Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai.
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.
Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.
O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
Em verdade estou morto ali.
Bandeira, Manuel, 1886-1968
Libertinagem Estrela da manhã / Rio de Janeiro
Nova Fronteira, 2000.
Nossa que forte! Que identificação! O filho extensão do pai. Pai morto, filho sem motivação. Esse Manoel Bandeira retratou no poema o que acontece com muitos filhos quando perdem o pai.Parece que perdem a si mesmo. Gostei, bjs amiga
ResponderExcluirGRANDE, MUITO GRANDE, MANUEL BANDEIRA!
ResponderExcluir"Em verdade estou morto ali"...
Um beijo e obrigado por teres trazido esta poesia nesta época.
Olá Tais,
ResponderExcluirUma enorme coincidência ocorreu! Estou em fase de ajustes finais de um texto chamado "Um único dia no passado". É a troca de emails que fiz com um amigo, órfão como eu, onde debatemos o triste assunto...
Agora a coincidência: estou usando JUSTAMENTE este poema do Manuel Bandeira! Transmissão de pensamento!
Logo você verá a postagem lá no blogue.
Bjão a vc, por lembrar às pessoas de tão essencial poesia.
Cesar
Oi, Cesar, não poderia deixar de prestar uma homenagem aos meus pais que se foram e que deixaram, em mim, a dor da saudades...Jamais uma separação, tão brutal, será uma doce lembrança. Todos nós, neste dia de finados, seremos um pouco 'Manuel Bandeira'.
ResponderExcluirbjs, amigo.
tais
Boa noite. Obrigado pelo registo no "Namorado". Gostei daqui. Vou tambem adiciona-la.
ResponderExcluirBom fim de semana e cumprimentos.
Francisco
Olá Taís,
ResponderExcluirQuerida amiga,esse poema de Manuel Bandeira; desnuda a nossa dor de almas orfãs; principalmente de meus filhos que ainda jovens, sentem muito a perda do pai.
Bjs,Vera
Oi, Verinha, pois é, entre tantos poemas - amargos - que li sobre esse dia, achei esse muito completo: mostra a dor, o sofrimento e o desamparo dos que ficam; é o calvário pela frente.
ResponderExcluirBjs, amiga.
tais luso
Olá Tais
ResponderExcluirAdorei sua visita. Também estou seguindo seus blogs, que são lindos!
Nesse poema de Manuel Bandeira toda verdade foi dita...
Bjs
"Em verdade estou morto ali."
ResponderExcluir...Obrigado pela reflexão^^
Tais, esse poema de Bandeira sempre
ResponderExcluirme tocou. Mas hoje, ao lê-lo, senti
um aperto muito grande no coração.
Sábado foi a missa de sete dias do
falecimento de meu pai. A gente deposita
ali, na última morada deles, não só um pai,
mas uma história inteira de vida.
Grande abraço, amiga.
Jac...
ResponderExcluirMeu carinho, imagino tua dor.
São nesses momentos - de fragilidade - que é necessário o esforço máximo para superar a crise.
tais
Olá Taís,
ResponderExcluirImagino a dor de quem já perdeu seus pais. Porém, só sente realmente quem já passou por isso. Eu ainda tenho pai e mãe e estive com eles agora em outubro, no Ceará. Meu pai tem 93 anos minha mãe seis a menos. Os dois perfeitamente lúcidos.Sei que não será fácil ficar sem eles.
O poema de Bandeira mostra fortemente isso.
Beijos,
Dalinha
Olá Tais!!!td bem???
ResponderExcluirOs poemas do Manoel Bandeira são divinos!!!! esse então... é bem interessante!!!
Obrigada pela visita no meu blog!!! Estava sentindo sua falta lá!!! Vc sumiu buaaaaaa... que bom q esta de volta!!!!!rss vc sabe q sou uma grande admiradora do seu cantinho!!!!
Grande beijo pra ti e ótima semana!!
A crônica que me referi, na qual usei o poema do Manuel Bandeira, já está lá no blogue. Chamei-a de O Derradeiro beijo da mamãe. Vc que, como eu, é órfã também, certamente irá se identificar.
ResponderExcluirbjão!
quando esse poema foi escrito?
ResponderExcluirBoa tarde, 1930 em 'Libertinagem'.
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