Vincent Van Gogh |
Não
há dúvida que ao recebermos a notícia do falecimento de alguém
ficamos consternados, lamentamos imensamente a perda. E uma dor mais
intensa quando é familiar, a ficha custa a cair até nos darmos
conta que essa separação é para sempre. Sem retorno.
A
dor é enorme e a recuperação é muito lenta. Porém, certas
atitudes, que seguem ao sepultamento, surpreendem, e servem para nos
dar a dimensão exata dos mais diversos comportamentos.
É
muito comum que a princípio se pense na pobre viúva (o) e nos
filhos como mais um dos tantos casos que passam pela nossa vida.
Tudo
começa mais ou menos igual; o ser humano é único. Após alguns
dias do falecimento do ente querido, começam as doações das roupas
e dos seus pertences, distribuídos entre os familiares, empregados e
instituições. Tudo com muito pesar e lágrimas. Fotos são
inevitáveis: abre-se o baú e ali estão as fotos do nascimento,
namoros, noivado, das férias inesquecíveis, das bodas de prata, de
ouro e mil recordações. Revive-se, nesse momento, situações há
muito esquecidas. E lágrimas brotam oriundas de um estado de
consternação.
O
primeiro mês é um tormento, podemos imaginar a pessoa falecida em
todos os cantos; sua poltrona predileta, seu terço, seu livro de
cabeceira, sua xícara. Até seu perfume. Cada coisa é uma lágrima
escorrida tentando se esconder. E antigos defeitos viram virtudes.
Chora-se ao olhar o computador do falecido, suas ideias ali postadas.
Sentimos ao ouvir suas músicas, ver seu celular, olhar seus
chinelos… Seus pertences tornam-se algo penoso de suportar. Tudo
tem uma conotação afetiva e tudo permanece onde sempre esteve.
Passado
algum tempo, as coisas começam a trocar de lugar: a poltrona voa, a
cama é substituída, os livros vão para o lugar certo, o chinelo
vai pra empregada e a sala toma outra aparência: tudo trocado de
lugar com a intenção de renovação, pois é preciso dar
prosseguimento à vida. Ninguém quer levar, por mais tempo, uma
lembrança triste e constante. É preciso amenizar o sofrimento. E
todos começam a falar do magnífico lugar que o falecido (a) deve
estar. É um conforto. Muitas vezes, com essa atitude, se procura o
perdão por certos entraves causados a quem se foi. A maioria até
que consegue ajeitar as feridas e soterrar as culpas.
Porém,
também existe uma infinita e absoluta dor, que teima em ficar. Sim,
existe, acompanhada de depressão e de difícil recomeço. São seres
que se fundiram num só espírito, num só querer, numa só vida.
Creio que esse amor é insubstituível, e foi perfeito, quem sabe.
Pois
bem: passada a dor inicial, entra uma outra realidade: a Partilha,
divisão dos bens! É neste ponto que o ser humano se mostra muito. É
aí que começa a dureza da nova vida: as leis e os direitos: o meu e
o teu; o fifty-fifty fiscalizado e um advogado mediando os interesses
das partes. Começa o que antes nem se cogitava: as brigas dos
herdeiros pelas coisinhas. Brigas por palmos de terra,
desentendimentos por porcarias.
E
é nesse ponto que acontece a nossa segunda perda: sepultam-se
sentimentos, o respeito, a amizade, a dignidade, o parentesco e a
justiça. E tudo em nome de latarias: de trecos e cacos. Começa a
mesquinharia. Acaba a harmonia e começa a desconfiança entre os
herdeiros. Muitos deles são verdadeiros horrores. A harmonia vai pro
brejo. Para o fosso.
A
morte física parece ser um engodo, uma provação pra ver até que
ponto pode chegar o ser humano. Sordidez é algo que desqualifica,
que depõe, que desmerece. Mas é próprio da nossa espécie. A paz é
essencial, e bendito seja aquele que consegue ver que o importante é
ter apenas o necessário. O supérfluo é dispensável, e em muitos
casos só serve para magoar, para separar, pra destruir famílias. Partilhar
deveria ser um ato civilizado, feito em paz; mas é um confronto
penoso através da Justiça dos homens.
Não
sei onde fica o paraíso, mas logicamente não é um lugar físico.
Paraíso é estar em paz e sem conflitos, é um estado de espírito.
Até
hoje não entendo como a morte não consegue deixar seu recado; é
apenas percebida quando chega, quando busca a vida. Depois, é
esquecida, e tudo se repete, como se ela não fosse voltar. E
assim, ficamos vivendo o eterno ciclo da insensatez.
Olá Taís, muita verdade no que escreveu em seu post. Eu já passei por dois lutos terríveis, ando esses dias até meia triste lembrando de como minha vida era antes. Mas infelizmente a morte é a única certeza que temos. Abraço Cynthia
ResponderExcluirTais,
ResponderExcluirEstas suas palavras para mim dizem tudo: "A paz é essencial, e bendito seja aquele que consegue ver que o importante é ter apenas o necessário." Quantos trocam sua paz por 'coisinhas', como você falou! Enterram junto com o falecido o amor fraternal que deveria perdurar entre irmãos, começando na partilha uma inimizade que não terá fim nesta vida. Pra quê?!
São bens que se conquistam e vivência familiar que se sacrifica.O que vale mais, afinal? Não importa quanto tenhamos adquirido, um dia seremos nós os falecidos... e aí, quanto nosso tesouro valerá? Para refletir...
Beijão, minha amiga, excelente texto!
Tais,
ResponderExcluirRealmente, parece que o "verdadeiro" ser humano aparece na hora da partilha, sei casos em que os herdeiros presuntivos não esperaram nem o enterro do ente querido e passaram à disputa acirrada de seus bens. No caso, o "defunto ainda estava quente" como se costuma dizer. E o que é mais curioso: bens muitas vezes verdadeiras porcarias. Sei de uma caso que até uma lâmpada de cabeceira foi objeto de disputa que resultou em enfrentamento físico com puxões de cabelos entre duas "senhoras distintas" de uma família minha conhecida aqui de Floripa. Abraços e bom domingo, JAIR.
Olá Taís,
ResponderExcluireu vivi de forma grosseira uma situação dessas. E sabe o que parecia: um bando de hienas atacando uma carniça! Um verdadeiro circo de horrores, por umas mixarias, cacarecos, bugigangas!
Bom, já passou. A minha "parte" ficou reduzida a quase nada. Nunca me fez falta, afinal tenho suficiente para viver com dignidade.
Gosto dessas suas abordagens polêmicas, desses temas delicados.
Muito bom, minha amiga!
Um beijo de todos do atelier
É isso mesmo.....Mas há sempre aquele que amava mais o falecido e aí....ele diz:...Escolham o que quiserem , eu ficarei com o resto.....Verá como as partilhas foram feitas em paz....e muita gente fica muda , ao ver o desprendimento daquele familiar e não podem deixar de pensar, que ele sim
ResponderExcluiramava o falecido, ou o dito lhe doou
em vida o melhor do acervo.
Bejo
AMIGO ANDRADE:
ResponderExcluirEu vi isso acontecer, exatamente como que você fala!
Acusaram a pessoa que ficou com o 'resto' das joias; acusaram de ter ficado com o que havia de mais valioso! Ela pediu a reunião da família, voltou com as 'joias' que lhe couberam e as colocou na mesa dizendo: 'Está tudo aqui, divirtam-se, não preciso disso'. A inimizade durou pra sempre.
Tais
Pois é, Taís, de consolo vem o pensamento de que tudo faz parte do ser humano, do lamento pelo morto ao "quero o que me cabe na herança". Senão não era ser humano, era santo.
ResponderExcluirE como as mães que sofreram muito no parto esquecem a dor para ter outro filho depois, a gente esquece a morte para poder viver.
Tenho ouvido muito que o ser humano está cada vez pior etc. Eu acho que não: ele está cada vez mais o mesmo.
Conseguir lidar com esse paradoxo humano talvez seja finalmente a paz.
Eliane F.C.Lima ("Poema Vivo")
Oi Thais,
ResponderExcluirexcelente o seu post. Grande verdade!
Sepultam-se os sentimentos em nome de tralhas...
Morrem-se aos poucos, a cada dia, com atitudes tão desumanas.
Abraços e um ótimo fim de semana!
Taís,infelizmente suas palavras revelam somente a verdade.Parece cena de filme,mas é assim que acontece.Estou vivendo literalmente esta situação,nos deixa arrazados a cada encontro para esta finalidade,enfim são estas as situações que nos mostram o verdadeiro caráter de cada um . Um grande abraço!
ResponderExcluirTaís, eu queria mesmo era dizer que isso não acontece em todas as famílias, mas vou lhe contar, é quase uma regra, infelizmente! A união da família dura até o momento da partilha e quanto menos se tem para dividir, maior a briga.Que tristeza!
ResponderExcluirBeijos
Taís, belíssima crônica. E é aqui que ricos e pobres se igualam: estava eu a acompanhar uma família, cuja mãe acabara de falecer no dia anterior. Família muito pobre, mas que, mal enterrara a mãe, já estavam os filhos em pé de guerra com o pai pelo único terreno, abandonado e pequeno, que a pobre velhinha deixara. Fiquei perplexo.
ResponderExcluirAbraços sempre afetuosos.
Agora que vi o comentário da Néia, estou mais resignado (rsrsrs).
ResponderExcluirAbraços sempre afetuosos.
Tais
ResponderExcluirMais uma vez descubro contigo coisas que sentia e nunca havia encontrado palavras para verbalizar...São essas dualidades: Vida e Morte...Justamente, sepultamos a morte e esquecemos que ela vai voltar...
Perdi minha mãe há pouco tempo, procuro mil razões, justamente como escreveu, para justificar sua ausência e também acredito que o Paraíso seja realmente um lugar de paz, onde apenas quem em vida ponderou bem as coisas pode lá habitar...
Abraços!
Izildinha
Querida neste caso de partilha eu penso que mais de 90% das familias que tme algo a partilhar só muda o endereço e o sobrenome.
ResponderExcluirVelório hoje já é até evento social, devido a preparação...
Bem por parte de mãe sei que não vou passar por isso pois ela repartiu já o que nem tinhamos direito, já que não existe herdeiros de pais vivos, kkkk, e depois se ela for antes dos filhos graças a Deus somos 4 e tudo caminha para a tranquilidade; cunhados e cunhadas não se metem e nós resolvemos sempre em acordo, a época do quebra-pau era só na juventude, rs,rs.
Mas excelente texto. Você é mara. bjs
Taís, quão verdadeira é esta tua crônica.É nestas ocasiões que vimos a conhecer as pessoas dentro de um contexto e os meandros da alma do ser humano.O Ser amado ,tão pranteado, vira uma moeda de troca.É muito triste,mas infelizmente na maioria das vezes é isto que acontece.Parabéns por trazer este assunto em forma de crônica.
ResponderExcluirObrigada querida pela generosidade dos teus comentários.Adorei.Tenha uma semana encantada e inspiradora.Bjs Eloah
Vou aqui lhe contar, que os bens, poucos é claro, da minha avó materna, foram divididos em vida, enquanto ela se desfazia literalmente, no hospital, pois, diabética, foi amputando o corpo todo, até chegar a gangrena e falência total.
ResponderExcluirBem, minha mãe sofria imensuravelmente e chorávamos por ver sua verdadeira tristeza, afinal era filha e sabia que dia-a-dia perdia a mãe querida.
