Onde
estarão os séculos, o sonho
de
espadas pelos tártaros sonhado,
onde
as fortes muralhas derrubadas,
onde
a Árvore de Adão e o outro Lenho?
O
presente está só. É a memória
que
erige o tempo. Sequência e engano,
essa
é a rotina do relógio. O ano
é
tão vazio quanto a vazia história.
Entre
a aurora e a noite há um abismo
de
agonias, de luzes, de cuidados;
o
rosto que se observa nos usados
espelhos
da noite já não é mais o mesmo.
O
hoje fugaz é tênue e é eterno;
não
haverá outro Céu nem outro Inferno.
_____________________________________________
Jorge Luis Borges, escritor argentino, com inúmeros livros de contos, ensaios, poemas, com enorme criatividade e o estilo cerrado, quase matemático. Borges não tinha pátria espiritual. Criava fora do espaço e do tempo, mundos imaginários e simbólicos. Borges leu tudo e, especialmente o que ninguém lia mais: os cabalistas, os gregos, alexandrinos, os filósofos da Idade Média. Perdia-se em pensamentos, trancava-se em dores e mágoas, era o próprio labirinto que tantas vezes o perseguia em suas imagens literárias.
'Vejo esse querido mundo que se deforma e se apaga...'
Jorge Luis Borges nasceu em Buenos Aires, em 24 de agosto de 1899, e faleceu em Genebra, em 14 de junho de 1986. Antes de falar espanhol, aprendeu com a avó paterna a língua inglesa, idioma em que fez suas primeiras leituras. Em 1914 foi com a família para a Suíça, onde completou os estudos secundários. Em 1919, nova mudança - agora para a Espanha. Lá, ligou-se ao movimento de vanguarda literária do ultraísmo. De volta à Argentina, publicou três livros de poesia na década de 1920 e, a partir da década seguinte, os contos que lhe dariam fama universal, quase sempre na revista Sur, que também editaria seus livros de ficção. Funcionário da Biblioteca Municipal Miguel Cané a partir de 1937, dela foi afastado em 1946 por Perón. Em 1955 seria nomeado diretor da Biblioteca Nacional. Em 1956, quando passou a lecionar literatura inglesa e americana na Universidade de Buenos Aires, os oftalmologistas já o tinham alertado a parar de ler e escrever. Era a cegueira, que se instalava como um lento crepúsculo. Seu imenso reconhecimento internacional começou em 1961, quando recebeu, junto com Samuel Beckett, o prêmio Formentor dos International Publishers - o primeiro de uma longa série. Suas fontes são inumeráveis.
"Quando penso no que eu perdi, eu pergunto: Quem se conhece melhor do que o cego? Cada pensamento se torna uma ferramenta".
"Quando penso no que eu perdi, eu pergunto: Quem se conhece melhor do que o cego? Cada pensamento se torna uma ferramenta".
- Jorge Luis Borges - Nova antologia pessoal, ed. Companhia das letras 2013 pag 46.
Adoro!
ResponderExcluirMaravilha de poema de Borges e post bem elaborado sobre ele! Gostei de ler! beijos, tudo de bom,chica
ResponderExcluirUm poema que no misticismo nos deixa uma nobre reflexão de vida! Excelente a sua escolha e didática, Taís!
ResponderExcluirAbraço.
Acróstico
ResponderExcluirAo Mestre
Borges esse inescrutável poeta
Onde mais sonhou seu instante
Registrou na forma mais correta
Gracioso soneto quase cantante
Em que sonhar não era a meta
Ser apenas Borges o expectante.
Oi Amiga, Taís Luso !
ResponderExcluir" Quem se conhece melhor que o cego ?"
Fico a imaginar o tamanho da mágoa desse
homem...
Muito grato por partilhar a sua literatura.
Um fraterno abraço, querida.
Sinval.
Tais
ResponderExcluirValeu tomar conhecimento de mais escrito, sob a forma de poema que, tal como o livros, dele, que tive a oportunidade de ler, é bem estruturado. O pensamento que nos deixou, revela bem a sua intelétualidade.
Veja e comente o post
MINAS GERAIS - BANDEIRANTES
http://amornaguerra.blogspot.pt/
BRASIL: SORRISO DE DEUS.
Abraços
Jorge Luís Borges: tudo o que deixou escrito é uma eterna reflexão sobre a natureza humana...
ResponderExcluirUma boa semana.
Beijos.
"O Presente está só" : sem História e sem Futuro!
ResponderExcluirvivemos empanturrados de "efémero" - e de metáforas!
notável, Tais, a sua preocupação em dar a conhecer poeta menos lidos - ou porque menos conhecidos ou mais "difíceis"
beijo
Um escritor excelente.
ResponderExcluirNum magnífico post.
Taís, tem uma boa semana.
Beijo.
Olá,Tais, boa tarde..."Jorge Luis Borges";essa sociedade , que cada vez mais se forma da fugacidade, da perenidade,nos deixa entrever cada vez mais, que o já aconteceu,ou , mais especificamente há alguns segundos atrás, já faz parte de um passado que não volta mais, "já não é mais o mesmo". Que possamos , tendo em vista a fragilidade da vida, fazer de cada instante que vivemos, uma grande transformação e "eternizá-los;pois, não haverá outro Céu nem outro Inferno."
ResponderExcluirObrigado pelo carinho, belos dias, beijos!
Querida Taís, não fique zangada com sua irmãzinha.
ResponderExcluirJá tive oportunidade de ler alguns contos e poesias deste excelente escritor,
Seus contos e poemas são cheios de regionalidade do sul do pampa da estância, são imaginados naquela geografia e no século e costumes regionais do seu tempo.
Entretanto, seus contos, poesias e analogias muito contundentes para mim que sou romântica. Prefiro mais doçura e menos dor, vai melhor com minha alma.
Mas acho que sua escolha foi ótima, devo ser uma exceção em não preferi-lo!
Desculpe-me amiga, é só por uma questão de gosto pessoal.
Beijinhos, Léah
Minha querida Léah, fique a vontade em manifestar seus sentimentos, suas emoções! Imagine se iria me zangar com você!? Todos temos nossas preferências. É o direito de cada um e eu defendo isso.
ExcluirGostei de seu comentário, você foi verdadeira - como sempre foi.
Beijo grande, querida.
OI TAIS!
ResponderExcluirUM ESCRITOR COM SENTIMENTOS A FLOR DA PELE E PELO QUE PUDE VER, DOS MELHORES.
EMBORA AINDA NÃO CONHEÇA SUA OBRA, A PARIR DAQUI, JÁ ME INTERESSEI.
ABRÇS AMIGA
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Cara amiga Tais, meu panteão idolátrico é composto de três nomes: Fernando Pessoa, Jorge Luis Borges e Mario Quintana. Pessoa, além de grande poeta, acho que minha admiração irrestrita se deve por escrever na nossa língua, Mario Quintana é relação sentimental, aquela coisa de vizinhança física; quase uma extensão da nossa casa, mas Borges é um fenômeno erudito, o cara da sapiência, do sonho acordado, dos mistérios, dos labirintos...Apesar da prosa ser a extensão maior da obra do Borges, particularmente, a considero, praticamente toda ela, essencialmente poética. Penso que Borges é o maior poeta dos últimos 500 anos.
ResponderExcluirUm abraço. Tenhas uma linda semana.
ResponderExcluirMinha querida amiga Tais, assim tu pegaste pesado, tenho adoração por este ser, sua obra que sempre descubro novos passos nesta caminhada poética dele, não conhecia esta pérola. Nosso instante, um instante: " O hoje fugaz é tênue e é eterno;", este instante. Lembro da aventura da amiga Silvia Zappia, blogueira, quando adolescente conheceu o próprio, não lembro os detalhes, mas foi emocionante ao que ela me contou. À medida que o conhecia soube da cegueira, deficiência que me aflige por demais, por viver em casa, hoje minha mãe, e isso me levou e ler mais dele, tenho uma admiração profunda...que belo poema e tão hoje, tão este instante.
ps. Carinho respeito e abraço.
Taís,
ResponderExcluirEu adoro a literatura ampla (filosófica e holística...),
erudita e original de Borges. Li muitos livros dele e
tenho alguns livros dele com apego.
O seu universo literário e a sua singularidade na sua
visão de mundo, são para mim fascinantes.
Preciosa esta partilha, minha amiga (excelente cronista
e senso de humor adorável...rss)!
Beijo.
Ps:Respondi para você lá...rss
Borges uma boa visão do vida e do mundo
ResponderExcluirBj
Uma visão interessante!
ResponderExcluirObrigada por me dar a conhecer!
Bj
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Muito se aprende com os blogs e já tenho dito isso vezes sem conta. E aqui fiquei a conhecer um escritor que desconhecia o que muito agradeço. O poema é lindo e nos leva a refetir no que fazemos com cada instante do nosso dia Como diz o nosso poeta Manuel Alegre, a cada instante se faz uma pequena despedida e, sempre que olhamos o espelho uma pequenina mudança de operou em nós; podemos nem dar conta disso, mas é a pura realodade. Tais, mais uma vez obrigada por me dares a conhecer este Senhor e fica bem um beijinho.
ResponderExcluirEmilia
Borges não surgiu do nada. Apareceu mostrando onde se escondem as verdades. Feliz escolha, Tais.
ResponderExcluirAbraço
Ler Borges é como formar um hexágono no pensamento, é como ligar o universo todo numa geometria extraordinária! Abração
ResponderExcluirVim à procura de novidades.
ResponderExcluirMas eu volto...
Taís, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Belíssimo poema, Tais! Ah, entendi agora... Faz-se uma confusão com outro INSTANTES que eu adoro que soube que não e dele, e só agora, acredito e que é meu lema de vida: "Se eu pudesse novamente viver a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros... " e assim por diante. Soube também que ele, perfeccionista, feito a gente, dizia: "Publico um poema para me livrar dele", pois certamente como a frase dá a entender, tinha a torturante mania de viver editando, acrescentando aqui, tirando ali, modificando acolá. Beijos, Tais!
ResponderExcluirOi, Fábio, esse outro poema INSTANTES que você descreve não é de Jorge Luís Borges, é atribuído à americana Nadine Stair, belíssimo!
ExcluirSe eu pudesse viver novamente minha vida,
na próxima, trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais,
seria mais tolo ainda do que tenho sido,
na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
(E segue...)
Beijos!
Boa tarde querida Tais.
ResponderExcluirEu desconhecia esse escritor. Gostei de saber sobre ele e suas obras. Um lindo domingo para vocês. Enorme abraço.
Excelente escritor...sus letras un reflejo de la naturaleza humana, profundo sentir por la vida y el mundo.
ResponderExcluirGracias Tais por esta interesante y bella presentación.
Fuerte abrazo
Cristina
Bela escolha na partilha deste grande escritor.
ResponderExcluirValeu Taís.
Uma linha de pensamento densa, profunda e um pouco amargurada... reflexo de uma vida, certamente...
ResponderExcluirConfesso que não conheço muito a obra deste autor... pelo que sua excelente partilha, Tais, ganha assim mais relevância, para mim...
Beijos!
Ana