22 de novembro de 2021

MEMÓRIAS DE CRIANÇA - crônica

 

Pierre Auguste Renoir / A Leitura - 1890



           - Tais Luso de Carvalho



Quando nasci fui batizada e anos mais tarde crismada na Religião Católica. Depois veio a 1ª Comunhão - tudo nos trilhos, como fazia toda a menina que estudava em colégio de freiras: colégio cheio das exigências, um ensino ótimo, forte. Tínhamos, também, o ensino religioso, é claro. As aulas eram dadas pelo padre da capela do  colégio, o padre capelão , assim era chamado.

Lembro da agonia do sacramento da confissão antes da comunhão: ajoelhar naquela casinha (confessionário), contar meus pecados, arrepender-me  e rezar algumas Ave-Marias.  Foi nessa época que comecei a encrencar: confessar o quê? Que pecados? Então passei a dizer sempre a mesma bobagem, pois a freira ficava ali, no posto de observação. De olho nos anjinhos - que não éramos nós.

A partir de então, comecei a ser contestadora, não admitia que meu comportamento  pudesse ser tachado como pecado. Começaram os meus porquês.

Eu tinha 12 anos, brincava com bonecas, mas queria saber o porquê das coisas.  Observava muito o mundo dos adultos: louca para crescer e ser um deles, poder discordar e armar um barraco, ou seja, arrumar confusão com minhas ideias.  Mas, passei a ser o docinho das freiras - talvez para não tumultuar as aulas de religião, dadas na bela capela onde eu olhava o teto, as imagens, de canto a canto, tudo, menos para o padre, eu já gostava muito  da  Arte Sacra, rica, cheia de detalhes. 

Fazíamos caras, bocas e barulho com os saquinhos que guardavam o Terço, o Missal e outras bugigangas para tumultuar o negócio: o sermão do capelão! Um sermão com um sotaque terrível, pesado. Na verdade nenhuma criança prestava atenção, estávamos noutra dimensão! Ninguém estava a fim de morte, ressurreição, castigos e pecados. Estávamos no começo da vida!

Eu tinha 12 anos, mas tinha de amar o próximo, perdoar os pecados do mundo, honrar pai e mãe, adorar a Deus sobre todas as coisas.  Enfim, aqueles  10 mandamentos.

Eu só tinha 12 anos, mas já sabia que o ser humano era generoso, herói, afetivo, amigo, mas também competitivo, raivoso, bandido, egoísta e vingativo. E matava por prazer. Eu já lia jornais.

Eu tinha 12 anos, mas já sabia que éramos essa mistura  de pensamentos, de atitudes,  de sentimentos vulneráveis e contraditórios. Eu era, apenas, um ser humano em formação. 

Embora eu  tivesse 12 anos, não entendia como éramos à imagem e semelhança de Deus. Como entender isso com 12 anos? Nós, seres humanos tão pequenos? Ficou difícil. E por que terceirizar, no confessionário, minha conversa com Deus, meus supostos pecadinhos? Não aceitava isso.

Eu tinha 12 anos, e meu objetivo era cursar psicologia, pois para resolver os dramas que existiam nas profundezas do ser humano, aqueles sermões pouco serviam. Acreditava que a ciência daria as pinceladas mais exatas para arrumar esta confusão que somos e seremos sempre. Fui uma criança atenta a essas coisas. E muito pelas conversas com meu pai. E, assim, logo larguei minhas bonecas e comecei a pensar. 

Cresci; meus 12 anos desapareceram, e o que eu consigo ver hoje são seres iguais àqueles: imperfeitos e contraditórios. E mesmo agora, tão distante da minha infância, mantenho os mesmos pensamentos. Se for para exercer a Democracia, que comece pela Liberdade Religiosa. Que cada um siga a sua fé, ou outro caminho de diferentes convicções. 

Acredito em religiões e filosofias que trazem paz e alívio para as dores dos que precisam. Contudo, permanece em mim o gosto pela Arte Sacra e pela Arquitetura magnífica das Igrejas através dos tempos.  É Arte, é História.





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42 comentários:

  1. Taís, quais pecados podem cometer as crianças?
    Incrível aquela vigilância das freiras sobre nós e tenho certeza, eram loucas para fazer das suas, mas elas não podiam.
    Então, nós que estávamos bem à mão delas, pagávamos o pato.
    Eu fui muito danada, medonha nas aprontadas, mas nada era pecado...eram coisas de crianças !
    E concordo que a democracia passa muito pela religião. Cada um tem a sua e no entanto deve a do outro respeitar!
    Gostei muito de te ler! beijos, chica

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  2. uma crónica, amiga Tais. que um verdadeiro tratado de pedagogia.
    a pulsão da vida +e mais forte que todas as doutinas3 o "Eu", ce cada um de nõs acaba por ganhar a batalhha,
    gostei de verdade-

    sensibikizadi cin a gentileza do destaque da "Coreografia dos sentidos"
    Beijo, Grato

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    1. Meu amigo Manuel, é com muito gosto e satisfação que eu e Pedro postamos em nossos blogs seu convite enviado para nossos e-mails, você merece, é muito bom desfrutar de sua excelente poesia e de sua amizade.
      Uma feliz semana, cuide-se bastante, meu amigo.
      beijo

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  3. Já com 12 anos eu tinha a pontinha de ironia que hoje tenho na ponta da língua. Fui baptizado e crismado e tudo isso... frequentava a catequese. O catequista, que também era sacrista dava aulas evangelizando por um livrinho editado pela paróquia. Lia uma página e deixava uma pergunta. Quem acertava, levava um rebuçado... Quando me calhou a pergunta, errei a resposta e não levei o doce prémio. Passado um momento, pedi a palavra levantando o dedo? E antes que a palavra me fosse dada, despejei a pergunta:
    "Se é verdade que Deus está em todo lado, também está dentro da caixa de rebuçados?"
    e antes que a resposta surgisse, atalhei
    "Deus deve estar zangado por não me ter dado o rebuçado"

    O catequista expulsou-me da sala... e eu fiquei a saber o que era a intolerância

    (se conhecesses a Igreja da Penha de França irias gostar!)

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  4. Tinha eu 12 anos e sofria diante de um padre ranzinza chamado Zé Lopão, figura famosa na minha cidade nos anos 60, no tempo que na porta da igreja fica um senhor proibindo as mulheres de entrarem com vestido de alças, braços descobertos. E eu menino traquina decorava os pecados todas as primeiras sexta-feira, nunca mudava. Doutrinado como sendo católico, apostólico, romano e seguidor da Paróquia de Mariana. Eu até me divertia naquelas aulas de catecismo com umas freiras, que chamávamos de andorinhas.
    Sua crônica nos faz viajar no tempo, mas nos faz lembrar dos passos, que nos levaram aos questionamentos e fui assim até ler Igreja carisma e poder e passar ser leitor de Leonardo Boff e reverenciar os bispos Pedros, e o baixinho de Olinda.
    Mas sempre me encanto com as igrejas antigas com suas pinturas e afrescos. Minas é um prato cheio para estes olhares sacros.
    Uma boa leve semana para vocês Taís.
    Beijo de paz amiga

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  5. Troque freiras por padres e sou eu também.
    Nunca lhe aconteceu ser o confessor a dizer os seus pecados?
    Costuma pensar - como é que ele sabe??? :))))
    Beijos

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  6. Un brano molto avvincente, ed esauriente, che ho apprezzato molto nella sua densa lettura...
    Un caro saluto,silvia

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  7. Posso imaginá-la com 12 anos, com uma rebeldia própria de quem queria entender tudo. Também aconteceu comigo. Ao lê-la encontrei-me a mim mesma com 12 anos, com as mesmas questões, com a mesma perplexidade perante o desconhecido.
    Continue a cuidar-se bem.
    Um beijo.

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  8. Los niños no cometen pecado, y ahora a estas alturas yo tengo mi propia religión, pues me he sentido engañada desde que nací, ahora ya no...todo está claro para mi.
    Un fuerte abrazo Tais.

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  9. Con doce años amiga Taís, no cometimos pecado, precisamente nuestro Señor Jesucristo decía 'dejar que los niños se acerquen a mí' en esa etapa de la vida no existe la maldad. Yo fui muchos años monaguillo en el colegio de los Salesianos donde estudié y pude ver muchas cosas que nada tienen que ver con la religión católica ni con el catolicismo. Pero aquellos años eran otros tiempos.
    La religión católica debe evolucionar y no puede quedarse encallada de lo contrario, puede ser casi su desaparición con los años.
    Un gran abrazo amiga Taís y buen resto de semana.

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  10. Bom dia Taís,
    Excelente Crónica, como já nos habituou.
    Também tive essas dúvidas e questionamentos em criança e me revi em tudo o que escreveu.
    Depois de alguns anos de afastamento, já bem adulta, consegui entender algumas situações e me reconciliei com a religião, embora concorde que tem de haver liberdade religiosa.
    Muito há a fazer neste domínio!
    Beijinhos e ótima semana.
    Ailime

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  11. Também aturei as freiras, mas só no básico... Saí com nove anos, para o liceu (a meu pedido) e lá continuei a ter aulas de 'Religião e Moral' com o capelão...
    Era muito tímida e cheguei a chorar com a malvadez das freiras sore as alunas internas.
    Passei pelos passos católicos indicados, mas fiquei com a fé abalada para sempre... Penso que aconteceu com todas...
    Além de excelente, é uma crónica de serviço público... Ainda hoje os pais se enganam com os colégios religiosos.
    Muito boa, Taís. Abraço grande.
    ~~~

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  12. Sempre estudei em colégio de freiras e elas queriam que eu me convertesse ao catolicismo pois sou luterana.
    Não conseguiram que eu me convertesse.
    Hoje, adulta, não sigo uma religião específica mas creio, piamente, em Deus.
    Deixo um beijinho carinhoso. Adoro ler as suas crônicas e sou sua fã.
    Verena.



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  13. Concordo! Quais pecados tem meninos de 12 anos? Eu foi catolica ate meus 30 anos. Minha mae supercatolica e meu marido ( agora meu ex) super fanatico religioso Catolico! Nao suporte a pressao de ter ir a Missa sem bondade, so pela obligaçao e sim nao vai ter que ir a confessao porque faltar a missa e pecado mortal!! O fato e que aos 31 anos deixe pra sempre a meu marido e essa religiao! Sou mulher de fe, mais nao acredito nas religioes, sou Budista faz 20 anos, e estou feliz acreditando o que sinto e nao o que meu ex o minha mae me obligavam, e como e logico, ja nao confesso mais meus pecados! porque procuro ser melhor cada dia, e amar a os outros e fazer o bem sempre que puder, mesmo sindo Budista! O melhor e ser livre com a escolha da religiao. Voce tem razao! beijao, amei sua entrada, e te convido a meu blog, depois de muitos meses voltei a escrever, te espero la!

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  14. Lembro-me de me questionar sobre certas coisas da religião desde criança, e talvez porque nunca me deram uma resposta concreta eu não acredite na religião!

    Bjxxx
    Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube

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  15. Oi Taís
    Vejo ter sido uma menina diferente de todos os comentadores _ cresci na Igreja Evangélica, nunca convivi com freiras e não lembro de ter assistido uma missa sequer. Estudei num colégio de padres Agostinianos e não havia protocolos religiosos que não pudesse participar_ sabiam que tinham alunos não católicos e nunca forçavam nada, e nunca fui discriminada porque sempre soube aceitar e sobretudo me colocar diante do que acreditava e vivia. Foi uma convivência boa que me recordo com prazer. Sempre tive um certo fascínio pelos Papas e gosto quando da sucessão deles e dos Conclaves que sucedem decorrentes do ato. Fui uma menina de 12 anos bastante participava na Igreja, cantava nos Corais e declamava poesias.rs Com o tempo e o amadurecimento da vida, me afastei totalmente ,não sem antes encaminhar os filhos, que hoje sabem escolher o que querem e como acreditar. De verdade, com a morte prematura da mãe , me levaram para ser batizada na Igreja Catolica,( não sei quem ,nem como), e com isso estou bastante salva com dois batismos rsrs
    Importante é que sei no que creio,Taís e aprendi discernir o bem e o mal ( um pouquinho) rs
    Gostei da crônica e dos seus 12 anos já questionadora. Fez toda a diferença e essa a razaõ de ser quem és_ essa mulher forte que sabe o que quer e como nos encantar com suas ideias e valores.
    Meu abraço e ando escrevendo muito. rs espero passar essa fase logo.
    Fica bem, amiga

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  16. yo creo en dios pero no en la religión y ha sido así desde pequeña. Concuerdo contigo las iglesias son muy bellas y tiene mucha historia. Pero cualquiera que sea tu religión mientras sea justo, no hagas daño y honrado todo estará bien.

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  17. Uma bela crônica, versando a evolução do pensamento, a maturação das ideias e ideais; do ser que desperta, acorda e começa a a cor dar ao viver, pintando a vida com suas próprias cores.

    Um abraço. Tudo de bom.
    APON NA ARTE DA VIDA 💗 Textos para sentir e pensar & Nossos Vídeos no Youtube.

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  18. Uma linda crónica, um desabafo, um desfiar de memórias da infância.
    Gostei muito, porque a fiquei conhecer um pouco mais, querida Taís.
    Não fui educada em colégio de freiras, mas também fui baptizada na Igreja Católica, fiz a Comunhão e fui crismada. Era assim que acontecia, porque sim. Porque era o que acontecia com todas as crianças.
    Curiosamente, por motivos e circunstâncias de vária ordem, foi quando eu tinha 12 anos que aconteceu a maior viragem da minha vida. Cresci à força, quando a minha família se mudou para a grande cidade e tudo mudou. Deixei no Alentejo a criança alegre e feliz que eu era, e não sabia.

    Um grande beijinho e muita saúde e felicidades, querida amiga.

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  19. A Igreja dita cristã sempre utilizou a culpabilização e o medo para subjugar as pessoas, infelizmente...

    Também ainda antes da adolescência notei na disparidade dos ensinamentos e dos comportamentos , pelo que nada daquilo me aproximou do "deus" que me impingiam nas aulas de Moral.

    Minha querida Taís, grato abraço por este texto que nos aproxima!

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  20. Boa tarde de paz, querida amiga Taís!
    Nos meus doze anos, estava me despedindo das bonecas, por ter-me sido imposto: "- já está bem grandinha ".
    Então, a supetão, me debrucei sobre livros e livros, muito estudo e as irmãs Franciscanas me ensinaram o Amor à natureza.
    O único ruim de ter estudado em colégio de Freiras foi o fato de não ser misto. Como entrei aos nove na quinta série do antigo ginasial e sai formada em professora aos dezessete, fiquei sem o convívio com os meninos, imprescindível para uma formação mais completa.
    No mais, como não uso viseira, vindo morar no ES, era muito forte a TL e eu trazia na bagagem os Mosteiros Beneditinos, creio que cheguei a um bom consenso em termos de fé e de religião.
    Nunca tive problema em me confessar quando criança ou jovem. O dilema era o tal jejum antes da missa que me fazia passar mal. Pressão caía.
    Hoje em dia, com as barbaridades que vemos em todos os seguimentos da sociedade, tenho reservas em muitos quesitos em todas as áreas, não só na igreja católica.
    Um post muito bom, com argumentos sólidos, como é do seu feitio.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos carinhosos e fraternos

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  21. Me encantó tu crónica porque también estuve los primeros años de mi niñez en un colegio de monjas.
    Todo tiene que evolucionar, incluida la religión.
    Ahora, al paso de los años, es cuando tenemos todo más claro y podemos recapacitar.
    Un beso, Tais. Muy interesante leerte.

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  22. Pequeno tratado da rebeldia aos 12 anos é uma pequena lição de vida, ainda que tenha sido uma rebeldia benfazeja, sem “rodar a baiana” ou “um armar um barraco”, é possível repensar o momento da virada, quando levantamos a cabeça e começamos a traçar o nosso caminho com um lápis de ponta fina... Também sou admirador da arte encontrada nas igrejas, da arte sacra, e ainda bem que este gato persa chamado religião entrou nas minhas órbitas, mas eu soube lidar com ele muito bem, sem traumas... Gosto do seu olhar analítico nas crônicas que nos faz sempre pensar... sempre!
    Um beijo, minha amiga Taís!

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  23. Olá, amiga Tais.
    Interessantes memórias de infância aqui nos presenteia.
    Momentos que nunca esquecemos e nos marcam.
    Cada um de nós tem as suas memórias da meninice. Que nunca esquecemos.

    Mais uma excelente crónica!

    Continuação de boa semana, com muita saúde.
    Beijinhos!

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com


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  24. Querida Taís

    Que texto extraordinário! Nele descreve as ânsias, os sonhos, a vontade de viver de uma miúda de 12 e, por outro lado, cerceada por regras completamente desfasadas de como lidar com a infância.

    Tenho amigas que estiveram em colégios de freiras e que trouxeram as mesmas desilusões pela incompreensão que reina nessas instituições. E isso, em vez de desenvolver nelas o amor pela religião fizeram-nas afastar-se, passando a cultivar um certo cepticismo.

    Cá fora, com o passar do tempo, começaram a ver como realmente é o ser humano com as sua imperfeições e contradições, como bem refere.

    Adorei a sua Crónica, minha amiga.
    Beijinhos
    Olinda

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  25. OLÁ TAÍS
    COMECEI A LER e de relance, vi parte da minha vida de adolescente aqui descrita!
    Engraçado, quem diria?

    Quando nasci fui batizada e anos mais tarde crismada na Religião Católica. Depois veio a 1ª Comunhão - tudo nos trilhos, como fazia toda a menina que estudava em colégio de freiras: colégio cheio das exigências!Lembro da agonia do sacramento da confissão antes da comunhão: ajoelhar naquela casinha (confessionário), contar meus
    pecados, arrepender-me e rezar algumas Ave-Marias.

    Mais tarde, pensei:
    confessar o quê? Que pecados?

    Hoje em dia, o que vejo é...grande maioria de pessoas que vão todos os dias à missa e à Igreja são mais imperfeitas, mais mázinhas do que eu, que não ando todos os dias a bater com a mão no peito...

    Tal como diz a Roselia, o ruim de ter estudado em colégio de Freiras foi o fato de não ser misto. Como entrei aos nove e saí aos 15 fiquei sem o convívio com os meninos, imprescindível para uma formação mais completa.

    Pois é!
    Sobre mim, não estou bem de saúde,
    era uma blogger tão certinha, sempre fazendo posts novos
    mas com o isolamento e a pandemia perdi a vontade de tudo...

    Faço um "esforço" enorme para voltar
    mas, por enquanto, não quero de todo fechar e abandonar os meus blogues.

    Regressei hoje
    há post novo, aqui:
    http://meusmomentosimples.blogspot.com/

    por mim, acordava, comia
    e voltava para a cama todo o dia!

    Beijinho da Tulipa.

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    1. Não, querida Tulipa, não feche nada agora, é bom escrever, colocar nossos pensamentos para os outros, ler, assistir bons filmes e documentários... temos de ir levando, dormir só descansa o corpo, mas a alma e o espírito precisamos sempre ativá-los! Vou visitá-la, sim!
      Muito obrigada, gostei de rever você.
      Beijinhos, cuide-se bem aí!

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    2. Querida Taís, não quero fechar,
      quero ver se ganho forças para ir continuando aqui pelos blogues,
      os meus e os vossos!
      Obrigada pelo incentivo que me dá, pela Força!
      Muito grata pela visita
      Beijinhos, cuide de si.

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  26. Taís,
    É uma gostosura ler
    suas crônicas.
    Adoro como você provoca
    em nos seus leitores
    essa avalanche de
    sentimentos e lembranças.
    Bjins
    CatiahoAlc.🧚💖👏

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  27. Taís, mais uma brilhante crónica onde nos mostra os sonhos, curiosidades e dúvidas, próprias de uma criança de 12 anos. Gostei imenso de conhecer um pouco mais sobre si.
    Bom fim de semana
    Beijinhos

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  28. Não andei em colégios de freiras ou de padres, mas o meu percurso religioso até aos 12 anos foi idêntico ao seu, as mesmas aflições na confissão, alheamento aos sermões, dúvidas, etc., etc. Quem não frequentava a igreja era visto quase como um criminoso. Depois da comunhão solene fui-me libertando desse preconceito (criado pelos padres, não por Deus) e com o tempo concluí que qualquer religião era boa, seja católica, protestante, muçulmana ou até nenhuma (ateus, agnósticos), ainda que isso dependesse muito das pessoas que a pregavam ou seguiam. Haja democracia... rsrsrs...
    Excelente crónica, gostei muito.
    Bom fim de semana, amiga Taís.
    Beijo.

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  29. Ehehehehe! gostei muito da crónica, não passei pelo colégio de freiras,
    mas segui o caminho
    Eu penso que sempre fica qualquer coisa dos tais mandamentos, Taís
    mesmo que sejamos pequenos quando ouvimos falar neles!
    Outros infelizmente ouvem falar e presenciam guerra e violência, que podem eles aprender de diferente?
    Fui visitar o post que mencionou sobre os cavalos,
    parabéns, com atraso mas gostei também de saber dessa sua experiência de vida
    Lembrei-me que temos uma luso-brasileira que grandes êxitos tem alcançado
    é a Luciana Diniz como nestes links
    https://www.youtube.com/watch?v=j3Zkg7XIy4Q&t=6s
    https://www.equisport.pt/noticias/chio-aachen-luciana-diniz-conquista-2o-lugar-no-grande-premio-rolex-video/

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  30. A liberdade de uma pessoa não pode ser uma restrição imposta a outra.
    Gostei muito do texto
    abraços

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  31. Olá, Tais!
    Passando por aqui, relendo esta excelente crónica, que muito apreciei, e desejar um Feliz fim de semana, com muita saúde.
    Beijinhos!

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  32. Hola Tais, yo estudie unos años en colegios de curas, no guardo buenos recuerdos, tenías que confesarte todas las semanas, quisieras o no, ir a misa por obligación, la libertad allí, no existía.
    Feliz fin de semana.
    Un abrazo

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  33. Ai, ai, ai, que grande " malandreca ", Tais! Então tu fazes uma crónica falando dos teus doze aninhos, levando assim a que os teus leitores recordem essa idade tão linda, mas tão , tão longinqua ? Está certo...fazes o que quiseres no teu cantinho e, como gosto muito de ti, lá vou eu falar dessa minha idade que já nem sei por onde anda, mas que me deixou na memória momentos muito felizes que recordo, às vezes, com uma lágrima no olho. Bem,..já sabes que eu sou uma menininha de aldeia onde o atraso e pobreza eram muitos dado que viviamos na ditadura de Salazar. Principalmente nas aldeias de Portugal havia uma grande miséria e a palavra do sacerdote era lei. Os filhos eram " às carradas " como se costuma dizer, não só pela ignorância, mas também pela obediência cega às leis da religião católica que pregava que os casais deveriam ter os filhos que Deus mandasse; aqui está a razão da minha sorte, Amiga. O meu pai nunca se preocupou com as normas da religião, ao contrário da minha mãe que gostava de as seguir e aqui há um caso muito interessante; o meu pai era amigo do padre da aldeia que não tinha carro e usava o táxi do meu pai quando precisava e um dia disse -lhe: " Sr padre, pare de dizer á minha mulher que ela tem de ter os filhos que Deus mandar, porque eu só posso criar dois ". A minha mãe tinha ido confessar-se e, como evitar filhos era um grande pecado, ela resolveu contar ao padre e, claro, informou o meu pai de que tinham de seguir os preceitos da Santa Madre Igreja. E assim, Amiga, eu e o meu irmão fomos uns priveligiados, não tendo passado por qualquer tipo de necessidades. E nesse privilégio, está a minha ida para um colégio de freiras onde estudei durante dois anos, como interna. Por incrível que pareça, gostei muito desses tempos e, apesar da obrigação de ir à missa todos os dias antes das aulas, de rezarmos antes e depois das refeições, de termos de nos confessar com frequência, devo muito àquelas freirinhas que nos ensinaram muitas coisas; foram elas que nos explicaram aqueles assuntos caracteristicos das mulheres, como menstruação, gravidez e muitas outras coisas que, dada a ignorância das mães daquela época, nas aldeias, eram completamente desconhecidos por nós. Além disso, a amizade entre as meninas que lá estavam era muito forte, pois viviamos juntas, como se fossemos irmãs. Podem também achar estranho mas foi lá que aprendi que, ser cristão não significa estar sempre metido nas igrejas; há coisas bem mais importantes do que simplesmente ir à missa, comungar e confessar. Já várias vezes falei de um padre que, nesse colégio, nas aulas de moral, nos disse uma coisa que recordo até hoje, Disse ele :" para sermos santos, não precisamos de fazer milagres, temos, sim, de cumprir o nosso dever " Tais, naquele tempo, um padre dizer isto era quase uma " blasfémia ", mas, o certo é que disse e essa frase e tantas outras fizeram-me ver que ser Cristã é muito mais do que frequentar igrejas, é agir, fazer, ser solidário, ser humano...enfim...cumprirmos o nosso dever como verdadeiros cidadãos, como seres humanos. Muito mais poderia escrever sobre os meus doze aninhos, mas, cansaria os teus leitores e acho que já disse o mais importante. Pelo baptismo, os meus pais inscreveram-me na religião católica e eu fiz o mesmo com os meus filhos e estes com os seus mas o que mais me preocupou não foi ensinar-lhes a cumprir os mandamentos da santa madre igreja, mas sim, a cumprirem os seus deveres, sendo cidadãos correctos, honestos e fraternos. Não vivi no tempo de Cristo, mas pelo pouco que sei, foi isso que ele pregou; o resto...tudo invenção dos que querem o poder á custa dos seus ensinamentos. Já vou para o meu canto ,amiga....já chega de conversa...já falei demais...
    Deculpa pelo " malandreca"...afinal não foi assim tão mau recordar esses tempos. Um beijinho aos dois queridos Amigos e saúde para todos vós
    Emilia
    💕 🌻 🌻


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  34. Bom domingo, Taís
    gostei de conhecer o seu carinho pelos animais, essencialmente pelos cavalos,
    e gostei de conhecer essa fase da sua vida desportiva. Muito bem!
    deveria apreciar a visita à Golegã,
    os espetáculos com cavalos duram vários dias todos os anos pelo São Martinho,
    https://www.youtube.com/watch?v=sBZvaQDJjrE
    https://www.youtube.com/watch?v=1QTolBrDHOw
    espero sinceramente que esses animais sejam tratados com paciência e com respeito
    em Portugal é de grande tradição tudo o que está ligado aos cavalos,
    como a raça nacional é o lusitano que é exportado para todo o mundo
    existem coudelarias de grande renome e eventos de promoção
    como o desfile de charretes na Golegã
    https://www.youtube.com/watch?v=ywGWibf8DR8&t=21s
    Existe ainda a
    Escola Portugesa de Arte Equestre
    criada no século XVIII que mantém a tradição com os cavalos Alter Real que eram os cavalos dos reis!"Bolero dance of the horses"
    https://www.youtube.com/watch?v=DvNzQIiyUxI
    https://www.youtube.com/watch?v=BgOODOkpsvM
    Que lindo, encontrei a história da coudelaria Aguilar no Brasil
    com cavalos de raça importados por D. João VI
    " O Cavalo Lusitano originou no Brasil o Mangalarga e o Campolina. O primeiro, foi criado em Minas Gerais, por Gabriel Francisco Junqueira, barão de Alfenas, que em 1821 recebeu como presente de D. João VI o garanhão Alter “Sublime” com o qual beneficiou um grupo de éguas Crioulas...."
    https://www.youtube.com/watch?v=ouOBNt0F454

    Desculpe esta conversa toda Taís, estava a gostar do assunto!
    beijinhos

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    1. rssss, adorei, Angela!
      Verei tudo que me enviaste, foram muitos anos da minha vida dedicados aos cavalos, ao hipismo.
      Um beijinho, muito obrigada! 🧡💜💛

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  35. Uma viagem no tempo, eu estudei num colegio de padres, com todos os rituais de reza ao iniciarmos as aulas, Também passei por estas dificuldades dos pecados...rs.rs. a serem confessados. Gostei de caminhar junto com suas memórias, bjsss

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  36. Eu sou agnóstica. E estudando em escola publica, lembro-me de ser a única, que não frequentava aulas de religião e moral... por ordem do meu pai! E eu achava muito bem! Dizia ele... devemos respeitar o Deus que criou o mundo, mas porque havemos de nos iludir com o Deus que os homens inventaram?... Eu já te ajudei a distinguir o bem do mal... agora só a vida poderá te ensinar tudo o que mais que precises entender, e se quiseres encontrar Deus, lembra-te que está em todo o lado... e lá partiu ele, quando eu tinha 12 anos... e estava certo!... Só a vida e nossas escolhas, nos definem... os rituais religiosos, tantas vezes ludibriam e ocultam fragilidades da alma... Vergonha... referiu-se ainda não há muito tempo, o Papa Francisco, sobre tantos membros de hierarquia eclesiástica, associados aos escândalos de pedofilia, que não param de ser conhecidos, na actualidade...
    E apesar de ter sido baptizada... também por convicção do meu pai... ainda hoje continuo a preferir frequentar as igrejas vazias, para ter as minhas melhores conversas com Deus...
    Adorei conhecer o outro lado de quem passou por outro tipo de formação, bem mais formal, do ponto de vista religioso... e não parou de questionar a alma humana, em todos os seus contextos, até ao presente... pois no fundo é isso que as religiões mais nos fazem... adormecem-nos a consciência do mundo, condicionando o modo como o vemos... visando aceitar... e sem muito questionar...
    Mais uma crónica, que adorei ler, e me fez reflectir...
    Beijinhos
    Ana

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  37. Taís:
    yo también pasé por esa etapa de cuestionar los pecados. El mayor pecado es hacer daño gratuitamente a los demás.
    Abraços.

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís