16 de maio de 2007

FANATISMO...


Taís Luso de Carvalho

Ele resolveu criar o Universo: criou o céu, a terra e os demais sistemas. Criou a grande estrela com luz própria; o sol. E longe do sol candente, criou uma lua branca e fria, porém, misteriosa e romântica.

Criou, também, o mar, os peixes e os pássaros. Mas até aí tudo perfeito e harmonioso. A tragédia começou quando Ele resolveu ser mais generoso e criar algo que fosse a Sua imagem e semelhança; e criou o homem, presenteando o mundo com Adão e Eva.

Após esta magnífica inspiração, cá estamos nós, supostamente descendentes do tal do casal e, de tão agradecidos que ficamos, não deixamos por menos: crucificamos o ‘homem’ - o criador da espécie.

Porém, nada adiantou tal atrocidade de nossa parte ou sacrifício da parte D’Ele, pois, séculos se passaram e aqui estamos cada vez piores, mais loucos do que nunca. Mas algo de especial ficou para dar continuidade à obra do criador: foram surgindo as Marias, as Teresas, as Ritas... Enfim, as beatas com os seus devidos nomes de santas. Todas empenhadas em exaltar o nome do Senhor. Mas existem certas Marias, Ritas ou Teresas que são extremamente chatas. Deixam uma impressão de que o mundo vai acabar amanhã, tamanha insistência em catequizarem.

Penso que temos esclarecimento, suficiente, para sentirmos o que é bom pra nós. Não importa o caminho, o que importa é a fé.

Essa coisa de sair catequizando é tão desagradável... Vejo muito fanatismo, intolerância e intromissão na vida das pessoas que talvez nem tenham pensado em seguir essa ou aquela religião ou seita. Parece uma lavagem cerebral. Concordo com tal doutrinação quando a criatura pede, procura.

Dias atrás presenciei duas amigas conversando sobre religião: caí fora. A conversa começou com o Antigo Testamento, passou pelas Profecias Apocalípticas, abordaram temas como a morte, catástrofes, doenças e castigos divinos com tanta naturalidade que fiquei em depressão!

Não sou amarga nem descrente, mas não quero saber de doutrinas, testamentos, das Profecias de Isaias ou mesmo intimidades com o Armagedon. Quando chegar o Apocalipse (flagelo terrível), veremos. Ou melhor, acho que nem veremos!

As pessoas precisam falar é de vida, de projetos, rir, brincar e comer. Comida. De 'pesado', basta aquele Congresso lá de Brasília que temos de carregar nas costas...
Mas rezar tanto não tira barriga da miséria. Só dá esperança.

A coisa já está muito enfadonha, a luta pela sobrevivência é grande e, ter de ouvir, sobre castigos divinos, pecados, inferno, revelações terríveis sobre o destino da humanidade... Acho que chega: se alguém tiver de rezar terá de ser por um prato de arroz com feijão, carne e um monte de batatas fritas. E se ainda der, uns dois ovos estrelados. O resto Deus pode dar uma mãozinha de onde estiver.

Mas, santas, dêem liberdade para as criaturas escolherem seu caminho! A religião que cumprir seu papel, dando conforto e paz... ESTÁ ÓTIMO!
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Taís