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Tarcila do Amaral - Operários Das Artes |
- Tais Luso de Carvalho
Existem pessoas que deveriam fazer uma psicoterapia para serem mais felizes. Falo daquelas pessoas que têm opinião imediata e soluções para tudo. Tumultuam muito o meio em que vivem, ocasionando afastamentos facilmente. Você diz A, elas dizem B - sem saberem o porquê, o negócio é contestar. É quase automático. Muito dramático esse convívio.
Tenho visto que depois de acirradas discussões, cada lado defendendo o seu ponto de vista, está feito o barraco. E isso se dá entre amigos, nos esportes, nas famílias, com os colegas de trabalho, nas reuniões de condomínio, nas Instituições. Muito desgaste emocional, os extremos se chocam, se matam e penso: por que esse desgaste monstruoso? Mas discutir virou vício. Muito ódio, principalmente nas discussões políticas.
Onde existe gente existe a tentativa de dominar, de fazer prevalecer as suas ideias, como se tudo na vida girasse em torno dessas "poderosas" ideias alheias.
Quando o papo se encaminha para temas como política, religião, futebol, educação, a agressão está instalada. Tudo começa sutilmente. O que antes era saudável, passou a ser suplício.
Uma conversa civilizada é o que todos os normais desejam, pois é perigoso polemizar por qualquer coisa. Uma conversa, em que as opiniões divergem, deveria ser encarado como algo democrático, mas a democracia só fica maravilhosa no papel e nos discursos de campanha política. Já senti que não polemizar me dá uma sensação de alívio e de paz. É ótimo podermos bancar uma atitude de desinteresse e não tentar impor nada, coisa nenhum a ninguém. Felizmente senti isso. Para quem quer paz, não tem coisa melhor.
Existem algumas coisas que são imutáveis no ser humano. Uma criatura que nasceu desagradável, arrogante e agressiva, jamais será alguém agradável, gentil e dócil. E isso não se consegue facilmente. Uma pessoa equilibrada, facilitaria muito o convívio com os demais.
Talvez não adiante terapia para esse tipo de gente, se não houver força de vontade e consciência dessa compulsão para dirigir a vida de outras pessoas.
Gostaria de estar enganada, mas sei que a necessidade que essa gente tem de incomodar faz parte do seu caráter. Para lidar com esse tipo de gente o melhor é a indiferença e o afastamento.
Contudo, medida tão drástica é sempre triste. Posso estar errada, mas é o que sinto. Afinal, não temos todo o tempo do mundo para termos uma vida de boa qualidade.