Vincent van Gogh
- Taís Luso de Carvalho
Hoje gostaria de escrever algo leve e de postar uma renomada obra de arte. Ou até um poema que falasse de amor, de amizade ou de paz. Mas olhando em meus arquivos encontrei uma crônica que esqueci de postá-la... Embora não seja um assunto doce e meigo, está sempre presente.
Tenho uma admiração especial pelas pessoas que abraçam um trabalho voluntário: trabalham por amor e solidariedade ao próximo. Há dias, uma ex-catadora de papel mostrou, num noticiário, o seu sonho realizado: a ‘Casa da Sopa’; um projeto desenvolvido por ela onde alimenta 100 crianças, com ajuda de outras voluntárias pobres. Emocionante: uma ex-catadora de papel... Pobre ajudando pobre, como sempre. Mas, depois de se ver algo lindo e comovente, apareceu na mídia uma cena dantesca e corriqueira.
Estranhando a tristeza do velho pai, os filhos resolveram colocar uma filmadora escondida no quarto do frágil velhinho com Alzheimer. Puderam constatar, então, que o pai era espancado e humilhado por alguém que se dizia enfermeiro, pago para ficar com o idoso todos os dias. Esta cena foi ao ar várias vezes nos canais de televisão, e hoje não sei como ficou o caso.
É lógico que não se espera de nenhum profissional, pago para cuidar de doentes, que se derrame em amor e carinho, mas que se proponha a agir com respeito, dedicação e profissionalismo. Amor e carinho são coisas de voluntários e parentes. Os voluntários são pessoas especiais que fazem o bem; são pessoas que abraçam e levam conforto aos que sofrem. Não existe nada entre um voluntário e um doente que não seja a solidariedade.
O que nos resta após presenciarmos tal atitude dispensada aos nossos pais ou aos nossos filhos? Resta-nos uma grande culpa por não termos percebido o algoz tão perto. As dores que se alojam na alma, as dores que mexem com nossos sentimentos, como nossas perdas, traições, humilhações e injustiças superam, muitas vezes, a dor física. É a dor mais profunda, é uma dor na alma.
As feridas no corpo cicatrizam, o tempo pode apagá-las, mas as feridas na alma são sempre chagas abertas: à menor lembrança, elas sangram. E acho que não há dor maior do que a violência dos covardes e a humilhação que causam às suas vítimas.
Hoje gostaria de escrever algo leve e de postar uma renomada obra de arte. Ou até um poema que falasse de amor, de amizade ou de paz. Mas olhando em meus arquivos encontrei uma crônica que esqueci de postá-la... Embora não seja um assunto doce e meigo, está sempre presente.
Tenho uma admiração especial pelas pessoas que abraçam um trabalho voluntário: trabalham por amor e solidariedade ao próximo. Há dias, uma ex-catadora de papel mostrou, num noticiário, o seu sonho realizado: a ‘Casa da Sopa’; um projeto desenvolvido por ela onde alimenta 100 crianças, com ajuda de outras voluntárias pobres. Emocionante: uma ex-catadora de papel... Pobre ajudando pobre, como sempre. Mas, depois de se ver algo lindo e comovente, apareceu na mídia uma cena dantesca e corriqueira.
Estranhando a tristeza do velho pai, os filhos resolveram colocar uma filmadora escondida no quarto do frágil velhinho com Alzheimer. Puderam constatar, então, que o pai era espancado e humilhado por alguém que se dizia enfermeiro, pago para ficar com o idoso todos os dias. Esta cena foi ao ar várias vezes nos canais de televisão, e hoje não sei como ficou o caso.
É lógico que não se espera de nenhum profissional, pago para cuidar de doentes, que se derrame em amor e carinho, mas que se proponha a agir com respeito, dedicação e profissionalismo. Amor e carinho são coisas de voluntários e parentes. Os voluntários são pessoas especiais que fazem o bem; são pessoas que abraçam e levam conforto aos que sofrem. Não existe nada entre um voluntário e um doente que não seja a solidariedade.
O que nos resta após presenciarmos tal atitude dispensada aos nossos pais ou aos nossos filhos? Resta-nos uma grande culpa por não termos percebido o algoz tão perto. As dores que se alojam na alma, as dores que mexem com nossos sentimentos, como nossas perdas, traições, humilhações e injustiças superam, muitas vezes, a dor física. É a dor mais profunda, é uma dor na alma.
As feridas no corpo cicatrizam, o tempo pode apagá-las, mas as feridas na alma são sempre chagas abertas: à menor lembrança, elas sangram. E acho que não há dor maior do que a violência dos covardes e a humilhação que causam às suas vítimas.
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Amei o que li.
ResponderExcluirAdorei o que vi.
Com toda certeza m amei o que eu li . Realmente , a pior dor é aquela da alma , a que está sempre ali , escondida , contudo , viva o tempo todo .
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