-
Tais Luso de Carvalho
Não
conheço ninguém que tenha escapado de cometer uma boa gafe. E o
pior é tentar arrumar a tragédia já consumada. Quando
os olhos veem, mas o coração não sente, a flecha crava e o
estrago é grande. Agradeço a Deus quando não fico da cor de
beterraba pra denunciar o desastre que cometi. Mas pensando bem,
certas gafes não deixam de ser hilárias, mas para quem é a
vítima é horribilis!
Bem, aconteceu há muitos anos, quando meus pais eram vivos, em Buenos Aires. Meus pais foram ao teatro -
com um casal de amigos portenhos - los hermanos. Lá pela metade da peça, minha mãe ria com muita desenvoltura, sobre tudo o que a amiga dizia. Meu pai teve de interferir: a cutucou para parar de rir, pois a amiga estava comentando sobre
uma parte dramática da peça.
Minha mãe, como não
conseguia entender nada (a amiga falava rápido), quis apenas ser simpática e achou que rir seria o melhor remédio,
seria simpática.
Acho
que nesses casos é melhor se guiar pela cara da anfitriã: se ela
rir, ria; se fizer cara de tragédia, encomende umas lágrimas... Dá
sempre certo!
-----
Outro
desses desatinos, aconteceu quando meu marido deu os parabéns a uma
colega pelo filho que estava a caminho... A coitada estava muitos quilos acima do normal e muito barriguda. Ficou
horrível. Não sei como os homens não desconfiam que as mulheres engordam também na barriga, e que nem toda a protuberância é
gravidez. Que coisa difícil pra eles; é como falar em cores
degradé. Só conhecem o vermelho, azul, amarelo e verde.
-----
No
ano passado esbarrei com uma antiga colega de colégio, há muitos
anos não nos víamos. Fiquei tão chocada com a mudança da mulher
que quando abri a boca só me perdi:
- Que surpresa agradável te encontrar... você tá a mesma!
Credo...
como fui cretina! A mulher engordou tanto que a única coisa que
não mudou foi a boca. Mas que mania essa de dizer aos outros que
estão com o mesmo corpito depois de 200 anos! Eu também mudei;
todos mudam, os anos passam. E sei lá o que ela viu em mim, pelo
menos ficou de boca fechada – graças a Deus. Antes um silêncio, mesmo que revelador.
-----
Tenho
uma vizinha que adora crianças. Não pode ver uma que vai se
achegando... Estávamos as duas entrando numa confeitaria quando a
vi colocar a mão na cabeça de uma criança que estava de costas, sentada:
-
Que gracinha de menininha...
A criança virou pra ela e mandou passar a mão na cabeça da mãe!! Era uma anãzinha que devia ter uns 35 anos. A situação ficou
difícil, não tinha remendo. Foi aquilo e pronto. Até me afastei um
pouco pra não piorar o negócio...
-----
Lembro
de uma de meu pai: estávamos, eu e ele no Banco, esperando pelo
atendimento, quando avistou um colega antigo, trabalharam juntos no
início da carreira. Meu pai, contente por encontrar o antigo colega,
abraçado com uma jovem, disse-lhe:
- Que linda sua filha, essa eu não
conhecia, vai dar trabalho aí pro paizão!
Não era filha, era a mulher do cara. Meu pai além de
chamar o sujeito de velho ainda elogiou a mulher do próximo. Não entendo como estou sempre junto nessas situações.
-----
Outra
saia justa, horrorosa, aconteceu numa viagem ao Rio de Janeiro, há
muitos anos. Ainda adolescente, lá pelos meus 15 anos, minha família foi convidada para
um jantar, daqueles meio afrescalhado.
Lembro
que haviam vários talheres, taças, copos, pratos, pratinhos... E na
frente do pratinho do pão, uma tigelinha com lavanda ( para lavarmos as
pontinhas dos dedos antes de pegar o pãozinho). Um dos convidados
não pensou duas vezes: pegou a tigelinha e bebeu. Pensou que fosse
um tipo de aperitivo! O bom foi que todos fizeram que não viram.
Mas o pior foi quando ele viu que aquilo era para outra finalidade.
Coitado. Por isso que odeio muitas frescuras: acho que etiqueta tem
limite.
-----
Ontem,
no supermercado, peguei um vinho do Porto, mas não encontrava o seu valor. Não deu outra: meio estabanada, e já cansada, ataquei o
primeiro avental branco que surgiu no corredor e pedi ajuda. Muito
educado, o senhor pegou o vinho, perguntou de onde peguei e tentou
me ajudar, mas não conseguiu achar o preço. Agradeci, mas acho que
mostrei meu desapontamento por nem ele saber o preço das coisas onde
trabalhava. Quando fui para caixa, o homem estava na minha frente com
seu avental branco que dizia no bolso: Hospital de Pronto Socorro.
Olhei para os atendentes e o avental era verde! Confundi os aventais.
-----
Acredito
que todos nós cometemos algumas gafes. Mas confesso que tenho de me
cuidar, ir tateando... sou meio perigosa nesse quesito. O triste
é que desando a rir não consigo segurar.
Acho que sou
uma incapaz.
rssss....Adorei as gafes por aqui e quem não as comete?// Impossível!! Todos aprontamos alguma,rs beijos,tudo de bom,chica
ResponderExcluirNão conheci ninguém, Chica! Por isso me conformo. rsr
ExcluirBeijão pra você, obrigada, amiga.
Limerique
ResponderExcluirAntes de refletir na sua cachola
Então quer elogiar e se enrola
Põe os pés pelas mãos
Concorda dizendo não
Na verdade você pisou na bola.
Ah, sim... você se fixou na 'minha' gafe com a colega! rsr
ExcluirCredo, foi demais, pisei na bola, e feio!
Abraço, Jair.
kkkkkkkkkkkkk isso é terrível, na hora dá vontade de morrer. Nem vou contar as minhas, pois daria um livro de várias páginas.
ResponderExcluirBjux
Bem que poderia deixar aqui pelo menos uma de suas gafes, Wanderley. Correu!? rsrs
ExcluirBjs, obrigada.
Hilário, Tais! Divertidíssimo seu texto, com a confissão das gafes em família! Bem típico do gênero masculino confundir esposa com filha, protuberâncias com gravidez, já presenciei algumas cenas semelhantes nesta vida! rsrsrs Nossas gafes normalmente são outras, estão relacionadas ao desejo de agradar, de sermos simpáticas. Eu poderia contar algumas aqui - diria até que você está nos instigando a isso rsrsrs - mas vou me conter e revelar uma só: certa vez fui procurada pelo pai de um aluno, um senhor muito sério, de cara fechada. Já estava no fim da conversa quando o pai me pediu para, por favor, parar de chamá-lo de senhor. Natural, algumas pessoas preferem o tratamento de você... Mas não era esse o caso, me explicou a pessoa: não sou o pai, sou a mãe!!! kkkkkkk Eu realmente fiquei sem chão. A mulher não usava maquiagem, tinha cabelos curtos, tudo nela fazia parecer um homem. Além disso - perdoe-me a indiscrição! - ela tinha bigode!!! Pelo menos aprendi a observar com mais atenção antes de chamar alguém de "senhor" ou de "senhora"... rsrsrs
ResponderExcluirObrigada por me fazer rir muito nesta noite, você é ótima! Beijos.
kkkkkkk, horribilis!! Mas claro que quero ler a de vocês! Entrego minhas gafes e saio de mãos vazias? Adorei a sua! Credo.
ExcluirSuzy, só pra você... Um dia me telefona um amigo, no meu aniversário: atendi e ele disse:
- da onde fala?
- a SENHORA quer falar com quem?
- com a Tais!
Aí ele deu os parabéns etc e na conversa eu caí na asneira de dizer que eu não tinha reconhecido sua voz, que ele tinha voz de FUNCIONÁRIA PÚBLICA APOSENTADA! kkkkkkkkk
Pode, amiga??? Ih, tem muita coisa...
grande beijo!
kkkkkkkkkkkk Nossa Senhora da Gafe! kkkkk Mas não dava pra terminar a conversa sem essa, não? kkkkkk Gafe é sempre assim, quando a gente vê, já saiu! E aí não adianta remendar, o jeito é sair de fininho e, com o passar dos anos, transformar tudo em crônica... rsrsrs Beijão!
ExcluirAh! estas gafes dão belos textos de humor.Eu já fiz algumas, por isso me cuido muito.Boca fechada não dá vexame.
ResponderExcluirAdorei tua crônica.Divertida apesar dos protagonistas não terem achado graça, com certeza.
Brisas e flores.Bjs Eloah
Oi, Eloah, bota vexame nisso, amiga...
ExcluirMuito bom ter você aqui. Obrigada pelo carinho.
Um beijo!
rs,rs,rs,rs muito boa.
ResponderExcluirEu cometi uma que para mim foi a maior e pior, num domingo a noite fui a farmácia fiz as compras de urgência e na saída abri a porta do carro e sentei no carona e fiquei esperando e nada do marido se mexer para casa, ai olhei bem para ele, kkkk eu entrei num carro errado cheio de gente para balada, o nosso carro estava na frete estacionado, eu olhei para todo mundo , levantei , sai e fechei a porta e finalmente ocupei o meu lugar, kkkkkkkkkkkk
bjão e bom final de semana
kkkkk, pô, Bella! Esse é o cúmulo da distração. Essa não faço não. Aliás, espero.kk
ExcluirBeijão pra você, amiga!
Muito bom, Tais. Ri muito com suas histórias. Eu sou "que nem vc", uma tristeza nesse quesito. O pior é que sou péssima em reconhecer pessoas, e como tenho um nome incomum, elas sempre se lembram de mim. Eu fico sempre com cara de "onde conheço essa pessoa"... E como sou muito espontânea, sou também uma rainha dos foras. Mas já fui pior... estou aprendendo aos trancos e barrancos. Qualquer dia, conto essas histórias. Beijo no coração!
ResponderExcluirOi, Rovênia! Olha, não sou boa pra guardar fisionomias, só se a pessoa for dotada de traços marcantes. Caso contrário, vou dando corda, deixando ela falar até minha mente descobrir de onde a criatura veio. kk Aliás, tenho uma crônica no blog sobre isso, mas não lembro onde. Vou tentar descobrir onde falo desse assunto.
ExcluirBeijão pra você, escreva, conte e me avise! kk.
Querida amiga
ResponderExcluirHá visitas aos lugares amigos,
para recolher palavras.
Há visitas a estes mesmos lugares
Para semear palavras.
A visita de hoje além da leitura
das preciosas palavras que aqui encontro,
é também para agradecer
a alegria de passar pela sua vida
e encontrar o perfume da amizade
de forma tão intensa.
Que a sede da alegria
Nunca cesse em ti.
Olá, Aluisio, agradeço por suas palavras e por sua gentil visita. Volte sempre!
ExcluirAbraços e um bom fim de semana.
Nada disso.....É muito engraçado e já tem uma boa coleção....
ResponderExcluir....as minhas....não conto....rsrs
BFS
Beijo
Olá, Andrade, bem que você poderia enriquecer os comentários contando uma sua...rsrs
ExcluirBeijos do Brasil!
Bom fim de semana.
Parabéns Tais, você e e suas historias engraçadas, sempre compartilhando com os leitores. E qual de nós algum dia na vida já não comentemos gafes? Uma das grandes gafes é dar parabéns em velório ao invés de condolências.
ResponderExcluirBj
Olá, Araújo, a do velório não se escapa, acho que por ser difícil, por ficarmos sem palavras de conforto e muitas vezes apenas cumprindo regras sociais é que abrimos a boca, meio tímidos, e sai uma asneira dessas. Também já passei por isso, só que disse tão baixinho que ninguém ouviu: ainda bem, foi um alívio.
ExcluirObrigada pela sua presença.
bj.
Taís,
ResponderExcluirpara seu consolo, eu já cometi gafes iguais ( parece que certos 'furos' são comuns ) o pior são os outros, inéditos que eu também cometi...
Só é engraçado para contar. Na hora é horrível.
Um grande abraço de todos do atelier. Loyde, sua fã, manda um beijo
Olá, Antonio, grande abraço, obrigada.
ExcluirUm beijo na querida Loyde e ótimo domingo pra vocês.
Taís, cometer gafes é absolutamente humano, porém não percebê-las é que se torna gravíssimo, rsrs.
ResponderExcluirBeijos
Oi, Néia... não tem como não percebê-las! rss Desse mal não sofro!
ExcluirBeijão!!
Oi Taís.
ResponderExcluirPrimeiramente a escolha da imagem é perfeita.Quantas vezes pensamos - "Poxa seu eu tivesse ficado com a boca fechada, poderia ter passado sem essa"'Acredito que a maioria das gafes, como a que você se referiu da festa cheia de detalhes; são cometidas em ambientes em que não nos sentimos muito à vontade, ou fomos forçados a ter que fazer presença, por conta disto, é criado um certo nervosismo e acabamos fazendo besteiras.
Mas fico feliz em saber que não fui a única que já passou por estas situações desagradáveis. Agora se tem um campeão de gafes, esse é o meu marido. Ele fala antes e pensa depois, daí o resultado é desastroso, o pior é quando tenta corrigir, e fica mais pesado.
Mas depois que tudo passa. É só risadas.
Gostei muito ta crônica, muito bem humorada.
Bjs.
Essa de fala antes e pensa depois... também já fiz umas! rs
ExcluirBeijos, querida, obrigada pela presença.
Realmente. Que atire a primeira pedra quem nunca as cometeu.
ResponderExcluirEu já cometi também. E tantas que com o tempo fui ficando "cabreiro". Penso duas vezes antes especialmente de fazer perguntas.
Certa vez encontre, numa lanchonete,i com uma não tão jovem senhora que, anos antes conheci como esposa de um meu prezadíssimo colega. Anos haviam se passado. Tive vontade de ter notìcias do meu amigo, porém consciente do verdadeiro tour over dos relacionamentos, nos dias de hoje e que nem sempre os vínculos acabam de forma tranquila, pensei, pensei e optei por fazer um comentário, em vez de fazer qualquer pergunta.
- Mas heinn, dona Maria, há quanto tempo não vejo meu amigo Fernando!?
- Nem eu - foi a resposta.
Dei graças a Deu por não ter feito a pergunta e mudei de assunto.
Nossa... a resposta seria de doer. Mas que dá uma certa curiosidade, ah, dá. Mas é bom sempre irmos tateando... Hoje em dia me cuido muito, também.
ExcluirUm abraço!
Tais, entro de fininho no seu blog e adoro. Adorei as gafes que você contou e de comentaristas. A de achar que a moça era filha, quando era a mulher do cara, vixi já cometi. Abs de uma fã
ResponderExcluirObrigada, amiga, volte sempre!
ExcluirAbraços!!