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Taís Luso
Ao
receber flores, sou tomada por três sentimentos: no início,
por alegria e emoção; e após 7 dias, por uma melancolia. Sei que
é esquisito, mas não há contradição – explico.
Na
semana passada veio ter comigo uma amiga muito querida e trouxe-me um
delicado arranjo de flores acompanhado de um cartãozinho, o que
sempre dá um nó na garganta pelo carinho do conteúdo. Não era
comemoração de nada, mais do que isso: carinho.
Porém,
fui observando bem de perto, que na metade da semana, minhas flores
rumavam para o fim: cada dia apareciam pétalas e folhas
mortas ao lado do cachepô, enquanto outras se mostravam murchas,
perdendo o viço, perdendo o esplendor, a cor.
Naturalmente
chamaram atenção durante os primeiros dias, mas depois… ninguém
mais olhava. Estavam lá, solitárias, mas ainda bonitas, cercadas por um tempo que não existia mais, numa
dimensão onde tudo acaba.
Sim,
essas flores arrancadas da natureza cumprem sua missão:
despertam emoções e chamam atenção, enquanto jovens e belas.
Fui
acompanhando a trajetória das minhas flores até o final. E hoje
tudo acabou, deixando no lugar em que estavam, um pensamento amargo
quando eu as olhava. Pensei nas minhas flores; pensei na vida.
Tirei-as
do cachepô onde estavam e embrulhei num papel, como se fosse
uma despedida. Guardei algumas pétalas entre as páginas do
poema de Cecília Meireles - “Como se Morre de Velhice...” -
destaco o 3º verso:
"Da
indiferença deste mundo
onde
o que se sente e se pensa
não
tem eco, na ausência imensa."
Meus
pais morreram,
morreram parentes,
meus bichinhos morreram e minhas
flores também
morreram. Tudo muito dolorido.
Porém,
ninguém se importa
quando as flores morrem.
Elas
não choram. Eu, sim.
Texto muito lindo Taís!
ResponderExcluirAs flores naturais são lindas,porém elas morrem como nós e somente deixam as folhas secas e amareladas com o passar do tempo.
Assim como diz o poema de Cecília Meirelles,as flores não choram!
Bjs-Carmen Lúcia.
Interessante sua escolha de hoje!
ResponderExcluirGosto de flores na natureza mas não as uso dentro de casa!
Não gosto de receber flores...e não sei explicar a razão!
Bj amigo e gostei imenso do seu texto
É isso mesmo, Taís! A evolução das flores é idêntica à nossa vida! E, pensar que elas nos acompanham do nascimento à morte... Nos momentos felizes e festivos e nos de tristezas e amarguras... São adornos. Que em nossa vida não sejamos apenas adornos! Que fiquem nossas raízes...
ResponderExcluirAbraço,
Célia.
Eu gosto de pensar que cada fim... sempre está ligado a um outro recomeço...
ResponderExcluirTambém quando se morre... tudo certamente terá continuidade num outro plano...
Corte-se uma haste de uma flor... e não raras vezes pelo menos duas nascerão, da planta, cujo pé foi cortado, mais tarde... e ainda com mais garra e intensidade...
A Natureza vive nos lembrando isso mesmo... o que não nos mata... torna-nos mais fortes...
Talvez elas saibam isso... e por isso não choram... pois cada uma é uma dádiva de generosidade e beleza... ainda que por tempo limitado... é a sua missão...
Beijos, Tais!
Feliz semana!
Ana
Ufa! Amiga Tais, eis um nó na garganta: Ninguém se importa quando as flores morrem!
ResponderExcluirElas não choram!
Belo e triste!
Ainda sobre as flores, pois a Sheila, minha esposa, não gosta de flores arrancadas da natureza, prefere, então, algo que venha plantado em um vaso, pode ser uma folhagem ou esses pequenos pés de flores que crescem pouco, justamente para não assistir a morte, tão rapidamente, dos mimos ofertados.
Um abração. Tenhas uma boa noite. Ah, acho que amanhã vamos ter sol!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSoneto-acróstico
ExcluirLágrimas florais
As flores, por certo, colorem o jardim
Satisfeitas olem, a impregnar os ares
Fazem-no, a rosa, o cravo e o jasmim
Libertando cores aos nossos olhares.
