- Tais Luso de Carvalho
Há mais de 40 anos que não tínhamos aqui no sul um inverno tão frio, com dias tão melancólicos. Confesso que sempre adorei inverno. Mas mudei de idéia. É neste inverno, com dias gelados, chuvosos e nublados que descobri, pela primeira vez, que não gosto de inverno. O que havia aqui, para mim, era uma meia-estação. Um inverno desmoralizado... Com dias de bastante sol e luz. E com uma temperatura suportável.
Não faz muito que meu sonho era morar na Serra, em Gramado ou Canela, belas cidades serranas. Passei bons anos de minha vida com esta idéia, com este desejo, e enchendo o saco da família. Não dei trégua, mas também não convenci ninguém. Achava que morar numa cidade pequena, na Serra Gaúcha, teríamos uma qualidade de vida excelente.
Hoje, com o passar dos anos, e com este frio que está fazendo, vejo que me daria mal... O frio é muito desagradável, nos deixa engavetados e sem ação. Quem gosta de frio é turista que vai embora no terceiro dia... Ficam lá na lareira do hotel, com o vinho e fondue, com a chuva, a neve e o frio. Tudo é festa, tudo é novidade.
Mas, com o passar do tempo o frio vai nos detonando, e pedimos a Deus que mande um calorzinho... E quando vem o calor, o insuportável calor, também ficamos desatinados. Até a natureza nos mostra o quanto é difícil o meio-termo, o equilíbrio.
Então, lembrei das conversas que escuto há anos nos elevadores dos prédios residenciais aqui no sul do país:
NO INVERNO...
- Oi!!! Bah, guria, mas que coisa de louco esse frio, heim?!
- Pois é, to louca que chegue o calorzinho pra pegar uma praia...
- Há 40 anos não faz frio assim, criatura!
- Pois é! A gente não sai de casa, né?
- É... Mas vem mais frio por aí, te prepara...
- Nossa, que horror! Vou comprar pinhão e fazer quentão.
- E eu to indo comprar umas pantufas de pele...
-Tchau!
NO VERÃO...
- Oi! Mas que calor, heim?! Bah, isso até parece o Rio de Janeiro!
- É coisa pra louco, tomara que venha o inverno!
- Pois é, faz anos que não temos este baita calor...
- Minha pressão desce. Eu desmaio. Minha mãe já era assim...
- Nossa, guria, que horror! Então te cuida, heim!!
- É horrível! Não sei mais onde me enfiar...
- Eu vou pra praia, pelo menos lá tem aquele nosso ventinho e durmo de cobertor...
Tchauzinho...
Não existe quem não conheça este papo, morando num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza...
Taís,
ResponderExcluirmorei durante vinte anos numa cidade serrana no interior de Pernambuco. No inverno, a temperatura chega aos 10 graus. Há três anos moro no litoral e isso me fez muito bem. Quando morava em Garanhuns, tinha gripes frequentes e os dias de inverno eram assim mesmo: melancólicos. Isso não significa que não gosto de lugares frios. Na verdade, acho que tem seu charme e mistério próprios. Mas prefiro os dias ensolarados e o calor que aquece e anima. Grande abraço e ótima semana.
O pior Tais, é que é assim mesmo, ninguém nunca está satisfeito. Mas que eu queria sentir esse frio do Sul, ah... eu queria.
ResponderExcluirBeijos
Associo teu blog a um bom vinho! Sempre que posso, venho beber das suas palavras...Aproveito querida pra agradecer o carinho que vc deixou esparramado no meu Solidão enquanto estive ausente. Beijos&Carinhos.
ResponderExcluirAssim mesmo..rs. mas prefiro ficar largadona de calor que endurecida de frio.
ResponderExcluirGostei da crônica e da conversa de elevador.
beijos
Oi Taís,
ResponderExcluirAcho que eu não me acostumaria com o frio daí, nem mesmo o frio normal.
Aqui no Rio está fazendo um friozinho. Estou aqui de meia e casaco e toda encolhida. E também escuto as mesmas conversas (rsss).
Bjs.
Verdade Taís, mas também a gente vive no over, não é? Não temos meio-termo. É por isso que estamos sempre reclamando. Que frio, guria!!! Brrrrrrr. Eu também detesto o inverno, a gente fica amarrada, sem elan. O negócio mesmo é virar turista e ficar no bem-bom, lareira, vinho e um bate-papo gostoso. Tô aqui, com o ar condicionado a mil, coitado, não tem descanso. Bjs, adorei a crônica.
