Juíza Luislinda |
Mulher negra, pobre, nordestina, divorciada e com cabelo com tranças rastafari vermelho. Não foi fácil o caminho trilhado pela juíza Luislinda Valois dos Santos, 69 anos, nascida na Bahia – primeira magistrada negra do país. Mesmo tendo nascido em um Estado predominantemente de população negra, ela enfrentou muitos preconceitos e teve que começar a carreira jurídica no Paraná, onde não foi discriminada.
Já foi confundida com assaltante, sofreu hostilidade de colegas de carreira jurídica e até hoje não conseguiu ser promovida a Desembargadora no seu Estado.
Aos 9 anos, na escola, Luislinda ouviu de um professor o que poderia ser a sua sentença de vida. 'Vá aprender a fazer feijoada na casa de uma branca que você vai ser mais feliz', disse o professor à estudante que não tinha o material escolar solicitado por ele.
A menina saiu correndo da sala de aula, mas depois, já recomposta, voltou e respondeu: 'professor, não vou aprender a fazer feijoada, não. Vou estudar para ser juíza e quando crescer vou te prender' – disse a aluna humilhada.
Foi assim que nasceu o sonho de ser magistrada. A promessa foi cumprida: ela conseguiu concluir o curso de Direito, seguiu estudando e se tornou juíza.
Luislinda retornou à escola, mas não prendeu o professor racista. A história de vida da magistrada negra foi contada por ela, durante o IV Congresso Estadual dos Servidores do Judiciário, promovido pelo sindicato da categoria (Sindjus-RS) realizado neste final de semana em Porto Alegre.
Durante o evento, a magistrada falou das dificuldades enfrentadas por ela dentro do judiciário. 'É o poder menos democrático. Não evoluiu em termos de democracia que vivenciamos hoje no Brasil. Há uma orquestração de inclusão no Brasil, mas isso não aconteceu no judiciário'.
( Correio do Povo POA / 7 de agosto de 2011 )
Durante o evento, a magistrada falou das dificuldades enfrentadas por ela dentro do judiciário. 'É o poder menos democrático. Não evoluiu em termos de democracia que vivenciamos hoje no Brasil. Há uma orquestração de inclusão no Brasil, mas isso não aconteceu no judiciário'.
Ser uma magistrada não blindou a juíza de continuar sofrendo preconceito racial.
Linda história da garra e vitória dessa grande mulher que driblou tudo e chegou lá! Adorei! beijos,chica
ResponderExcluirQue lição de vida!
ResponderExcluirÀs vêzes precisamos de monstros como o professor da juíza que nos deixam muito indignados e a partir daí despertamos os nossos gigantes!
Taís você está cada vez melhor e merece nossos aplausos e beijos!
Oi Tais,
ResponderExcluirVim fazer minha visita habitual.
Que linda história!
Que lição!
Quantos usaram do mesmo motivo que ela para se tornarem marginais. O que difere a grandeza de uma pessoa é exatamente isso. Fazer das rasteiras da vida, um motivo de impulso.
Abraços
"Na essência somos iguais, nas diferenças nos respeitamos". Pensamento de Agostinho.Um beijo e ótimo final de semana.
ResponderExcluirAplausos. Isso que é poder de superação. Parabéns a ela, e que sirva de exemplo a muitos discriminados nesse país.
ResponderExcluirBjux
Pois é....mas o preconceito continua.....é difícil extermina-lo.
ResponderExcluirBeijo
Linda esta história da trajetória de uma menina humilde e negra.É uma lição de vida que vale divulgar.Aplaudo esta mulher guerreira e mais uma vez fortifico minha convicção que quando temos um objetivo consistente , com persistência haveremos de alcançá-lo.Adoro passar por aqui.Bom domingo querida com muito sol e muito amor.Bjs eloah
ResponderExcluirTaís,sempre que venho visitar seu espaço saio mais rica,porém hoje,quanta alegria ao ver o seu texto sobre a LUISLINDA,somatória do nome do pai Luís e mãe Linda.Ela esteve aqui em minha cidade para fazer uma palestra na UnC,Universidade do Contestado,ficou hospedada na residência da minha amiga Hilda Roveda,pedi permissão e fui conversar com este exemplo de figura feminina.Pessoalmente um encanto de pessoa.A história dela é imensa e repleta de exemplos a serem seguidos por nós.Hoje,não tenho mais contato com ela,pois meu endereço de e-mail foi roubado e precisei trocá-lo.Conversávamos pelo MSN.Caso tenha um endereço dela,gostaria de retomar minha conversação com esta MULHER que faz Justiça sem Cor.
ResponderExcluirUm grande abraço e obrigada por trazer sempre algo que me encanta!
Tais,
ResponderExcluirO odioso racismo ou odiosa discriminação de cor, sexo, opção sexual já foram objeto de vários textos meus. Abaixo reproduzo texto que publiquei em meu blogue em 25/04/2011: Sem dúvida, a discriminação entre os assim chamados brancos e os assim chamados negros tem gerado uma das mais sérias ameaças à paz duradoura no nosso planetinha azul. À parte os argumentos imbecis e vazios sobre a suposta disparidade intelectual entre brancos e negros, ou entre brancos e “latinos”, (aliás, o que será um latino?) a divisão da humanidade nessas rígidas categorias é, em si mesma, totalmente estúpida. Na realidade biológica não há pessoas verdadeiramente negras ou verdadeiramente brancas. Sem dúvida, o grau de pigmentação da pele difere nas populações das diferentes partes do mundo. A função da pigmentação, como proteção dos raios ultravioleta do sol, exige que assim seja: à medida que se caminha para o equador, aumenta a concentração de raios ultravioleta, exigindo maior proteção. Portando, é de se esperar que as populações estabelecidas há longo tempo perto do equador sejam mais pigmentadas do que aquelas que vivem longe dele. Isso, entretanto, produz diferentes tonalidades de marrom, não apenas de preto e branco. Há virtualmente milhares de tonalidades entre o preto e branco, então é rematada estultice estabelecer fronteiras entre as duas cores.
Que força interior que ela tem! Hoje é exemplo para todos nós, por sua determinação - não se deixou vencer. Adorei a sua postagem, Tais. Beijos em seu coração de ouro!
ResponderExcluirÉ uma pena o fato de um país tão miscigenado quanto o nosso precisar de belas histórias de vida como essa, para mostrar que todos somos iguais.
ResponderExcluirOi Taís, como sabe sempre faço minhas visitas e as vezes não posso deixar de comentar , melhor peço mais uma vez permissão para postar esse seu texto no meu blog mais uma vez. A cada dia você está melhor. Boa semana e um abraço.
ResponderExcluirótima reportagem que bom que compartilhou com com todos , essa história precisa ser repassada para muitas pessoas , pois é uma lição de vida .
ResponderExcluirQuerida amiga Tais.
ResponderExcluirUma história de vida que não devia ser noticia. As sociedades preocupam-se com atitudes racistas, mas deviam cuidar mais dos verdadeiros dramas sociais, como é realmente a exclusão social, a fome, o desemprego, etc..
Agora um aparte. Não prendeu o professor mas devia ter prendido, pela atitude negativista e antipedagógico, em que colocou uma criança, recem entrada na escola.
Meu beijo e meu carinho de sempre.
Victor Gil
Uma lição de vida que envolve superação - uma pena que resultado de uma dura provocação, entretanto, aquela criança provavelmente tornou-se resiliente a partir de eventos dessa natureza. Precisar superar ranço cultural, conquistar um espaço que distingue pessoas e as diferencia pela cor, é aumentar o grau de dificuldade que existe para todos que pretendem chegar lá - e por isto me refiro à superação, o que só aumenta o valor da conquista.
ResponderExcluirReflexões como esta são o despertar que o mundo precisa viver!
Um abraço com afeto, e ótima semana pra vc, Tais!
Taís, o que arrepia o pensamento que é dominante e que de um certo modo impregnou-se em nossa cultura eu acho que é a perspectiva de igualdade. Funciona como uma ameaça, uma afronta ao costume de dividir-nos entre piores e melhores, mais capazes e menos capazes. Temos um verniz de igualdade de oportunidades mas acho que ainda estamos longe de mudarmos esse quadro de pensamentos discriminatórios. Que lição bonita dessa juíza! Meu abraço e uma ótima semana.
ResponderExcluirOi tais,
ResponderExcluirLinda história! E sábia decisão a sua de compartilhar conosco, seus leitores, essa bela lição de vida.
Acredito que dentro de cada ser humano existe a natureza divina, que impele para o bem, para o que é maior e melhor, mesmo diante das piores dificuldades. Alguns não conseguem perceber isso e passam a vida lamentando sua triste sina. Outros, como a exemplar juíza, transformam a humilhação em força motivadora para fazer justiça, literalmente. Superam-se e abrem caminhos para outros, que sofrem o mesmo tipo de preconceito. Essa pode não ser a suprema vitória contra a discriminação, mas é certamente uma porta aberta para que um exército por ali passe conquistando diversas batalhas.
Parabéns pela escolha sempre sábia de teus assuntos para postagem!
Beijos,
Suzy
Taís: Linda historia de uma mulher de Garra, que conseguiu quebrar todas as barreiras, ~para mim não há cores nem raças somos todos iguais e todos diferentes, nas suas maneiras de ser.
ResponderExcluirBeijos
Santa Cruz
Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.
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Adriana!
Ela e uma guereira magnifica!
ResponderExcluirAmo seu trabalho e atitude!
ResponderExcluirRosangela Pereira de Carvalho.
Tudo de bom!
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