- Tais Luso
Estendendo o olhar pelas aldeias, dá para ver o tanto de tempo que se perde, o
tanto de vida útil que se joga fora. Nosso tempo não é grande
assim.
Acredito em lugares onde a vida possa ser mais saudável, as pessoas, mais
felizes.
Um
jabuti ou uma espécie de baleia da Groelândia vivem 200 anos; um molusco
bivalve,
da
espécie Arctica islandica viveu
507
anos. Morreu
em 2006 nas
mãos de cientistas, numa
tentativa de descobrirem os segredos de sua longevidade.
Fiquei estarrecida! Desperdiço a minha vida ao participar de discussões, de bobagens, mas quem sabe lá esse molusco ‘bivalve’ não vire meu Guru? Calado, viveu 507 anos! Por certo não era um 'barraqueiro'! Mas é injusto, essa longevidade deveria ser nossa – seres pensantes, inteligentes e criativos.
Nossa
vida útil é curta, mesmo assim
arranjamos mil fricotes para falar dos outros e de todos os seus
porquês. Isso que é colocar a vida fora!
Lembro de René
Descartes - ‘Penso, logo existo’.
Esse deve ser o problema da nossa vida tão curta!! A gente pensa
demais e vive menos! Faz burrice. Mas quem sou eu para achar alguma
coisa do grande filósofo? Deixa assim.
Geralmente
o conhecido tripé dos atritos está na política, no
futebol e na religião - e já é
o bastante para mostrar nossos desatinos e contradições.
Quem
vive mais? Logicamente são aqueles que se desgastam menos
emocionalmente. Todas as boas ou más ações revertem em doenças
psicossomáticas que todos conhecem: aquilo que nosso emocional cria e
aceita, o corpo abraça com fé e amor! Sim, elaboramos nossas
doenças com muita garra, muita disposição e muita burrice.
Vejo
muita paixão em certas conversas: enquanto o sicrano
defende suas ideias, o beltrano se mata para dar um
contra. Assim terminam as amizades em prol de gente que não está
nem aí para nossas aflições.
Não
teremos nossa saúde de volta, nem pela acusação e nem pela defesa de
coisa alguma. Vejo diariamente - via TV - discussões tão acirradas
que uns meses depois algum deles está no hospital. Pudera!
O coração não perdoa quando a carga é forte demais. Os nossos
instintos mais primitivos sobem à cabeça. Estamos em ano de eleições e a zorra por aqui é total. Não há moderação! Só há olho no poder.
Religião?
Nesse quesito abraço a liberdade de escolha, apoio o que nos dá paz
e vida feliz, seja onde for. Religião é para fortalecer, não para
disputas ou para doutrinar o outro. Há vários caminhos, cada um que escolha o seu.
O
que precisa ser unânime é a Justiça com suas leis fortes e
que sejam cumpridas para separar o joio do trigo, moralizar essa
bagunça em que vivemos. Provar que aqui não é a Casa da Mãe
Joana.
Contudo,
o único animal pensante que cravou uma bandeira na Lua, que inventou a informática que une o mundo inteiro em segundos e tantas outras tecnologias incríveis, vive em média de 80 a 90
anos, se tanto.
Infelizmente, nossa espécie também inventou alguns horrores; brinquedinhos de gente grande, como bombas atômicas, os
foguetinhos do
Kim Jong-un e
outros milhares de disparates mortíferos. Mas trabalhar em prol da felicidade mundial e colher grandes louros é uma grande façanha. A felicidade vem a
conta-gotas, mesmo diante de tanta amargura.
Não
é incrível isso?
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Curiosidade: Molusco Bivalve
Boa noite, querida amiga Taís!
ResponderExcluir"... apoio os que nos dá paz e vida feliz, seja onde for. Religião é para fortalecer, não para disputas ou para doutrinar o outro. Há vários caminhos."
Muito bom sentir desta forma... gosto de sentir-me livre e de fazer todos se sentirem livres neste quesito...