ResponderExcluirÉ muito comum em uma situação de desconhecimento a gente puxar assunto com alguém falando do clima, não é? Aquele papo sobre intempéries para dar o ponta-pe inicial numa amabilidade qualquer na rua, na fila, no elevador, na padaria, etc. Agora, parece que está virando assunto obrigatório de tanto que vem incomodando. Aqui em BH, que sempre foi uma cidade de temperaturas amenas em qualquer estação, a coisa está chegando aos extremos ano após ano. Há tempos eu não sentia tanto frio. Abraços, Tais. Paz e bem.
ResponderExcluirEntão,
ResponderExcluireu AMO o frio e tenho vontade de morar na serra gaúcha. Minha pele fica mais bonita, meu humor mais alegre, e para dormir eu nem preciso de muito tempo para cair nos sonhos hehehehe.
Agora aqui em Uberlândia é um calor danado!
Estamos no inverno e não precisei usar mangas compridas! Ontém fez 31 graus!!!!!!
Nem 8, nem 80, né?
Abraço
Mariza :-)
Oi Taís,
ResponderExcluirPor que o meio termo não existe? Por que não nos contentamos com o que temos? Seu texto me traz estas duas questões.
Sou do sertão nordestino. Aqui o calor é regra, mas o frio também nos visita. Neste momento, minhas mãos estão geladas, as noites costumam ficar com 14, 15, 16, 17º, isso no frio. Em época de calor oscila dos 21 aos 38º. Nada comparado à sua região. Acho que não suportaria viver em um lugar onde 17º fosse calor...
Seu texto muito gostoso como sempre....bjs
Pois é, Taís. Eu adoro inverno! Claro, o inverno paulista não é duro como o de vocês! Sim, vc tem razão: quando a temporada de inverno pega mesmo, nós, os amantes do frio, afinamos rapidinho. Quem aguenta as gripes, os lábios rachados e os banhos que não esquentam, por muito tempo?
ResponderExcluirAh, a propósito! Sou o maior reclamador de elevador que há. Não posso ver uma velhinha que já digo: "a senhora vê que horror esse calorão?".
bjs
Cesar
Olá Taís,passo deixo um beijo e votos de uma boa semana.
ResponderExcluirOLÁ TAIS
ResponderExcluirAcho que o nosso poeta Quintana quando fez o poema Monotonia estava vivendo um inverno desses. Coincidência é o poema desta semana lá no Quintana Eterno. Acho que ele completa com chave de ouro este comentário.
Um abraço
Bernardo
É verdade...
ResponderExcluirVida boa é de turista, pula de lá pra cá e tudo é novidade.
Aqui não temos inverno só um eterno verão,e as conversas de elevador são só uma.
--Que calor!!!
--Estou sufocando!
--Estou com uma sede!!! etc
Mas quando eu vou pro sul,geralmente no final do ano, sempre pego um pouco de frio à noite, mas mesmo assim, dá para aproveitar uma praia.
Tenho uma amiga que está no Canadá, lá sim o frio é de morte.
bjs
crônica em gosto para ser lida ao som de sontas...
ResponderExcluirgostei das imagens que vc cria
Olá Taís,
ResponderExcluirMoro no Rio de Janeiro que tem uma variação de clima.
Já algum tempo não fazia frio como está fazendo agora.
Contudo minha preferência é pelo sol. Sol é vida, é gostoso para caminhadas, parece que ilumina a vida da gente.
Beijo,
Dalinha
Dito e feito, Taís,
ResponderExcluirexagero só é suportável por no máximo três dias e mesmo assim quando se tem conforto,pois bem-estar é fundamental_ afinal é século XXI,né mesmo?
Na quarta passada minha filh que mora aí em Poa, me ligou toda faceira pois estava nevando na serra e ela assistia tudo da janela do hotel.Não é boba não,rsrs!
Dias mais quentes p/ vcs aí,porque senão o frio chega aqui tbm.
Bjkas,
Calu
Tais, querida!
ResponderExcluirSocoroooo!! Cadê o país tropical? Acho que nunca passei tanto frio! Que tempo maluco! Aqui, em Curitiba, está muito frio e cinzento! éca!
