11 de julho de 2021

POR FAVOR, ME ESCUTE !

 

Di Cavalcanti / Mulheres 1962


               

                  - Taís Luso de Carvalho 


Há tempos, passei umas horas com uma amiga que estava com a alma em frangalhos por ter perdido o irmão  tragicamente. Estava fazendo força para não ser engolida por uma depressão. Fiquei preocupada e disse a ela que voltaríamos a conversar, mas que ela precisava sair, e que não trancasse suas dores, pois é saudável quando dividimos as alegrias, mas também as tristezas.

Mas Taís, as pessoas não querem saber de ouvir, elas querem é falar de suas coisas!

Ela tinha razão: muito difícil alguém parar para ouvir o que precisamos falar. Emprestar um pouco de sua generosidade. Algumas não estão nem aí pra escutar. Aliás, só escutam o que querem; o que possa lhes interessar. É difícil desabafar uma dor. Difícil aliviar a alma.

Será que hoje só existem amigos pra servir de acompanhantes para um cineminha, para jantar ou ir ao teatro? No cinema não se fala; no teatro não se fala; no restaurante estamos de boca cheiaFalar onde?

Será que alguém tem de pedir: "hei… pelo amor de Deus, você pode me escutar? Pode me dar uma forcinha básica?"

Há anos senti desconsideração numa reunião social. Fiquei com a frase no ar, dependurada e com uma cara de cachorrão enquanto a criatura olhava para todos os lados à procura de algo mais interessante. Senti que estava num monólogo. Que situação desagradável. Levantei e saí. Além de ter sentido o desinteresse por parte dela, não houve jeito de dar continuidade ao assunto. Mas passei por tal constrangimento em nome de minha "sociabilidade", enquanto ela foi antissocial.

Mas descobri que deparar com alguém desfavorável - de difícil conversa - o melhor é não gastar saliva e ficar calada. Melhor o silêncio, já que a conversa não é obrigada a partir de mim ou de você. Mas é preciso reciprocidade. Essa pessoa jamais ouvirá alguém, não terá interesse em ouvir nada que fuja de seu mundo. Nasceu sem empatia – aquilo que é fundamental para sermos apreciados: mostrar interesse pelo que o outro fala ou sente. Ou no mínimo escutar. Ser apenas educado.

E se não for assim é melhor a gente desistir! Não tem o porquê investir na pessoa errada.




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47 comentários:

  1. Há mais gente a querer falar do que a escutar ou olhar!
    Uma dor que não se deseja!
    Bom domingo!!!

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  2. Bah,Taís! Realmente falta a empatia mesmo.. E cada vez menos ouvidos encontramos, pois as pessoas querem apenas como que "cacarejar" suas coisas e problemas... Na hora de emprestar o ombro ou ouvir, somem... Que mundo! Beijos, linda nova semana, chica

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  3. Encontra-se muito mais pessoas que sabem falar do que se encontram pessoas que sabem escutar. E saber escutar é tão ou mais importante que saber falar. Depois de escutra, uma palavra de carinho, de conforto, pode valer por todas as palavras do mundo.
    .
    Domingo feliz.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  4. Realmente, aún no está todo perdido y existe mucha gente dispuesta a escuchar. Algunas veces, debemos dejar hablar y que se desahogue la persona e intentar llevarle a un terreno donde nos pueda escuchar, no ya con grandes discursos sino, con frases muy cortas que le lleguen y le hagan meditar, para que en un determinado momento sea ella la que lo pida y entonces exponer nuestro punto de vista ampliamente. En algunos casos, es bastante complicado negándose a escuchar, en otros, se puede llegar a una buena conversación.
    Un abrazo amiga Taís y buena semana entrante.

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  5. Olá Taís
    Dia destes perguntei a uma conhecida se aceitaria tomar um café aqui em casa.
    A resposta dela foi: "Não posso assumir compromisso com tanta antecedência. Vamos nos falando..." O convite foi feito com 2 dias de antecedência.
    Tens razão quando escreves: o melhor é não gastar saliva e ficar calada.
    Uma ótima tardinha de domingo.
    Um beijinho
    Verena.

