COISAS QUE OS HOMENS NÃO ENTENDEM

      

         - Tais Luso de Carvalho

Nós, mulheres, temos muitas coisas que os homens não entendem,  falarei apenas de algumas. Uma delas são nossas bolsas, estilo contêiner. Sem muitas delongas, os homens conseguiram abolir suas pochetes, pastas e bolsas tiracolo.  Hoje carregam uma carteirinha com  o cartão de crédito, celular e pouco dinheiro espalhados pelos bolsinhos existentes na roupa. Assim estão prontos para os passeios.  E o interessante é que dá certo. Os homens são práticos em alguns quesitos. 

Com as mulheres o negócio já é diferente: precisamos carregar  nossa casa nos ombros, sim, literalmente nos ombros. Não faço parte do time das mulheres grandes e fortes, mas não tenho bolsas pequenas. Como dá pra ver, tudo comigo é muito proporcional. Os homens não têm a noção do que carregamos, mas não conseguimos ser diferentes.  Mas seguindo...

Não conheço nenhum homem que tenha o fôlego de uma mulher para caminhar num shopping. Percorremos facilmente 400 lojas, pedimos reserva da mercadoria em várias delas e continuamos inteiras.  Se os homens agissem de tal forma, acabariam o dia  agonizando. 

Homem nenhum aguenta andar sem objetivo, e muitos compram no primeiro impulso sem ver preço e pesquisar os similares em outras lojas. Compram no desatino. Mulher pensa em encontrar algo sempre melhor e mais em conta. É a nossa sina.

Mulher, curti a compra: olha tudo - mesmo o que não vai comprar. Brincos para as mulheres são joias  importantes,  algo sério, a mulher carrega a sua alma num brinco. E os homens até hoje não descobriram isso. Para eles todos os brincos são iguais. Iguaizinhos! 

Acho que pelo fato de sermos assim, tão minuciosas, nossos sentidos são mais aguçados: ficamos na espreita, à pensar. Por isso que mulher consegue trabalhar fora, cuidar dos filhos, da casa, do marido, dos pais, da empregada, do cachorro e preparar festinhas para festejar chegadas e saídas familiares. E ainda conseguimos tempo para discutir sobre as frescuras do condomínio.  Sim, nós podemos!

Homem não: depois de cada atividade, deita e dorme. E ronca. Mas eles não estão errados, apenas são diferentes. São cheios de milongas, sabemos disso, são nossas crias.

Supermercado? É gostoso curtir as promoções: salsichão na farofa, sucos, queijos, biscoitinhos… Aquela coisa bem descarada: provar e não comprar; fazer onda: ahh, que maravilha! Agir assim, com tamanha desfaçatez é coisa de mulher. Homem é diferente, entra num supermercado já sonhando em sair. Se vão comprar água, compram água. Mas nós saímos com 4 sacolas. Porém...  

Numa oficina, numa ferragem, numa vinícola se perdem no tempo, parece que vão comprar o estabelecimento. Ficam tempo estudando a procedência da rolha da garrafa do vinho tinto da safra de 10 anos! Coisa de homem: a rolha, a uva, a safra, o perfume.

Mulher não pede licença para dar conselhos: temos a mania de tentar resolver os afetos das amigas,  dar conselhos na cor dos cabelos, na decoração e pintura da casa, na educação dos filhos. Dos filhos dos outros! Que coisa triste, isso. Homem paga para não se meter na vida dos outros, é mais prático, mais racional.

Também ficamos horas escolhendo a cor da cama do cachorro  para combinar com o sofá. Sim, existe isso.  

Mulher dá palpite até no cheiro do desodorante do amigo do filho; dá receita  para enxaqueca, para problemas na coluna e mais além. Inclusive para quem não pediu nada. E essas agradáveis caridosas não são as exceções.

Temos uma ânsia por ajudar, por resolver os problemas alheios, mas essa invasão não tarda em virar confusão. 

Mas esse lado feminino, multifacetado, chato, difícil e irritante é que nos faz umas adoráveis criadoras de confusões. Tudo em nome da generosidade, da solidariedade. Com dois braços abraçamos o mundo. Depois ficamos altamente estressadas - coisas nossas.

Todas essas  particularidades, devem ter lá suas explicações e algum sentido na nossa vida, coisas difíceis de entender. Mas assim se formou nosso DNA.

Não percam tempo em entender, não existe explicação.