Eles
vão nos achar ridículos, os pósteros.
Nos
examinarão
com
extrema curiosidade
e
um tardio afeto.
Mas
vão nos achar ridículos, os pósteros.
Olhado
de lá
tudo
aqui
será
mais claro
para
eles
que
nos verão
inteiramente
diversos
do
que somos,
bem
mais exóticos
do
que somos.
-
Como esses primitivos
ousavam
se chamar modernos?
Farão
simpósios, debaterão
e
chegarão a bizarras conclusões.
Assim
entraremos para a história deles
como
outros para a nossa entraram;
não
como o que somos
mas
como reflexo de uma reflexão.
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(Poesia
Reunida 1965-1999 / L&PM – maio 2004 – pg 174)
Como jornalista trabalhou nos principais jornais e revistas do país: Jornal do Brasil, Veja, Isto É, O Estado de São Paulo, Estado de Minas e Correio Braziliense. Professor universitário e ex diretor da Biblioteca Nacional.
Recebeu algumas das principais comendas brasileiras como Ordem Rio Branco, Medalha Tirandentes, Medalha da Inconfidência, Medalha Santos Dummont. É casado com a escritora Marina Colasanti.
Uma crônica bem vinda ao momento que estamos passando no Brasil Tais!A minha pergunta é o que acharão os que virão depois?
ResponderExcluirAdorei.
Bjs e obrigada pela visita.
Carmen Lúcia.
Que para a posteridade...os bons poetas deixem a sua marca!...bj
ResponderExcluirQuero só ver o que pensarão os próximos e os próximos ainda? Credo!1 Linda semana! bjs, chica
ResponderExcluirUm belo poema!
ResponderExcluirSaudações poéticas!
TAIS,
ResponderExcluirgosto muito de Affonso Romano de Sant'Anna,apesar de eventualmente ele rebuscar muito sua literatura e colocar mais palavras do que as necessárias, confesso que eu também,nunca conseguir ser conciso.
É um mineiro de ótima safra e escolheste muito bem este poema "Posteridade"!
Um abração carioca.
UN TREMENDO TEXTO!!! GRACIAS.
ResponderExcluirABRAZOS
O que vem depois não interessa
ResponderExcluirPara nós, apenas sombra, o passado
E pretensiosos, nos achamos demais
Mas no futuro o presente será julgado
Por aqueles nossos pretensos iguais.
Aí, aos olhos deles, noutra dimensão
E reflexos de nossos enormes feitos
Serão objeto de sua severa reflexão
Onde rirão, talvez, desse nosso jeito.
Motu continuum: julgue e julgado será
Porque somos peças da engrenagem
E relativamos o que existe aqui e acolá.
Precisamos zelar pela nossa imagem?
Não, essa uma expectativa que não há
Pois pósteros também farão bobagem.
Affonso Romano de Sant'Anna, um escritor que admiro. No entanto, posteridade é legado que deixamos e recebemos, e nem sempre há conexão com o que vivemos. Sei que nunca atingiremos o ápice da satisfação. É um processo e como tal, em construção.
ResponderExcluirAbraço.
Siempre dejamos una huella de lo que somos más o menos importante.
ResponderExcluirUn abrazo.
Tais
ResponderExcluirNão conhecia Affonso Romano de Sat'Anna. Como me esforço por conhecer tudo do Brasil, em especial a sua cultura, fiquei bem agradado esmifrar a tua postagem. E ainda por ler o seu excelente poema.
BRASIL: O SORRISO DE DEUS.
Capitania de São Vicente
Se comentar, agradeço o post agadeço.
http://amornaguerra.blogspot.pt/
Bjs
Very beautiful ... super.
ResponderExcluirGreetings.
Já não acho o que acharão depois. Mas o Afonso, além de intelectual respeitado, escreve com uma profundidade que parece sentir saudade da sua tenra idade.
ResponderExcluirBelíssima partilha, Taís!
Olá Mana já estava com saudades.
ResponderExcluirJá criticamos, comparamos e analisamos e ridicularizamos os que vieram antes, um dia espero que demore um pouco mais seremos passado e aí também comparados, criticados, ridicularizados. Ainda bem que não estarei mais aqui para ver e sentir.
Amei a escolha.
beijinhos, Léah
Pois é, é sempre assim. Um eterno ciclo. Se não fossem os jovens com ses acertos e desacertos, mas, mudando, irrequietos, rebeldes, dispostos. Beijos, Tais.
ResponderExcluirSempre admirei Affonso Romano de Sant'Anna, já publiquei num blog antigo (Fragmentos) vários pedacinhos desse autor maravilhoso. E esse, especialmente, me encantou. Somos elos de palavras, os que vieram, os que já foram e os que ainda estão, cada qual contribuindo do seu jeito para um mesmo jardim ...Beijos amada.
ResponderExcluirOi Tais, que ótima escolha. Este é um belo escritor.
ResponderExcluirAcho que quem escreve, sabe que nunca agradará à todos. E assim será sempre.
Beijos, com carinho!
Mariangela
Um poema que nos faz reflectir acerca do que os pósteros acharão de nós.
ResponderExcluirPenso que o tempo altera sempre a percepção da realidade.
Fiquei também encantada com a tela de Juarez Machado escolhida para este seu post..
Um beijinho amiga Tais.
Fê
Cara amiga Tais, acho todos nós já conjecturamos, em pensamento, sobre esta questão, mas o poeta maior Affonso Romano diz por nós, em alto nível artístico.
ResponderExcluirUm abraço. Tenhas uma linda quarta-feira.
Verdadeiramente, imagino que nos verão, no futuro, ao mesmo tempo com compaixão e espanto...pois são tamanhas as barbáries e também tão grandes os atos de coragem atualmente perpetrados, que será difícil julgar quem realmente eram os homens e mulheres deste século. Mas o tempo dá às pessoas a "visão de montanha", e é sempre mais fácil entender o passado quando ele é vislumbrado do futuro distante. Difícil mesmo, é viver o presente.
ResponderExcluirUm carinhoso abraço!
Bíndi e Ghost
Querida Tais, que beleza de poema escolhido para postar para nós. Não conhecia Affonso Romano de Sat'Anna, coloca-nos os problemas e circunstãncias através de versos. Grande abraço!
ResponderExcluirExcelente escolha, um poema espetacular.
ResponderExcluirBeijinhos
Maria
Taisinha,
ResponderExcluirPor ser um excelente poeta, Affonso Romano de Sant'Anna há muito tempo dispõe, mais ou menos assim o seu tempo: aulas de literatura (poesia), palestras, programas de televisão (principalmente em canais de cultura), entrevistas pela mídia, e, claro, para a elaboração e publicação de sua poesia. Ele e sua mulher Marina Colasanti, que é excelente cronista e contista, já deram grande contribuição à cultura brasileira.
O poema “Posteridade” foi uma excelente escolha para esta postagem.
Beijinho daqui do escritório.
Olá Taís,passando para lhe desejar um lindo dia das Mães.
ResponderExcluirBjs-Carmen Lúcia.
Boa noite queria Tais.
ResponderExcluirO poema Posteridade foi uma excelente escolha. Um feliz dia das mães minha amiga. Enorme abraço.
Adorei o poema... e confesso, que não conhecia o seu autor.
ResponderExcluirO tempo sempre nos oferece uma diferente percepção de tudo...
Mas uma coisa é certa... toda a geração mais recente, tende a escarnecer das gerações mais velhas... pois ainda não interiorizaram que um dia... também serão considerados primitivos, pelos seus pósteros...
É um eterno ciclo, que vive se repetindo...
Beijinhos!
Ana
Oi taís,
ResponderExcluirLindo poema
Não entendo nada de poesia e poema clássicos.
Escrevo sentimentos.
Beijos
Lua Singular
Muito li o poeta mineiro por indicação de professores e voce escolheu uma bela obra dele, que nos leva à reflexão da passagem. O fechamento do poema é um primor, é fatal.
ResponderExcluirGrato pela partilha.
Abraços