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  6. Boa tarde de Domingo, querida amiga Taís!
    Quando precisei falar, pedir socorro, procurei perceber quem estava disponível para ter empatia comigo. Achei! São poucos que retorno nos dão, mas quem o faz vale por mil egoístas ou insensíveis.
    É bem assim como você diz em sua crônica, em pessoas erradas não adianta investir nem pedir "help".
    Vi um fundo da nossa realidade na Pandemia aqui.
    As pessoas só querem boas notícias, euforias...
    Creio ser por termos recebido notícias tão drásticas que cansaram à maioria ou quem têm muitos lhes ouvindo...

    — "Mas Taís, as pessoas não querem saber de ouvir, elas querem é só falar de suas coisas!"

    Sua ressalva acima está real.
    "Melhor o silêncio". Perfeito!
    Gostei de sentir seus sentimentos bem similares ao que experimento dia após dia.
    Só me abro com quem queira me ouvir, agora e com quem amo.
    Reconheço aqui em suas palavras que você é de ouvir... Só quem ouve os demais sente falta de ser ouvida ou sabe sentir a dor de quem não é. Pessoa sensível ouve e fala num diálogo perfeito, não deixa a desejar respostas. Que triste é quando ocorre assim. Um rasgo na alma. Uma tristeza irreparável.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos carinhosos e fraternos de paz e bem

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  7. Texto excelente, Taís! O equilíbrio é tão importante, não é mesmo!? Nas relações mais próximas principalmente.
    Tive uma amiga/colega que gostava muito, quando a encontrava passávamos quase uma hora conversando, mas não havia uma chance de eu introduzir algo meu, era sempre cortada, até mesmo para comentar sobre o que ela falava. Até que desisti, resolvi que talvez fosse mais importante para ela ser ouvida e assim passou a ser, desencanei da troca.
    Essa sua experiência ao ser ignorada imagino a sensação, já passei por isso uma vez, duas amigas que falavam inglês fluentemente e começaram a conversar como se eu não estivesse ali, dando risinhos...Deixei as duas ali e fui para a sala tomar meu drink sozinha...Pensei: Que diabos é isso, para quê?!
    Bom, da intensão e necessidades das pessoas nunca saberemos, então melhor agirmos de acordo com nossa personalidade e sensibilidade.
    Amei o texto, que me faz pensar e prestar mais atenção em minha postura também.
    Abração, Tais, bom final de domingo!

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  8. Taís, minha amiga, parece que você gosta de ficar catando agulhas no palheiro e sempre as acha, pois nos traz sempre em suas crônicas algo que queríamos dizer. Nunca o faríamos. E você boa cronista que é, faz-nos este favor, abordando tais questões com uma plausibilidade que parece que fomos nós que a escrevemos, pois, como disse, queríamos fazê-lo e não o fizemos, nem o faríamos.
    Pois é, como está difícil encontrar um interlocutor, Um verdadeiro interlocutor. Alguém que queira nos ouvir e não apenas falar. O outro, o bem-falante, ainda não percebeu que precisamos ser ouvidos também.
    Cuide-se, minha amiga! Cuide-se!
    Um beijo,

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  9. Um dia alguém me disse que é muito mais difícil escutar do que falar. Por isso temos dois ouvidos e apenas uma boca. O ser humano é vaidoso e egoísta. A vaidade muitas vezes não lhes deixa ver nada mais que o seu próprio umbigo. E o egoísmo não lhe deixa ouvir os outros. Porque não quer ralar-se com o sofrimento de uns e inveja da felicidade de outros.
    Abraço, saúde e boa semana

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  10. Como disse o Rubem Alves "é preciso desenvolver o canal da escutatória por a oratória é inata"
    É desolador quando estamos falando e a pessoa não se digna a nos ouvir que seja apenas por educação. Então como você abordou com grande sabedoria "Melhor ficar calado" e não investir em pessoas egoístas e presunçosas
    Uma linda semana para você Taís
    Beijinhos

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  11. Oi Taís
    O outro quer falar muito e não está nem aí pra gente. Portanto, nem falo mais, apenas ouço.
    Já falei demais. Lecionei 40 anos. É mole?kkk
    Adorei a postagem
    Beijos no coração
    Lua Singular

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  12. Ciao Tais ��
    Buon inizio settimana.

