- Tais U. Luso de Carvalho
Sinto-me muito à
vontade para falar de cavalos. Não só porque tenho
amor pelos animais e por defendê-los, mas porque passei
boa parte da minha vida cercada por eles, os cavalos de salto, de
adestramento e pelos meus cães. Após ter assistindo uma doma
especial, num canal fechado (National Geographic), vieram-me várias
recordações.
Foi mostrado como deve ser uma doma de cavalo, e não como são atualmente. Foi maravilhoso ver homem e cavalo interagindo com tanta perfeição e respeito, depois que vi tantos disparates pela vida afora. Tantos absurdos. Tanta violência.
Foi mostrado como deve ser uma doma de cavalo, e não como são atualmente. Foi maravilhoso ver homem e cavalo interagindo com tanta perfeição e respeito, depois que vi tantos disparates pela vida afora. Tantos absurdos. Tanta violência.
Todas as domas,
todos os adestramentos devem ser baseados em carinho, confiança e
técnica. Nada atropelado, nada de brutalidade. Dar o tempo
necessário para que os cavalos assimilem os ensinamentos. Os animais
sentem tudo, inclusive nossa insegurança. E sentem nosso amor. O convívio estreito
com o cavalo nos ensina a compreendê-los. E digo-lhes: é mais fácil domar cavalos do que
tratar com pessoas. Não tenho dúvidas disso.
O cavalo não reage
por maldade, não reage por orgulho, não reage por inveja: reage somente por medo. E medo a gente administra, passando ao animal
carinho e confiança. Fazendo com que sinta que seu medo não
procede. Falo do que entendo, do que vivi
durante muitos anos.
Confesso que
tudo que aprendi com os animais não consigo aplicar com pessoas. São
dois seres muito diferentes. O amor do animal é um; o do ser humano
é outro. O interesse do animal é um; o do ser humano é outro.
Por tudo, compreendo
por que tantas pessoas são apaixonadas pelos animais. Animais não
nos estressam, nos acompanham, nos acariciam, são fiéis, não
agridem, não destroem. Seu único objetivo é natural: lutam apenas
para comer. Comem, dormem e se protegem - principalmente dos homens
que os matam para pô-los esticados como tapetes, na parede como
troféu ou para entrarem no Guiness-book como criaturas incomuns. Pura vaidade.
Confesso que ao ver
touradas, farra do boi, rinha de galos, briga entre cães, desligo a
televisão. Animais não nasceram para brigar, eles tem apenas o
instinto de sobrevivência.
Quem gosta de briga
somos nós, os humanoides equivocados. Reagimos sem motivo algum
ou por motivos banais. Basta examinar o horror da história da nossa
civilização. São tantos os exemplos... Talvez seja um defeito
próprio das chamadas cabeças pensantes. E a tristeza é que as
nossas ações quase sempre resultam em equívocos, difícil de reparar.
Taís: Os cavalos desde que sejam treinados fazem tudo o que o cavaleiro lhe mandar fazer. lindo texto adorei.
ResponderExcluirBeijos
Santa Cruz
Olá, Santa Cruz, coberto de razão! Cavalos são dóceis, sensíveis, conseguimos tudo deles no tempo certo.
ExcluirObrigada pela sua presença.
Bj - daqui do Brasil.
Olá Taís! que coisa boa conhecer seu blog! amo os animais e os defendo com garras de fera. Há pouco tempo peguei uma cadela da rua que havia criado 11 filhotes, me doeu o coração. Não me senti melhor com isso, me senti mais feliz, pois hoje, a única que restou é meu mimo. Alegra muito meus dias e a mãe sinto uma gratidão expressa nos olhinhos dela... coisa que muitas vezes não encontramos nos seres humanos. Te sigo com a certeza de retornar e te deixo uma semana linda de muita paz. bjjjj
ResponderExcluirOlá, Rose, bem-vinda!
ExcluirAh, amiga...você fala em gratidão? Os animais têm a gratidão que não temos. A nós, 'Basta um favor negado para apagar todos os favores anteriormente concedidos.' (Plínio)
Também seguirei teu blog: vou conhecê-lo.
Beijo pra você, obrigada pela presença.
Limerique
ResponderExcluirNo Planeta homens se acham os tais
Entretanto esquecem seus ancestrais
Os demais seres e a gente
Somos todos parentes
Lembremos que somos todos animais.
...E com certeza não somos os melhores; pensamos que somos!
ExcluirObrigada, Jair, boa semana.
Limerique
ResponderExcluirEle se acha ápice da criação
Não vê o outro como seu irmão
O Homem é um tolo
Se diz dono do bolo
Mundo será melhor sem esse bobão.
A natureza e o planeta agradeceriam nossa ausência...rsr
ExcluirHaveria, sem dúvida, mais paz para seus outros habitantes!
Estou consigo.....Eu que vivo num País que a tourada faz parte do
ResponderExcluirTurismo e cultura (segundo dizem)...Nunca fui ver uma tourada...
Mudo de canal, quando há diretos dessas corridas...
Adorei o seu texto......e parabéns à 'Amazona'...
Abraço
Pois é, dizem fazer parte da 'cultura' de alguns. Mas que cultura é essa, à custa de tanto sofrimento? Somos muito primitivos.
ExcluirQuanto à 'Amazona'... obrigada, já faz muito tempo...rsr
Taisinha,
ResponderExcluirGostei muito dessa tua postagem, não apenas pela bela crônica, mas principalmente por essa tua foto em que montas o Iruí, um dos teus excelentes cavalos, talvez o que mais gostava dentre os quatro.
Foi uma grata surpresa para mim te ver nesse magnífico salto. Algum tempo depois dessa foto iniciaríamos o nosso namoro, justamente nesse ambiente hípico.
Tenho muita saudade muito desse maravilhoso tempo.
Beijinhos do teu marido,
Pedro Luso.
rsrs, é verdade, foi com o que mais me identifiquei. Deu-me muitas alegrias. Formávamos um conjunto perfeito, nos entendíamos pela voz. Era um cavalo preto que corria atrás de mim pelos campos pedindo tabletes de açúcar... saudades dele! Belos tempos, posso dizer que aprendi muito com eles... Hoje trago ao meu blog, e aqui ficará como o mais ilustre dos homenageados!
ExcluirÉ, foi nessa época que começamos a namorar e me incentivaste muito, junto com o pai, a mãe... E faz tanto tempo! rss Adorei, vieste te juntar à homenagem ao IRUÍ!
Beijinhos!!
Limerique
ResponderExcluirPois todo ser vivo é importante
Seja homem, formiga, elefante
Mesmo andando em pé
Homem "O Cara" não é
Embora seja o mais arrogante.
TUDO QUE TEM VIDA É IMPORTANTE! Não importa se é formiga ou elefante. Nós é que não damos bola para a formiga... Cada um tem sua função nesse mundo. E o homem é tão pernóstico que dita 'quem é quem' no planeta!
ExcluirLindo, Tais. Uma vez visitei uma arena na Espanha. Senti uma tristeza tão grande ali. Não entendo a selvageria das pessoas que curtem ver um show em que o objetivo é matar um animal. Torcem como se fosse um esporte qualquer. E encaram tudo com naturalidade. Lembra do Miguelito, o menino de 10 anos, ídolo das touradas? Concordo com vc quando diz que é mais fácil domar cavalos do que tratar com gente. Um grande abraço!
ResponderExcluirColocar animais para se despedaçarem para o deleite dos homens, nem pensar. Se com todas as atrocidades que existem, se vários movimentos, várias ONGS não conseguem acabar com a crueldade, to certa em achar que o humano é muito pior, muito difícil de se domar. Como você disse muito bem, fazem tudo com muita naturalidade. Falta coração!
ExcluirUm beijo, Rovênia! Boa semana pra você.
Tais, que foto MARAVILHOSA!!!
ResponderExcluirTenho certeza de que o resultado que se vê na foto - sincronia perfeita entre cavalo e cavaleira - não seria visto se não houvesse uma relação de amor e respeito estabelecida entre homem e animal. Concordo plenamente com você: adestra-se com carinho e não com selvageria! Se os homens tivessem uns com os outros a metade da fidelidade que os bichinhos de estimação tem em relação aos seus donos, a traição e a exploração seriam banidas da terra. Mas não agimos assim, nossa defensiva não é justificada pelo medo e sim pelo orgulho, na maioria das vezes. Fidelidade só tem valor enquanto for conveniente.
Assim como você, Sueli, e outras tantas, fujo de transmissões de touradas, caçadas, pescarias, rinhas de galo, não gosto de nada disso! E pouco me importa se chamam de "cultura de um povo", se for violento e sangrento é selvageria, e não me agrada em nada!
Texto maravilhoso e com uma carga pessoal muito emocionante, pois você deixou-se ver tal como é, tal como sempre foi: uma grande mulher (em habilidades e em qualidades)!!! Beijos.
Oi, Suzy, mas como você está entendida... Falou tudo certinho.
ExcluirSe houvesse mais respeito com os animais, certamente o mundo seria outro. Mas o ser humano - que pouco se respeita -, como vai respeitar uma outra espécie que julga ser muito inferior?
Obrigada, amiga, por suas palavras carinhosas. Eu sabia que você iria gostar da foto.
Beijo, meu carinho.
Eu também gosto muito de cavalos e tenho tido a possibilidade de
ResponderExcluirconviver de perto com alguns. Aliás eu gosto de todos os animais
e considero que todos eles têm uma função.
Gostei de ler o seu texto.
Bj.
Irene Alves
Olá, Irene, por certo.
ResponderExcluirMuito obrigada pela presença, volte sempre.
Beijo.
Olá, Taís! Obrigada pela sua presença em meu blog! Estive lendo seus posts e, parabenizo-a.
ResponderExcluirAbraço, Célia.
Olá, Célia, sim, sou sua seguidora e vou me deter mais em seu blog.
ExcluirObrigada por sua presença, também.
Abraços.
Tema que me fez lembrar a utilização dos cavalos em algumas situações da psicologia, como fobias, doenças mentais, tratamento de emoções como o medo, enfim...a equoterapia é uma maneira que alguns profissionais da saúde, em paralelo, atuam em benefício do sujeito, seja para sua reabilitação física, sócio- emocional, resumindo bem a questão, pq envolve outros animais como os cães que tb são extremamente importantes como meio afetivo para os pacientes.
ResponderExcluirEu, particularmente, há alguns anos não monto mais, (salto nem pensar, embora tenha convivido com primos que competiam e me encantasse... meu filho foi quem aprendeu adestramento, prova de laço e tambor) mas minha meninice foi nesse contexto saudável e, de todos os animais, os cavalos sempre me atraíram mais!
Senti saudade desse tempo, bom lembrar, Tais!
Bjos, amazona!!
Oi, Denise, é verdade, em muitas doenças lançamos mão dos cavalos, a equoterapia. Nossa, só traz benefícios. Fantástico. Mas meu caso, faz muitos anos, amiga, pratiquei o hipismo durante toda a minha juventude. Foi ótimo em todos os sentidos, meus melhores amigos. Foi difícil deixá-los.
ExcluirÓtimo você aqui, meu carinho.
Oi Tais,
ResponderExcluirAqui em Brasília, ou melhor, no entorno e nas cidades satélites, é comum o trabalho dos carroceiros, que ganham o pão oferecendo serviços variados,recolhendo entulhos de construção, cortes de árvores etc. Claro toda profissão é digna e merece respeito, e ainda mais agora que é resguardada por leis que alem de punir nas infrações, determinam o bom uso dessa prática evitando maiores danos ao condutor da carroça, ao cavalo e à toda população.
Quanto ao sofrimento dos cavalos, este depende diretamente do seu dono ou tratador, e se não respeita as leis é triste. Vejo coisas terríveis. Sobrepeso na carga, velocidade,e chicotadas, essas me doem na alma. Dá vontade de parar a carroça,quando se escuta o barulho delas no dorso do pobre animal, sob o sol quente. E e saber que eles não podem se defender é demais pra mim.
Gostei muito da crônica que não deixa de ser um alerta.
Gostei da sua performance na foto. Linda. Bjs.
Muito obrigada pelos seus comentários lá no Expresso. Você é muito bem vinda.
Oi, Lourdinha, nem me fale em carroças... O problema dos cavalos são os homens e a sua falta de respeito somando com a crueldade. Doentes, pra dizer melhor.
ExcluirBeijos, amiga!
Limerique
ResponderExcluirHá dias simples sem mérito qualquer
Há outros para o que der e vier
Porém há um especial
Maior que todos afinal
Hoje, oito de março, dia da mulher.
Lindo 'Limerique' pela passagem do 8 de Março!
ExcluirAdorei, obrigada, Jair.
Abraço.
Taís, sempre tive um pé atrás com respeito ao adestramento de animais, tanta barbaridade vemos por aí. É certo que existem inúmeros métodos para isso, mas, infelizmente, ainda se usa de violência. Não posso falar nada com relação aos cavalos, nunca vi ou li algo sobre isso, quero crer que nenhuma crueldade seja cometida. É muito bom ver animal com seu próprio comportamento, sem condicionamentos estabelecidos.
ResponderExcluirFeliz Dia da Mulher!
Beijos
Oi, Néia, os animais, para viverem com o homem, sejam cães, cavalos, gatos... precisam ser adestrados, ensinados. Imagine os cães ferozes sem adestramento. E assim mesmo o homem consegue deixa-los mais agressivos - vira o fio. Nós, também somos educados para o convívio em sociedade, e temos regras a obedecer. Se assim não fosse, estaríamos na Idade da Pedra, pois a agressividade faz parte da maior parte dos seres. O problema é ensinar com amor. Os animais nos fazem bem, é só trata-los com amor e respeito. Existe crueldade no adestramento dos cavalos, infelizmente. O grande problema somos nós...
ExcluirBeijos, amiga, pra você também um ótimo '8 de março'.
Verdade, Tais.
ResponderExcluirObrigada por sua visita, Fenix.
ExcluirAbraços.
POde ate dizer que sou radical a esse respeito, mas tenho que concordar com um antigo jornalista e escritor de renome internacional (Pitigrilli) que ousou publicar em um jornal espanhol que " a Espanha merece voltar á Idade Média pela barbaridade das touradas" - isso vale para qualquer idiotice cruel disfarçada de "folclore" como a farra do boi e outras coisas do genero.
ResponderExcluirPorque a ajuda ao proximo sem intereses não se torna uma tradição? Porque o combate sem treguas contra o crime e a corrupção não se tornam tradições?
Você está coberto de razão. Mas lhe respondo essas suas perguntas: quando se trata dos humanos, todas as barbáries são possíveis. Chego à conclusão que deveríamos ser adestrado pelos animais. Sim, do jeito que a coisa vai, só resta pensar assim...
ExcluirTais, está certíssima em suas considerações. Animais só lutam pela sobrevivência e, quando domesticados, alegram-se por ter o que comer e amam seus donos. É o ser humano que age de forma equivocada, fruto de suas desmedidas ambições. E para isso nem levam em conta o sofrimento dos animais, quando utilizados para lhes dar "prazer". Bjs.
ResponderExcluirÉ isso, Marlene, o homem reclama virtudes e bons tratos para si, mas esquece que um animal aprende o que ensinamos na base do amor, da paciência e do respeito. O que lhes é negado, naturalmente...
ExcluirBeijos, amiga.
Tais, não sei como deixei passar a foto. Agora, que li o comentário de seu marido, fiquei encantada. O animal de maior beleza, para mim, é o cavalo, mas não sei montar (kkk). Nunca convivi com eles. Tudo é belo no hipismo. Imagino que tenha, de fato, especiais recordações dessa época, que vejo como mágica. Bjs.
ResponderExcluirQue foto você deixou passar?
ExcluirRealmente foi uma época mágica, maravilhosa, com vários prêmios, inclusive um curso na Alemanha. Dois meses.
Beijo!
Iruí! Este deve ter sido muito feliz. Namoro, cavalos e essa vontade louca por manter esse relacionamento.
ResponderExcluirTambém eu cresci dentro do território de zebus e outros selvagens.
Bjs e abraço.
Achei bacana demais o texto. Muito obrigado por compartilhá-lo :-)
ResponderExcluirQueria postar aqui o trailer pra cavalos com apartamento que a gente faz. Talvez interesse a alguém aqui. Vlw!
Querida Taís
ResponderExcluirAdorei esta sua crónica.
Também eu adoro animais, sendo que as minhas preferências vão para os cães – que me acompanharam toda a vida, desde criança, em casa de meus pais – e os cavalos. Também em criança “montava” um cavalinho que nasceu duma égua que os meus pais tinham. Mas as minhas habilidades hípicas resumiram-se a isso…
Acredito que, tal como acontece com as pessoas, todo o ensinamento, treinamento (adestramento) deve ser transmitido com muito carinho e baseado em técnicas próprias, que não incluam qualquer espécie de violência ou exigência rígida, que só poderia causar traumas e consequentes desaires.
Também odeio touradas e qualquer disputa entre animais que seja promovida pelo homem. Os animais na selva só lutam por necessidade, não para dar prazer aos outros que os vêem, que é, no fundo, o que o homem faz ao organizar espectáculos dessa natureza – dar prazer a quem vê e, ACIMA DE TUDO, o lucro que obtêm com esses eventos.
Parabéns por esta belíssima postagem.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Maravillosa entrada, Tais. De acuerdo contigo. He visto domas de caballos en la Estancia en Argentina de mi tío y tutor. Mi yegua se llamaba Colorada, por el color de su pelaje. Galopaba en el campo en ella muchas horas. incluso jugábamos a indios y vaqueros a caballo con otros chicos del campo. La bañaba y la ensillaba yo misma. Amo tanto como tú los caballos. De los 8 a los 40 monté, como te dije antes y dejé de hacerlo muy a mi pesar por un problema de columna (hernia de disco). Mi tío también enseño a montar a mi hija y ella les enseñó a sus cuatro hijas. Moito obrigada e Beijos, Tais.
ResponderExcluirDivina tu foto saltando!!!!! ¡Qué recuerdo tan preciado!.
ResponderExcluirOlá Taís...
ResponderExcluirFiquei feliz que você gostou da minha publicação e me mandou essa pra eu ler.
Realmente tenho muita vontade de cavalgar mais nunca eu fiz por medo de cair do cavalo. rrsrs
Amei seu texto, me fez ser mais amiga ainda deles, quem sabe um dia eu perca o medo né.
Abraços e bom final de semana.