Obtêm com isso, nosso pesar assim
Reais lágrimas escorrem como mares
E nos convencem da sinceridade sim
Sabemos de coração os seus lugares.
Como sabemos que flor é um ser vivo
Há que lembrar no Planeta o seu lugar
Onde toda flor era um parente primitivo.
Realmente, hoje ocupa outro patamar
Assim, menospreza-la não há sentido
Mais vale com um soneto a flor louvar.
Melancólico e triste isso, mas é assim a vida, não importa se das flores se de nossas vidas!
ResponderExcluirTudo acaba, tudo tem começo, meio e fim!
Lindo seu texto/poético é reflexivo!
Abraços apertados linda amiga Tais!
Taís
ResponderExcluirQuem não gosta de flor não gosta da vida, pois é isso que as flores representam, a vida!
Conheço uma pessoa que dizia: me dê qualquer coisa, menos flores! Eu pensava meu Deus, como alguém pode pensar assim?
Eu me sinto mal, culpada, quando as plantas da minha casa morrem, mas eu as amo, muito! Eu amo a natureza, eu amo plantas, flores, pássaros, jardins.
Nós gostamos de flores, né?
Muita sensibilidade nesta crônica, Tais, tocante.
Uma ótima noite!
Errado! Eu adoro a vida, caro Anônimo(a)!! Só que cada um tem a sua sensibilidade, sua maneira de sentir e ver. Não gosto de ver as flores se apagando. Gosto de flores nos jardins, em vasos, em parques. Quero sentir vida nelas! E não impôr limites na sua trajetória.
ExcluirAbraços.
Olá Taís,
ResponderExcluirCrônica poética - muito boa. Você falando de perdas, da morte... Mas eu que estou vivo, apareci. Um abraço, Loyde manda beijos
Querida Taís: Neste ponto não somos parecidas, amo receber flores acima de qualquer outro presente.
ResponderExcluirMuito interessante e emotivo seu texto. As vezes ficamos meio nostálgicas e sensíveis, com os acontecimentos da vida e da morte . Achei interessante, pois uma plantinha que ganhei há anos e não parava de dar flores, de repente morreu, fiquei muito chateada, me achando culpada, nunca vi outra igual em lugar ou horto algum, e ela era muito delicada. Eu costumo conversar com minhas plantas, arvores e flores meus ajudantes acham engraçado, talvez meio louca. Mas não ligo.
Entendo perfeitamente sua sensibilidade com relação ao desenvolvimento da vida até a morte de todos os seres, chega a ser angustiante. O melhor é não pensar muito neste irremediável caminho.
Abraço carinhoso, Léah
Vc descreveu alguns dos sentimentos que tenho ao ver as flores murcharem e a comparação foi perfeita em relação ao ciclo da vida para todos. Sensibilidades. bjs
ResponderExcluirTaisinha,
ResponderExcluirEu também gosto quando leio o que tu escreves em prosa poética, como esta bela crônica intitulada “Não quero mais flores...” Uma leitura atenta nos leva a mais de uma interpretação, desde a observação do prazer que tens quando recebe flores até o momento em que te despedes delas, já murchas e sem viço. Mas também se pode comparar a vida das flores com a vida de todos os seres vivos que habitam a Terra, que percorrem todos a mesma trajetória: nascimento, desenvolvimento e morte. Assim, o que tu sentiste vendo as tuas flores declinarem até chegarem à morte, o mesmo poderá sentir quem perder um ente querido, um animal de estimação etc. Por tudo isso, essa tua crônica dá o que pensar…
Beijinho daqui do escritório.
Como ele te entende!!! Ele, o senhor aí do escritório ao lado!
ExcluirUm abraço para ambos.
