na sinaleira.
A idade se conta
nos dedos das mãos.
(E sobram dedos
para apontar os culpados.)
O menino
tem um tribunal às costas
e um shopping à frente.
Noite alta
o pisca-pisca amarelo
libera o menino.
Teríamos prantos
de lavar o pára-brisa
fosse um só menino
na sinaleira.
Em todas as sinaleiras
há um menino.
O coração petrifica-se.
O menino quer comprar pão
leite e cola para cheirar.
Passam doutos
e preclaros
Telefonia celular
e som digital.
E todos sabem
que não há sinal verde
para este país
enquanto houver um menino na sinaleira.
Poesia triste e verdadeira...
ResponderExcluirFique com Deus, menina Tais Luso.
Um abraço.
A realidade que assola nossa gente, assombra nossos corações...
ResponderExcluirA cena descrita invadiu nossas cidades. Antes acontecia nas ruas das capitais, hoje os semáforos estão disputados pelas crianças de olhos vazios e vidas cheias de abandono. É e doer...
Este texto é uma denúncia que pode não chegar onde deveria, mas não cai no vazio...
Beijos, sensível Tais!
Já conhecia seu blog; estou voltando para ler os poemnas.
ResponderExcluirBjs
Grande escolha!
ResponderExcluirPoema que expõe, de modo forte, autêntico, o que ocorre principalmente em algumas das mais importantes cidades deste país. Lamentável!
Ouso deixar por aqui um fragmento de um meu poema, Conto de Fodas, que aborda tema semelhante:
Avião, vaporzinho,
ventinho… Asas nos pés.
E mãozinha esperta
que aperta o gatilho.
Molecada de recados, -
de morte anunciada.
Escudos
cegos, surdos e mudos
nos currais do poder
que não faz o dever de casa.
Bjs, Taís, e inté!
Bonito poema para uma triste realidade.
ResponderExcluirbeijos
Luiz Coronel é fantástico!
ResponderExcluirMuito triste e real essa poesia.Não conhecia. obrigada Tais!
“ A igualdade talvez seja um direito, mas não há poder na Terra que a possa transformar em realidade”
[Honoré de Balzac]
Peninha né?
Esse poema lembrou um post que publiquei e poderia chamar de "ensaio para uma crônica." O texto foi escrito ano passado após observar uma cena de um menino que pedia num ônibus em Maceió. Sinceramente, não tem como não ficar tocado e sensibilizado diante de tamanha crueldade que não vem dos céus nem de um destino previamente traçado cá na terra, mas de todo um mecanismo político-econômico-social que os reduz àquela condição. Acredito que quando vozes como a sua se levantam para clamar contra essa realidade vergonhosa é sinal de que estamos longe de resolver problemas como os descritos no poema, mas, por outro lado, provam que não estamos resignados. Parabéns!!
ResponderExcluirAdorei o tema e a poesia, tão bem estruturada. Este trecho: "O menino
ResponderExcluirtem um tribunal às costas
e um shopping à frente.", é absolutamente perfeito. Todos somos juizes duros e cruéis do pobre menino.
Parabéns, Tais!
bj
Cesar
Tais,o poema me tocou e o que mais me toca ainda é a situação dos garotos,chamados de "garotos de rua".Aqui em Salvador,é um problema difícil de resolver, aliás em todo o país, pois os governantes não estão preocupados com este tipo de problema.Essas crianças vêem na rua a única opção de moradia, alimentação e desenvolvimento cultural a seu alcance.
ResponderExcluirPobre país,onde os governantes não têm uma política social dirigida á essas crianças,que são ou deveriam ser o "FUTURO DO BRASIL."
Um abraço....Mais uma vez obrigada pela reflexão.
Emília
Se eles estão mostrando sua arte, como mostra a foto, aí ajudo com uma contribuição em dinheiro, porque é um trabalho como outro qualquer, ainda mais difícil porque estão expostos ao sol, a chuva e às vezes até tarde da noite e são artistas mostrando sua arte e talento, eu valorizo muito!
ResponderExcluirQuando estão só pedindo eu não dou mais,mas antes eu tinha pena e dava um dinheirinho. Triste a realidade dessas crianças!
Oi, Taís
ResponderExcluirLinda poesia, feia realidade.
Abraço
É um mundo complicado. Mentes devorando mentes. Quem sempre sofre são os que não podem se defender.
ResponderExcluirOlá Tais
ResponderExcluirInfelizmente é a triste realidade por todo Brasil, crianças e adultos mendigando pela ruas tentando a sobrevivência. Belo e real poema.
Beijos
Olá Taís,
ResponderExcluirO país deixa a desejar em Educação que é o pricípio de tudo.
Além disso temos o relaxamento dos governantes com seu povo,a igreja que condena: A pirula, o aborto, a camisinha, consequentemente temos a catástrofe infantil estampada por todos os cantos deste imenso Brasil.
Bjs
Dalinha
Não sendo rude mas a educação do brasil é uma das melhores que se tem, e a educação não é a base de tudo, incentivo é,
Excluirpor todos os lugares tem escolas e pra entrar numa, só precisa-se de incentivo
e isso é o que falta
Olá Tais
ResponderExcluirE sobram dedos
para apontar culpados.
Mas será que basta? Apontar culpados também da Ibope não é mesmo. Apontar culpados ajuda a ter uma visão histórica, mas isso não irá tirar os meninos da rua. É preciso mais...muito mais.
Não conhecia o texto... muito lindo. Não sei porque lembrou-me um poema de Quintana " Rua dos cataventos II " um poema com um tema totalmente diferente... vai saber as referências que nossa mente faz não é? Adorei o texto, um triste retrato da nossa pátria eu diria...
ResponderExcluirum grande abraço, fica com Deus
O ser humano consegue ir longe em tecnologia e similares, mas não consegue solucionar o básico: como viver dignamente, todos!
ResponderExcluirBjkas, lindona!
O mais triste é saber que tudo isso é verdade!!
ResponderExcluirExcelente texto!!!
bjs
taís, quanta verdade...
ResponderExcluir"E todos sabem
que não há sinal verde
para este país
enquanto houver um menino na sinaleira"
depois, se puder, escute malabaristas do sinal vermelho, de joão bosco.
se você não tiver, posso lhe enviar o mp3 da canção.
é mais u menos por aí.
abração do
roberto.
Oi querida, vim através da Lianara, queria conhecer melhor suas crônicas aguçou minha curiosidade, depois que li uma cronica sua no blog da Lia...ja estou seguindo eu adorei, agora vou voltar em seu blog e conhecer mais um pouquinho do seu trabalho.Imensa gratidão pelo seu espaço do saber, fico muito grata. e Parabéns
ResponderExcluircom carinho
Hana
Tais, na lata, a verdade. Mas numa forma muito bonita.
ResponderExcluirTiro-lhe o chapéu!
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