Ciclista desceu de sua bicicleta para ajudar idoso a levar seu carrinho - Americana / SP - foto daqui |
- Tais Luso de Carvalho
Hoje, pela manhã, desci no meu prédio e fiquei um pouco olhando as pessoas e o movimento dos carros na hora do tumulto. As pessoas agindo como sempre, indo e vindo apressadamente, idosos atravessando a rua sem olhar o semáforo. Parece que estão noutro mundo, num passado distante e calmo.
Porém, meu olhar bateu num homem puxando sua carrocinha entulhada de sacos, papelão e outras coisas entendidas como lixo reciclável. O que chamou minha atenção foi o tamanho da carroça puxada por um ser humano, em desacordo com suas forças. Sem querer, pensei nesse ser humano e num animal que há anos fazia esse serviço: o cavalo.
Lembrei dos manifestos para se tirar as carroças das ruas. E conseguiram, não vemos mais carroças puxadas por animais. Mas vemos humanos como animais de tração. O homem debruçado sobre o ferro dianteiro, parava - de vez em quando - pelo peso que carregava. Parou num contêiner de lixo e fuçou à procura de mais porcaria. E continuou, cansado, passos curtos, um 'ser detonado'. Triste de ver. Ia devagar, pelo lado direito da rua, dando passagem aos carros pelo lado esquerdo.
Atrás dele formou-se uma pequena fila, de uns 8 carros. Belos carros pretos, vermelhos, prateados, com ar-condicionado. Uma desigualdade social terrível de ver. Alguns passavam pela esquerda, outros empacaram atrás do carroceiro, impacientes, buzinando. Mas pra onde deveria ir o homem? Subir a calçada com uma carroça cheia de sacos, papelão e vidros?
Quando aliviou o movimento, o motorista de um brilhante carro preto passou e gritou: "sai do caminho, desgraçado!" - gesticulando como um Gentleman do século XXI.
O carroceiro olhou e continuou no passo humilde em que se acostumou a trabalhar, andando pela vida que não lhe foi condescendente, e vivendo igual aos animais que puxam carroças, e que aplaudimos quando os tiraram de nossas ruas pelo sofrimento a que eram expostos.
Mas aquele cidadão, o "dono do carro de luxo", seguiu seu rumo com um coração endurecido por uma resina de cor preta e pegajosa - igual ao asfalto.
E gente assim não tardará a falar de igualdade social, de fraternidade, injustiças e cidadania, em sua roda de amigos, degustando excelentes vinhos - logo mais ao anoitecer.
Triste constatar isso. Mas para essa gente, de bem com a vida, deve ser muito chique filosofar sobre a miséria humana, com falso ar de solidariedade.
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Boa tarde:- Muitos desses que blasfemam contra o homem que puxa a carroça são aqueles que, em discurso, dizem: "" Olhem para aquilo que eu faço e não para aquilo que eu digo "". Mas, no seu fundo, sabem que o povo não é estúpido e ... igualha aquilo que dizem, áquilo que fazem
ResponderExcluir.
Um domingo feliz … Abraço.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Vaya filmación, Tais.Estoy oyendo el trasiego de los viandantes, de los transportistas humanos, de cómo el hombre se gana la vida ante la adversidad. El automovilista que grita ¡Batardo!, podría convertirse en un personaje de ciencia ficción. Intercambiarse con el que tira del carrito para probar su propia medicina.
ResponderExcluirMe ha encantado amiga. El don de la mirada, es en verdad un don. Un beso.
Immagini raccapriccianti, che fanno parte della vita che scorre...
ResponderExcluirBuona serata,silvia
Vivo muito o problemas dos carrinheiros e sua vida sofrida, ainda por cima alvo do desprezo de muitos. Conheço uma senhora de quase 90 anos que ainda puxa seu carrinho - e esse carrinho não é nada leve. Olhemos o seu exemplo e não reclamemos da vida.
ResponderExcluirE se antes já havia desigualdades sociais... agora com toda a economia se ajustando a esta pandemia... que ao que consta, continuará durando ainda... as clivagens sociais, continuarão se acentuando mais ainda nesta fase de transição...
ResponderExcluirMas o que dizer... dos perdões fiscais e grandes isenções, dadas as grandes empresas, que fomentam essas desigualdades? Temos o evidente caso americano, como exemplo para o mundo... enquanto os governos compactuarem com isto... muita desigualdade acontecerá... e o que é pior... tumulto social crescente por se irem acumulando problemas... motivados pela pandemia, originados antes da pandemia (como os movimentos migratórios), e a junção de ambos... com a violência e a insegurança, tomando conta, do nosso quotidiano... até cá, que costuma ser um país absolutamente pacato... já se está sentindo tal tendência... assalto em Shopping em pleno dia, esfaqueamentos em estações de metro... e agora com a subida continua de preços de electricidade e gás a nível global... mais convulsões na economia, se juntam às provocadas pela pandemia.
O mundo apostou em energia eólica, contruindo hélices por todo o lado... com as alterações climáticas... começa-se a perguntar... para onde foi o vento?... A cada ano, com o planeta a trepar nos termómetros, vai havendo cada vez menos... enfim... e se se optar por painel solar... tal, reflectindo luz para o meio ambiente em larga escala, também contribuirá e em muito para o aumento das temperaturas... junte-se a isto o entusiasmo de alguns em abater árvores das poucas zonas verdes da terra... e é respirar fundo, aproveitando enquanto há ar, que não se fabrica em lado nenhum ainda pela via industrial...
Na próxima cimeira do clima, pouco se avançará... acho que cada vez mais teremos razões, para estabelecer paralelismos com o papeleiro, de que nos fala, Tais... o mundo está ficando sem rosto, nem esperança... e o que é pior, sem alternativas pela via de tantos erros e inacção acumuladas...
Acho que por este andar... estamos no bom caminho, para se apostar em riquexós, quando se sentir mais o problema energético à escala global, muito em breve... pois o preço da gota da gasolina está escalando todo o dia agora...
Belíssima crónica, Tais, sempre de uma imensa assertividade, sobre o que o quotidiano nos vai contemplando...
Beijinho! Feliz semana!
Ana
Boa Tardinha de domingo, querida amiga Taís!
ResponderExcluirUma ralidade que nos dói o coração cada vez que vemos. Por aqui, não há ou não os vejo pois não saio à noite, mas o filho tem a realidade onde mora, e me conta como eles sofrem. Semn contar que a violência os ataca pelo calçadão em Vila Velha, ES... vi pelo jornal também.
Aqui, tem uma única carroça puxada por burro (que eu saiba e veja), por incrível que pareça. Fico com uma dó do animal parado ao sol, algumas vezes pela manhã.
Você discorreu muitísismo bem, os metidos a filósofos ou intelectuais discursam bem sobre o tema sem arredar o pé de casa ou minimizar com alguma doação ou atenção que seja se não se pode pegar o peso como fez o ciclista da sua crônica.
É incrível como a solidariedade está fora da prática da mesma.
Aliás, o mundo está um caos em varios sentidos, à beira dum coklapso generalizado, é tanta coisa para nos preocuparmos que temos que ter calma para não enlouquecermos de vez. Que a esperança não nos largue!
Experiência de vida na sua descrição e mensagem final.
Tenha novos dias abençoados!
Beijinhos com carinho de gatidão e estima
boa noite Taís.
ResponderExcluirUma bela observação sobre o homem e o trapo de homem, que puxa uma carroça.
Nada mudou apenas o cavalo saiu de cena, mas o trabalho precisa continuar e assim puxa o homem sua carroça e seu sustento da família. Bem disse Joãozinho Trinta, que pobre gosta de luxo e a pobreza é coisa de intelectual, mas intelectuais de fachada, como o que buzina e vocifera pelas ruas em suas astronave.
Por uma semana mais leve e de boas novas.
Beijo de paz amiga.
Oi Taís
ResponderExcluirSegui o link inicial da boa noticia e a sua crônica ficou até mais leve pensando que 'ainda' existem pessoas que se importam e ajudam _ outros reprovam outros se incomodam outros criticam mas o certo é que poucos podem agir. Ficamos sim angustiados presenciando os catadores. atrapalhando o trânsito e colocando em risco sua vida e dos outros.
Quem poderia fazer mais e muito mais ,não vê, não lê porque estão acasteladas em seus palácios governando para os seu bolsos.
Essa sua publicação ajuda-nos a ser agradecidas pela vida boa que temos e não murmurar em momento algum. Só agradecer !
Feliz semana,Taís e grande grande abraço !
E fui ver o rosto feliz do idoso ao receber ajuda
ResponderExcluirFui ao link e cito:
“Ainda tem gente boa …. O mundo não está perdido…… linda atitude”, escreveu uma leitora.
“Por mais seres humanos assim”, escreveu outra.
“Ah, que lindo! Notícias assim que eu amoooo. Parabéns ao ciclista”, escreveu uma outra leitora.
E eu elogio a Taís por trazer esta crónica...
Taís, chega a doer a gente quando vemos a arrogância, o SE ACHAR mais por ter grana, se sentir poderosos por estar ao volante de carrões. Outros mesmo sem carro, também zombam e maltratam. Que bom quanbdo vemos bons exemplos de quem ajuda os papeleiros suas pesadas carroças...Triste demais e até quando serpa o humano será tão ruim com seu semelhante? Linda crônica! beijos, chica e ótima semana!
ResponderExcluirA humanidade está cada vez mais egoísta, só se preocupa com o seu bem estar e muitos se virem um pobre caído na rua, ou lhe passam por cima ou desviam a cara para fingirem que não veem. Felizmente que há exceções como a daquele ciclista. São estes que ainda fazem ter esperança de que o mundo não está totalmente perdido.
ResponderExcluirAbraço, saúde e uma boa semana
Taís:
ResponderExcluiresa pobre gente que tienes que arrastrar miseria y penalidades no tiene tiempo para filosar sobre las injusticias. Por desgracias, viven en ella.
Abraços.
Olá, Tais!
ResponderExcluirSão infelizmente realidades, que nos deparamos no nosso dia a dia. As descrepancias sociais, emergem constantemente aos nossos olhos. E este exemplo que aqui nos trás, constata infelizmente essa triste realidade...
Excelente crónica!
Votos de uma excelente semana, com muita saúde!
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Em Coimbra chamávamos a essa gente os teóricos.
ResponderExcluirPensam que sabem muito e são totalmente desprovidos de sentimentos.
Beijos, boa semana
Mientras haya empatia y respeto las cosas mejoraran, Te mando un beso
ResponderExcluirTriste, muito triste a sua crónica. Mas real. As desigualdades sociais estão cada vez mais acentuadas. O fosso entre os que tudo têm e os que não têm nada é cada vez maior. É impressionante o número de pessoas que passam fome, que não têm abrigo, que têm que fazer trabalhos tão duros como o que descreve para terem pão. Para fazer uma reflexão séria, o seu texto.
ResponderExcluirCuide-se bem, minha Amiga Taís.
Uma boa semana.
Um beijo.
Y mientras tanto, todo sigue ocurriendo sin que cambie esta situación..pocas personas se ponen en la piel de estas personas, que se buscan el sustento de la más penosa manera.
ResponderExcluirQue tengas una buena semana.
Besos
Muy buena crónica Taís, por desgracia ese el mundo que entre todos lamentablemente nos hemos dado, aunque siempre queda una esperanza para cambiarlo, y esa esperanza comienza por ese ciclista que sin pensarlo deja su bicicleta y ayuda al anciano. Un gesto que lo dice todo.
ResponderExcluirUn abrazo Taís y buena semana.
Interessante ter mencionado que gente assim, cono o dono do carro de luxo, é capaz de comunicar defendendo a igualdade social, a justiça e solidarinaedade e no dia a dia a sua atitude é incoerente.
ResponderExcluirEste é o problema, é muita gente a falar coisas lindas e a fazer coisas feias!
Excelente crônica!
Beijinhos
Infelizmente, Taís, em muitas partes do mundo, em especial aqui na América do sul, onde vivemos, encontramos cenas como as que estão narradas nesta sua importante crônica de cunho social, mas os governantes de quase todos os países pobres, estão sempre preocupados com a própria popularidade, não apenas a sua, mas também de seus correligionários, pois eles querem a permanência no poder, com a chave do cofre na mão, para, de forma desleal e criminosa, tirar dos cofres dos respectivos governos valores pagos pelo povo a título de impostos. Então, talentosa cronista, sobra a pior parte para os pobres, pior ainda para os que estão abaixo da linha da pobreza, como é o caso desse pobre homem idoso, que ganhou vida e afeto dos leitores quando foi trazido ao nosso meio cultural por essa belíssima crônica.
ResponderExcluirUm bravo à minha cronista favorita!
Beijinho daqui do lado.
Boa tarde Taís,
ResponderExcluirMuito triste ver cenários como esse, uma pessoa no lugar de animal anteriormente.
Depois para piorar a história a fala criminosa do sr. do carro preto!
Senhores que nas nossas costas atraiçoam o povo vivendo às custas desse mesmo povo, como muito bem seu marido falou e disse tudo.
Excelente e bem atual Crónica!
Beijinhos uma boa semana.
Ailime
Falar com sabedoria, coerência, maturidade, humildade, e propósitos de crescimento, eis a questão.
ResponderExcluirLamentável como existem pessoas arrrogantes...
Parabéns pela sua cronica, querida Tais.
Tenha uma semana abençoada.
Beijinhos
Verena.
Olá, amiga Taís.
ResponderExcluirA nossa sociedade está cheia de gente como esse condutor desnaturado. Egoístas até à medula, mas quem os ouve falar parecem ser de uma solidariedade exemplar.
Falsidade e hipócrisia é o pão nosso de cada dia.
No entanto, ainda há verdadeiros seres humanos à face da terra.
Por isso não podemos perder a única esperança que nos resta.
Entre o joio citadino, aparece sempre uma bela espiga de trigo maduro.
Um beijinho e bem haja, amiga Taís, por sempre nos trazer bocados de vida real, nem sempre boa, nem sempre má.
Una hermosísima crónicas y muy triste.
ResponderExcluirDesde el pedestal de algunos humanos, se portan como verdaderos animales (con perdón para los animales) porque no tienen ni un ápice de humanidad. Que bonito habría sido que se bajara de su flamante coche y le hubiera echado una mano para aligerar su carga.
Felicidades por esa mirada que has convertido en un estupendo relato de conciencia.
Un abrazo Taís, y buena semana.
Essas criaturas falam muito , mas nada fazem. Além disso são muito dados a festas de caridade .
ResponderExcluirTriste sociedade a nossa, Taís...
Gostei muito do texto e das caricaturas que publicou em "Das Artes".
Grande abraço :)
Qué importante es tener solidaridad!!. Y, por supuesto empatía con los demás.
ResponderExcluirMe gustó mucho tu texto, tan humano y bello.
Ayudo mucho a reflexionar.
Un beso, Tais.
Taís querida,
ResponderExcluirEu sei bem sobre que escreve
pois moro quase em frente a uma praça
e na rua principal onde
vejo a crueldade do ser humano.
Cada um só da valor a seus
problemas e a suas necessidades.
Eu gosto de observar,
sofro sim, mas aprendo
muito.
Adorei ler
e refletir.
Bjins
CatiahoAlc.
Con tu imagen y texto me han recordado a una persona muy conocida en la ciudad de Palencia de nombre Carmen popularmente se la conocía como "Carmen la cartones". Ella como el protagonista de tu narración tiraba de un carrito repleto de cartón en alguna ocasión un grupo de gamberros se le quemaron.
ResponderExcluirDecir que hubo un revuelo cuando se conoció que debajo de esa persona de aspecto desarrapado se encontraba una persona con una buena cuenta corriente.
Saludos.
Olá Tais!
ResponderExcluirPassando por aqui, relendo esta excelente crónica, com a qual me identifico, e desejar um dia feliz!
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Tais, que bom que abordou essa realidade em sua bela crônica. Aqui tem muitos carroceiros que usam o animal, e outros empurram as carroças, é triste e desumano, mas é o único meio de trabalho e sobrevivência daquelas famílias que perderam seus empregos.
ResponderExcluirA cada dia a situação fica mais complicada principalmente nas pequenas cidades. Vejo essa situação que me dói na alma porque não tenho como ajudá-los.
Beijinhos e meu carinho.
Entendo bem o que quer dizer, não devia ser assim...
ResponderExcluirBjxxx
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com a vivacidsde e o talento que caracterizam as suas crónicas, a Tais interpela-nos
ResponderExcluire não nos deixa escapatõria - somos todos responsáveis!
obrigdo Tais.
beijos, minha amiga
Olá, Tais.
ResponderExcluirDois assuntos, duas vertentes: a boa ação do ciclista - que é uma boa ação merecedora de aplausos, com certeza! - e a miséria, um problema social concreto que vemos nas ruas, praças, viadutos, etc, bem ali na nossa cara e que nos angustia profundamente. Você nos mostrou o panorama, em sua excelente crônica. É de lamentar-se a situação de tantas pessoas, como esse catador, que vive em permanente estado de vulnerabilidade social. Lamenta-se também a grosseria dessa gente que fala bonito, mas que só pensa no seu umbigo. Tenho certeza que muita coisa poderia ser feita para ajudar, amenizar e melhorar o viver de quem "não tem nada na vida". Mas tudo depende dos reis e rainhas que vivem nos seus castelos, literalmente, comendo a vida e os sonhos dos que não fazem parte de seu circulo de interesses.
Parabéns pela crônica.
