- Tais Luso
Ouvindo Charles Aznavour, com sua
triste canção J'Avais vingt
ans, fiquei
pensando nos meus vinte anos.
Não que eu
não tivesse
gostado dessa idade,
foi uma etapa muito
bonita,
mas passou. Guardo
ótimas lembranças, algumas frustrações,
muitas alegrias. Tristezas,
algumas.
Cabeça
em processo
de amadurecimento
é trabalho duro, só
combina com juventude,
precisa-se
de fôlego e
disposição
para
abraçar a causa - essa
metamorfose.
Evoluir como
pessoa. Encarar
inseguranças e
questionamos
sobre o
lado desconhecido
da vida.
E, conforme,
levar uns
trancos
pra acertar os passos.
É, tem disso.
A
maturidade
já requer
algumas marcas
do tempo espalhados pela
matéria…Mas
tem suas
vantagens. A vida é
generosa, também acrescenta.
Sendo a
nossa fase mais longa, é nesse período
que conseguimos
serenidade e
confiança.
Não há mais aflições
periféricas. As
buscas são mais consistentes,
o que torna nossas
conquistas mais preciosas. Claro que existem as exceções: jovens maduros e maduros imaturos. Mas é outro departamento. A regra é amadurecermos - uns mais, outros menos - com as experiências, com os tombos. Tempo para a observação.
O
tempo passou,
idealizei
e acreditei nos
éticos e donos da verdade. Faltou maturidade. Lastimo ter perdido
algum tempo. Com os
conhecimentos que tirei das
minhas observações penso
em errar menos
nos meus propósitos, nas
minhas escolhas. Não quero
mais ilusões políticas e
nem comparações com outros
modelos de sociedade. Torço
por uma melhora
no país, mesmo que ínfima, não
mais aquela
dos meus sonhos.
Nos
meus vinte anos eu não
pensava
em
finitude, era
uma idade que se podia errar,
podíamos tudo, havia
vontade, juventude, tempo para
recuperação. E
uma vida eterna pela
frente. Vinte anos!
Hoje,
a ideia do tempo já
circula... E por rondar,
tornou-se
mais valioso. Tenho
outra dimensão das coisas e
das pessoas. Da vida. Busco
verdades,
apesar de nem sempre serem
agradáveis. É
claro que
nem tudo
é belo; sempre existirão
algumas pedras pontudas.
Fazem parte do caminho. Mas
quero diminuí-las
de tamanho. Um
tamanho que ao atingir-me,
não faça nenhum estrago. E eu nenhum escarcéu. De
preferência que eu
nem perceba.
___________________________________//___________
Boa noite Tais...
ResponderExcluirUso muita das vezes dizer:
Na juventude, aprendemos; na maturidade, compreendemos.
Sabe!
A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranquilidade, querer com mais doçura.
Sendo que... A maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos.
A maturidade faz parte de um processo. Em um processo não podemos queimar etapas. Ele é lento, chato e demorado. Uma criança passa por um momento de amadurecimento a partir do momento que começa a brincar. A maturidade acontece, quando tomamos posse do que nós somos, para aí então poder nos dividir com os outros. Isso faz parte do processo de maturidade.
Linda postagem Tais.... Confesso amo seus poster seguido de sábios e lindos dizeres...
Deixo-te um bj de carinho e um abraço de repouso sobre cada um deste feliz lar..
Tudo que eu escrever será pequeno diante da grandeza das sua palavras. Profundo e ao mesmo tempo suave, deixando-nos leve, em paz.
ResponderExcluirAnônimo(a), que pena não ter deixado seu nome. Agradeço muito, não seria indelicada com você em não postar tão bonito comentário, mas na próxima... deixe seu nome!
ExcluirTL
Tais, a maturidade não nos livra do sofrimento, mas nos dá mais força e coragem para lidar com as quedas, eis que já passamos por elas antes. Há situações que não chegam à nossa compreensão e sobre a quais não refletimos quando tínhamos 20 anos. Naquela época, parecia que a responsabilidade sobre muitas coisas não nos pertencia. A maturidade nos leva, de fato, a abraçar verdades. E o que é melhor (rss), a nos perdoarmos pelos erros cometidos. Bjs.
ResponderExcluirOlá querida Taís:
ResponderExcluirÉ quase impossível passarmos incólumes pelas decepções e planos frustrados aos vinte anos, mas é preciso sonhar, e ainda quando a maturidade chegar e as responsabilidades ocuparem um lugar maior na nossa vida, é preciso sonhar.
Acreditar nas pessoas que governam nosso país está muito difícil, acreditar na honradez desses personagens é impossível, mas é preciso sonhar com um País onde a justiça se faça igual para ricos e pobres, onde nosso povo tenha mais instrução, seja bem alimentado, mais saudável...
Sonhar é preciso, se um sonho não se realiza, crio outro, novos planos para superar aquele desengano, buscar a paz, a felicidade, o arco íris, onde quer que ele nasça.
Beijinhos, Léah
A maturidade nos traz a tranquilidade de enfrentar melhor os turbilhões que a vida nos apresenta... Lindo te ler! bjs, chica
ResponderExcluirSoneto-acróstico
ResponderExcluirÀ idade
A regra é, a idade nos dará sapiência
Tanta quanto nossa responsabilidade
Assim, embora a vida não seja ciência
Labor e estudo conduzem à verdade.
Mas para maturar há que ter tenência
Aceitar desafios e gozar de liberdade
Tudo considerar com boa consciência
Um preço módico pela autenticidade.
Reiterar sempre o que se tem certeza
Incorporar porem as novas tecnologias
Deixar simplesmente esperança acesa.
A idade nunca vai nos cobrar ousadia
De fato, sequer trará alguma surpresa
Ela apenas confirmará o que se previa.
Oi Taís
ResponderExcluirQue linda vida!
Eu sempre tive de tudo, era namoradeira, quase me casaram com 16 anos, mas não passou de 23, o meu marido morreu e fiquei com um filhinho adotado de 2 anos. Voltei para o interior, depois de alguns anos achei o amor da minha vida que muito me me mima.
Beijos no coração
minicontista
Olá, Tais.
ResponderExcluirEu fiz 50 em setembro. tanto (des)esperei por este momento, e quando ele veio, simplesmente... veio!
Não vejo a maturidade como sinônimo de aprendizado. Já conheci muitos jovens sábios e muitos velhos completamente néscios. Meu único objetivo é sair dessa vida conhecendo um pouco mais de mim mesma... porque de conhecer os outros, eu desisti.
Oi, Ana também acontece bastante, vai da cabeça de cada um. Mas o esperado, o previsível é amadurecer com a idade. Quando a cabeça é falhada, não há idade que arrume. Toquei nisso no parágrafo acima, aqui...
Excluir"Claro que existem as exceções: jovens maduros e maduros imaturos. Mas é outro departamento. A regra é amadurecermos - uns mais, outros menos - com as experiências, com os tombos. Tempo para a observação."
Beijo!
Nada como sabermos desfrutar de todos os ciclos da vida! Quando assim acontece, a maturidade é o coroamento de tudo! Sinto-me em uma fase fantástica sorvendo em dose dupla as delícias de se viver. Obstáculos? Desvio dos mesmos coma força da oração. Sou de Deus e a Ele me entrego.
ResponderExcluirAbraço.
TAIS LUSO,
ResponderExcluirvou confidenciar-lhe um intimo e eterno despreparo: Envelhecer!!!
Ninguém merece! (rs)
Um abração carioca.
Lindo, belo texto e como é bom entrarmos nessa fase de maturidade em que desfrutamos da vida.
ResponderExcluirUm abraço e continuação de uma boa semana.
Olá Taís
ResponderExcluirNinguém passa pela vida sem levar alguns arranhões e com o passar dos anos a maturidade nos dá mais sapiência para lidarmos com essas vicissitudes sem que elas causem grandes estragos. Essa maturidade nos propicia melhores escolhas, rotas menos pedregosas, caminhos que não tenham grandes espinhos mas se tiver tenhamos consciência para retirá-los antes que possam nos ferir. Sempre lindo te ler Taís
Um dia feliz querida Taís
Beijos
Olá Tais,
ResponderExcluirCada fase da vida tem seu encanto, sonhos, frustrações e desilusões. Todavia, acredito que somente com a maturidade conseguimos atingir um estágio de maior desprendimento, o que nos leva a viver a vida com mais serenidade e aceitação. Já não nos deslumbramos com nada e nem nos afogamos em desilusões. Não há tempo a perder com o ilusório e com as dores. Sacudimos a poeira dos problemas e seguimos adiante, valorizando mais as coisas pequenas e procurando demorar mais nas vivências felizes. Ou seja, com a maturidade adquirimos habilidade para lidar com as pedras do caminho e a aceitar o que a vida nos apresenta.
Ótima crônica.
Beijo.
Impossível, Taís, não sentir as pedras dos caminhos...
ResponderExcluirTodas as fases da existência, nos presenteiam com alegrias e nos alertam com dores...
Bom mesmo é ler suas crônicas.
Beijos, menina!!!
Como eu compreendo este seu texto. Amiga acabo de completar 69 anos de idade
ResponderExcluire completei hoje 47 anos de casada. Já penso muito "quald e nós partirá primeiro"
e como será a vida para o que cá ficar, sem filhos e com a famíia noutro país.
E sinto muito as pedras dos diversos caminhos que já percorri.
Desejo que a amiga se encontre bem.
Bj.
Irene Alves
UN TEXTO QUE ENSEÑA MUCHO. GRACIAS.
ResponderExcluirABRAZOS
Parece que nesta época somos todos iguais. Vinte anos. Engano; alguns progridem, outros retrocedem com o passar dos anos. "Travessia."
ResponderExcluirAbraço, Tais.
Olá, Jorge, é verdade, muitos retrocedem, e como! Mas eu quis falar aqui mais da normalidade, dentro do padrão mais comum do desenvolvimento mental. O normal é amadurecer com a idade. Ou seria...
ExcluirAbraços!
Boa noite Tais.
ResponderExcluirAs vezes a vida da um empurrão , ou amadurecemos ou não conseguirmos sobreviver, esse foi o meu caso, mas com certeza a maioria amadurece com o passar dos anos. Passar pelo vida sem sentir as pedras do caminho,como seria maravilhoso. Mas um lindo texto amiga, uma feliz semana para você e para o Pedro. Beijos.
Costumo dizer, o tempo não passa rápido é mal aproveitado. Sempre me preocupei com o tempo, em aproveita-lo da melhor forma, sempre tão escasso e imprevisível, por isso vivo tenso! Melhor seria não pensar nele, deixar que as coisas acontecessem, esperar, mas, é de mim mesmo, bem aquele refrão de Vandré: "Vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer". Se bem que já quem os acontecimentos favoráveis caem nas mãos de mão beijadas, mas ai já são outros quinhentos, tem coisas que escapam a nosso entendimento. Beijos, Tais.
ResponderExcluirTaisinha, acabei de reler “Maturidade”, esta tua mais recente crônica, e foi justamente nesta segunda leitura que ficou claro para mim que este é um dos teus melhores trabalhos, quer no que diz respeito ao tema em si (a longa viagem que se faz da infância, passando pela adolescência, pela “primeira” idade adulta, pela meia-idade, e dai por diante), quer no que respeita à forma da crônica, em cujo leito conseguiste desenvolver com maestria, com o máximo de economia de palavras, dando a cada uma delas o endereço certo, com o seta que tem por objetivo atingir ao alvo, o que consegues, e mais ainda, faz com que a flecha atinja o centro do alvo, que é a ideia que tens desse teu caminhar até o amadurecimento, que vale para ti como vale para outras pessoas. Parabéns.
ResponderExcluirBeijinho daqui do escritório.
Cara Tais
ResponderExcluirTocas-te em um tema que se torna muito importante a medida em que vamos amadurecendo, para dizer de forma mais delicada... o TEMPO. Como bem disse Drummond: "O tempo é minha matéria; o tempo presente, a vida presente" e em "OS ombros suportam o mundo" Drummond conclui de forma genial:
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
Bom dia querida Tais.
ResponderExcluirNesta 2ª feira de dia frio é de céu nublado, não impediu-me de dar uma passadinha por aqui pra lhe desejar uma ótima segunda feira, carregada com muita paz e muito amor.
Que no decorrer desta semana e no restante dos meses e do ano tudo possa ocorrer segundo aquilo que vcs tenham planejado...
Eu da minha parte confesso que tenho sentido a sua falta no meu espaço.
Sei que a vida em si, nem sempre nos oferece espaço pra respirar-nos devido o corre do dia a dia, mas caso neste meio tempo consiga, de uma passadinha por lá.
Vira e mexe estou por aqui traz de novidades.... bj de carinho.
Minha querida amiga Tais, estou lendo esta tua crônica deste sua publicação e estava sem coragem de comentar, pois justo neste momento estou questionando a tal da MATURIDADE que pensava ter encontrado, com a idade, com o tempo, com os tombos da vida, mas ao virar uma esquina percebo o quanto preciso melhorar, me encontrar, me traduzir melhor...pensei estar fazendo isso com meu blogoterapía, mas na primeira crítica estou prestes a desistir. Tenho 48 anos, era para estar mais adultinho, mas não está funcionando, sinto a grande dor da adolescência, uma vontade terrível de desistir de tudo, da vida, do mundo...eu poderia ficar trancado em casa olhando desenho animado ou lendo um livro de poesia e não abrir a janela e não sair para a rua, não ver mais pessoas, não navegar mais na blogosfera...perdão amiga, pareço um bebê chorão, mas não me sinto maduro ainda, tenho vontade de chorar, mas só vontade, tomo um remédio que me seca. No teu post anterior, A coragem que me falta, fiquei encantado com os penhascos, um medo e uma vontade de me jogar e acabar come esta palhaçada que está se tornando minha vida, tudo o que quero e preciso é ser feliz, mas até aí, todo mundo quer, talvez não esteja fazendo a coisa certa, talvez não esteja fazendo nada, mas quando penso nos meus 20 anos, acredito que era mais maduro, o que está acontecendo comigo? Porque o que escrevo agride tanto as pessoas a ponto de virem no meu blog e me criticar, eu só quero escrever para mim e as pessoas do bem que por lá passam e se identificam e deixam palavras de coragem e não de destruição...viu não tou maduro o suficiente para encarar como um adulto o que ocorreu no meu blog, talvez seja um sinal para eu parar. De qualquer forma, perdão pelo desabafo e obrigado por seres sempre tão gentil comigo.
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço.
Olá, Taís
ResponderExcluirGostei desta crónica.
Ouve-se muito esta frase - todas as idades têm a sua beleza. Concordo. A única questão está em saber encontrá-la (essa beleza) e desfrutá-la.
Pessoalmente... penso que tenho vindo a "envelhecer" com inteligência. Recordo tempos passados com nostalgia, alguns com MUITA saudade e tristeza (os meus tempos de casado), mas encaro o presente sempre com muito optimismo.
Parafraseando Pessoa - "Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo…"
Não vou tão longe... Não vou, com certeza, construir um castelo, mas posso, isso sim, construir um futuro mais sólido.
Dias felizes te desejo.
Um beijo
MIGUEL / ÉS A MINHA DEUSA
Cara amiga Tais, gostei de ler essa análise pessoal e situacional, em que concordo com teus pontos de vista. Eu também já não me iludo com as ideologias, minha preocupação maior gira em torno da falta de consciência, que parece predominar por toda a parte. Quanto às lembranças, elas são benfazejas. No meu caso parece que o tempo se encarregou de contemporizar aqueles episódios doloridos, pois, revisando agora as lacunas tristes vivenciadas na juventude, elas se apresentam menos tristes.
ResponderExcluirUm abração. Tenhas uma linda semana.