Se bloquear minha mente dizendo eu não suporto isso... estarei perdida... Deus transcende...
Saúde, paz e amor!
Seja muito feliz e abençoada junto aos seus amados!
Bjm fraterno de paz e bem
Perguntaram ao Dalai Lama:
ResponderExcluirO que mais te surpreende na Humanidade?
E ele respondeu:
“Os homens … Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver
nem o presente nem o futuro.
E vivem como se nunca fossem morrer…
… e morrem como se nunca tivessem vivido."
Bjs, boa semana
É isso Taís, o homem vive à procura da longevidade, mas esquece da qualidade de vida e sem esta o tempo encurta e viver é um inferno na terra,ainda mais pensando nos que enfrentam os grandes problemas sociais. O complexo digladiar-se do homem com suas carências de sobrevivência acirra este encurtar-se de vida. Estamos cada vez mais mortos em vida e se não soubermos domar estas ânsia, realmente piramos.
ResponderExcluirUm bom tema Taís em bela cronica.
Carinhoso abraço e boa semana para vocês.
Bjs de paz amiga.
Amiga Tais, parabéns por esta EXCEPCIONAL crónica.
ResponderExcluirPegaste no tema como poucos conseguiriam fazê-lo. E nada falta. E nada está a mais. Repito, EXCEPCIONAL!
Para mim é uma das melhores que li no teu blogue. E já li muitas. E boas!
Beijo, querida amiga.
(Já agora, se encontrares a receita de felicidade... estou aqui, e sou tua amiga,tá?)
Excelente texto. Parabéns!!
ResponderExcluirHoje:- [ Poetizando e Encantado]-Conto as pétalas, e almejo a tua graça .
Bjos
Votos de uma óptima Segunda- Feira
Eu não gostaria de viver 200 anos neste mundo que se me apresenta todos os dias. Se há gente capaz de tanta maldade nos /=/(0 anos que vive, o que não seriam capazes de fazer no dobro do tempo? Como diria minha avó se fosse viva "Deus nos livre e guarde" Religião? Sou católica, mas respeito todas as religiões, embora saiba que em nome delas se fazem muitas vezes os maiores e mais bárbaros crimes, transformando aquilo que devia ser um bálsamo para o espírito cansado das lutas do dia a dia, num instrumento do mal. Em nome de um qualquer Deus, tivemos invasões e fomos subjugados, em nome dos deuses romanos a perseguição e morte de milhares de cristãos, em nome de Deus tivemos a Inquisição, em nome de Alá, é o que vemos todos os dias.
ResponderExcluirUm abraço e uma boa semana
Começando pela bela tela de Túlio Dias que eu não conhecia,mas que me fez parecer uma paisagem do norte de Portugal. Então recorri à Wikipédia. Para já fiquei gostei imenso da sua obra (mas sempre com algo de português, talvez porque muito pouco conheço do Brasil:Rio de Janeiro e zona de Salvador). Obrigada Taís por mais uma vez me dar hipótese de abrir um pouco os meus conhecimentos.
ResponderExcluirMas agora sobre a sua crónica que muito apreciei. Tenho dificuldade em falar de felicidade. Porque não a tenho? Não!!! Porque tenho tido uma vida cheia bela e agora sinto falta, tenho saudade de tudo o que ela me tem proporcionado. Aproveitei-a bem mas... porque não a posso continuar a aproveitar? Uma coisa agradeço e peço sempre a Deus: a memória da felicidade...
Um grande beijo Taís de obrigada pelos bons bocados que me tem ajudado a passar.
A humanidade deveria concentrar-se apenas em fazer e andar pelos lados do que pode acrescentar, o bem. Deixar de lado os brinquedinhos que matam em qq sentido que sejam usados... Lindo texto1 beijos, ótima semana fria por aqui! chica
ResponderExcluirMuito boa a sua crónica, minha Amiga Tais. Desperdiçamos muito tempo com coisas sem interesse, é certo. Mas é bom termos emoções mesmo que elas nos transtornem os dias… Uma reflexão destas é muito boa…
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Lamentável, o Homo sapiens que deveria ser chamado de Homo stultos, é o criador das mazelas do Planeta e arca com o desmedido peso delas em detrimento de sua saúde e longevidade. Viva o Arctica Islandica, que teve longevidade sem atritos e com vida plena! Parabéns pela excelente crônica.
