UM MUNDO EM CRISE
- Tais Luso de Carvalho
Lá pela minha adolescência, eu achava muito chique alguém dizer que estava em crise existencial, altamente filosófico! Quando via que alguém de mais idade já estava vivendo uma crise existencial e ia para terapia direto, eu achava o máximo (risos). Coisa de adolescente, só podia! Desvendar todos os porquês da vida deveria ser encantador, eu pensava naquela época.
Complicadas e indecifráveis filosofias sempre encantaram os adolescentes e principalmente aqueles com ideias de vanguarda. Conhecer-se era “maneiro”, como dizem hoje. Mas eu não tive crises. Minha adolescência foi legal. O esporte que eu praticava, Hipismo, se encarregou de me enquadrar numa boa disciplina.
Já adulta eu gostaria de ter sido mais solidária com algumas pessoas, bater bons papos, mas senti que pouco adiantaria. O ser humano é muito complicado. Ajudar, aconselhar, é muita intromissão para muitas pessoas, vira um tumulto, pois o conflitado muitas vezes não se dá conta do tamanho de sua crise e o negócio piora, a gente vira uma bengala emocional da criatura em crise. Tentei com algumas pessoas mais próximas, e o negócio só crescia. Então percebi que se meter nas crises alheias é coisa pra cachorro grande. Pra terapeuta com 100 anos de janela, não para mim. E se for parente, pior ainda.
Hoje temos crises para todas as categorias, tipo vitamina de A a Z. Acostumamos a conviver com crises. Umas, até resolvemos; outras nos matam aos poucos.
Atualmente vivemos uma crise coletiva no pobre planetinha e no Brasil. Os companheiros não enxergam bem, o país inteiro está à beira de um ataque de nervos e tudo continua lindo – desde que o sol brilhe e o mar amanse. Uma crise difícil de resolver, difícil de puxar a ponta certa do nó, parece nó de marujo – nunca desata. E as guerras atuais são coisas que nunca pensei ver, por demais tristes.
Tenho umas reações que me incomodam ao ler jornais, escutar rádio e ver na televisão as últimas do dia, bomba pra todos os lados e só me pego dizendo: que loucura, que horror esse mundo, que desumanidade! Estou meio viciada em notícias. Não é bom, um negócio que desnorteia muito. Sei lá, que Deus olhe mais para nós. Talvez esteja na hora de parar de ler os jornais; de escutar rádio; de ver televisão, de sair na rua, de bebericar uma caipirinha com metanol e morrer, de falar com os vizinhos, de desconfiar da minha sombra.
Talvez rumar para um mosteiro! Ando com ideias de me tornar monja. Só escutar passarinho cantar e rezar pela salvação da humanidade. Acho que estou no começo de uma crise, aquela lá da adolescência que esqueci de viver! Tá em tempo ainda...e o quadro mundial está favorável a isso.
Essa foto é do Mosteiro Taktsang, o mais belo dos mosteiros do Butão. Foi construído na encosta mais íngreme do penhasco de Taktsang, a uma altura de 900 m. Leva-se cerca de 4 horas de caminhada para chegar até ele. Não será uma boa? Estou pensando na ideia…
Mas sentirei saudades daqui... 😊☺️
Mais amor no mundo! 💙❤️💜💚
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Taís