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  13. «Ser apenas educado»
    é para mim um horror
    se é para escutar, escuto
    se é para agir, oiço

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  14. Com gente assim não vale a pena perder tempo.
    Bjs, boa semana

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  15. Não é fácil encontrar pessoas dispostas a ouvir as outras com atenção e compreensão. As pessoas gostam de se ouvir a si mesmas. Ter uma boa amiga ou um bom amigo faz diferença porque aí pode haver disponibilidade para escutar com o coração. Sempre com crónicas inspiradoras, minha Amiga Taís.
    Cuide-se bem.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  16. Olá, Tais!

    Sem dúvida, que saber ouvir o outro é muito importante. E, assim, é muito mais fácil tomarmos uma atitude. Seja ela qual for. O problema de muitas pessoas, é que na não querem sequer o outro.

    Excelente crónica!

    Votos de uma excelente semana!

    Beijinhos, e muita saúde.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  17. Olá Taís,
    no instante que minha leitura avançava me lembrei de uma narrativa semelhante que escrevi tempos atrás e se encontra no meu livro. Sim, teu desabafo tem completa veracidade. Quantas situações parecidas com a tua vivência já se repetiu em diferentes contextos, infelizmente.
    Como dizia Rubem Alves: " O mundo precisa de menos oratória e mais escutatória!"
    Uma boa semana pra ti.
    Bjnhs,
    Calu

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  18. Boa tarde, Taís!
    Concordo! HOje em dia todo mundo quer falar muito e pouco escutar, talvez seja aí que esteja o cerne da questão de nossa polarização.
    Eu, continuo uma boa ouvinte, prefiro escutar mais do que falar, principalmente agora na minha faixa de idade.
    um grande abraço e ótima semaninha!

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  19. Querida amiga Tais, sabendo disso eu sempre ouço, prefiro ouvir, prestar atenção no que a pessoa quer falar, somente assim posso dizer que há comunicação, pois quem fala quer ser ouvido, quem ouve está sentindo e percebendo que a melhor coisa que há é poder ser amigo.
    Difícil achar que queira doar um pouco do seu trmpo em ouvir, até nas comunicações nos blogs e internet se percebe isso, nem ler as pessoas querem mais,só se for algo de muito interesse próprio,pois do contrário nao leem.
    Que pena que é assim!
    Abraços bem apertados!

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  20. Oi Taís
    Sempre gostei mais de ouvir , mas sei o quanto é difícil achar alguém que nos ouça e sobretudo se cale rs
    Existe pessoas que não tem paciência pra coisa alguma_ se encontram um texto um pouquinho mais longo ,não conseguem ler e ouvir o outro então são incapazes.
    Filhos é danado para irem saindo quando as mães começam a dar conselhos rs começa aí a impaciência ou não. Podem ser depois bons ouvintes.
    Sempre bom é voltar aos amigos e senti-los através da poesia dos contos, das crônicas.
    grande abraço ,Taís_ muito bom vir a sua casa, e 'ouvi-la' .

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  21. Taís,
    Realmente ninguém
    quer ouvir e quando
    fingem ouvir: não escutam, é só
    uma formalidade.
    Somos seres sozinhos, essa
    é a grande verdade.
    Gosto de ler e de escrever, pois pra
    mim é como conversar.
    Adorei mais essa maravilhosa
    publicação.
    Bjins de boa semana.
    CatiahoAlc.

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  22. Boa noite, Tais! O conceito de empatia é, em suma, a capacidade de se identificar com outra pessoa a fim de compreender o que ela pensa e sente; trata-se de compreensão emocional. Para adentrar o terreno empático, é preciso antes aceitar as próprias vulnerabilidades e admitir que ninguém que encontrarmos, por melhor que seja, será perfeito. Todos nós temos as nossas particularidades e existem graus diferentes de afinidade e proximidade, o que precisa ser respeitado. Gostei imenso de ler sua crônica. Grande beijo.

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  23. Muchísimas gracias por tu voto estimada amiga. Todo un placer.
    Un fuerte abrazo y buen resto de semana.

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  24. Sabedoria, querida amiga! De primária você não tem nada, querida Taís!
    Beijo

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  25. En tu relato nos muestras perfectamente a todos aquellos que solo creen que pueden hablar ellos.
    Así como nos dices es mejor dejarles hablar y escuchar.

    Saludos.

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  26. Duas coisas básicas Taís: Não investir na pessoa errada e ter empatia.
    Sem esta fica difícil para a pessoas entender de sensibilidade e sociabilidade e o silencio impera, principalmente se for para falar de sofrimento e dores. Um mundo oa frangalhos amiga, onde circulamos como invisível no meio da multidão.
    Bela crônica critica ao comportamento.
    Semana linda para vocês.
    Beijo de paz amiga.

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  27. Querida Taís,
    Perfeita sua crônica. O mundo está assim mesmo, todos falam em diálogo mas só querem saber de monólogos. E ninguém escuta ninguém. Bem como dizia Rubem Alves, que não precisamos de oratória, que deveria haver cursos de escutatória. E a empatia? zero. Pudera. Como seria possível colocar-se no lugar do outro para compreendê-lo se não o escutamos e, portanto não sabemos o que o aflige? Complicado, mesmo.
    Bjs
    Marli

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  28. Tem razão amiga Taís,
    quem sofre acaba por esconder o que sente, e essa dor se agiganta, e se torna insuportável.
    Há mais facilidade em desabafar aqui nos blogues, do que para "amizades" ditas reais.
    O meu marido é o meu maior confidente e amigo, mas por vezes gostaríamos de ter aquela amiga que nos escutasse um pouco.
    Um dia destes, dei por mim a olhar para a lista de contactos do meu telemóvel, e pensei, que não tinha ninguém a quem confiar um desabafo mais íntimo, é muito triste isso, quando eu estou (ou melhor estava) sempre pronta para os ouvir.

    Desculpe ter personalizado este seu excelente texto.

    Um beijinho, cuide-se minha amiga.

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  29. Boa tarde, querida, Tais.
    Parece que atualmente, há menos ouvidos para ouvir um desabafo, ou para um conselho.
    Nem falamos mais em empatia, pois tudo mudou e para pior. Ouvi muito: ah, a pandemia vai deixar as pessoas mais humanas, mais sensíveis aos outros seres humanos, ledo engano, poucos são os que param para ouvir e retribuir com uma palavra de conforto. Senti na pele a falta de uma amiga para dividir a dor de ter perdido familiar para a Covid. Claro que posso contar com o marido, com meus filhos, porém achar um ombro amigo, é difícil. Excelente, como sempre, a sua crônica. Beijos!

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  30. Querida Taís, não sei se vais achar bem ou não, mas....tenho que dizer! Os meus dois grandes Amigos de Portalegre, decidiram e muito bem, abordar o mesmo tema, embora com titulo diferente; mas, o que importa um titulo? Nada! O que interessa é o conteúdo e tanto este, quanto o do Pedro é pertinente demais e merece ser tratado vezes sem conta e lido com muita, muita atenção. O Pedro deu ao poema dele o titulo " Indiferença " e o desinteresse mostrado pelo desabafo que uma pessoa necessita de fazer, pela falta de alguém que a escute não é indiferença? Penso que sim! Não é tão grave como ver uma pessoa estendida na rua e passar para o outro lado para não tropeçar naquele " objecto estranho ", mas não deixa de ser uma indiferença. Sabes, Taís, penso que virou " moda " não dar atenção aos outros e muitas vezes ainda somos taxados de bobos e palermas; já me aconteceu de ouvir: " não sei por que te preocupas com ela...está sempre a lamentar-se...quer fazer-se de coitadinha...) É...quem ajuda ainda ouve este tipo de barbaridade. Eu gosto muito de conversar, Taís, mas, não me serve qualquer pessoa; tem de ser de extrema confiança e que eu saiba que o que foi falado não sai dali ; não pode ser também daquelas que estão sempre a olhar para o lado, procurando ser vistas, mostrando assim que nem sequer me ouvem. Nunca procuro pessoas dessas para uma conversa, mas às vezes, não consigo evitá-las e , quando dou conta, lá está uma delas sentada ao meu lado, na esplanada de um café ( por causa da covid não fico no interior...): claro, a conversa é daquela " falar para não estar calado ", como se costuma fazer. Felizmente, tenho duas ou três Amigas que merecem toda a minha confiança e bastaria desconfiarem de qualquer tristeza minha, para logo aparecerem oferecendo o ombro Amigo. Tenho mais dois grandes Amigos que fariam isso, mas, Taís, estão muito longe e há um imenso oceano a separar-nos; é imenso, o oceano, mas essa imensidão não é suficiente para me tirar a certeza da Amizade que me dedicam e a disponibilidade que têm para ouvir os desabafos da amiga luso - brasileira. Obrigada, Taís e Pedro, não só pelo assunto abordado, mas também pela vossa grande Amizade. Um abraço do tamanho do mundo e muito beijinhos também. SAÚDE!
    Emilia

