10 de agosto de 2009

OS POBRES / Olavo Bilac




-Olavo Bilac

Aí vêm pelos caminhos,
Descalços, e pés no chão,
Os pobres que andam sozinhos,
Implorando compaixão.

Vivem sem cama e sem teto,
Na fome e na solidão:
Pedem um pouco de afeto,
Pedem um pouco de pão.

São tímidos? São covardes?
Têm pejo? Têm confusão?
Parai para os encontrardes,
E dai-lhes a vossa mão!

Guiai-lhes os tristes passos!
Dai-lhes, sem hesitação,
O apoio de vossos braços,
Metade de vosso pão!

Não receeis que, algum dia,
Vos assalte a ingratidão:
O prêmio está na alegria
Que tereis no coração.

Protegei os desgraçados,
Órfãos de toda a afeição:
E sereis abençoados
Por um pedaço de pão...


_____________
Bilac, Olavo 1865-1918
Antologia poética / L&PM 2007 pg.73
Porto Alegre

9 comentários:

  1. Olá amiga Taís

    É lindissimo este poema de Olavi Bilac. Adorei. Parabéns pelo seu bom gosto, sensibilidade e seu
    profundo sentimenso, que a levou
    à escolha deste poema.

    Amiga, neste momento estou também a publicar poemas meus no blog de uma amiga. convido-a a uma visita em:
    http://es-adrianalo.blogspot.com

    O meu obrigado.

    Beijinhos

    Alvaro

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  2. Oi, Alvaro, já estou de sua seguidora no outro blog, é muito bonito. Deixo aqui o convite para os amigos darem um alô por lá.

    Beijo e obrigada!
    tais

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  3. Amiga Taís.
    É sempre um prazer visitar o teu blog. Mas não tenho desculpas para a minha ausência. Acho que é mesmo preguiça.
    Como agora aqui em Portugal é Verão, as temperaturas sobem demasiado e a moleza apodera-se da gente, mas não esqueço você.
    Excelente escolha do texto em postagem.
    Beijos
    Victor Gil

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  4. Amiga Taís:

    Este naco de poesia é uma delícia!

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  5. Poxa, que lindo! Olavo Bilac, que sensibilidade... Este poema deveria ser obrigatório para as pessoas que viram as costas para o pobre e desvalido que acham pela rua; que fecham o vidro elétrico do carro na cara do garotinho pequeno; que não dão nem um sorriso a quem nada tem.

    Veja você, Taís, que isso é tão comum hoje em dia, que a desculpa sempre recai para a questão da segurança, mas convenhamos, a maioria tem mesmo é uma atitude higiênica com relação ao mendigo.

    Outra coisa que execro, é a atitude daquelas pessoas que dizem coisas assim: "Ah, que vá trabalhar!". Sinceramente, se emprego já é difícil para quem estudou, image para aquele que não sabe falar, não tem roupa, não tem dentes...

    Parabéns pela postagem desta bela obra.

    bjão
    Cesar

    em tempo: seu blogue tá lindo!
    em tempo2: Na linha do assunto pobres e desvalidos, leia, qdo tiver um tempo, esta breve crônica que escrevi e que, até hoje, gera uma polêmica danada. Melhor que a crônica são os comentários, alguns muito tristes, na minha opinião.

    http://oscausosdocruz.blogspot.com/2008/10/gosto-dessa-gente.html

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  6. Olá Taís,

    Enquanto os pobres caminham
    descalço com os pés no chão.
    Lá no Planalto Central
    Vão saqueando a nação.
    E o nosso presidente
    Que anda sempre ausente,
    Ciência não toma não.

    Carinhosamente,
    Dalinha

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  7. Oi, Tais!
    Não costumo ler mto a poesia de Bilac, a não ser aquelas com tom raro romântico. Mas isso não tira o merecimento deste belo poema carregado de expressividade e realeza.
    Pelo carinho e respeito que temos por ti - foste nossa primeira seguidora - há um selinho no "Aqui... Entre! Nós." com o qual queremos te presentear.

    Carinhosamente.
    LU MARIA

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  8. Oi, Taís...

    Tanto tempo já faz que Olavo Bilac compôs esse poema e ele ainda é tão atual!

    Quem sabe um dia esses versos se tornem desatualizados.

    Estive por aqui.

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  9. Quem será mais pobre, eles por serem desprovidos de bens materiais, ou a "gente" que não tem um coração caloroso?

    Fique com Deus, menina Tais.
    Um abraço.

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís