20 de março de 2011

DO PRIMEIRO VELÓRIO A GENTE NUNCA ESQUECE

 

- Tais Luso de Carvalho

 

Estávamos, eu e Pedro conversando sobre nossos medos na infância e em nossos aprontes. Somos de uma geração que teve infância, geração de crianças mais saudáveis que sonhavam com aventuras, brinquedos e que aprontavam um monte - aquela coisa de moleque.

Mas nossa geração também tinha algumas coisas  meio esquisitas. Muitas crianças - e não sei qual a razão -, eram carregadas para os velórios dos familiares, questão de educação, de nossa cultura, sei lá... Mas começamos o almoço falando em vida e terminamos em morte! E o pior é que foi regado a uns quaraquaquás... 

Bem, após eu  ter aprontado muito  quando  criança, após ter apertado em dezenas de campainhas dos apartamentos do meu bairro e sair correndo com as amiguinhas, depois de ouvir o mulherada berrar quem é, quem é? Chegou o dia do troco: comparecer no velório de um parente! 

Tá bom; lá fui eu ver o defunto... Santa Madre!! Levei 6 meses pra voltar a dormir... Fui chegando e dei de cara com os sapatos do tiozão: marrom, já meio chumbado. Tive a sensação que aqueles sapatos também morreram. Não teriam mais condições de andar. Lembro que pensei naquele momento: putz, como deve ter caminhado esse tiozinho!  Hoje detesto a cor marrom.

Lembro que fui rodeando o caixão: duas velas enormes prestavam sua homenagem àquele falecido de mãos brancas, e cruzadas sobre o peito. E a viúva beijando com ternura o gélido rosto. 

Notei muitos abraços e soluços ali por perto, enquanto nos distantes cantos, abertos sorrisos. Eu não estava na idade de entender o espírito da coisa, de entender o ser humano na sua essência, só achei tudo muito estranho: num canto morava a tristeza; no outro, sorrisos contidos; o social!  Eu não sabia que se podia rir em velórios...

E continuei ali, junto ao caixão explorando um mundo desconhecido. Porém, quando levantei os olhos e dei com duas bolinhas de algodão, uma em cada narina do defunto,  saí correndo. Que era aquilo, meu Deus? Tentaram me acalmar...  Pô: vi uma criatura deitada, gelada, branca, de mãos cruzadas, de sapato surrado e com  algodão nas narinas e queriam que eu me acalmasse? Fiquei desatinada. E nem arrastada voltei ao tal do velório. Me levaram embora e me deram um chazinho, balinhas e carinho.

Mas tudo passa,  hoje já dá pra encarar um corpo sem vida, constatar o fim de tudo. Ou o começo...  Dá para filosofar, tentar entender ou não entender nada da finitude, e do depois. O que é possível é tentar confortar os coitados que ficam na mais profunda dor.

Mas que estes mortos fazem um estrago na nossa cabeça, não tenho dúvida. Aceitar e lidar com a morte é muito difícil, não é pra qualquer cabeça. É coisa que só a FÈ é capaz de  apaziguar os corações em sofrimento.  E tentar entender um pouco da coisa.

 É um processo muito dolorido, mas acaba nos fortalecendo. Mas o mistério continuará.




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31 comentários:

  1. Rsssss...tive que rir disso.Velório realmente não é o melhor lugar pra crianças...

    um beijo,tudo de bom,chica

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  2. Eu, mesmo sendo já adulto, não sou chegado a velório nem enterro, se compareço a algum, é mais por solidariedade a quem fica.

    Beijos e ótima semana pra ti e para o Pedro.

    Furtado.

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  3. Só você pra contar isso com tanta graça! Essa do algodão no nariz, até hoje eu "estranho".
    Eu teria muitas histórias de velórios pra contar e a maioria muito engraçadas.
    O primeiro velório realmente a gente nunca esquece mesmo...
    Bjs.
    Estela

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  4. Tem razão. É difícil pra gente que é adulto lidar com esse momento,imagine para uma criança? Montão de bjs e abraços

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  5. Olá Tais
    Não passei por essa experiência quando criança, pois minha mãe não deixava a gente ir a velórios. Dessa forma, siceramente não me lembro qual foi o primeiro que eu fui, deve ser de algum parente.
    Bjux

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  6. Quando era mais novo dizia que não iria em velório "nem morto". Depois dizia que não iria em enterros "nem carregado". Hoje para participar de velórios ou enterros acho que só morto e carregado.