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    1. Querida Emília, antes de tudo deixa-me agradecer esse teu enorme carinho que nutres por nós, daqui de tão longe, um imenso oceano nos separa além de outros países. Isso prova que amizade não tem fronteiras.
      Sim, querida, por coincidência escrevemos (eu e Pedro) sobre o mesmo tema, porém em situações diferentes, mas é indiferença, sim, fazer pouco-caso do que outro diz ou vê-lo morrendo na calçada e prosseguir... esse último caso é desumano. Já é um problema social e político que enfrentamos. A política está em tudo e, cabe ao Estado zelar pelo bem-estar e pela saúde do seu povo. Para isso pagamos tantos impostos!
      Então é isso, Emília, indiferença é um sentimento que dói demais, e muito mais conforme o tamanho do problema do outro.
      Beijinho, querida amiga "luso-brasileira"!
      Cuide-se bastante.

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  31. Oi, Tais!
    Fala para a sua amiga inaugurar um blogue! :) Aqui lemos e respondemos. Os blogues conversam e nessa interação, alguns até dizem que blogar é terapia. Mas entendi o que incomoda. A educação vem de berço, assim como a felicidade. Famílias infelizes produzem pessoas infelizes e dentro desse contexto, para evitar problemas maiores, a preocupação com o que dizemos e para quem dizemos é fundamental. Escutamos educadamente e nos preocupamos com a resposta. Quem dá de ombros, além de não ter recebido educação ou sentir empatia com o outro, pode também não ter maturidade ou argumentos para tal. A melhor conversa é entre iguais, pois somente assim a troca é satisfatória. Quando percebemos que o nosso oponente não tem nada em comum com nós, melhor se calar e não lhe falar dos nossos problemas. Digo que sou uma pessoa para-raios, pois os amigos e parentes estão sempre a contar seus problemas e segredos. Muitas vezes isso é um grande fardo.
    Beijus,

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  32. Estoy totalmente de acuerdo contigo Tais. Yo tengo una amiga que habla tanto que no sabe escuchar, y cuando le vas a contar algo se le nota que esta deseando meter su palabra y no se entera de lo que se le está hablando.
    Es bastante desagradable cuando la gente no te escucha, así que lo mejor con esas personas es guardar silencio, y desconectar...
    Muy buen relato y con toda la verdad del mundo.
    Un abrazo.

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  33. Olá, Tais!
    Uma realidade pertinente. Precisamos todos de saber ouvir, de compreender o outro, de saber inclusive, dar bons conselhos, ser paciente com quem nos escuta e interage connosco. Isso é muito importante.

    Votos de um excelente fim de semana.

    Beijinhos!

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  34. Boa tarde Taís,
    Como sempre uma excelente Crónica!
    Atualmente as pessoas não param para falar, muito menos para escutar!
    E tantas pessoas que necessitam de alguém que as escute, alguém em quem possam confiar principalmente seus problemas.
    Amigo não é só para coisas boas, mas também para as ruins, para dar um abraço amigo, um carinho.
    A tela é lindíssima.
    Um beijinho e um ótimo fim de semana.
    Ailime

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  35. Olá Taís,
    Excelente reflexão, hoje em dia são poucos os amigos que sabem ouvir, mas além disto também só querem estar bem, com sua vida alegre e não têm disponibilidade para quem está mais em baixo ou em depressão.
    Senti isso quando o meu marido faleceu repentinamente há 15 anos atrás. Fiz o meu luto sozinha, perdi a minha vida social e senti falta do apoio das minhas amigas que continuavam com as suas vidas alegres, as suas saídas nocturnas. Esqueceram-se de mim.
    Foi triste, ultrapassei mas não esqueci.
    Mesmo que eu não tivesse vontade de sair, fez falta aquele telefonema - vamos sair? Dar uma voltinha, vamos até à praia?
    Minha vizinha que tinha perdido o marido meses antes, avisou-me logo, no princípio, ou seja no dia do enterro e naqueles é que não falta gente a dar sentimentos e a dizer - estou aqui para aquilo que precisares, mas depois ninguém aparece. Acho que tem de ser nós mesmos a procurar ajuda.
    Mas quem está triste, nem sempre sabe pegar num telefone e ligar para combinar algo. Os amigos deven ter esta atenção!