Olá, Tais, boa noite...muito belo e verdadeiro seu escrito, penso também que não é contradição , a flor é nos entregue bela e perfumada, muita alegria e emoção.Passado um tempo, 7 dias , começa à murchar e seu encanto, rumo ao fim.Bom seria se conseguíssemos fazer de tudo para mantê-la sempre igual, mas, igual(sic) à vida, onde vivemos constantemente em ciclos que começam e terminam, muitas vezes não damos conta que elas -as flores- também tem seu ciclo , morrem ...e nessa sucessão de acontecimentos, se não houver essa troca sutil , onde se sustenta um vínculo e onde a "resposta" do outro - as flores não choram- não nos atinge,desanima ou fortalece, indiferentes ficamos ...
ResponderExcluirObrigado pelo carinho,feliz continuação da semana,belos dias, beijos!
Boa noite querida Tais.
ResponderExcluirFaltam em muitas pessoas a sua sensibilidade. A maioria dos seres humanos só são amados na juventude quando tem vigor. Quando envelhece São deixando de lado e só quem fica ao lado pessoas como vocês sensíveis ou quem ama. Eu tambem nao gosto de presenciar a trajetória das flores. Velas tão rapidamente se acabando. É realmente triste. Como sempre gratificante ler as suas crônicas. Você é uma pessoa incrivel. Obrigada pêlo seu carinho e força. Enorme abraço.
O comentário saiu como a minha filha Santy. Pois o meu celular descarregou e estou a usar o celular dela. Em plena madrugada todos dormindo e eu não sei logar no meu nome. Abençoado dias para vocês. Enorme abraço.
ResponderExcluirbelíssimo texto, Tais.
ResponderExcluirentretecido de delicadeza e sensibilidade
julgo que escritores e poetas escrevem, sobretudo contra o tempo, quer dizer, para guardar o perfume evanescente das pequenas coisas que amam.
abraço
Belíssima crônica poética, minha amiga!!
ResponderExcluirA sensibilidade inscrita em palavras, a revelar uma
alma feminina que sente de forma especial e por isso,
a conexão é tão singular.
Compreendo profundamente e partilho do mesmo sentir.
Beijo.
Yo soy poco dotada con las plantas, de hecho tengo pocas, pero últimamente conservé dos plantas durante un buen tiempo, pero en este último viaje a mi regreso ya no estaban en vida, lo cierto que lo sentí ya que ellas murieron por falta de mis cuidados.
ResponderExcluirUn buen texto, un abrazo.
Flor cortada es una flor arrancada a la vida pero lo efímero no deja de ser bello. Te comprendo. Ese momento de la entrega, no morirá como murieron las flores. Un abrazo. Franziska
ResponderExcluirPor isso mesmo, nunca achei graça em dar flores mortas para as pessoas. Daí, me lembro de uma das cenas do filme ET, quando ele ganha um vasinho com uma flor, ao deixar nosso planeta!
ResponderExcluirBeijos, amiga!
Engano seu, caríssima Tais. Tenho roseiras, uma plantada por mim. De galho! Vive a presentear-me com belas flores, especialmente em ocasiões especiais. Verdadeiro mistério!
ResponderExcluirQuando morrem, faço o 'enterro'. Tiro as pétalas e a haste e coloco junto ao pé que as deu origem. Elas sempre retribuem. Não me pergunte, por favor, a causa! Eu não sei!
Grande e carinhoso abraço.
Jorge
Republiquei por incorreção no nome da autora Tais Luso, a quem peço desculpas!
Olá Taís uma analogia da qual não podemos fugir.
ResponderExcluirO brilho, o viço o tempo leva. As flores arrancadas deixam seus lares e vão cumprir várias missões entre o riso e a lágrima.
É a vida como ela é e assim somos flores.
Muito linda,inteligente e oportuna a inserção de Cecília.
Deu uma fincadinha no peito.
Que a semana venha sendo bela e leve e que lhe prepare um feliz fim de semana com paz no coração.
Meu terno abraço amiga.
Bju de paz.
Minha querida amiga Tais, quanta sensibilidade, nesta nossa velocidade internética que tentamos colocar na vida real não se percebe a efemeridade das coisas, com tanto carinho...alegria e melancolia, num mesmo objeto, no espaço de sete dias. Se refletíssemos mais sobre a importância das coisas vivas, de mantê-las vivas, mas são hábitos, os peixes Deus colocou para nos alimentar o corpo, e as flores acredito que para alimentar nossas almas. Somos egoístas e não gostamos de dividir, por mais bela que seja a flor, não se resiste e pega-se, talvez até sem saber que começou a mata-la lentamente. Tão poético este texto querida amiga, que fiquei com medo de me perder no comentário. E por falar em comentário, amei o teu no meu blog. Sempre feliz por estar por aqui.