Concordo com você, também descobri que não gosto de frio!
Quanto aos papos de levador... dei boas risadas... é assim mesmo!...rss
Beijos gelados...
Lia
http://liaks25.blogspot.com/
Taís, eu sofro demais por causa do inverno. E nesse frio mixuruca aqui, do estado do Rio! Toda vez que ouço contar sobre o inverno que vocês têm enfrentado aí pelo sul, só de ouvir, viro picolé. rsrs
ResponderExcluirInverno para mim é sinônimo de alergias respiratórias. Quando não ocorre por causa do frio, é o excesso de roupas a que se está obrigado para resistir. Quando eu morava em Petrópolis, sofria demais! Serra, só no verão.
O calor também maltrata. No meu caso, bem menos que o frio. Sempre se pode apelar para a água do mar, ou correr para um ambiente refrigerado.
E essas conversas de elevador, Taís, acho que elas vão ocorrendo cada vez com maior frequência, e não apenas aí pelo sul, não.
Bjs, amiga, e inté!
Pois é amiga, este tempo está prá lá de maluco!...:)
ResponderExcluirAcabei de voltar de São Paulo (passei uma temporada cuidando da neta, pois a babá estava de férias).
Na hora de fazer as malas, já foi o maior sufoco, pois meu filho havia me dito que por lá o tempo mudava a cada dia.
Não deu outra! Nos dias em que lá estive, passei dias frios (em que pensava que ia virar um picolé), e outros TÃO QUENTES, que pensava que ia derreter.
Logo São Paulo, que é considerada uma cidade cinzenta (a terra da garoa), exibia dias de sol intenso, sem nenhuma nuvem no céu.
Vai entender!!!
Eu já desisti!...rs
De volta para Belo Horizonte, o tempo está "assim-assim". De dia, calor, e à noite um friozinho gostoso que dá até prá curtir um "queijos com vinho".
Eita país tropical!
Beijão prá você. Já estava saudosa.
Cid@
Tem toda razão Tais!
ResponderExcluirNunca está bom! E sempre reclamaremos, do frio, do calor, da chuva, da falta dela... no elevador, na fila do banco, na espera do dentista...
Ah... virou a nossa forma de puxar assunto!
Gosto do clima daqui, sem invernos muito frios, verões moderadamente quentes. Prefiro o calor ao frio. Mas impossível fugir dessa conversa, aqui ou em qualquer lugar.
O mesmo se aplica à quem tem o cabelo enrolado e quer liso, quem tem liso e quer enrolado, quem mora no interior, quer praia, na capital, a tranqüilidade do campo... etc, etc....
Beijos, amiga
Deva
Lindo blog!
ResponderExcluirCom certeza, nunca estamos contentes com o tempo, ouço muito esse tipo de conversa, acho até graça!
Abraço!
Taisamiga
ResponderExcluirFalar de frio, quando por cá temos tido uns «confortáveis» 38º, 39º, e até 41º, é maldade pura, pruvucação, com o,o, despautério.Hihihi... Além do mais, este País arde que nem uma tocha... por mor do calor e do descuido dos homens.
Uma calamidade nunca vem só. Daí as insolações, os desmaios, os receios pelos velhos e pelos jovens, os medos das acções criminosas dos incendiários, enfim, as desgraças.
As conversas de elevador são melhores do que termómetros. Acresce que os homens (e as mulheres...) são, somos, animais eternamente insatisfeitos: se chove, oxalá venha o calor; se está de abafar, nunca mais chega o frio.
Um momento; vou ligar o ar condicionado, volto já.
Abs ao Pedrão e qjs para tu
Somos eternos insatisfeitos, sempre adoramos reclamar de algo que acabamos de "ganhar após pedir"...
ResponderExcluirFique com Deus, menina Tais Luso.
Um abraço.
heheh Taís isso é uma verdade , é a primeira vez que visito seu blog e estou adorando , me identifico muito com essa crônica morei 14 anos em Curitiba e quando estava frio ,que é quase o ano todo sentiamos falta do calor e quando estava calor , sentiamos falta do frio , morei no norte e não suportava o calor , atualmente moro no centro oeste , e continuo não suportando o calor , conclusão , nunca estamos satisfeitos , rsrsrs seria ótimo se tivessemos um clima perfeito , mas é impossivel no nosso país rsrs
ResponderExcluir