Bjs, Marli
" Emociona ", sim, Tais e, depois de ver o video algumas vezes, notei que outras pessoas passaram, olharam, como fosse coisa do outro mundo, mas ninguém foi ajudar, nem o bondoso ciclista que " feito burro de carga " ( sem querer ofender esses animaizinhos fofos ) puxava a carroça nem o SENHOR que, feliz a empurrava. Não faltou quem aclamasse o ciclista nas redes sociais porque esta atitude, que deveria ser comum, é, hoje em dia, uma anormalidade que assusta. Já várias vezes, vi, daqui da minha varanda, uma senhora idosa caminhando devagar, apoiando-se na bengala, com uma mão e a outra segurando um saco com compras; moro no centro da cidade e por isso não faltam pessoas nas ruas, cada uma delas com os seus pensamentos e na habitual correria; ninguém se oferece para lhe carregar a sacola, mas, amiga, o que faço eu? Nada! Não poderia descer e oferecer a minha ajuda? Se a senhora vai a pé, com certeza mora perto e eu, com todo o tempo do mundo, fico, simplesmente a observá-la e a lamentar a atitude dos outros. Não sou nem melhor, nem pior, sou igual, falo e não ajo! A única coisa que me distingue é a arrogância; seria incapaz de " buzinar " ou de mmaltratar com palavras se me deparasse com a situação que descreves nesta pertinente crónica, mas, de resto, Amiga, tenho de me penitenciar, porque faço muito, muito pouco para ajudar os outros. Como diz o Manuel e muito bem, " somos todos responsáveis " e há, com urgência de passarmos das palavras aos actos. A minha varanda dá para uma linda praça, com um jardim sempre muito bem cuidado e é bom admirar a beleza das árvores e flores, mas, quando passar aquela idosa, tenho que deixar o jardim e embelezar o rosto da senhora com um sorriso, não só pela gentileza de lhe carregar as compras, mas também pela conversinha que, de certeza se dará pelo caminho. Termino, dizendo: " Aprende, Emilia...fala menos e faz mais...deixa os teus poucos afazeres e desce...nāo custa e o elevador está logo ali, bem pertinho...". E nada mais há a dizer a não ser lamentar que , em pleno século XXI, haja pessoas que precisem de sofrer tanto para terem um pouco de comida na mesa. Como sempre, Tais, uma cronica assertiva que me fez reflectir nas minhas atitudes perante os mais vulneráveis. Obrigada! Desejo que tenhas um bom fim de semana, tranquilo, com SAÚDE para todos, sempre! Beijinhos aos dois grandes Amigos
ResponderExcluirEmilia 👏 🙏 ♥️
Boa noite Taís
ResponderExcluirUma postagem tocante. A desigualdade social é algo muito doloroso, mas a insensibilidade dos seres humanos é algo repulsivo. Se todos fizesse algo nem quê fosse pequeno em pro do próximo não estaríamos vendo os menos favorecidos neste situação ou ainda pior família catando restos nos lixos. A pandemia não ensinou o quê é o amor, o verdadeiro sentido da vida ser feliz e fazer o maior de pessoas felizes. Um dia li uma frase jamais esqueci, a cada esmola negada um mendigo se afasta mais triste. Muitos dizem quê moradores de ruas são todos drogados, quê o dinheiro é para o uso de drogas etc. Não sabendo quê não estamos aqui para julgar, mas som para ajudar. Lembrança ao Pedro. Enorme abraço para vocês.
Passando para desejar um bom fim-de-semana!
ResponderExcluirBjxxx
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Estou ao seu lado na consternação, comiseração, indignação e tristeza...
ResponderExcluirPessoas como o ciclista são tão raras! Prevalece a prepotência, a arrogância dos que acham que alguns não são nada... E quando exemplos destes vêm do topo...
Excelente crónica humanista de alerta social.
Bom fim de semana, querida amiga. Beijos.
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É verdade Taïs que os casos de desigualdade social nos entra pelas janelas ou pelos ecrãs todos os dias quando os nossos olhares saem do seus percursos da sala ou da cozinha, e milhões de pessoas também veem os mesmos cenários
ResponderExcluire repetem que isso não deveria existir, e blá, blá, blá, blá
as situações repetem-se e o sofrimento associado ninguém lhe vê o fim
Um dos personagens criado por Chico Anisio era o deputado Veríssimo cujo bordão era "eu quero que o pobre se exploda". Este retrato da realidade nos constrange, mas ainda conviveremos por muito tempo com ele. As perspectivas são sombrias...
ResponderExcluirCrônica para se tirar o chapéu. E a ilustração merecem louvor particular...
Um beijo, minha amiga Taís!
Uma triste realidade que vemos no cotidiano. A palavra solidariedade é muito decantada, mas não é acompanhada nas atitudes. A desigualdade social só vem aumentando infelizmente, Gostaria de ver uma luz no fundo do poço. bjs
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