Enquanto isso, em algum lugar de Gothan City, as cunhadas se esmagavam por conta de míseras materialidades - uma máquina de lavar, uma de costuras, mesmo que não costurassem, um jogo de sofá recém comprado e um relógio de ouro, bem antigo.
Enfim, quando se espera pela morte de um ente querido para se fazer a cruel partilha dos bens ainda é aceitável, mas saber-se vivo e as pessoas a dividirem os nossos pertences é muito cruel.
O paraíso não é aqui, mesmo.
Ele se esconde, nalgum lugar. E depois resplandece para aqueles que realmente tem esperança de encontrá-lo.
Suas crônicas são sempre dotadas de nua realidade, porém contadas com leveza e reflexão.
Abraços, minha amiga!
Oi TAÍS!
ResponderExcluirSeguindo teu raciocínio,nós, após algum tempo superamos a perda, o que eu acho ótimo, a vida continua.
Claro, que quando abordas o fato das brigas familiares com relação aos bens do falecido, também concordo contigo,é uma sordidez, estarem de olho no que outra pessoa amealhou durante sua vida.
http://zilanicelia.blogspot.com
Abrçs
É um mistério. A ciência com toda sua imponência não consegue desvendá-lo. enquanto isso podemos acreditar que podemos criar com nossa mente o paraíso ou o inferno. Pois vemos essa dicotomia tão comum.
ResponderExcluirEu optei pelo paraíso. Pois acredito num Criador. E se Ele é perfeito, não criaria nada imperfeito. Mas com minhas escolhas posso deixar de ver a perfeição, posso deixar de senti-la. Posso até não acreditar em nada...
Abraços!
Taís!
ResponderExcluirExcelente ponto de vista. Pura verdade, amiga!
É a roda da vida.
Para mim, estar em paz e feliz é o paraíso e o que há de ruim (sofrimento, crueldade etc.) é o inferno: tudo aqui mesmo!
Beijos, amada!
Tais,
ResponderExcluirAmiga, muito verdadeiro o que escreveu, irmãos e parentes perdem a amizade quando os pais falecem, vemos isso constantemente.
Mas, amiga é quase inacreditável, mas na minha família a morte dos meus pais uniu ainda mais eu eu meus irmãos. Não houve nenhuma briga, nem um problema de divisão de bens, e para você ter uma idéia quem cuida dessa parte é minha irmã mais velha, ela não faz nada sem nos consultar, e nem precisaria ela tem total liberdade para fazer o que achar melhor, pois confiamos totalmente nela. Não entendo nada dessas coisas, nem meu irmão. O mais importante não temos mais, não faz mais parte do nosso convívio. O que meus pais nos deixaram procuramos cuidar com o maior respeito possível. Amei ler essa crônica, um dia lindo pra você, bjs
Boa tarde,querida amiga Taís.
ResponderExcluirÉ mesmo... nos momentos finais, todos são solidários, porque a dor é parecida. É muito, muito doída!
Depois, os avarentos focam a sua meta na herança, e isso cura a dor que sentiram antes.
Tudo parece uma sociedade comercial, cujos sócios não confiam nem na própria sombra.
Que seus projetos sejam abençoados.
Beijos
Nessa partilha, muitas máscaras caem. Os falsos e bajuladores logo se apresentam, pois sua conduta sempre foi alimentada pela esperança de receber algo em troca. Partilhas são tristes e dolorosas em todos os sentidos, até mesmo quando se rompe um casamento. Eu a vejo como revestida de desconforto e amargura.
ResponderExcluirQuando está em andamento, esquecem-se de quem se foi , do que representou, dos sentimentos que inspirou e alimentou durante a vida.
Bens nada significam, principalmente quando não resultaram do próprio trabalho. E se refletirmos, encontraremos suas palavras, pois a morte não vem apenas uma vez, volta e leva outros. Só se vive bem com o espírito em paz.