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço.
Eu adoro receber flores! Assim como uma árvore com suas fortes raízes perdem suas folhas secas, as flores tão delicadas também secam, murcham, mas não deixam de cumprir seu papel na natureza e no coração de alguém. Cada uma com sua cor, seu perfume. As flores não são egoístas e se permitem chegar a lugares onde a natureza não alcançaria, como um quarto de hospital, por exemplo. Existem pessoas com certas privações que não poderiam simplesmente caminhar num parque ou abrir uma janela e se deparar com um lindo jardim. E as flores, grandiosamente, se doam para colorir um a vida de alguém.
ResponderExcluirQuerida amiga, Taís Luso !
ResponderExcluirQue reflexão coincidente com o que penso !
Do jardim da minha casa, nenhuma flor é colhida.
Todas permanecem no pé, completando o seu ciclo de
vida.
Recebem as visitas dos variados insetos, para a
polinização.
Parabéns pela apropriada abordagem, com a qual
concordo plenamente.
Um carinhoso abraço.
Sinval.
Essa mulher é feito eu, vish, impressionável,rs. No terraço tem agora uma toalha que minha filha ganhou de presente do namorado anterior, agora servindo de pano de chão. Semana passada notei e quis apanhar, joga-la no lixo ao menos, dar um tiro de misericórdia ao agonizando pedaço de pano, do que a mulher intercedeu, irritada, afinal já estava rasgada, velha. Mas, no passado, tinha cumprido outro posto mais nobre, ora, tinha sido um presente, um mimo, merecia mais consideração, foi um símbolo, e ser enterrada ou aposentada com honras militares. Pois é, também sou assim. A gente sofre com isso, se apega as coisas. Beijos, galega.
ResponderExcluirQuerida Taís
ResponderExcluirMe identifiquei com a sua dor pela morte tão prematura das belas flores que poderiam estar num jardim a encantar os nossos olhos e atrair visitantes incríveis. Sou apaixonada por flores mas gosto de acompanhar sua trajetória de vida no seu habitat.
Um doce abraço e beijinhos poéticos querida amiga
Olá, Taís
ResponderExcluirEntendo perfeitamente as suas palavras.
Eu sinto enorme mágoa quando vejo uma árvore morta, por exemplo. E quando deito fora um ramos de flores porque murchou... faço-o com alguma mágoa, também. Porque gosto muito de flores? Talvez...
Não tenho jardim mas tenho uma marquise (varanda fechada) muito grande, onde cultivo orquídeas que em certas alturas (como agora) têm muitas flores. Não tenho coragem de colher nenhuma (só o fiz uma vez para oferecer ao "altar" de meu falecido marido que tenho aqui junto à minha secretária) exactamente porque isso lhes encurta a vida. Sei que é um contra-senso porque as que gosto de receber têm que ser cortadas... :(((
Contudo... há sempre vários ângulos pelos quais se pode observar um assunto.
Podemos consolar-nos com a ideia de que a morte não é o fim, e de que "na Natureza nada se perde..."
Adoro Cecília Meireles e o trecho escolhido é perfeitamente adequado.
Bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Tudo o que nasce, morre.
ResponderExcluirÉ a lei mais simples da natureza.
Mas enquanto duram, sejam flores ou pessoas, devemos aproveitá-los ao máximo.
Excelente texto, minha amiga. Gostei imenso.
Taís, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Boa tarde, querida Tais,aff! Que crônica,hein.Há neste mundo infinito muita sensibilidade, muitas pessoas que as têm , que as sentem, que se enternecem com o que acontece ao seu redor.Penso que a maioria das pessoas sente o mesmo que você, sobre as flores.É lindo ver o desabrochar de uma rosa ou uma flor do campo, mas triste é tirá-la do seu aconchego e vê-la morrer. Tenho meus rituais para fazê-las durarem mais, quando as ganho,coloco-as no vaso e junto a cada dia, troco a água, coloco gelo, coloco até aspirina rsssssss e assim vou levando, para que elas durem mais, em sua beleza.Porém, as prefiro , como você no seu lugar junto à natureza.Maravilhosa escolha dos versos de Cecília, senti muito com o final de sua maravilhosa crônica,
ResponderExcluir" Porém, ninguém se importa quando as flores morrem.
Elas não choram."
Ainda bem que há quem chore por elas, beijos, querida Tais!
Elas não choram, pois parece adivinharem os momentos
ResponderExcluirdeliciosos que provocam a quem as contempla e possui....
'Em sú sítio...', claro que mostram melhor a sua beleza;
seja no campo ou num jardim.....é indiferente.
Bom Domingo
Beijo
Que belo texto, Taís. Como tratou o tema de forma delicada que me tocou também. Impregnada de vida a sua prosa (poética).
ResponderExcluirBeijos,
Boa tarde, Taís!
ResponderExcluirPor falta de oportunidade e assento de cabeça... não tenho vindo aqui.
Nem vou inventar desculpas!!!...
O que eu tenho andado a perder, querida amiga!
Gostei tanto deste post e sinto o mesmo... igualzinho a você!
Um beijo da
Teresinha
Tenho aqui por casa vários ramos de flores secas. Quando posso, guardo-as para (quase) sempre dessa forma. (Vê? Mais uma coisa que guardo!! Guardo tudo!! É um feitio "lixado"!
ResponderExcluirUm beijinho:)
Olá, minha querida Tais,
ResponderExcluiresta sua prosa poética foi escrita num daqueles momentos em que a sensibilidade pulula, querendo gritar através dos poros, extravasar sua emoção e sacudir o mundo que dorme, aconchegado na inconsciência - tão mais fácil não ter consciência, não ter sensibilidade aos pulos, extra-dilatada, não cabendo na criatura... Tão mais fácil esticar o olhar por largo perímetro sem se prender ao metro quadrado, ali, tão à mão de enxergar; tão mais fácil fazer viver o corpo, sem deixar viver a alma; tão mais fácil respirar sem se dar conta da inspiração...
E as flores respiram.
E ninguém sente-as a ofegar.
E quando respiram dá-se um dos milagres mais belos da natureza que permitem a nossa própria sobrevivência e ninguém pára a se curvar diante delas para agradecer.
E também deixam de respirar, a sua seiva/sangue deixa de circular e a vida extingue-se... e ninguém dá por isso.
Curioso que, há cerca de uma semana, mais ou menos, eu falava sobre esse tema, tão controverso, com minha mais velha que me olhava, a cada investida minha na defesa da tese de que os seres vegetais têm uma outra maneira de sentir e de se comunicar, ainda desconhecida, mas, não por isso, menos real - porque não é por ainda não conseguirmos entender, que a coisa se torna menos verdadeira (também se julgava que a Terra era plana e ela já era esférica). Aliás, já há uma classe científica a trabalhar nesse estudo, portanto: nós, os que acreditamos, não somos tão loucos - embora minha filha continue me olhando como tal =)
Aproveitando para uma outra leitura do verso de Cecília Meireles, eu lhe digo, Tais: este mundo está indiferente a tudo. Nenhum ser vivo é respeitado, nem seu próprio irmão. Cada vez mais, na generalidade, o que se vê é um egoísmo atroz.
Diante de tanto horror, como se há-de querer que esses seres que repudiam os seus pares, prestem atenção ao respirar de uma flor?
um bj amigo
Perfeito, querida Carmem, há muito que penso nisso.
ResponderExcluirQuando eu digo no final ...“Porém, ninguém se importa quando as flores morrem. Elas não choram”... o que quero dizer é que como não se manifestam, como não há emoção ao serem podadas, não são dignas de pena, ninguém se importa. O que me referi, foi o nosso ato de tirar-lhes a vida, a beleza, impor-lhes tempo, sem antes enfeitar vasos.
Obrigada, querida amiga.
Meu carinho a você e a todos amigos que deixaram comentários, que enriqueceram a crônica.