    Beijinho grande!



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    1. Micaela, que triste isso, amiga, fiquei comovida com seu relato! Muito obrigada por ter relatado aqui um caso particular, imagino o seu coração na época, amiga...
      Um beijinho, um bom fim de semana!

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    2. Obrigada pela sua reposta!
      Na altura a minha filha tinha 2 anos e por isso tive força para continuar, por ela tive viver e fazer a minha vida normal e fiz o possível para ela ser uma menina alegre, e só podia fazer isso sendo uma mãe alegre!
      Já passaram 15 anos e agora estou bem!
      Beijinho

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  36. Olá, Tais!
    Já tinha saudades de passar aqui pelo seu blogue.
    A tristeza em que mergulhou a sua amiga contrasta com a sua vontade de a animar.
    Quem tem fé aceita a morte com mais naturalidade.
    Aceito a morte, pois, sei que não tenho alternativa , mas, que é doloroso perder um ente querido, não tenho a mais pequena dúvida.
    bj. e boa semana.

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    1. Olá, Adriano, muito bom ver você aqui, muito obrigada.
      Será sempre bem-vindo!
      Obrigada pelo ótimo comentário,
      Um bom fim de semana!
      bjs

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  37. A coisa anda feia amiga, ninguém quer ouvir e sim só falar e falar...

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  38. Oi, Tais! Estou com uns assuntos inadiáveis para tratar, por estes dias... assim que der, virei espreitar as demais postagens que por aqui se me escaparam... esta inclusive!
    Beijinhos! Continuação de uma boa semana!
    Ana

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  39. Assunto muito importante, escutar, ser escutado, aliás diálogo... Eu gosto de escutar, faz parte do meu percurso também profissional e, muitas vezes, alguém só precisa falar.Pessoas como encontrou são desagradáveis. Nada pior que monólogos e sem nenhuma direção. bjs

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  40. Ter de pedir a alguém para nos escutar... é estar já no fundo do poço da maior solidão.
    Hoje em dia encontrar alguém que nos escute com o coração é como achar agulha num palheiro. Alguns amigos, que se dizem «de verdade», falam, falam, falam muito sobre tudo e nada, e esquecem-se de dar espaço para o outro «aliviar a alma». Estupidez, egoísmo, loucura? Sim, porque este mundo está louco!
    Beijo, cronista de mão-cheia!!

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  41. O individualismo das nossas sociedades, surgiu como pose, status, moda... agora já está virando forma de estar... e se a pandemia persistir, será uma forma de vida, em que o distanciamento se pratica, cada vez mais convictamente... a menos que andemos com um aquário enfiado na cabeça... aí já teremos mais alguma margem de manobra, em recuperar proximidade... sem olharmos os outros à distância, ou por um qualquer ecrã...
    Mas tem-se praticado um culto de sucesso, com uma aura mística, sobre a pessoa centrada em si mesmo...
    Idolatramos a independência, até ela evoluir para a indiferença...
    Acontece, que até para nascermos precisámos de outro alguém... e até para morrermos precisaremos de outro alguém, que não nos deixe uma mão de fora... :-))
    Custa imenso, a muitas pessoas lembrarem-se que até para viverem precisam de outros, por perto... e normalmente tal, só ocorre por alguma necessidade que desejem ver suprida... e neste viver exigente e espartilhado, a generosidade é algo que se perde... instalando-se a indiferença, e a falta de empatia... pois tudo o que não é cultivado, não se desenvolve, nem dá frutos...
    Enfim!... O individualismo, é o retrato das nossas sociedades... é a solidão acompanhada, de um viver desconsolado e apressado... de onde foi que nos perdemos uns dos outros?... Não sei!... Mas há algumas gerações atrás... as pessoas eram mais solidárias... em tempos de guerras, carências, as pessoas uniam-se e entreajudavam-se... donde só posso concluir que o individualismo, e a falta de empatia é a patologia da abundância e da arrogância, que as sociedade de agora, tanto tentam aprimorar...
    Mais um belíssimo tema, que adorei ver reflectido por aqui, nas suas palavras ponderadas e assertivas, Tais!
    Beijinhos
    Ana

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís