1 de dezembro de 2008

UM POUCO BELOS, UM POUCO FERAS

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          - Tais Luso de Carvalho
 


Com muita frequência nos deparamos com situações que não entendemos e que não encontramos explicações para elas. Quando há reciprocidade de sentimentos, um feliz convívio impera. Nasce um sentimento de amizade muito bonito.
Existem pessoas com qualidades excepcionais: pessoas que reúnem generosidade, afeto, delicadeza, conhecimento etc. Mas, por outro lado, existe também o que faz parte do gene humano: a inveja, o desrespeito, a arrogância, a crueldade, entre outras manifestações pobres e dolorosas. E sentimentos assim não são compatíveis com um bom relacionamento. Fica uma situação ambígua. Por um lado, o desejo de relacionar-se, por outro lado a vontade de cair fora, de desaparecer do infeliz encontro. E isso existe nas famílias, na faculdade, no trabalho, no lazer . Presente em todos os setores da sociedade.
É lindo o sentimento de solidariedade diante das inúmeras catástrofes que já tivemos conhecimento. Nesses momentos o ser humano dá o seu melhor. Os abraços, o carinho e a ajuda com mantimentos, agasalhos, remédios aparecem num ato de amor ao próximo. É uma grande emoção. Deslocam-se de longe com o objetivo de minimizar o sofrimento das vítimas. Tenho o maior carinho pelos Médicos sem Fronteiras, pelo trabalho do Greenpeace, e por muitos trabalhos voluntários ou ONGS não governamentais. São pessoas que doam amor.
São nessas ocasiões, de extremo sofrimento, que acreditamos muito na nossa espécie, naqueles que ajudam, que prestam socorro, que se comovem, que choram junto. Mas também aparecem os oportunistas que diante duma calamidade saqueiam as casas e estabelecimentos comerciais. Como daria pra chamar esta gente? De animais? Não; os animais não agem assim, eles também são vítimas de uma parte da sociedade cada vez mais cruel.
Então fica a pergunta: afinal, como é esse ser humano? É o herói que salva, que se comove, que acolhe, que doa órgãos, que pesquisa em prol da vida, ou aquele que engana, que trucida, que mata, que tortura e que crucifica!?
Não sei. O que sei é que somos a única espécie que consegue ser bela e fera. E esse sentimento, essa nossa postura nos leva sempre a desconfiar da nossa própria espécie. E o pior, é que sempre foi assim na história da humanidade.

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4 comentários:

  1. Eu vou usar as palavras de Caetano Veloso e em letras garrafais: SOMOS TODOS UNS BOÇAIS.

    Abraço.

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  2. Cara Amiga

    O ser humano é tudo isso. Ele é ao mesmo tempo o humano e o seu contrário, como tudo na natureza pois se não houvesse o mal não teriamos como distinguir o bem. Na natureza tudo tem o seu oposto para lhe dar existência. Até o átomo é formado de campos opostos que se atraem em uma perfeita harmonia.
    Não há harmonia no mal, mas graças a ele existem as leis, a justiça, a religião e tudo aquilo que tenta anulá-lo. Se não houvesse o mal nada disso seria necessário.
    Bernardo
    Obs. visite meu blog www.quintanaeterno.blogspot.com
    um abraço

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  3. Eu tenho uma postagem que fala da humildade...eu acho que se encaixa aqui...
    E sobre tdo que esta acontecendo no mundo,estava previsto, e o homem só vem acelerando essas profecias...
    E sobre a solidariedade, como dizia Nelson Rodrigues: O homem só é solidário na alegria e na desgraça.
    Bjoca.
    Wal.

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  4. OI!JA DEI UMAS PASSADINHAS NO TEU BLOG PRA LER ALGUNS TEXTOS - MUITO BONS, POR SINAL! GOSTO DO JEITO QUE ESCREVE, DA HARMONIA DAS PALAVRAS, DA EXPRESSIVIDADE. TAMBEM ME SURPREENDI BASTANTE COM O EPISODIO DE SC, ESCREVI SOBRE ELE NO BLOG Q TENHO COM UMA AMIGA. BOM, SOU BAIANA E ME CHAMO MARIA. PRAZER! ATE A PROXIMA VEZ EM QUE VIREI AQUI - COM CERTEZA - PARA ELOGIAR TEUS BELISSIMOS TEXTOS. E QUANDO DESEJAR, EH SO DA UMA PASSADINHA NA CASA Q ESTAMOS CONSTRUINDO:

    http://sumidadeprerrogativa.blogspot.com/

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís