o carinho que os animais nos dão. Mas estamos lentos demais para aprendermos que não é só dando que se recebe; podíamos pensar em apenas dar. Este sim é o amor incondicional. E nisso, não somos os campeões...
A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem. (Arthur Schopenhauer)
Leia também neste blog:
Ah Tais. Eu teria agonia da lagartixa no elevador, mas não teria coragem de matar. Não por nobreza, mas sim porque tenho fobia de uma série de bichos.hahahahahah.
ResponderExcluirLindo texto, especialmente as duas últimas frases. Amei.
Beijão.
Realmente Tais, tá faltando amor. Já vi várias cenas ridículas envolvendo tortura e treinamento de animaizinhos, e são coisas de cortar o coração. Pessoas desalmadas que acolhem para cuidar e dali a poucos dias abandonam nas ruas...O pior Tais, é que esse tipo de atitude tem evoluido e atingido até a gente, seres superiores e pensantes, o desamor tá contaminando todas as espécies, mas ainda tenho esperanças de que os poucos que ainda conseguem amar farão a diferença e mudarão esse quadro (UTOPIA).
ResponderExcluirbeijos Tais
PS. já tava com saudade de vir aqui.
Putz, ótimo tema! Eu também, Tais... Fiquei horrorizado no dia em que vi um filme, acho que passado na China, de um "tirador de pele" de bicho vivo. Os caras penduram o bicho, uma espécie de cão, acho, e vão, na base do facão, cortando a pele e puxando. O animal urra de dor, desfalece, fica ali, semi-vivo, entregue àquela bestialidade, os olhos, uns olhos que nem te conto, uns olhos de quem não crê que estejam fazendo isso consigo, resignado á bestialidade humana. Depois da pele tirada, inteira, o bicho é jogado numa pilha enorme de bichos agonizantes, para logo serem queimados vivos. É uma crueldade gratuita que nunca vi igual.
ResponderExcluirHá algum tempo escrevi isto:
http://oscausosdocruz.blogspot.com/2008/10/pelo-meu-direito-de-me-indignar.html
Pois bem, Tais... a listagem de barbaridade e maldades humanas contra os animais é bem o que vc diz: sem fim. Quanto a mim, sempre peço a Deus que eu não encontre pela frente um maldito desses judiando de bicho. É das poucas coisas que me deixam bastante agressivo e violento.
bjo
Cesar
Tais, adorei o Tafarel e o Nêgo Veio.Sou fã incondicional de animais.Faço parte de uma Ong de proteção. Este novo olhar talvez seja o que todos precisamos para caminhar em paz com a vida. Um grande abraço.Eloah
ResponderExcluirTaís, tenho acompanhado suas crônicas. Em primeiro lugar porque você escreve muito bem. Quando digo escrever bem estou me referindo a forma e conteúdo.
ResponderExcluirGostei da sua confissão em relação a lagartixa.
Parabéns Tais.
Nós temos o dever de defender a lei, a moral, a ética...mas somos humanos. Precisamos de esperança e tolerância, fé e trabalho!
Um abraço. Antonio Machado
Os animais são amigos tão agradáveis: não fazem perguntas, não criticam .
ResponderExcluirEu estou fermentando aqui na cabeça um conto, Taís, onde os animais vão ter uns dias de racionalidade e vão precisar lutar com o homem pela sobrevivência. A comida vai estar escassa no planeta e eles vão aprender a usar as mesmas armas que o homem, inclusive com requintes de crueldade. Vai sair breve. O Dia da Caça. rsrs. Abraços. Paz e bem.
ResponderExcluirOi Taís
ResponderExcluirAmo meus 2 gatos e meus 2 cachorros (Tenho um quintal enorme). Como carne, mas tenho de admitir que se tivesse de matar um animal para comer morreria de fome.
Horrível pensar que somos cruéis pelo simples poder de sê-lo. Os animais só matam para se alimentar ou se defender. Somos os únicos animais que atacam sem motivo. Autodestrutivos e destruidores de seu meio. Sinceramente, não consigo ver a nossa superioridade perante os outros animais.
Beijos
Deva
Quando houver mais amor, mas o verdadeiro, aí sim, estaremos bem melhores...Lindo texto e reflexão feita por ti! beijos,chica
ResponderExcluirBom dia Taís, essa crônica excedeu o ser ótima, ela é necessária... Eu adoro animais. E até hoje não me perdoo por ter deixado a obra em minha casa matar meu cão... Fiz de tudo... até paguei amigos para cuidar dele enquanto a obra não terminasse para que o cimento e arames não o ferissem... mas ele teve que voltar. Não consgui me desfazer dele, e os Husky siberianos são muito sensives, ele não aguentou os ataques da minha óbra e faleceu.
ResponderExcluirFiquei muito triste me senti um assassino. Poderia ter feito mais, ter feito mas do que eu achava possível... Mas só vi isso quando era tarde de mais, o Beethoven, já havia ido para sempre...
Um grande beijo Taís.
"Mas postarei aqui o inverso, a bondade dos animais e não o que nós fazemos com eles. Postarei amor e não ódio; não postarei o resultado da doença mental que existe nos seres humanos. Mostrarei amor"
ResponderExcluirInteressante sua escolha de ponto de vista! Dizem que denunciar a violência o tempo todo para lutar contra ela é, talvez, uma maneira de continuar reforçando a violência no nosso inconsciente. Portanto, ao invés de diminuí-la, estaremos contribuindo para aumentá-la! Boa escolha a sua!
Animais mostram que tem muito mais compaixão que nós mesmos, pois quantos casos matilhas de lobos, ou bandos de macacos, adotam filhos de nós homens?
ResponderExcluirRealmente, tem um amigo animal que amo muito, mas só meio insensivel ao que se trata de outros animais (pois sou meio carnivoro demais).
Fique com Deus, menina Tais Luso.
Um abraço.
Taís,
ResponderExcluirToda a natureza entrelaça amor e nós humanidade vivemos com o pires na mão, cegos ao amor que está em nossa vota. Com a sua reflexão e a cena da lagartixa foi possível compreender o quanto precisamos ser rápidos na solidariedade. Bela reflexão que nos mostra o quanto é possível viver sem o pires e sem a cegueira no coração. Parabéns!
Um abraço.
Vou apenas transcrever frase de Leonardo da Vinci: "Haverá um tempo em que os seres humanos se contentarão com uma alimentação vegetariana e julgarão a matança de um animal inocente da mesma forma como hoje se julga o assassino de um homem".
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