- Tais Luso de Carvalho
Tenho escutado com frequência que morar em cidade grande só traz vantagens: tem tudo o que se precisa, tudo o que se sonha! Péra, não é bem assim: depende do que se sonha, depende do que se quer.
Ontem foi o meu dia de desatino. Encasquetei em seguir o conselho de uma amiga que resolveu traçar um roteiro de compras para casa, no outro lado da cidade, longe de onde moro. Disse-me que lá eu acharia coisas do Arco. Pedro e eu pegamos o carro e... rumo ao complicado, ao desconhecido!
Fiquei pensando, meio desconfiada, o que teria por lá de tão diferente que a criatura deu tanto destaque? Fomos com toda a calma e na esportiva, uma vez que aquele lado da cidade não nos é familiar. É considerado o lado mais nervoso de Porto Alegre.
O que essa amiga nos arrumou foi um grande estresse. Porto Alegre não é nenhuma São Paulo, tem 1.500.000. de habitantes, mesmo assim, foi uma barra pesada: automóveis, ônibus e caminhões em profusão, buzinadas histéricas, motoristas nervosos, gente sem paciência, sem solidariedade, poluição visual, enfim, uma louca aglomeração com cartazes, propagandas, muitos sinais e retornos que nos confundiam. Coisa própria para desentendimentos com motoristas alterados. Todo o progresso é meio desumanizado. E tudo tem um preço.
Mas as cidades são assim: têm seu lado calmo e agradável e um lado maluco. Paramos várias vezes para perguntar onde estávamos. Como voltar para o centro da cidade; como retornar pela Freeway, tínhamos de seguir ou voltar? Ninguém sabia nada: nem eles, nem nós. Perdemos completamente a noção do caminho. Era uma agonia nos entroncamentos: pra lá ou pra cá?? Não dava tempo de pensar com carros atrás!! E tocávamos para frente, seja o que Deus quiser.
Ao acharmos o caminho de volta e chegar no nosso bairro, decidi simplificar as coisas. A qualidade de vida que tanto buscamos está na maneira que conduzimos nosso caminho. Está na tranquilidade e nas exigências que buscamos, seja onde for. É parar para pensar no necessário. Isso é vida boa.
A vida é simples. Não se percebe muito quando se entra nessa roda de exigências e de consumo. Por que toda aquela alucinação que passamos à procura de algo que encontraria mais perto de minha casa, no meu bairro! O que precisaria de tão diferente que só haveria naquelas bandas?
Digo então, que, qualidade de vida está em respeitar nossos limites, nossa cabeça, nossas forças. Muitas vezes fazemos coisas pensando que temos a força de um trator e não nos damos conta que, na verdade, temos um motor de fusquinha. Só que os fusquinhas (Volkswagen) tinham carroceria e motor ajustados, simples e de fácil manutenção. Assim deve ser, ajustar as necessidades para uma vida saudável.
Ando pensando em diminuir a marcha antes que a lataria se desmanche e eu não consiga fazer a quilometragem prevista pela fábrica.
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Taís,
ResponderExcluirMuito bom. Vivamos dentro de nossos limites, não precisamos escalar o Everest e tampouco matar um tigre por dia. Gente muito jovem se acha pronta para quebrar recordes todos os dias, não é caso de que já entrou nos "enta", então prá que se desgastar? Abraços e parabéns pela crônica, JAIR.
Adorei o motor de fusquinha! rsrsrs
ResponderExcluirMas é isso aí, complicamos o tempo todo! Aquele velho ditado, insinuando que a grama do outro lado é sempre verde, faz sentido em nossa prática diária: queremos o que não temos, sonhamos com o que o outro descreveu como extraordinário! Quando experimentamos, porém, não era bem aquilo...
Só fiquei curiosa para saber por que bairros você andou... rsrsrs E se achou a tal mercadoria pretendida! Afinal, tanto sofrimento por nada, hein, amiga! rsrsrsrs
Pelo menos ficou a lição: simplificar as coisas! Apoiado!
Um grande beijo.
Muito bom Taís. Já caí nisso uma vez e nunca mais. Sempre prefiro acreditar é que o que eu preciso está ao alcance da minha mão, se não está, não preciso.
ResponderExcluirkkkk
Um grande bj
Taís, a vida sempre fica mais agradável quando decidimos simplificá-la, principalmente, depois dos "enta", falo por experiência própria. Penso que é tempo de deixar a tranquilidade reinar, sempre que seja possível optar, obviamente.
ResponderExcluirBeijos
Tais,
ResponderExcluirA nossa vida é uma correria total e nem temos tempo para as coisa mais simples e prazerosas da vida. Como sentar numa tarde qualquer e bater papo e rir até o queixo doer. Uma visita a um parente, uma bobeada no shopping, uma rede e uma varanda... E nem vemos a vida correr, as células morrerem, os cabelos embranquecerem e as pessoas queridas distanciarem.
Temos sim que desacelerar, curtir a vida e parar com essa ansiedade de ter, ser e poder. Realmente, complicamos a vida e penamos por isso.
Desacelere o fusquinha amiga, lubrifique as engrenagens e quando der, deixa ele ir na banguela...
Beijokas doces e uma boa semana.
Vida urbana louca que cismamos em querer acreditar que seria o ideal para nossas vidas. Moro no subúrbio do Rio de Janeiro e, por vezes, já me peguei esbravejando comigo mesmo, amaldiçoando-me por não ter coragem de largar tudo e morar na Zona Sul, contraindo uma custo enorme com aluguel(visto que os preços de imóveis aqui são interplanetários)e num centro nervoso que me levaria à loucura!
ResponderExcluirNão vale a pena. Pelo menos no meu caso!
Belo escrito, prezada amiga!
Muita paz!
Hahahahaha..Gostei da conclusão.....
ResponderExcluirEu também não vou nessas aventuras...
Se tenho ao pé, tudo o que procuro..
porque ir ao desconhecido...A vida
é bela, há que vive-la com calma.
Beijo
Oi Taís! Adorei a sua cronica!
ResponderExcluirMas isso é normal... temos a séria tendência de vermos para crer!
Aí...a confusão está armada! rsrs!
Mas, realmente, temos que desacelerar, seguir nosso ritmo e confiar mais no nosso ``taco´´ e não ir muito na conversa dos outros...muitas vezes só ``entramos pelo cano´´!
Abraços Taís e uma feliz semana!
Mariangela
Olá seu blog é encantador parabéns beijos.
ResponderExcluirÉ fato Taís, quantas vezes agimos mecanicamente frente a um convite, a uma curiosidade ou possibilidade e nos deparamos com dificuldades imprevistas.
ResponderExcluirPode ser clichê, mas são destas "roubadas" que acabamos tirando lições importantes,como a que vc concluiu:vamos devagar que o santo é de barro!
Bjkas,
Calu
Muito legal e é isso que vem de encontro com o que penso e falo sempre!!ADOREI!!beijos praianos, descomplicados,chica
ResponderExcluirTambém aprendi que há muitas coisas boas na região onde se vive, sem necessidade de se passar por esse estresse. Quando não conheço o lugar onde vou, prefiro ir de táxi. Mas busco sempre, seja para médicos ou compras, o que vai me satisfazer sem a agonia de horários e localizações.
ResponderExcluirBjs.
Olá adorei conhecer seu blog,ele é lindo!Parabéns beijos.
ResponderExcluirMe senti na sua pele Tais, afinal,Brasília qualquer dia desses esterá igual ao Rio e São Paulo.Muitas vezes desisto de sair, por conta da loucura do trânsito.Você falou algo muito precioso:Qualidade de vida é respeitar nossos limites".Muitas vezes nos destruímos fisicamente para suprir necessidades de consumo, apenas por querer fazer parte dessa sociedade maluca, que valoriza muito o "Ter".Prefiro o sossego.Nada preencherá nosso coração, se não encontrarmos a felicidade bem perto ou seja , dentro de nós mesmos. Lindo!! Tudo
ResponderExcluiro que você escreve com palavras simples e reflexivas. Um abraço.
OI TAIS!
ResponderExcluirTENS RAZÃO, PORTO ALEGRE NÃO E NENHUMA MEGA CIDADE, MAS ENFRENTAR O TRÂNSITO, DAS 17 HS ATÉ ÁS 19.30HS É UM ATENTADO Á SAÚDE MENTAL.
MAS, MESMO ASSIM, AMAMOS NOSSA CIDADE,E ESPERAMOS OS AJUSTES PARA QUE TUDO MELHORE.
A ESPERANÇA É A ULTIMA QUE MORRE NÉ TAIS?
ABRÇS
zilanicelia.blogspot.com.br/
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A gente sempre acha que vai encontrar novidades longe de onde estamos, quando tudo está tão perto.
ResponderExcluirUm velho tema bem descrito por Vicente de carvalho:
"A felicidade está sempre onde nós a pomos, e nunca a pomos onde nós estamos".
Beijocas.
Hoje é dia do(a) Escritor(a), parabéns Taís!
ResponderExcluirPois ;é,quando me mudei de Ribeirão Preto para São Paulo,ouvi muitas perguntas desse tipo...E aí,te acostumastes bem ?Eu sempre respondi... Sou como gato,me acostumo com a casa,e meu bairro que tem de tudo que preciso para comprar á pé,sem precisar de carro,passou a ser minha cidade...
ResponderExcluirValeu Tais!
Tua crônica é supimpa,mais do que verídica!
Beijos!
Não vale à pena, se descabelar para encontrar algo diferente do que está perto de nós.Foi-se o tempo, em que andar pela cidade era prazeroso...viraram metrópoles intransitáveis...Melhor não arriscar, seja em Porto Alegre, Fortaleza ou Irajá...
ResponderExcluirBeijos, Taís,
da Lúcia
Como sempre, você genial nas suas escritas.
ResponderExcluirAbraços
Sempre naquele lugar onde gosto de cumprimentar e ser reconhecido. Dar voltas é só para passar o tempo e conhecer.
ResponderExcluirBj
Perfeitamente cara Tais(alias xara de minha sobrinha). Moro em São Paulo que não mais uma megacidade, ja virou uma monstruocidade (rsrsrs), e ha mais de 10 anos não preciso ir a outros bairros para fazer compras. Num raio de dois quilometrso tenho supernercados, farmacia, padaria, petshop e ate um Mcdonalds. Só nos afastamos mais por causa do trabalho ou pra visitar a neta.
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