- Tais Luso de Carvalho
Não
faz muito que assisti
uma entrevista no
programa Provocações,
do Antônio
Abujamra.
Dentre
muitos assuntos
o que
mais
chamou
minha
atenção foi
quando
o
repórter saiu
às
ruas
para colher
alguns depoimentos sobre
a
ambição.
E
pegou
um flagrante triste de se ver: abordou
uma jovem
senhora,
que
mais parecia
uma metralhadora
falante,
e
perguntou-lhe
se ela
era
uma
pessoa ambiciosa:
–
Já
fui ambiciosa, hoje já não mais: gosto de dividir tudo o
que tenho com
as pessoas que amo, com
as
pessoas mais humildes, como a minha secretária, uma pessoa muito
simples,
humilde, mas honestíssima. Maravilhosa.
–
O
que ela faz na sua casa?
–
perguntou
o repórter.
– Arruma
a casa, cozinha, cuida de tudo!! Da família inteira, é uma
secretária maravilhosa.
– A
senhora tem algum problema em dizer que ela é sua empregada
doméstica?
Após alguns segundos de constrangimento...
–
Sim:
porque
ela
é minha secretária. Merece mais.
Ela
é uma pessoa que
está
comigo há 7 anos e gosto muito dela;
é minha amiga e
merece tudo de bom. Tenho
o maior respeito por ela.
É
minha secretária.
–
repetiu
a
ansiosa
metralha.
É
claro que
ela
ficou
numa
situação
muito
embaraçosa.
Foi
flagrado
o preconceito diante
de
milhares de pessoas,
e
isso a incomodou
bastante.
Uma atitude velada
que partiu
da patroa.
Usa alguém que desempenha esse serviço doméstico,
mas
discrimina a profissão. O
repórter tocou num ponto
nevrálgico,
desnudou o preconceito.
Mas
é
isso aí.
Acabei
entendendo que
a
pessoa que trabalha como empregada doméstica não
pode
ser
honesta,
maravilhosa, humilde e amiga, mas
uma
secretária pode!
Então tá. Está
aí mais outro preconceito: empregada
não pode
ter
virtudes
e
nem ser maravilhosa, mesmo trabalhando como uma mula.
Tenho
certeza que
o dia em que
a tal
secretária
se
mandar do emprego, a coisa vai
mudar:
quem
deixará
o emprego será a empregada
desonesta, inimiga e abominável; vai
ser amaldiçoada.
Que
coisa feia foi isso,
hein
madame? Agiu como se um status melhor - segundo sua ótica - pudesse moldar o caráter de alguém. Cada
dia as
pessoas
tornam-se
mais
criativas, dissimuladas e interesseiras.
Bem,
tenho
de
fechar essa crônica porque amanhã, bem
cedo,
receberei
minha nova
faxineira…
Estou
um pouco apreensiva, vá lá que bata à
minha porta
uma pessoa
honestíssima,
amiga,
maravilhosa
e
bilíngue querendo
fazer a minha faxina...
Não saberia lidar com a língua; preciso colocar meu inglês em dia: minha frase de boas-vindas seria The pencil is on the table!!
Pra engolir essa coisa grotesca, só levando na brincadeira.
Foi terrível. Triste.
Não saberia lidar com a língua; preciso colocar meu inglês em dia: minha frase de boas-vindas seria The pencil is on the table!!
Pra engolir essa coisa grotesca, só levando na brincadeira.
Foi terrível. Triste.
Perfeita sem medo de escancarar uma coisa, que no Brasil é cada vez mais evidente, as mascaras para ocultar sentimentos preconceituosos e discriminatórios. São os mesmos que conseguem dar cor a alma de uma pessoa não branca. Dona madame falante pisou feio na bola em tempo de Copa.
ResponderExcluirBelo trabalho Taís,
Uma boa semana de volta ao normal,rsrs.
Meu terno abraço amiga.
Bju de paz.
Olá, Antonio, é, a madame se perdeu, ou melhor, talvez tenha se achado! É tão incompreensível o que vi que tive dificuldades em narrar, em deixar claro. Obrigada, querido amigo, uma boa semana pra você.
ExcluirBeijos.
rsssssssssssssssssss...Crônica leve,apesar do tema pesado:preconceito! E ele existe mesmo. Uma palavra ,um termo pode mudar a posição da ajudante? Cada uma!!!Pena,né?
ResponderExcluirAdorei e boa sorte com tua nova faxineira,rs beijos,linda semana! chica
Chica, é difícil de explicar certas coisas tanto quanto descobrir e conhecer o ser humano nos seus esconderijos. De tão absurda a coisa, tive de fazer força para deixar leve. De pesada já foi a Copa das Copas... rsssss
ExcluirBeijo grande!
A propósito deste conteúdo, enviei um vídeo
ResponderExcluirque se encaixa na perfeição.....Chama-se, "A importância de uma fatiota......"
Triste de se ver.......
Beijo
(Justa a vitória sobre a Argentina....hihihi..)
Andrade, vi o vídeo! Que triste.
ExcluirClaro que a vitória foi justa!! Uma bela Seleção a alemã. Aliás, as duas. Venceu a que mereceu.
Obrigada, amigo, Beijo!
SIEMPRE INTERESATES LECTURAS. GRACIAS!!!
ResponderExcluirObrigada, amigo Alberto, sempre muito bom tê-lo aqui. Volte sempre.
ExcluirGrande abraço!
Tais: Dessas coisas há por todo o mundo, infelizmente que seja assim, mas há muito que fazer para se conseguir mudar este par de coisas gostei de ler a reportagem.
ResponderExcluirBeijos
Santa Cruz
Olá, querido amigo Santa Cruzl! Não acredito que essas coisas mudem. Isso faz parte das nossas imperfeições!
ExcluirUm beijo aí para Portugal.
Taisamiga
ResponderExcluirDepois da tempestade costuma vir a bonança; mas nem sempre. Encontrar a pessoa que goste do que faz, que goste de estar connosco é coisa boa, é fundamental. Mas se um qualquer preconceito fizer entornar a panela, adeus ó vindima. Preconceito já não deviahaver - mas há. Infelizmente, é a vida...
Qjs
Há Natália Correia na nossa Travessa. Resultado: o leão da Babilónia não é um leão, é uma leoa...
Olá Henrique, a arte está em saber conviver com essas coisas, mas descartando esse tipo de gente. Acho que a vida fica mais leve, mais bonita. De um lado assistimos uma festa de confraternização e do outro os preconceitos ficam pipocando...Vá entender esse mundo louco...
ExcluirBeijos aí pra Portugal, também!
Olá amiga, aproveitando para fazer umas visitas que estou devendo e agradecer por está sempre presente lá no meu cantinho, prestigiando, comentando. Obrigada , você será sempre bem vinda.
ResponderExcluirParabéns pelo tema abordado no seu post. o preconceito existe e casos como este acontece muito na nossa sociedade. Hoje numa aula de Sociologia aos meus alunos do 2º EG, Estratificação social e falava na valorização profissional, que na estratificação profissional, o emprego doméstico ainda é descriminado como outros.Muito bom o tema.
Uma linda noite e uma semana abençoada.
Abraços Lourdes Duarte
http://professoralourdesduarte.blogspot.com.br/
http://filosofandonavidaproflourdes.blogspot.com.br/
Querida, este linque é d e um blog de uma ex aluna, está iniciando agora e me pediu para que eu a orientasse e divulgasse seu blog. Está ficando interessante! Como na blogsfera somos unidos um ajuda o outro, deixo o convite , se puder conheça, participe ficaremos gratas. http://leticiapriscila0511.blogspot.com.br/2014/07/amo-te.html
Olá, Lourdes, também agradeço sua visita sempre bem-vinda. Vou, sim, visitar o blog de sua aluna. Valorizo e me junto aos blogueiros que adoram escrever, externar suas opiniões e levar assuntos variados e poemas àqueles que gostam e que procuram coisas relevantes na web.
ExcluirUm grande abraço, volte sempre.
Querida amiga
ResponderExcluirQuando alguém
se sente melhor
que outro alguém,
é a certeza
que há muito de errado
no exercício
da nossa essência humana.
Desejo para ti,
a vontade infinita de ser feliz,
amando de forma plena
cada segundo da vida,
sem ontens ou amanhãs,
mas com a certeza e as possibilidades
do presente...
Olá, Aluisio, no fundo, amigo, esse sentimento de desprezo pelo outro tem uma boa medida de insegurança, egoísmo e um certo amor mal resolvido. Pessoas realmente felizes, não são portadoras dessa anomalia.
ExcluirGrande abraço!
Olá, Taís!
ResponderExcluirO preconceito vai muito mais além do que os nossos cinco sentidos, interagindo juntos possam perceber.
Imaginemos uma festa que vamos dar, mas o local só pode comportar a metade dos amigos que temos, e como não somos preconceituosos, dentre esses amigos, existem pessoas de peles de cores diversas, de classes sociais diversas e profissões também diversas, “onde incluem-se” alcoólatras, homossexuais, ex presidiários, pessoas com hiv, religiosos diversos, políticos, obesos, deficientes físicos ou áudio visuais e também desempregados e etc. A pergunta é: sendo que todos esses nossos amigos querem e podem ir à festa e são todos de boa índole, que critério usaríamos para convidar apenas a metade deles? - Colocaríamos seus nomes em uma urna e faríamos um sorteio, ou usaríamos outros métodos de seleção?
Abraço...
ExcluirOlá, Tito: simples, eu usaria o critério que toda a festa social pede:
É sabido que quando se dá uma festa, temos de convidar grupos que têm algo a ver entre si, caso contrário a festa ficará o samba do crioulo doido, pois preconceitos sempre existirão. Jamais convidaria alguém que tivesse aversão a um religioso se esse estivesse na festa. Pra quê? Caso eu convide advogados e juízes, logicamente não convidarei ex-presidiário! Isso causaria constrangimento entre eles. Seria essa a linha que eu seguiria, evitaria que a festa pudesse desandar, isso cabe ao anfitrião.
Abraços a você!
Boa tarde estou visitando seu Blog e venho agradece-la por participar do meu . Ja estou te seguindo , seu Blog é muito interessante ameii , parabéns e muito sucesso . Fica com Deus bjoos. =)
ResponderExcluirOlá, Letícia, bem-vinda! A propaganda é a alma do negócio, não? Segui o conselho da prof, Lourdes e fui conhecer seu blog, mas voltarei lá com mais calma.
ExcluirBeijo, carinho!
Linda amiga Taís, assunto polêmico, infelizmente o preconceito existe, mas acredito que os preconceituosos são os que mais sofrem, pois não podemos enganar nossa alma, no fundo, quando se está a sós a dor vem e nem sempre podemos viver mentindo o tempo todo para nós mesmos!
ResponderExcluirAbraços apertados!
Oi, querida Ivone, é sempre ótimo ver você por aqui.
ExcluirOlha, amiga, essas pessoas tão preconceituosas não estão nem aí, não se abalam para o sofrimento dos outros e não ficam com culpa, penso eu, até posso estar errada. O egoísmo, a inveja e a soberba é que dirigem suas vidas.
Você tem um coração grande, puro. Infelizmente eu não sou muito crente no ser humano.
Grande beijo, carinho, amiga!
Ah! esse tal de preconceito...
ResponderExcluirQuando não se acha um motivo, alguém logo dá conta de inventar um. Que pena que os humanos são assim! rssss
Beijos.
Olá, Estela, como está você? É, amiga... ser humano é superação... Quando se pensa que está tudo mais ou menos, vem mais uma bomba!
ExcluirBeijos, meu carinho!
Sabe Tais!
