– ÁLVARES DE AZEVEDO
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o doloroso afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
(In Álvares de Azevedo, Poesia, Antologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora, 1960, p. 91)
Um poema belo, reflexivo, mas triste...
ResponderExcluirParabéns pelo seu blog, gostei.
Um abraço
Marina