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Taís Luso de Carvalho
Hoje,
pensei
em postar
um poema, mas
algo
está martelando na minha mente... Faz muito tempo,
parece
que virou moda
os maus tratos e a falta de amor com os idosos.
Estamos
cada vez mais desumanizados. Parece uma doença contagiosa, se
espalha,
gruda, mata. Volta e meia aparece um caso semelhante nos noticiosos. E
não existe um basta pra tanta violência e descaso.
Jamais esqueci uma cena dantesca que apareceu na mídia, há tempos. Os
filhos, estranhando
a tristeza do velho pai, resolveram colocar uma filmadora escondida
no quarto do frágil velhinho, já com Alzheimer. Constataram,
então, que o pai era espancado e humilhado por alguém que se dizia 'cuidador'. Daí esta minha vontade em postar um poema que mostrasse sentimentos mais nobres.
Não queria me sobrecarregar de decepção pelo ser humano.
É
lógico que não se espera de nenhum profissional, pago
para cuidar de doentes, que se derrame em amor e carinho, mas que se
proponha a agir com respeito e profissionalismo.
Amor
e carinho são coisas de voluntários, de pais e filhos, quando normais. Admiro pessoas que se doam em trabalhos voluntários, isso é amor. São pessoas especiais, abraçam e levam conforto aos
que sofrem não tendo em mente nada de retribuição, a não ser o bem que fazem. Não existe
nada entre um voluntário e um necessitado que não seja uma verdadeira solidariedade com o seu semelhante.
O
que nos resta após presenciarmos atitudes violentas dispensadas aos nossos
pais ou aos nossos filhos? Talvez a culpa por não termos percebido o
algoz tão perto. Há dores que calam muito fundo. As dores que mexem
com nossos sentimentos, nossas perdas, humilhações e
injustiças superam a dor física. É a dor mais profunda, é uma dor
na alma, onde nossa razão não consegue chegar para
abafá-la.
As
feridas no corpo cicatrizam, mas as feridas na alma são sempre
chagas abertas: à menor lembrança, sangram. E acho que não há dor
maior do que a violência dos covardes e a humilhação e submissão
que ficam nas vítimas.
Há tempos, uma ex-catadora de lixo de rua
apareceu
num
noticioso
o qual mostrava
o seu sonho realizado: um projeto desenvolvido por ela onde
alimentava
100 crianças
– com
a ajuda de outras voluntárias pobres.
Como
sempre, pobres ajudam pobres… Enquanto isso, na esfera superior, uns "abastados" roubam feitos loucos o dinheiro público. E como sempre, corruptos ajudam corruptos. E assim segue a vida de alguns povos.
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UN POST MUY REFLEXIVO.
ResponderExcluirABRAZOS
Essa constatação nos traz tristezas mesmo! Eles não merecem e se profissionais são pagos pra que eles tenham todos os cuidados que necessitam, assim devem agir os profissionais e carinho, respeito, são fundamentais! Triste que assim , tantas vezes, não seja! bjs, chica
ResponderExcluirLinda amiga Taís, também fico muito revoltada em ver casos assim, pessoas que se propõem a trabalhar como cuidadoras de idosos e mesmo aceitando a receber o salário que lhe é pago nem por dever dão o tratamento necessário, isso é uma coisa abominável!
ResponderExcluirTambém acho de uma dignidade incrível as pessoas que se dispõem a cuidar com trabalhos voluntários, o fazem mesmo só por amor, merecem ser mencionados aqui em seu lindo texto reflexivo!
Abraços linda amiga, tenhas um belo fim de semana!
Taís,
ResponderExcluirLendo seu conto, parece estar vendo "num lugar", uma pessoa que ganhava seus proventos, chegue de supetão e ela batia no rosto da pessoa totalmente debiloide.Ela teve um ano de sofrimento de dores forte na carne e morreu, deixando um lindo marido SOLTEIRÃO.
Deus nos mostra.
Na minha postagem, do lado direito escrevi sobre meu pai, estava bem embaixo no Lua Singular.
Feliz dia dos pais
Beijos
Dorli Ramos
Soneto-acróstico
ResponderExcluirIndiferença
A humanidade perdeu a realidade
Prioridade passou ao ego apenas
Indiferentes ao vizinho e bondade
O que se vê são almas pequenas.
Real somente minha necessidade
Dor doutro, nossas vidas serenas
O que temos com gente de idade?
Rolando pelas praças às centenas?
Deixe tudo isso como está, assim
Ande e cuide somente da tua vida
Ao idoso, boa saúde, longe de mim.
Lembre-se que essa via só de ida
Melhor cada um procurar seu fim
Apenas não me chateie, querida.
Taisamiga
ResponderExcluir"Como sempre pobre ajudando pobre... Enquanto isso, na esfera superior, uns abastados roubam feitos loucos. Corruptos ajudando corruptos.
Não é preciso dizer mais nada, mas quero acrescentar: somos da mesma família, praticamos como vocês praticam o mesmo bem e a mesma corrupção. E por este andar no vamos aproximando do fim, sem ver nada resolvido, nem por "eles em por nós. O fado é o mesmo, a submissão também., fui católico mas curei-me; por isso valha-me (nos) a Senhora da Agrela que não há santa como ele...
Um abç ao Pedro e qjs para tu (não gosto de ti, ups, do ti...)
... e um pedido (não são euros nem reais,,, vai até à nossa TRAVESSA e deixa lá um post. Claro, o Pedro também. Tem artigo do brasuca José Quintiliano Fonseca Filho...
Qjs do Leãozão
Que gran verdad y que dolorosa verdad.....el abandono del adulto mayor, anciano enfermo, ...nunca debiera ser abandonado ...siempre debiera ser política de estado dar a los mayores lo que ellos aportaron en su vida. Las familias las primeras en condescender con el amor hacia ellos, comprendiéndoles su soledad, y aquellos profesionales que se dedican al cuidado, responder como tales, y el voluntariado atender al prójimo con la solidaridad que les nace del corazón como mucho de ellos lo hacen por verdadera entrega...
ResponderExcluirUn mensaje que toca profundamente Tais
Fuerte abrazo
Boa noite Tais.
ResponderExcluirCompartilho da sua revolta, que se disponibiliza de cuidar seja de idoso, doentes mentais, ou crianças deveriam ter mais amor no coraçao, muitos fazem somente pelo valor monetário, resultado são tantos casos que ouvimos de maus tratos. Uma feliz semana para vocês. Beijos.
Isso é muito comum, triste fim de vida. O idoso já sem forças, dependente, ser esquecido, tratado feito um peso morto, inútil, por quem se diz próprio sangue, família. E comumente jogados num asilo, onde, ironicamente, encontram outros da mesma idade, que pelo menos, forçosamente, há de fazer-lhe companhia, compartilhar dos mesmos problemas, servir de família postiça, adotiva, irmãos de coração. Cuidadores? Se a própria família não teve paciência, é uma covardia, uma traição entregar seu ente querido ancião nas mão de um estranho e esperar paciência absoluta e dedicação que eles não tiveram. Sempre com suas palavras certeiras e contundentes, Tais. Beijos!
ResponderExcluirQuerida amiga, Tais !
ExcluirMuito grato pela visita. Fiquei honrado e muito feliz !
Parabéns por este belo texto, abordando tão triste
e covarde realidade. É mais frequente do que se
possa imaginar, infelizmente. Parabéns pela coragem
e sensibilidade !
Um carinhoso abraço.
Sinval.
Cara amiga Tais, realmente a dor da alma é terrível. É, a violência, neste país, neste mundo, atingiu níveis absurdos. Quanto ao trabalho voluntário, o mesmo de é uma nobreza admirável. Somente espíritos elevados conseguem tal mister. Fazer o bem pelo bem, sem recompensa, sem paga, é tarefa para pessoas iluminadas.
ResponderExcluirUm abração. Tenhas uma linda semana.
100% de acordo.....O que para aí vai....mundo fora.
ResponderExcluirPor aqui não é diferente....Só peço lucidez, até à hora da partida.
Um abraço...
Boa tarde querida Tais..
ResponderExcluire como acontecem essas coisas..
e por vezes pessoas da própria familia..
lembro do meu tio ainda vivo e do quanto levava patadas..
e o pai não podia se meter muito..
quando por fim conseguiu cuidar dele.. conseguimos deixar ele mais feliz pelos últimos anos..
minha nona passou as dela tb com o cunhado que nada vale e a irmã que não passou uma noite no hospital para com a mãe..
tem da familia que não vale o que come...
mas a vida cobra..
a única coisa revoltante... é que smepre judiaram do meu tio e ainda tiveram a coragem de dizer morreu como indigente.. o indigente que eles assim que morreu sairam atrás da herança..
no ultimo ano o pai não teve mais como cuidar em casa, tivemos que colocar numa clinica..
sei que as pessoas falam mal e tudo mais.. mas cuidar de doente é complicado quando ão se tem jeito..
aquele diz que ela falou isso junto do escroto que ela sustenta.. eu tinha vontade de pular no pescoço dela.. sabendo tudo que o pai fez.. mas a vida cobra..
quero ver o dia que ela precisar de ajuda para ver se o pai vai lá cuidar dela sendo que nem da própria mãe ela cuidou..
deixamos assim.. mas a postagem foi muito bela.. quem sabe não farei alguma poesia sobre o tema quando me vir as ideias.. bjs e feliz sempre querida amiga
Dor da alma? Sinceramente, Tais, não sei como se combate. Talvez esperando ver mais claro. não sei bem...
ResponderExcluirAbraço
Oi, Jorge, falo de uma dor profunda, que machuca, que decepciona, que desencanta. Falo dos sofrimentos não físicos, mas que deixam sequelas profundas, seja no coração ou na alma, como queiram. Tenho visto em tantos lugares, em tantos rostos! E principalmente nos nossos noticiosos: mães que veem seus filhos se perderem nas drogas, ou que são espancadas por eles para obterem dinheiro. Ou pais que perdem algum filho...Ou velhinhos abandonados depois de uma vida inteira dedicado aos filhos. Essas são dores da alma. Não precisamos passar por isso para saber que elas existem.
ExcluirAbraços, obrigada pela visita!
Tais, seu texto ficou encantador, embora voltado para situações tristes. O abandono dos idosos tende a aumentar, com as pessoas voltadas tão somente para si mesmas. Aplaudo aqueles que ajudam e se dedicam, sejam parentes ou voluntários. Para estes, as atitudes nascem de amor e de solidariedade genuína. Cuidadores, em grande parte, pensam em ganhos materiais. E nem enfermeiros, contratados para cuidar de idosos enfermos, podem ser olhados com total confiança. Meu pai precisou, durante os últimos de sua vida, de alguém que a ele se dedicasse, embora em casa, em quarto bem equipado, vivendo com minha mãe e uma de minhas irmãs. Nos finais de semana, estávamos todos juntos. Mesmo assim, tínhamos que vigiar, para que não o deixassem molhado, mal acomodado... Quando leio algo que me faz voltar àqueles dias, sinto o coração doer, só de pensar que ele foi desnudado, literalmente, tantas vezes, quando seu recato, se lúcido, jamais o permitiria. Nosso consolo é saber que não o internamos e que estávamos sempre por perto. Bjs.
ResponderExcluirO abandono e o desprezo pelos idosos e/ou dependentes é uma ferida aberta na sociedade. O progresso trouxe-nos muita coisa, uma delas foi a indiferença pelos mais velhos. Nos transformamos em seres execráveis. Infelizmente não são só cuidadores profissionais que maltratam os idosos: os próprios filhos são os primeiros a cometer esse crime. Os hospitais, quando é a aproximação das festas de Natal e Ano Novo, enchem-se de idosos lá largados, literalmente, para que não atrapalhem as festas ou férias. Outros, apoderam-se das reformas, à revelia dos pais. Outros, aceitam cuidar deles, em troca de "pagamentos" ou heranças. Esta é a realidade. E o mais inacreditável é que encontra-se esta realidade em "pessoas de bem", de quem, jamais! sonharíamos tais actos. O amor verdadeiro não existe. Perdeu-se no caminho, enquanto os pais envelheciam e tornavam-se menos capazes de se valerem a si mesmos.
ResponderExcluirSua indignação é mais que válida. Mas como mudar um crime silencioso? Aqui, em Portugal, está para ser criada uma lei que punirá quem maltratar e abandonar um idoso a seu cargo. Mas, exceptuando os casos dos abandonos em instituições, pouco há, para se descobrir, para fazer valer a lei.
Aguardemos.
um bj amg
Texto verdadeiro, real...
ResponderExcluirBeijos Taís, parabéns!
A maldade e a cobardia deve ser algo que nasce com a pessoa. Essa pessoa que cuidava do velhinho e lhe batia, é acima de tudo uma cobarde. Quem bate ou maltrata ou humilha os mais fracos, é cobarde. Sabe bem que está a exercer um poder sobre quem não se pode defender. Isso é cobardia, em qualquer situação.
ResponderExcluirBeijinhos:)
Que tristeza!
ResponderExcluirE o pior que velhice é só uma questão de tempo para" todos" que querem vida longa.
Um Abraço!
Tais, a gente pode copiar e colar no nosso FACE? Obrigada. Abs
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