ResponderExcluirVizinha/Escritora, Taís Luso !
ResponderExcluirTudo isso é incrível e estarrecedor.
Somos capazes dessas façanhas admiráveis, mas
não conseguimos, por exemplo, estancar as guerras,
entre os povos, e as guerrilhas urbanas, como em nosso
País.
Parabéns pelo texto, abordando a vida !
Uma bela semana e um fraterno abraço.
Sinval.
Mais uma excelente crónica onde meio a rir meio sério se dizem verdades e atitudes que nos levam a reflectir.
ResponderExcluirgostei muito do que li.
Boa semana.
beijinhos
:)
Querida Taís, amei te ler como sempre, bem assim, longevidade é mesmo saber cuidar da própria vida, ser um ser pensante nos distingue, mas como o homem deturpa tudo, criou muitas coisas para o domínio e o poder!
ResponderExcluirA saúde física e mental depende do controle do pensamento, isso já é cientificamente comprovado, então vamos indo, embora ainda, como dizes, para se viver plenamente precisa-se pensar no bem comum, (não no comunismo como nos é apresentado), mas na felicidade e simplicidade da vida com a Natureza que é sábia!
Abraços apertados!
Boa tarde Tais,
ResponderExcluirUma importante crónica de uma lucidez incrível, como já nos habituou.
O mundo está assim e será muito difícil inverter as situações em que o homem coloca o poder acima de tudo. Poder que corrompe, que destrói, que mata, deixando escapar o bom senso, a vida amistosa e saudável, dando lugar a que a nossa vida útil seja cada vez mais curta.
Felicidade é cada vez mais palavra vã.
Beijinhos e boa semana.
Ailime
Tais Luso
ResponderExcluirSempre as tuas crónicas me fascinam pelo modo como se apresentam os factos. Podendo haver aqui o contraditório, devido a parte do seu ser conteúdo ser de carácter opinativo, prefiro reler e enriquecer a minha bagagem. Já que não estamos numa Assembleia, estamos blogsfera onde, objectivamente, trocamos experiências com outros pontos de vista.
Beijos
Olá Taís! Quem sabe, um dia o homem se conscientize de que somos todos irmãos e adote o amor, a paz, a compreensão e a solidariedade para com o seu próximo, e assim tenhamos um mundo bem melhor e consigamos a real felicidade Bela crônica amiga! Parabéns!
ResponderExcluirBeijos e uma ótima semana para ti e para os teus.
Furtado
Maravilhoso conto!! Amei... Parabéns!!
ResponderExcluirBeijo. Boa noite
Cidália, não é um conto, é uma crônica!
Excluirbeijo, amiga.
Boa noite queria Tais.
ExcluirUma excelente cronica. A vida é curta e as pessoas ainda desperdiça com atos impensados, atitudes egoístas, se vendem como mercadorias, não consigo entender porque os políticos tendo o suficiente para ter uma vida feliz e confortável, fizeram uma roubaria e ainda tirando das pessoas, o que passam pela mente dessas pessoas ? Que serão eternas. Acho que ser feliz e partir feliz é quando nós damos conta que vivemos a vida em total plenitude, que vamos deixar saudades. Quando queremos sempre mais, mas uma hora, mas um dia, mas um ano, quando nós agarramos a vida e sabemos reconhecer a brevidade da vida. Quanto a religião, tem tantas, mas são poucas que prega o amor e a igualdade, o amor uns aos outros. Deus é amor, e quem permanece no amor, permanece com Deus. Felizes dias para vocês. Um forte abraço.