Bjs.
Que texto importante, querida Taís!
ResponderExcluirVocê faz a narrativa dos fatos, como eles realmente acontecem!
E muitas vezes nem nos apercebemos disso...
Postagem para ser lida e relida: absorvida!
Muito grata!
Abraço da
Zélia
Oi Taís!
ResponderExcluirAndei sumida da blogosfera e só agora vim agradecer sua visita ao meu blog. Me deparo então com este texto sensacional sobre o ponto nevrálgico das relações familiares, os bens. Infelizmente seu texto fala a pura verdade.
Beijos e um ótimo fds!
Eu quero mais é ser feliz com aquilo que eu conquistei, não propriamente o bem material, mas minha postura perante a vida. O resto é resto... Adorei a crônica, todos nós passamos por algo parecido...Bjos e um ótimo final de semana!
ResponderExcluirQuem trabalha diretamente com essas situações - pessoas do Judiciário e advogados - devem assistir cenas absurdas. Particularmente, eu odeio velório, porque ficam pessoas que sempre detestaram o(a) morto(a) a chorar para lá e para cá, repetindo chavões do tipo "...era tão bom (boa)", "foi uma(um) guerreira ( guerreiro)", "...que falta fulano(a) fará!"...como se antes nunca ter infernizado a pessoa e não estar por dentro se rindo e/ ou fazendo contas. Perdoe-me, é revolta, mesmo. Cansei de ver isso. Ao final da encenação, nem bem o corpo esfriou, lá estão muitos ( e não todos ) a contar com o espólio. Você tem toda razão, Taís. É deprimente.
ResponderExcluirBoa tarde Tais.. um assunto que geralmente gera muitas frustrações..
ResponderExcluirfoi assim pelo menos em nossa familia..
minha vó faleceu em 2009 e no mesmo dia logo após o enterro a cunhada do irmão do pai chegou na casa da nona e fez a limpa nas roupa praticamente novas que o pai havia comprado a ela.. cobertores e tal..
meu pai teve de assumir praticamente desde novo os cuidados com a nona e com meu outro tio que era especial..
as fotos de familia meu tio e tia jogaram tudo fora.. nunca mais vimos as mesmas.,,
era tudo muito confuso sabe.. meu tio teve 3 filhos e quem os cuidou foi a minha nona pois a mae deles morreu quando eram pequenos.. este meu tio dizia ser dono de tudo, até onde nós moramos que é logo abaixo e que o pai com a aprte da morte do pai e a compra de terra das outras irmãs tinha escriturado tudo..
no fim foi.. que os irmão não queriam ajudar na hora que a nona ficou doente de cama.. meus pais cuidaram dela até que puderam depois se obrigaram a colocar em uma clinica.. por não saberem mais como lidar.. com meu tio especial foi assim tb.. o pai fez tudo que pode.. mas a diabete chegou a quase 700.. acabou por não mais sair do hospital.. 5 anos depois e tanta briga.. tipo.. meu pai tinha direito de 160 metros de terras e 5 partes da casa pela compra da terra das irmãs.. mas os outros nunca aceitavam.. queriam ganhar 200 mil cada um pela terra que tinham.. no fim o pai conseguiu o que ele tinha em mente.. conservar o que a nona lutou para ter.. ficamos com a parte da casa e os outros se obrigaram a vender pela metade do que queriam pois estavam cansados de esperar um louco que desse algo que não valia.. em 3 meses transformamos a casa que estava destruida praticamente pois tinha um primo que morava lá.. tinha matos da minha altura.. enfestada de ratos.. lavamos ela toda.. pintamos de cor violeta, e fizemos horta e tudo mais.. os girassóis estão do meu tamanho srrs hj esta tudo mais em paz.. cada um no seu canto.. mas foi frustrante demais.. e acho que em muitos lares é assim infelizmente.. bjs e um lindo dia