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  7. "No meu velório coloquem uma faixa dizendo assim: “Vim e gostei, fui e não quero voltar”.

    Beijo.

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  8. Oi Tais.

    Assim como a Chica, acabei rindo sozinha aqui.
    Vou te contar uma coisa: No enterro eu ainda vou. Velório, já prefiro nem ir.Não sei lidar com a situação.Não sei o que dizer nessas horas.E também não gosto de ver aquele corpo inerte sem vida nenhuma. Acho triste.

    Beijo no coração querida!

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  9. Realmente, meu primeiro velorio foi traumatizante.

    bjx

    RF

    www.sumairracional.com.br

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  10. KKK...Thais,eu tb não aguentei e tive que rir da sua reação!..rsss...amei sua cronica!Tb não compreendo porque levam as crianças a velórios!A minha que hoje tem 16 anos,eu nunca levei quando pequena...não faz o menor sentido!Bjs e obrigada pela linda poesia postada em meu blog!

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  11. Como sempre, encontrei aqui um texto cheio de vida, regado ao humor peculiar e tão gostoso que vc imprime nas aventuras que nos conta - algumas desventuras tb...rs

    O tema morte, já me disse vc lá no Tecendo, traz essa dificuldade de aceitação e de lidar com tudo que implica, e talvez a gente nunca esteja mesmo preparado, por mais que tente ou que pense, não é?
    Tb venho de um tempo em que as crianças eram arrastadas aos velórios, hj não vejo a mesma obrigatoriedade, embora veja crianças - a maioria com a expressão contida, provavelmente sem entender bem essa perda, esse "fim"

    Hoje vim pra te ler e pra te contar que aqui tem um mimo que o Porto das Crônicas não poderia deixar de receber. Foi com carinho que o deixei pra vc.

    Um beijo minha querida. Uma ótima semana pra vc!

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  12. Taís,
    os velórios são encontros sociais muito estranhos. Porém eles nos põem a refletir sobre a vida - apesar de estarmos diante da morte!
    Num mundo em que quase não se vê sentido para a própria vida, fico pensando que quase não nos importamos com a morte!
    Eu não acredito em morte!
    Seus textos mexem com a cabeça das pessoas e isso é VIDA!!!
    Um beijo meu e da Loyde

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  13. É muita coisa estranha mesmo.
    Nunca esqueci que as moças solteiras eram enterradas vestidas de noiva, todas de branco com direito a véu grinalda e buquês de flores de laranjeira.

    Casei em 2006 e minha mãe sonhando em me ver de branco.
    Bem estudei moda e sei que a história do branco com pureza é lorota,pois os vestidos eram coloridos e adornados, o branquinho surgiu por causa de uma ricaça da época e assim as menos abastadas copiaram.

    Bem era véspera do casamento e minha mãe perguntou teu vestido vai ser branco né?
    Eu disse: Claro - que não.

    Casei linda, num vestido com corpo de brocado e a saia toda bordada de flores salientes amarelinhas, qualquer dia te mando uma foto.

    Bem só posso dizer que a gente não esquece mesmo, fazer o que são as coisas da vida como diz nossa amiga Glenda.

    Bjão querida adorei!

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  14. Muito obrigado por sua visita em meu blog e o comentário deixado por lá. Eu tinha esse blog a bastante tempo. Mas não tinha divulgado e, basicamente, ninguém sabia da existência dele. Mas agora resolvi começar aos poucos a reativar o espaço com algumas colunas. Daqui a pouco mesmo vou publicar um texto sobre os exageros da mídia brasileira neste último final de semana com a visita do presidente americano.
    Quanto aos velórios, sempre que posso fujo deles. E quando é absolutamente imprescindível comparecer a eles, eu vou em consideração às pessoas próximas que gosto. Mas quase nunca chego perto do caixão. Raríssimas vezes encaro o rosto do indivíduo sem vida. Prefiro ficar com a última imagem dele ainda vivo, de preferência sorrindo.
    Uma boa semana!

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  15. Se eu pudesse escolher só estaria presente no meu. rsrs

    Bem, o primeiro velório de que me lembro, eu era criança, e achei muito estranho ver o dono da casa, uma pessoa de poucas posses, humilde, dentro de um caixão colocado em cima da mesa onde a família fazia as refeições. A viúva e a irmã do morto, ambas de preto dos pés a cabeça, não paravam de chorar, rezar, e acariciar o rosto amarelo-esverdeado do morto. Havia gente espalhada por toda a casa, - cozinha, quartos, quintal... Vez em quando aparecia alguém oferecendo cafézinho e bolinhos-de-chuva; os homens enfrentavam o não-passar das horas bebendo uma branquinha, e não era raro ouvi-los rindo bem alto, quase uma gargalhada. Exceto a viúva e a irmã do morto, não vi ninguém chorar. Também não vi por lá outra criança.

    Saí muito confusa... Mas lembro de haver ficado ainda mais confusa quando, no cemitério, vi cavarem o chão e "plantarem" a tal caixa numa cova rasa. Chorei quando perguntei e me disseram que a morte é assim mesmo... Ora, que coisa! Ah, eu não pretendia morrer, não!... rsrs Não gostei nada de pensar que um dia seria enfiada numa caixa, e me tornaria tão íntima do chão que piso a ponto de ser parte dele. Lembro-me de haver feito muitas perguntas, pacientemente respondidas pelo meu avô, quando voltei para casa. Dona Morte tornou-se o assunto principal durante muitos e muitos dias. Um assunto ainda hoje bem vivo em mim.

    Como você diz em sua excelente crônica, velório não é mesmo o melhor lugar para uma criança.

    Por aqui, tudo continua do mesmo jeito, Taís. Depois, por e-mail, com calma, conto tudo. Bjs, querida amiga. Inté!

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  16. Como sempre Taís, vc fala de temas reflexivos com bom humor. Na minha época, costumava-se fazer velórios na própria casa e quando minha avó morreu, eu era bem pequena.
    Tinha ido viajar acho e quando voltei já estava acontecendo...Me lembro que perdi um pé da minha sandália e no meio do 'povo' não conseguia achar...Tudo se mistura nessa lembrança do meu primeiro velório e a única coisa que tenho certeza é que a sensação foi horrível. Ainda bem que hoje em dia não se vela mais o corpo em casa, é traumatizante, principalmente para as crianças que ainda não estão preparadas (nem nós) para lidar com isso. Bjs querida.

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  17. Tais...
    Quando leio tuas crônicas sinto-me inserida nelas, tive um tremendo trauma de infância que depois de anos de terapia
    até hoje sinto em mim,dela os resquícios,eu devia ter uns oito anos quando me confrontei com a morte desse jeito...
    Sem comentar com ninguém da família, minha vida se tornou um triste pesadelo, passei a pensar que tudo é hipotético na vida,”se”
    Mas a morte é “quando”
    Hoje sou incompreendida porque me fecho tanto, porque evito certas coisas, é que do meu jeito tento me administrar.
    Perdi um sobrinho com 30 anos por afogamento há alguns anos atrás, quando me veio a notícia, eu não conseguia digerir, senti o coração se contorcendo, precisei me entupir de tranqüilizantes e mergulhar num sono profundo a noite toda,meus filhos me tacaram bronca sem entender porque sou assim...
    Só desse jeito é que hoje consigo administrar uma perda.
    Meu primeiro confronto foi ver uma mãe se despedindo de uma criança de 9meses...[foi brutal]
    Amo-te Tais estarei aqui sempre que puder...
    És uma pessoa incrível,descobre coisas que sempre estão muito dentro das pessoas.
    Um grande abraço”
    Izildinha

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  18. E quem não tem uma lembrança tétrica dessas hein, Tais? O primeiro a que fui foi de um cara que estava dirigindo o carro onde estavam dois irmãos meus e um primo. Só ele faleceu. A gente tinha uma espécie de obrigação moral de ir lá, afinal, ele não era Jesus mas morreu para salvar outros seres humanos.rsrs. E o pior ainda, como a gente tinha muito medo, um vizinho ficava dizendo que tinhamos que pegar nos pés do morto e pedir a ele para levar o medo da gente embora. Esse trauma foi demorado para eu me curar . Realmente é uma crueldade com crianças. Abração, Tais. paz e bem.

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  19. Concordo contigo e te parabenizo pela maneira q colocou este tema.
    Meu primeiro tb foi nesta idade, e eu "inventei" ou seja eu acreditava q o homem estava vivo e disse q ele tava se mexendo, foi um horro, fiz um estrago na calmaria q estava antes de eu chegar.
    Não gosto d ir até hoje, e se vou, por obrigação me recuso a ver a pessoa morta, bem tem gente q não me compreende e nã o respeita, acha q estou "ofendendo",,mas é assim, prefiro guardar a imagem da pessoa em vida. Até avisei q o meu, nada de caixão aberto...
    Sou contra tb levarem crianças para velório...não é lugar delas...
    Mas cada um com suas convicções, tem gente q acha q deve sim levar criança...
    Tais, ficou mt engraçado o teu relato.
    Um grande abraço.

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  20. Morte é uma palavra tão cruel e insensata que há muito tempo troquei por desenlace corporal.

    Um abismo de diferenças!

    E hoje em virtude dessa troca um velório para mim é visto como uma libertação do que como o ó do borogodó.

    Eu adoro marrom Taís. Considero uma das cores mais elegantes!

    Abraços mineiros com pão de queijo e café com leite quentinho e cheiroso.

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  21. Putzzzzz
    agora minha consciência pesou... tenho um filho hoje com três anos e meio, logo que compeltou dois anos faleceu um amigo nosso. Eu fiz questão de levá-lo ao velório e explicar que o "fulano" ia descansar com Jesus, e ele na maior inocência disse "ele não tem perna nem pés mamãe?" rss rsss. Aqui no Sul costumam cobrir o corpo da pessoa com flores da cintura para baixo e sem sapatos. Até hj ele me pe pergunta pq o filho do "tio Pauli" tava dormindo no meio das flores.
    Não sei se traumatizei meu Dudu, mas sempre procuro mostrar a verdade prá ele, desde cedo, desde sempre. A vida é dura e não podemos enganar nem esconder a realidade; é verdade que isso me custa horas e horas de muita paciência e explicação, mas adoro educá-lo e repito mil vezes se necessário.

    Grande beijo !

    Adélia

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  22. Sim amiga se velório é tão dificil para os adultos, é um tormento para crianças.
    Tenha um excelente fim de semana
    Beijinhos
    Maria

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  23. Cada um encara A MORTE de um jeito, mas não se deve ser encarada totalmente como um momento triste porque com certeza esse momento é apenas uma passagem de um tempo a outro e continuamos a ser responsáveis por nossos antepassados.
    O mundo espiritual existe e não deve ser ignorado. Ele está logo ali, do nosso lado.

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  24. Como os velórios eram realizados em casa era muito comum as crianças participarem. Hoje é bem mais fácil poupá-las dessa experiência nada agradável.

    bj

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  25. Estou conhecendo seu blog hoje.
    Suas postagens são bélissimas.
    È claro ñ tive tempo de ler tudo
    mais o sufiente para poder te seguir.
    Um beijo carinho,Evanir.
    http://aviagem1.blogspot.com/
    E
    www.fonte-amor.zip.net

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  26. kkkkkkk!!!!! Tais, me lembrei imediatamente da minha primeira vez... Criança, "passeando" pelo cimetério no enterro da minha vó, quase cai na cova, kkkkkk... Amei a visão bem humorada a um assunto tão triste. Parabéns!

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  27. Olá Taís!
    Conheci o seu trabalho no blog da querida Malu, no post: http://tudoepossivel-infinitoparticular.blogspot.com/2011/04/sala-de-visitas-5.html
    Vim aqui te parabenizar pelo excelente conteúdo do seu blog!
    Grande beijo,
    Jackie

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  28. Fui criada no interior (cidade bem pequena do RS) e lembro que velavam as pessoas na própria casa. Ainda bem que depois construiram as capelas.. Tem coisas que a gente realmente nunca esquece.

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  29. Também corcordo que velório não é o melhor lugar para crianças , aff já pensou a criança tem que encarar a morte assim de uma ora para outra sem estar entendo nada a respeito ,mas não é só crianças adultos também muitas vezes não conseguem entender a morte e o mais ironico disso é que a morte é a certeza da vida .

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  30. Pois é Tais: também nunca esqueci o 1º velório -foi da minha Avó Paterna. Não me custou muito, pois estive entretida e gostando de ver as pessoas "importantes" que vinham falar com o meu Pai- E... por isso fiquei vaidosa...

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís