Aqui
não cabe a poesia. Aqui
ficam
à mostra as tripas
da
nossa dor milenar. Aqui
fala-se
de desencontro e impossibilidade,
onipotência
e utopia.
Aqui
se cantam as verdadeiras feridas
do
amor.
Todos
os filhos de todos os pais do mundo
estão
nas trincheiras cotidianas:
mas
temos os braços amarrados,
e
não podemos apertá-los ao peito
como
quando eram pequenos
e
tínhamos a ilusão de que eram nossos.
______________________________________
“A gente abre portas, espia, apanha e usa o que ajuda a ver melhor, a respirar melhor.
Muda, deve mudar: volta, pode voltar. Importam a liberdade de ação e à fidelidade à arte – essa que não admite interferências nem faz concessões.” - Lya Luft
(Poema do livro 'Para não dizer adeus' - pag. 93)
Boa noite Taís.
ResponderExcluirUma bela e profunda tradução desta relação que parece complexa pelas interferências externas.Aqui não cabe poesia...
Há que se viajar pelas entranhas e extirpar todo e qualquer mal que venha deteriorar.
Um belo domingo para uma semana de paz.
Abraços de paz e luz.
Bjs
Acróstico
ResponderExcluirFazemos, mas somos apenas pais
Inserimos no mundo então se vão
Lamentar, externando nossos ais
Há que lembrar: é contrário a razão
Os filhos sequer retornam jamais
Suas vidas? sua auto condução.
Tais
ResponderExcluirO poema de Lya Luft que é apresentado, está numa "onda" que convida à reflexão pura.
Reportando-me, dia 26/11 estarei em João Pessoa a receber Prémio Nordestino de Literatura.
Brasil - O Sorriso de Deus, tem muito trabalho de pesquisa e destina-se a ser publicado em livro, o que penso será muito necessário, para que os portugueses de hoje, tendo em vista a mentalidade da época, possam saber dar o devido valor ao grande esforço, dos antepassados na exemplar, como nenhuma outra, colonização do Brasil, cuja independência também se associaram portugueses.
De tudo resultou uma grande identidade entre portugueses e brasileiros.
Abraços de gratidão
Lindo,Tais! Daqui ainda, hoje dia de sair do paraíso e vooltar pra selva de pedra...bjs praianos,chica
ResponderExcluirNossa extensão amorosa - nossos filhos e filhos vossos... Quanta indignidade, opressão, desvalia e preconceitos teremos que ver abalroando-os em suas trajetórias de vida! A poesia,realmente, emudece... Mas lá está e, a qualquer momento fará o registro das nossas aflições.
ResponderExcluirAbraço.
Olá, Tais, bom dia..."Lya Luft"...realmente, não existe poesia. Pelo contrário, é extremamente real perceber que aquele que precisava tanto de nossos abraços, carícias, atenções, está voando sozinho, com suas próprias asas. Claro que os tempos são outros e "todos os filhos de todos os pais do mundo estão nas trincheiras cotidianas", mas, e naturalmente,há de se observar nos pequenos milagres do cotidiano, que há ainda uma grande e profunda poesia, pois a realidade não é tão limitada quanto pensamos...Bom domingo,belos dias,beijos!
ResponderExcluirRealmente Taís os filhos não são nossos mas gostamos de pensar que sim pois quando somos pais é bem gratificante!
ResponderExcluirEu adoro os meus filhos mas vem cedo soltei as amarras e hoje estou por perto...atenta mas não ansiosa!
Obrigada pela escolha...bj
bem cedo...
ExcluirOlá Taís, a Lia Luft tem lugar garantido em nossa estante de livros, é uma referência para Loyde que fez mestrado em linguística aplicada. Então é muito bom ler essa postagem, esses versos da Lia em seu blog. E é claro que esse drama da posse dos entes queridos será sempre tema - o inesgotável tema do amor. Um grande abraço, Loyde manda beijos
ResponderExcluirOlá, Antonio, na coluna, no índice de 'Poemas' tenho mais poema de Lya Luft, lindos. Loyde vai gostar, então.
ExcluirMeu carinho a vocês, queridos amigos.
Ouvimos que temos que criar os filhos para o mundo, mas como é difícil deixá-los ser do mundo, sem a tentação de protegê-los, seja qual for a idade deles. Muita paz!
ResponderExcluirQuerida Amiga Taís, gosto de ler Lya Luft, ela me faz pensar,
ResponderExcluirA vida é feita de fases, quando os filhos são pequeninos e dependentes de nós, até para adormecerem, ficamos ansiando para que cresçam a ponto de comerem sozinhos, amarrarem o próprio calçado, dizerem o que sentem...
Aí, chegam na pior fase a adolescência, ficam impositivos, nada sabemos, somos ultrapassados, é assim que agem. Continuamos querendo que cresçam e fiquem responsáveis e amadureçam.
Finalmente adultos lamentamos por terem crescido, e ficamos sonhando com o tempo em que eram independentes e precisavam de nós, éramos indispensáveis!
Querer viver suas vidas ou impedi-los de se libertarem é como prender um pássaro numa gaiola para nos deliciarmos com seu canto e dizer que o amamos, amar é soltar as amarras,abrir as portas da gaiola.
beijinhos, Léah
"Querer viver suas vidas ou impedi-los de se libertarem é como prender um pássaro numa gaiola para nos deliciarmos com seu canto e dizer que o amamos, amar é soltar as amarras, abrir as portas da gaiola."
ExcluirOi, Léah, muito bom esse seu comentário, essa do pássaro dá o que pensar... Um beijo, querida amiga.
Hermoso poema Tais, mi felicitación siempre por tu buen hacer.
ResponderExcluirFeliz comienzo de semana.
Besossss!!!
Oi, Amiga querida, Taís Luso !
ResponderExcluirSão algemas da sociedade atual,
trazendo-nos uma realidade que
nos deixa impotentes à reação.
Parabéns e grato por partilhar
o importante texto.
Um fraterno abraço.
Sinval.
Gosto muito desta autora, sempre favorece boas reflexões. Em relação ao poema, vivenciamos cada fase dos filhos com intensidade, mas temos que estar atentas para deixá-los construir sua própria história.
ResponderExcluirbjs
Olá, Taís
ResponderExcluirGosto muito de Lya Luft. Tenho vários textos e poemas dela gravados, que me são enviados por um amigo brasileiro.
Amar, não é fácil; amar os filhos... dificuldades a dobrar :)
Porque os amamos queremos para eles o melhor, o que nem sempre é o melhor para eles...
SABEMOS que temos que os libertar, mas a sua liberdade por vezes dói fundo...
Entre o que SABEMOS e o que gostaríamos que acontecesse... vai uma grande distância.
É difícil mesmo amar os filhos!!!
Votos de uma semana muito feliz.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Bom dia Tais.
ResponderExcluirPrimeiro filhos não é propriedade dos pais nem de ninguém, são seres humanos e nunca devem ser disputados como objeto, como muitos pais os fazem, muitas vezes nem por amor, mas para provocar uns aos outros e com isso, os filhos crescem em um lar sem estrutura e os inocentes no futuro, cresceram sendo indivíduos inseguros. Na minha opinião amor nunca é demais. Mas a uma grande diferença de amar e aprisionar. Quem ama da liberdade e ajuda a colocar as assas nos filhos[as] para verem voar. Quem aprisiona usa o amor como desculpa, faz de tudo para que os filhos não sigam o seu caminho e os torna dependente. E isso é a pior coisa que se pode fazer com o filho, pois pode ate gerar baixa alto estima e ate ódio pelos seus genitores. Tenho um caso desse em família, onde uma mãe passou a controlar a vida da filha ao ponto, de acabar ate com o casamento da propria filha que já tinha três filhos e buscando de todas as formas mante-la dependente dela. Hoje vivem ainda sobre o mesma casa, em andares diferentes, mas as duas são infelizes. A filha não aguenta nem olhar para a mãe, mas só ela sabe o que é ter uma mãe controladora. Pensa em sair de casa,mas agora com três filhos a situaçao é delicada. Ela era um pessoa feliz tinha tudo para ser ainda mais feliz mas quem deveria da liberdade, tentou cortar as assas. Triste situaçao. Diante desse exemplo eu tomo cuidado com a forma que trato a minha filha, moderando as minhas preocupações e deixando ela seguir o seu caminho da maneira que desejar. Ela é livre para voar. Amar é orientar e está presente na vida dos filhos sempre que eles precisarem. mas aprisionar nunca. Filhos não são nossos, foi nos dado por Deus para ajudarmos a eles crescerem e terem a suas proprias vida. Uma feliz semana para você, o Pedro e toda família. Enorme abraço.
Estás certa, querida amiga, é isso mesmo.
ExcluirFoi bom teres contado aqui essa história da família!
Beijo, uma linda semana pra vocês!
Oh, minha amiga, como me identifico com este sensível poema.
ResponderExcluir"
...Todos os filhos de todos os pais do mundo
estão nas trincheiras cotidianas:
mas temos os braços amarrados,
e não podemos apertá-los ao peito
como quando eram pequenos
e tínhamos a ilusão de que eram nossos."
Tenho uma filha no outro lado do mundo e outro a lutar pela independência, sinto e sofro uma inexplicável impotência.
Gostaríamos tanto que o caminho dos nossos filhos fosse só de flores .
Embora saibamos que os filhos não são nossos, são do mundo,isso não alivia o nosso sentir.
Um beijinho grato por mais esta maravilhosa partilha.
Fê
Fê, pelas tuas postagens, dá para ver a imensa saudade, a preocupação que sentes dos filhos estarem longe. Percebe-se bem, amiga. Também tenho preocupações com os filhos, e procuro policiar-me para não ser invasiva na vida deles. Mas é difícil, pois em nós fica cravada a imagem de que precisam de nós, ainda!
ExcluirBeijo, querida.
Olá Tais! Belo e profundo este poema da grande Lya Luft que ora nos ofertas. A liberdade é um direito que jamais deverá ser confiscado. Assim como nós, nossos filhos têm o direito à liberdade.
ResponderExcluirBeijos,
Furtado
Se sea padre o no, se ve a los niños con todo el amor que uno pueda dar.
ResponderExcluirUna buena semana.
Obrigado pelo seu recente comentário. E aí tem um videopoema meu http://vieiracaladolivrosvideo.blogspot.pt/2016/10/submerso.html Cumprimentos!
ResponderExcluirTaisinha,
ResponderExcluirNão se pode ter dúvida do talento de Lya Luft como poeta. Como ocorre nos seus romances, ela deixa pouca margem para o que não seja realidade. Ela encara a vida de frente na sua aspereza, sem medo. Nesse seu poema sobre os filhos, ela também não dá margem para sonhos e ilusões. Grande Lya!
Beijinho daqui do escritório.
Excelente poema de Lya Luft. Um sentir lúcido que
ResponderExcluirevoca sempre a valiosa reflexão!...
Preciosa partilha, Taís!
Grata pela valiosa leitura, querida.
Uma semana luminosa e alto astral!
Beijo.
Os filhos: "Aqui se cantam as verdadeiras feridas do amor". Lya Luft, tem uma poética de uma grande sensibilidade, onde encontro muito do que penso.
ResponderExcluirUma boa semana, Taís.
Um beijo.
É muito interessante, o modo como LL aborda estas questões.
ResponderExcluirDe facto, estão melhor preparados para a vida, os jovens que tiveram
exemplos de coragem, firmeza e determinação, mas não existem regras,
tudo pode acontecer nessa «arena»...
Muito pertinente este tema socio-psicológico e o estilo da poetiza revela-se singular e especial.
Gostei sobremaneira desta reflexão.
Abraço, querida Taís.
~~~~~~~~~~
Oi, Taís
ResponderExcluirAh! filhos, lindos bebês, crescem e querem voar como pássaros, mas no voo foi doído e voltam para costurar os corações das mães que alegres os abraçam até a nova partida.
Linda poesia
Beijos
Lua Singular
Um poema do sentir e, ao mesmo tempo, da reação ou posicionamento face a esse estado. Há que amar e deixar voar. Somos mães mas já fomos filhos.
ResponderExcluirExcelente partilha.
Bjo, Taís :)
Os filhos... sempre ficarão irremediavelmente debaixo das asas da preocupação de todos os pais... dos bons pais... pelo menos...
ResponderExcluirMais uma magnifica partilha, Tais! De um tema sempre actual, e abordado com tanta sensibilidade, de uma excelente autora, pelo que vejo, mas que ainda não tive oportunidade de melhor conhecer a sua obra...
Beijinho! Continuação de uma boa semana!
Ana
Não me imaginava sem filhos, Tais e se nao os pudesse ter gerado com certeza adoptaria. Nunca fui uma mãe controladora; quando chegaram à adolescência, preocupei-me em conhecer os amigos dele e depois de saber que eram boa compmhia dei-lhes sempre liberdade para sairem à noite, avisando sempre quem à primeira queixa, à primeira multa por excesso de velocidade e por alcool, as coisas mudariam; sempre fui muito aberta com eles, conversando sobre tudo sem tabus e com isso fui conquistando a sua confiança; sempre nos contavam as suas coisas, os seus problemas e é assim até hoje; o meu filho vive na região do Doira, a uma hora de distância daqui e todos os dias telefona e conta como vão as coisas dele e familia e nós fazemos o mesmo; não há segredos e eles sabem tudo da nossa vida em todis os aspectos; com a minha filha passa-se o mesmo; mora na mesma cidade que eu e, claro passa cá sempre e quer saber de tudo. Fui sempre muito exeigente no que respeita as responsabilidades, mas nunca os controlei e assim continua. Eles pedem opinião e nós damos, mas não exigimos que a sigam. Por acaso não erramos no juizo que fizemos dos amigos que tinham, pois são os melhores amigos que têm hoje; as companhias têm muita influência no comportamento dos jovens e penso que é asneira controlar, proibir, interferir nas saidas, nas escolhas que fazem, enfim, na eua vida, quando não houver razão para isso; se são corretos, responsáveis, para quê interferir? Para serem iguais a nós, para agirem como nós? Mas eles são diferente, pensam diferente e nunca faremos deles pessoas serenas e felizes se lhes quisermos impor as nossas ideias. O que me importa nos meus filhos é que eles sejam adultos humanos, corretos, respeitadores e verdadeiros cidadãos; se conseguirem isso com certeza voarāo felizes e eu verei aquele voo com grande alegria. Amiga, um tema muito pertinente e que me atrai. Obrigada. Beijinhos
ResponderExcluirEmilia
Corrigindo....avisando que
Excluirregião do Douro
todos
Exigente
sua
diferentes
Desculpa amiga
bjos
Emilia
Abrir as asas e deixá-voar mas quão grande é esta dor
ResponderExcluirTão tê-los nos braços quando podíamos sentir que eram somente nossos
Uma partilha espetacular amiga Taís
Beijos