ResponderExcluirAs vezes eu me perco nas palavras, e também no que escrevo, e muitas vezes sou mau interpretado, e só para esclarecer, sobre meu comentário anterior, essa não foi uma pergunta pessoal, nem para você nem para seu leitores, e sim para que eu talvez consiga entender aonde começa e aonde termina essa linha divisória entre uma seleção e uma exclusão. Pois como sabemos, somos nós mesmos que criamos e quebramos regras sociais, e que no meu ponto de vista têm sempre um prazo de validade e cujas dependem apenas da aceitação ou não da maioria.
Em relação a sua resposta, eu também agiria da mesma forma.
Sem mais, um grande abraço.
Oi, Tito, acho que seu comentário anterior foi ótimo, sim. Como já vi muito isso em festas, e não funcionou, até pude deixar algo que ajudasse. Essa linha que você fala, muitas vezes nos surpreende, seria como convidar pessoas para comerem mocotó sem sabermos se gostam desse prato! E nas relações humanas a coisa pesa muito e, como sei que não vou mudar o mundo nem as pessoas, faço a seleção antes. Convido um grupo que sei que uns simpatizam com os outros, garanto o sucesso da festinha. Infelizmente é assim. Não me iludo em pensar que poderei modificar o interior de alguém. Mas gostei do seu comentário, sim.
ExcluirGrande abraço!
Curioso, irônico e cheio de leveza bem humorada este post!
ResponderExcluirOlá, Ricardo, é, tive de colocar um pouco de ironia e humor, mas pensando bem é barra pesada. Todos nós precisamos desses serviços, no entanto certas pessoas têm medo de ofender, o que no fundo a vergonha está é nelas. Que pena. Mas não tenho ilusões com a queda dos preconceitos, isso é real e jamais acabará. Será sempre uma luta inglória.
ExcluirGrande abraço, muito bom você por aqui, muito obrigada!
Boa tarde querida Tais..
ResponderExcluirtem pessoas que gostam de falar bonito...
que para manterem as aparencias tem que dar nome ou recriar nomes..
tem vergonha do que os outros vão pensar..
dias atrás mesmo.. falava com meu pai sobre parentes que nem vim a conhecer..
ele me dizia que os filhos do casal passaram a imensa casa a empregada.. quando o pai veio a falecer.. pelo reconhecimento do que ela havia feito..
a irmã deles que morava 3 casas depois nunca ajudou os pais em nada.. dai se doeu quando os mais velhos fizeram isso.. isso é ser grato .. e tem pessoas honestas.. ainda tem.... lembro-me tb que anos atrás eu fiz um teste.. deixei a baba crescer..
já sou cabeludo, amo usar camisa de banda, all star e minha calça jeans mais batida que eu mesmo rsrs e ia para lojas, bancos.. tinha gente que até trocava de calçada sabe rsrs
no minimo.. bah.. aquele é um maconheiro.. aquele é isso aquele é aquilo.. e este que vos fala é poeta e nunca colocou um cigarro na boca rsrs
ouvi cada coisa de pessoas próximas.. mas só para observação mesmo.. Deus deu 2 ouvidos e uma boca para ouvirmos mais e falarmos menos rsrs
bjs e lindo dia
Oi, Samuel, sabe quando vai acabar esse tipo de coisa? Nunca! Também já fiz esse seu teste e me dei mal num shopping. Fui bem à vontade, rasteirinha etc e inventei de entrar numa joalheria. Naturalmente não fui bem atendida, acho que a balconista não achou que eu poderia comprar a tal coisa, rss Mas amigo,.. não te conto. saí e no dia seguinte voltei à mesma loja, mas na 'beca', com salto, maquiada, etc, etc. e veio outra para me atender. Mas eu quis ser atendida pela outra, aquela! Aí entrei com um papinho nas alturas, fiz ela se lembrar de mim.
ExcluirQuerido Samuel, o resto não preciso contar, né? Sou humana e não concorro a nenhum cargo santificado.. Isso só por causa da roupa!!! Por isso lhe entendi. E tenho absoluta certeza de certas coisas, certos preconceitos vão continuar. Feio ficou pra ela, não pra mim. Acho que consegui que ela notasse seu preconceito. Ou avidez.
Beijo!