Crônica perfeita na forma e conteúdo, cara amiga Tais. Falas em política e religião, pois esse é o tema do meu último post. Um abraço. Tenhas uma linda semana, apesar do friozinho.
ResponderExcluirBom dia, seria perfeito viver sem darmos importância, principalmente a coisas mínimas sem interesse, mas não é, consegue-se criar, um assunto sem assunto num enorme assunto, somos fantásticos a criar assuntos que tragam protagonismos.
ResponderExcluirA crónica partilhada é perfeita de fácil interpretação pela realidade do dia a dia.
Continuação de feliz semana,
AG
A veces,nosostros mismos nos complicamos la vida dando vuelta a las cosas. Pensar en posibles problemas, es perder el tiempo y cuando surgan realmente es cuando hay que buscar la forma de resolverlo. Todo tiene solución, menos la muerte.
ResponderExcluirbesos
de uma lucidez cristalina a sua crónica, minha amiga!
ResponderExcluiro "homo sapiens" virou "homo economicus" e o resultado está à vista - separamos morremos!
razão tem (tinha rss) aquele bivalve de 507 anos! mas vem o homem perguntar porquê e... estragar, não é, Tais?
beijo
" se paramos, " - deve ler-se.
ResponderExcluirBem que eu poderia alinhar uns contra só para animar uma discussão, uma polêmica, no melhor estilo "só para contrariar". Mas não vou fazê-lo porque não tenho argumentos para sustentar essa discussão. Também porque não quero trocar um sim, por um não "porque o resultado é solidão".
ResponderExcluirMaravilhosa sua crônica. O melhor dela é que está enxuta, sem nenhuma adiposidade, poderemos exibi-la aos quatros cantos do mundo. Todos vão admirar o lindo corpinho desse texto, rss!
E quanto invejamos este bivalve! Quanto!
Um beijo, Taís!
rsss só pra contrariar? Maravilha o teu humor, fico aqui rindo sozinha desse comentário. E fechou com chave de ouro, pobre bivalve! Morreu cheio de vida! rss
ExcluirBeijo, amigo!
Sim, tudo isso não passa de um grande mistério. Mas diga lá, querida amiga Taís, o Universo e a Vida não são mistérios maiores ainda?
ResponderExcluirUm beijo.
Adoro ler as suas crónicas que muitas vezes me obrigo a refletir nos assuntos .
ResponderExcluirAbraço
Vivir sin complicaciones y con buena salud esto es lo ideal pero la realidad es otra ya que nosotros mismo nos complicamos sin la menor razón, un abrazo.
ResponderExcluirPensando en lo que cuentas me felicito a mí misma por haber llegado a este lugar del planeta donde vivimos inmersos en un cierto trípode, en lugar del cuatrípode que otros pueblos sufren por haberle añadido la guerra. También opino que si lo que desgasta son los sentimientos, tal como vamos perdiéndolos cada vez viviremos más. Sin gozar, sin sufrir, como la almeja.
ResponderExcluirUn placer leerte, Tais.
Gosto muito da forma como sempre escreves as suas crônicas. Você sempre nos dá a oportunidade de refletir.Tudo que dizes nesta página é de um grande sentido. Vivemos poucos anos se comparados aos exemplos dados e neste pouco tempo a humanidade erra , talvez, mais do que acerta.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Élys
Gosto de acreditar que esta nossa vida é apenas uma passagem para uma outra, quiçá eterna, onde tudo é fraternidade e que a nossa estada aqui é apenas uma adaptação para esta outra morada plena de paz e felicidades.
É incrivel como o ser humano desperdiça sua vida, tudo para ter razão" e assim lá se vai o melhor: a saúde. Sem ela nada tem cor, o lindo mundo fica em preto e branco.Ah! complexidade humana. bjs
ResponderExcluirQue gran verdad es todo lo que nos relatas en este escrito y deberíamos tomar la vida con otra filosofía viviendo mas sosegadamente.
ResponderExcluirSaludos.
Boa, bonita e reflexiva crônica! Gostei de ler e tirar minhas conclusões.
ResponderExcluirHá muito desperdício de tempo em coisas tao bobas. A felicidade é simples e anda acompanhada do amor. A vida é mesmo curta e precisamos abraçá-la sem mediocridades e ganâncias...
Com um abraço
A cronica é ótima, mas mesmo sem querer e querendo fiquei pensando: Você já imaginou o Lula, o Temer e o Maia vivendo 500 anos. Não prefiro como está.
ResponderExcluirBeijinhos, Léah
rssrsr, NÃO!!! Não consigo imaginar, amiga! Não deu para você escolher outras criaturas para viverem tudo isso?
ExcluirQue imaginação fértil, isso é pesadelo. rs
Beijo!
ResponderExcluirPois esta bela crônica que fala sobre a provável possibilidade de sermos felizes, embora nossa vida seja breve, se comparada ao "molusco bivalve, da espécie Aricá Islândia viveu 507 anos", lembrei-me de um político brasileiro, que já foi presidente do Brasil, José Sarney. Explico o porquê dessa lembrança: Sarney há muito deixou a presidência, depois se elegeu várias vezes com mandato para o Senado. Isso tudo já faz muito tempo e Sarney ainda está aí dando seus pitacos na política. Terá ele a idade desses moluscos bivalve? Às vezes penso que ele é imortal, mas não o sendo é quase certo que foi e que é feliz, com vida boa, muito dinheiro e ainda poderoso, do ponto de vista político. Concluo dizendo que enquanto existir políticos como ele eu não conseguirei ser feliz. Uma crônica boa como esta nos leva a esses tipos de indagações. Parabéns.
Um beijinho daqui do escritório.
ExcluirO Sarney?? rsrsrsssss
Mas esse já está chegando nos 507! Certamente ele passará do Molusco Bivalve, são conhecidas todas suas inúmeras vidas nesse país, e fazendo trapaças. Estou preocupada, estou com medo do Molusco Bivalve fazer 'Seguidores'.
Beijinho
O que faço depois de uma crônica com tal envergadura? Te aplaudo de pé. Menina tocou no ponto o Homem inventou tantas coisas, e não consegue solucionar a equação de matar a fome de tantos pelo mundo afora, é um bicho egoísta mesmo, não está nem aí pro sofrimento de seu semelhante, se todos se unissem e fossem resolvendo as prioridades básicas do ser humano, tenho certeza que não existiria tanta penúria, bem fazer o que, se eu também sou responsável por isso, devo ser de alguma forma participei ou me omiti. Que as próximas gerações sejam mais humanas do que as gerações passadas e a nossa. bjos
ResponderExcluirGostando muito da crónica que, como todas, está escrita de uma forma exemplar.
ResponderExcluirDeixando um Abraço
* Amor em Desejos Indefinidos *
amei....
ResponderExcluirImpossível não ler sua crónica, com um leve sorriso, Tais... enquanto a mesma percorre impecavelmente, uma série de grandes verdades...
ResponderExcluirDesconhecia esse bivalve!... Sem dúvida, ele descobriu o segredo da longevidade... Criou o seu mundo... e se fechou nele... mas aproveitando-o na integra... até onde lhe foi permitido, quando o importunaram, com 507 anos...
Bivalve esperto! Seguiu a linha de pensamento antagónica de Descartes... "Eu penso... logo exausto!"... E não pensou em nada, de muito profundo... durante toda a sua vida!... E não é que é mesmo isso que nos destrói?... A forma como pensamos... reflecte-se mesmo, na nossa saúde, e bem estar... para o bem e para o mal...
As coisas valem... pelo valor que lhes damos... e se relativizássemos uma porção de coisas e acontecimentos, na nossa vida... teríamos uma existência tão mais leve, e despreocupada... principalmente se não nos levarmos demasiado a sério... e se não levarmos os outros a sério, a mais do que a conta... com tudo o que implica o que os outros pensam de nós... que tanto nos inibe, de praticar loucuras saudáveis, por exemplo... sob o cruel pensamento... "O que os outros vão pensar?"
Mas o que interessa o que os pensam, desde que a gente só pense bem de nós?...
Bivalve esperto... que nuca teve estes problemas de consciência... e acredito, que o animalzinho, não passou 507 anos inconsciente!... :-D
Simplesmente não se desgastou, com o que lhe fazia mal!... E viveu feliz... fechado no seu mundo, enquanto o deixaram...
O nosso problema... é que nem todos, sabemos construir um mundo... e vivermos felizes nele... temos necessidade de complicar... de duvidarmos de nós, a partir do momento em que nos julgam, criticam, deitam abaixo... e deixamos o exterior entrar, com todo o seu esplendor, sobrepor-se ao que nos vai, cá por dentro, e deixarmo-nos alterar por isso... o animalzinho resolveu o problema... com um... em mim, ninguém entra, e se fechou na sua concha!... Enquanto o deixaram...
Se nós vivêssemos todos os dias da nossa vida, num mundo perfeito, e tivéssemos tudo o que quiséssemos... sem preocupação, de dinheiro, de saúde... e por aí fora... será que conseguiríamos aguentar 507 anos de felicidade?... Acho que não... inventaríamos algo que nos fizesse sentir miseráveis... para animarmos, nos infernizarmos, e darmos um outro sentido aos nossos dias...
Decididamente os humanos, não sabem ser felizes, na sua grande maioria... e mais uma vez... me vem à cabeça a família Onassis... símbolo máximo dos que tudo tiveram... mas mesmo tudo, e o mundo, a seus pés... e contudo, não foram... e parece-me que continuam não sendo... apenas felizes...
Já sei o que quero ser, na minha próxima vida... quero ser uma Arctica Islandica... com muito estilo... já agora!... :-D
Beijinhos! Continuação de uma boa semana, Tais!
Ana
Perfeito! Vais ser uma Arctica Islandica estilosa!
ExcluirMas brincadeiras à parte, é isso tudo, sim, muito certinho, não temos cabeça para vivermos tanto e tão bem. Talvez porque pensamos demais, queremos demais!!! Pra nós, não basta sermos só felizes, talvez não conseguimos aguentar que outros sejam mais felizes do que nós!
Beijo, querida!
A minha receita para a felicidade, bem simples, é aceitar o que temos e somos, ainda que sem deixar de querer mais e melhor.
ResponderExcluirEventualmente, essa era a receita para que o tal molusco bivalve tivesse vivido 507 anos...
Excelente crónica, os meus aplausos. Também gostei da tela do Túlio Dias.
Bom fim de semana, amiga Taís.
Beijo.
Começo a dizer que achei muito pertinente o título
ResponderExcluirem forma de pergunta ("receita de felicidade?"),
afinal a felicidade é um caminho de pergunta e resposta
de cada um...
Agora não deixa de ser um momento "feliz", percorrer
o movimento das palavras na tua narrativa cativante,
a dialogar conosco (o leitor) numa verdade simples como
esta, os seres humanos complicam mesmo, buscando o caos
existencial para conseguir alguma organização que o leve
a sensação da harmonia (serenidade mental e emocional),
esta felicidade de se sentir bem na casa de dentro, a
questão é que muitos nem entram nesta casa interior e
ficam na casa de fora, às vezes nas casas dos outros
a fazerem um "barraco básico"...rss
Achei este molusco luminoso (na foto) e jovial mesmo,
apesar da possibilidade de chegar apenas 507 aninhos
(talvez o segredo da longevidade e juventude?!)...rss
Adoro a leitura aqui, querida Taís.
Beijos e final semana alto astral (com este nosso país
nada agradável...), querida amiga!
Boa tarde, venho desejar-lhe feliz fim de semana,
ResponderExcluirAG
Está uma excelente crónica, querida amiga.
ResponderExcluirMotivadora, ela agarra a leitura que se torna muito agradável pelos momentos hilariantes de valiosa ironia.
Estou totalmente de acordo consigo: já não bastam os despertadores, cumprir horários, enfrentar o transito... realmente o homem inventa de mais para não se poupar.
Dia harmoniosos e inspirados...
Abraço com carinho, estima e apreço.
~~~~
Tais, minha amiga,
ResponderExcluirOntem fiz um comentário aqui no horário
das dez e pouca pela manhã, foi o primeiro
comentário da lista de blogs de amigos
que comentei e ainda não vejo
publicado aqui por você. Espero que
este sistema eletrônico não tenha
feito sumir o meu grande e
atencioso comentário a esta
sua crônica, se por acaso for isso,
me avise e depois voltarei a
fazer novo comentário.
Beijos.
Querida amiga, nada desses últimos comentários vieram via e-mail, entraram para as configurações, casualmente de vez em quando vou lá!
ExcluirEntrarei todos os dias nas 'configurações do blog', certamente alguns entrarão por lá. Senti falta de você, sim.
Beijo, gratíssima e peço desculpas!
Excelente crónica.
ResponderExcluirTeríamos certamente um mundo bem melhor, se o poder e o dinheiro não fossem aplicados para fins pessoais ou bélicos, mas sim em prol do bem estar e da qualidade de vida de todos. Uma utopia eu sei!
Bom domingo
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Gostei de conhecer esse bivalve e a sua bizarra história. E bizarra é, por vezes, a vida que construímos e a forma como nos desgastamos. Que bela crónica, Taís! E tão assertiva, como é seu timbre.
ResponderExcluirBeijinho.
Minha querida Taisamiga
ResponderExcluirCrónica bué fixe, como dizem por cá que fala à gente que toca fundo no coração que obriga os lobos cerebrais a trabalhar em velocidade acelerada para tudo acabar para todos no mesmo lugar. Bivalve?
Deixa que aligeire este tema com uma anedota que conto de seguida.
No tempo de "Estado Novo" o Governador-Geral de Moçambique quiz oferecer uma tartaruga bebé ao Salazar mas este recusou. E o Governador perguntou. "Porquê Senhor Presidente do Conselho?" E o ditador de Santa Comba Dão: "Olhe se. Governador-Geral, a gente habitua-se ao animal, depois ele morre e eu fico muito triste..."
Muitos bjs e qjs do casal Ferreira
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Tal como havia avisado acabo de publicar na Nossa Travessa um novo artigo de minha autoria intitulado É difícil viver com um irmão mongoloide. Com ele inicio uma saga que se inspira nas narrativas da nossa Amiga Elvira Carvalho a quem agradeço o “empurrão”…
E o pobre do molusco poderia ter vivido mais 507 anos se não fosse as mãos egoístas que o dissecaram. A respeito da felicidade, basta estar em paz consigo mesmo e com as demais pessoas que o resto vem , e transbordando de sorrisos. Ótima semana. beijos
ResponderExcluirIncrível e maravilhoso! Pena que o ser humano também desperdiça energia pra destruir, desconstruir, denegrir outras pessoas que viram desafetos só pelo fato de pensar diferente... Mas ainda vivo na utopia de que a compreensão, a tolerância e o bom senso ainda vão predominar nas relações humanas.
ResponderExcluirBela reflexão este seu post.
Adhemar
Vivemos mesmo muito pouco para esbanjarmos a vida com infelicidades,com melindres que não nos levam a nada,portanto,ainda esperamos que parte da população consiga algum dia refletir sobre conteúdos desse maravilhoso texto.Parabéns! Beijos!
ResponderExcluirViver muito tempo neste mundo complicado e violento eu não gostaria. No entanto, há locais no mundo que isso pode ser possível, como se fosse um tempo separado. Já vi documentários sobre estas aldeias, em países que funcionam bem, com o básico disponível para a população.
ResponderExcluirUma bela e completa crônica, Thais.