10 de março de 2019

MULHER É ASSIM...


Sobre Fernando Botero  no  Das Artes 

              - Taís Luso

Mulheres e homens são bem diferentes, e consumir em demasia é mais próprio das mulheres. Estamos deprimidas, chateadas, brigamos com o marido, algo deu errado e a tal viagem não saiu? O filho tá de chantagem? A sogra vem acampar? Nossa Senhora do Suplício, vamos comprar! Vamos aliviar a barra!
Desde criança, aprendemos a compensar: mulher sabe que comprar compensa frustrações. Então, saímos à procura de qualquer coisa que possa amenizar nossas amarguras; nem falo em coisas de grife, o foco é caminhar, olhar, consumir, mesmo o baratão. Pode ser até umas quinquilharias das lojas '1.99': uma bandejinha, duas bandejinhas... Na saída, pegamos uns pacotes de bolachas, temperos, uns plásticos de fabricação duvidosa, umas tigelinhas horrorosas... enfim, tudo o que ninguém precisa.
E pronto: saímos espalhando felicidade com a conhecida sacolinha branca, com a cacarecada misturada sem saber pra quem dar. E se formos com uma amiga, melhor ainda: sentamos na primeira cafeteria e aproveitamos pra descarregar. Pra falar mal da vida, fazer uma sessão de psicoterapia gratuita. É o Dia do Descarrego!
Caso a voltinha no 1.99 não tenha resolvido alguns de nossos problemas, tem a cabeleireira! Essa é fatal. Cabeleireira é psicoterapeuta de grupo. Mechas ou pintura? Limpeza de pele? Unhas? Massagem? Saber da vida alheia? Uma tarde de Cinderela! E retornamos numa boa, pelo menos para os próximos dias, até passar a tal da TPM - coisa horrorosa para algumas mulheres. Bem que algumas abusam: botam fogo no mundo e tudo em nome da queda dos hormônios. Assim não dá, gente, calma!
Mas mulher é assim, tudo é motivo para o consumo: tristezas, alegrias, comemorações, despedidas, saídas e chegadas, mulher adora comprar lembrancinhas. Quando viajam a mala volta estourando. Os homens são mais comedidos - me parece. Bem que os homens não podem ver eletrônicos, celulares e similares que ficam vesgos.
Há muitos anos, eu me considerava a rainha dos balaios de liquidações. Os balaios me fascinavam, principalmente o tal do 'Porto Alegre Liquida'. Remexia, remexia... Quanta porcaria! Era só refugo. Eu só pegava o que ninguém queria: as calças do tempo das cavernas. Cheguei à conclusão que não sou boa em balaios: sou atraída para o esdrúxulo.
Cansei de comprar sapatos um número menor, quando não tinha o meu número,  com a esperança de que no inverno meu pé diminuísse. Só pra aproveitar o precinho; pra aproveitar a liquidação! Mas o mimoso está aqui guardado. Há tempos andei com ele e por pouco não tive gangrena. Não entendo como ainda está aqui, o desgraçado. Deve ser um problema sentimental com o sapato, Freudiano! Devo amar o tal do sapato, tenho uma culpa que não consigo resolver. Não consigo soltá-lo!
Bem, o tempo anda e  muda nossos valores. Abri meu armário e tirei trocentas coisas inúteis. O armário ficou limpinho. Minha diarista adorou. Nunca esteve tão disposta pra limpar o roupeiro.
Mas o ponto crucial continua sendo a famosa Feira do Livro. Ah, meu Deus, tantos balaios, tantos caixotes... Quanta tentação, tanta festa! Contos, crônicas, poesias, romances, arte... Um mundo mágico que não me controlo.
Sempre olho para aqueles balaios como quem examina a anatomia de um corpo; há tanta coisa esquisita, e eu tão indecisa... Mas preciso ir atrás de poesia: não por ser liquidação ou por haver balaios em profusão, mas porque poesia é uma flecha que encanta, que vai direto ao coração.
E não posso deixar que a poesia passe em branco, afinal, 'eu passarei e todos passarão'; mas 'ELE'...(Quintana) Passarinho!


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49 comentários:

  1. Já soltei umas boas gargalhadas, Tais! Que beleza antes de ir deitar. Cada parágrafo era gargalhada certa. Que bem a Taís retrata a generalidade das mulheres para afogar as frustrações a comprar quinquilharias, trapos ou as sessões terapêuticas no salão de cabeleireira. Não que me reveja muito por aí, mas algumas situações assentam-me também que nem uma luva, sim.
    Finalmente, terminou em grande estilo com a alusão aos livros e ao célebre poema de Mário Quintana. Beleza!
    As figuras grotescas de Botero, que ilustram esta divertida Crónica, são a cereja em cima do bolo.
    Meus sinceros Parabéns, querida Tais, e votos de óptima semana.

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  2. Vou contar um segredo - no dia 8 a minha mulher fez anos.
    Parte de celebração foi passar cinco horas com a filha Catarina a mimarem-se :)))
    Ficou feliz e isso é o mais importante.
    Beijinhos, boa semana

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  3. Querida Vizinha/Escritora, Taís Luso !
    O dia em que a mulher deixar de ser o que descreveste,
    o mundo se transformará numa chatice. Ficará insuportável.
    A mulher, quanto mais irriquieta, mais charmosa parece !
    Parabéns pelo belo texto e uma ótima semana.
    Um fraternal abraço.
    Sinval.

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  4. Querida Tais, que crónica magnífica!!!
    Assino por baixo, se autorizares.
    (Que bem me conheces... estou retratada em todos os parágrafos.)
    Mulher é toda assim. A que disser que não, mente.
    Eu alivio as minhas neuras no cabeleireiro... nos sapatos... nas carteiras..., nos..., nas... e NOS LIVROS, vá lá!!!
    O final, amiga, o final da tua crónica é simplesmente fabuloso!!
    Parabéns, cronista!
    Beijo, boa semana.

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    1. Querida amiga fui espreitar Botero no teu blogue «Das Artes".
      Aproveitei a "viagem" e olhei um pouco mais o blogue. Fiquei espantada e orgulhosa de ti minha amiga, pelo teu vasto conhecimento de Arte e por compartilhares. Parabéns!
      Beijo.

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  5. Tudo é bom desde que a pessoa se sinta feliz. Mas os gastos supérfluos muitas vezes não fazem qualquer sentido.
    .
    Cumprimentos
    .
    ** Mulher: A Luz que ilumina a Vida **

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  6. Gran visión, amiga Tais, sobre muchas mujeres, pero creo que hay también de las otras.Las que compran lo lógico para ayudar y poner en buen cauce su hogar.

    Cariños.

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  7. Bem humorada e falando conosco como se estivesses ao nosso lado. Dei boas risadas com as mulheres e suas manias,rs... Adorei a sacolinha branca inconfundível do 1,99,rs... E que bom esvaziar as tralhas dos armários... Os livros valem muito e sempre são bem aproveitados! Esses acrescentam de verdade! beijos, linda semana! chica

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  8. A sua crónica, minha Amiga Taís agradou-me imenso. Diverti-me a lê-la. Tem toda a razão. Quase todas as mulheres se encontram no que escreveu. O que eu gostei mais foi quando chegou aos livros. Também não resisto…
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  9. Bom dia de alegrias, querida amiga Taís!
    Sabe, se é uma coisa que não tem sorte comigo mais são as liquidações. Raríssimas vezes eu vou. 3 meses se passaram já deste ano e nada de tentação.
    Não é puro mérito meu por si só, querida.
    É ver que, realmente, não tem serventia e moro agora, num apto. funcional que nao comporta muita coisa. Quero ter vida simples e, se Deus quiser, ainda resumirei mais. A melhor idade precisa de paz e quero estar nela daqui para frente como convém.
    Estas lojinhas de 1,99 ou similares são de amargar... para que tanta buginganga?
    Você foi precisa em afirmar isso... puro 'lixo' visto que servirá apenas para juntar tralhas não usadas e lavar a alma com a tal 'caridade' de fim de ano.
    Muitas vezes, a falta de dinheiro farto pide nos ajudar muito a sermos concedidas e vivermos mais objetivamente. Isso é muito bom para a saúde mental e emocional da mulher. Impulsividade não nos leva a um bom termo.
    Muito boa mais essa crônica!
    Tenha dias felizes e abençoados por Deus!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
    😘😘😘

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  10. Olá,
    Bonito texto.
    Tomo a liberdade de partilhar um da minha autoria:

    Mulher

    É aquela que ao pegar o filho nos braços
    Lhe sente os medos, os sonhos, os desabafos
    Mulher
    É aquela que enfrenta qualquer batalha
    Sem questionar esforços, por pouco que valha
    Mulher
    É aquela que dá sem nada pedir
    Por dentro a chorar, por fora a sorrir
    Mulher
    É aquela que ama sem qualquer barreira
    E sem reclamar se dá por inteira
    Mulher
    É aquela que nos segura na mão
    Quando é preciso guiar o nosso coração
    Mulher
    É luz, é brisa é saudade
    Mulher
    É silêncio, maresia é felicidade
    Mulher
    É tão-somente um ser divinal
    Que tudo onde toca torna especial.

    Beijinhos de Portugal

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  11. Querida amiga, descreveste com muita graça a Obra Prima de Deus.
    Parabéns a todas as mulheres.
    Um beijo.
    Élys.

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  12. Oi Taís
    Tua crônica tão espetacular e ao mesmo tempo esdrúxula e porque não dizer tão verdadeira me fez dar boas risadas pelo tom de humor de suas palavras
    Essa nossa veia consumista é nossa aliada contra o tédio rsrs
    Beijos e uma feliz semana

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  13. E como disse o nosso poeta português João de Deus:
    "Com que então caiu na asneira
    De fazer na quinta-feira
    Vinte e seis anos! Que tolo!
    Ainda se os desfizesse...
    Mas fazê-los não parece
    De quem tem muito miolo!
    ......."
    Vinte e seis ou outros quaisquer.... Fazê-los é sinal que se cá está. Parabéns Taís!!
    E muito obrigada pelo presente que nos deu: tão interessante crónica.
    Boa semana e beijos

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  14. woaunh woaunh mt bem escrito bjs

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  15. ¿Quién podría escribir mejor sobre una mujer?...lógicamente otra mujer.

    Besos

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  16. Deliciosa crónica, Tais!
    e se me permite, delicioso Brotero a ilustrar a subtil ironia das suas palavras.

    entretanto, deixe que lhe diga que aqui em Portugal, com os prenúncios da Primavera, os passarões afinam suas gargantas e as andorinhas voltaram e se afadigam na limpeza e arranjo dos ninhos.

    e até o meu insocial pardalito, que eu desejaria como a incarnação de um deus da poesia, regressou à minha janela, provocando-me, e deixando cada vez maiores borradelas! já viu o meu castigo, Tais?

    beijo, amiga

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  17. Querida Taís, dizem que ir tomar um café com as amigas é uma excelente terapia. E dar uma geral no armário e em nós, também não cai nada mal.
    Que crónica bem humorada! Boa escolha essa de mulheres lindas e sensuais de Fernando Botero.

    Fico-me com esta: "a poesia é uma flecha que encanta, que vai direto ao coração."

    Beijos, minha amiga.

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  18. Uma crónica bem divertida que me fez rir apesar de ultimamente com o problema dos olhos, eu não tenha grande vontade de rir.
    Abraço

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  19. Com graça ... era impossível definir tão bem como o fizeste!!!
    Bj e adorei ler

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  20. Oi Tais! Bom , você é igual, a tantas outras mulheres , sendo eu mesmo igual, a tantos outros homens por ai. Rsrs Realmente nós homens adoramos tecnologia e babamos mesmo. Rsrs Eu também já comprei coisas achando que iria usar e nunca usei. Acabaram virando mimos, para irmãoa e amigos. E falando em poesia, essa a gente nunca deixa de procurar, ou ela mesma dá um jeitinho de cair dentro de nossos olhos. Um grande beijo. Feliz semana.

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  21. deve ler-se BOTERO - Brotero foi botânico e médico.
    peço desculpa

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  22. HolaTais, buen texto el que nos compartes, pero sobre todo gracias por sacarme una sonrisa.
    Feliz día.
    Besoss

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  23. É, consomem muito. Outra questão é se vestir né, demoram muito! beijos

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  24. Boa tarde Thais,
    Uma crónica magnífica que me fez sorrir por ter tanto de veracidade...
    Eu tive a mania de comprar cachecóis, echarpes e lenços. E agora caixas
    cheias, apesar de já ter oferecido alguns, mas vou fazer nova selecção para doar;;))!
    Um beijinho.
    Ailime

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  25. Ainda rindo... do seu apego ao tal sapato maléfico!... :-))
    Confesso que há duas semanas atrás, para aproveitar uma liquidação super tentadora comprei umas botas... tamanho acima! Esse é o meu truque... em sapato de Inverno! Não falha!... O problema... é que por aí não tem Inverno!... :-) Mas por aqui... um número acima... não é problema... no Inverno, com um par de meias mais grossas... o problema auto-resolve-se... e ninguém resiste a uma redução de preço de 70% em bota mais cara... :-))
    Adorei a sua crónica, Tais! E também eu já vou praticando o desapego... com roupas, pelo menos... com livros... não tenho coragem... e também sou daquelas, que se for a uma Feira do Livro... ficou lá horas namorando as novidades... e catando uma porção deles, em saldos... quem consegue resistir, não é mesmo?... Isto é que é uma verdadeira terapia da felicidade!...
    Beijinhos! Continuação de uma feliz semana!
    Ana

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  26. Hahaha!!!

    Bela caricatura, Taís! E dela retiro a minha parte. Isto, comparando-a a uma manta de retalhos cosida e cerzida com elevado esmero e sendo assim reclamo para mim um bom retalho.

    Eu explico-me: Gosto da época de saldos mas não vou lá nos primeiros dias por causa da confusão e da parte frenética. Deixo-me ficar para ocasião mais calma e como resultado quase nunca encontro coisa de jeito. Mas o que é moda agora, e de há uns tempos a esta parte, é haver saldos mascarados de "promoções", em qualquer altura do ano. Aí, embora sempre desconfiada com essas bondades, procuro lançar um olhar clínico às ofertas, com o intuito de descortinar de pechinchas. Nem sempre tenho sorte. Às vezes acontece encontrar por bom preço esta ou aquela peça que eu já tinha visto por preço (muito) superior. Isso também traz água no bico pois se estão a vendê-la por metade é porque alguma coisa vai mal. E quem paga é o consumidor que vai nessa conversa. Enfim, acabo por seguir na contra-dança enganada e feliz...

    Outro aspecto de que me confesso useira e vezeira tem a ver com feiras de rua dedicadas à venda de livros. Com paciência percorro as bancas e encontro sempre preciosidades, livros que não estão no top de vendas, por preços que até tenho vontade de oferecer mais, pensando para mim, que tal quantia não compensa todo o trabalho de escrita, edição e tudo o resto. Acabo por comprar uma braçada deles, e dou o dinheiro por muito bem gasto.

    Minha Amiga, foi um belo momento de leitura. Obrigada.

    Beijinhos

    Olinda

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  27. verdade!
    Vivo dizendo ao meu marido: "Vocês, homens, jamais entenderão o poder que uma boa compra exerce sobre o humor de uma mulher!"

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  28. Por la imagen pensé que como en tu otro blog nos hablarías de Botero.
    Pero al leer vi que trataba de todos los tópicos que os rodean a las mujeres ya que pienso que no todas sois así.

    Saludos.

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  29. Querida Tais, como sempre, as tuas crónicas fazem-me rir bastante e, quando tinha mais tempo, ( a Beatriz ocupa-me..) entretinha-me a ler algumas já antigas. Claro que já " vivi esse stress da vida moderna " quando havia o trabalho, a criação dos filhos e a pouca " sabedoria " para evitar que determinadas situações me aborrecessem. Agora tudo mudou, não preciso de correrias, os filhos estão criados e a experiência de vida fez com que eu só me preocupasse com pessoas que valessem a pena. " Danço conforme a música " e na situação que contas, simplesmente ignoraria, coisa que não acontecia quando era mais nova.; era bem capaz de me meter na confusão!!! Quanto às características das mulheres, também já melhorei em muitas delas; quando viajava, lá voltava eu carregada de lembrancinhas para toda a gente e para mim também; a casa ficava cheia de caquinhos deste e daquele pais e a geladeira carregada de ímanes de cada pais que visitava; depois que descobri que tinha de limpar o pó e tirar as gorduras a cada um desses cacos, desisti e acabou-se a mania. Não compro nada em viagens para ninguém, nem mesmo para os netos.Agora, chego a ficar espantada com as pessoas que, em vez de observarem as belezas do país que estão a visitar, correm de loja em loja comprando todo o tipo de coisitas. Também já perdi a mania de comprar e nem os saldos me chamam; compro quando preciso. Uma coisa que gosto de fazer é ficar numa roda de amigas, falando dos filhos, dos netos e, claro " falando mal dos maridos ", que também é o " forte " das mulheres. Hoje estava com vontade de sair e o que fiz? Fui ao cabeleireiro que é aqui no meu prédio; não tratei do cabelo, mas fiz outras coisas, antes, próprias só de mulheres, mas agora também homens fazem; resolveram copiar...
    Outra coisa que considero una mania...escrever muito e aqui está a prova: dizem que mulher fala muito, mas eu...bem..escrevo mais do que falo, mas se o papo for bom também me alongo e " perco a hora" na conversa. Assim são as mulheres...assim sou eu, Amiga! Mais ou menos assim!
    Beijos e boa noite. Obrigada por me teres animado com estas tuas " peripécias "
    Emília

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  30. Oi, Tais, boa noite!!
    Aí teve confissão de tudo! Do consumismo mero e simples ao masoquismo escrachado, que faz perder o pé mas não a pechincha! Do come-come nervoso com a amiga tagarela ao compra-compra frenético de excelentes inutilidades! Uma confissão feminina em alto e bom som (ou em digitação contundente), assumindo esse portão de escape, aliás, inegável que a Mulher encontra em consumir, seja o que for. Não digo 'porta' de escape, porque portão dá mais passagem de trecos e sacolões. Eu aqui rindo e imaginando as inúmeras vezes que uma mulher para diante do que comprou e pergunta: "quem botou isso aqui"?! Faço apenas uma ressalva a esse texto brilhante: a diarista só é feliz com suas faxinas em sua casa que lhe facilita o trabalho... mas ela logo chega na dela, e ela também é mulher...
    Leitura agradabilíssima!
    Um beijo carinhoso
    Ângelo

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  31. É preferível que mulher deprimida vá às compras e não dê cabo da cabeça do marido... E, pensando bem, psicólogo ou psiquiatra é muito caro. E, depois da consulta, não se traz nada para casa, nem sequer sapato pequeno...
    Gostei da sua crónica. Como sempre.
    Taís, bom resto de semana.
    Beijo.

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  32. Bom fim de noite Taís!
    Gosto deste olhar sobre os comportamentos, sobre o cotidiano.
    É tão perfeito que cada um vai se encaixando em sua cronica, como personagem ou mero expectador para ver a passagem de se jogar. O poder da compra sobe o humor é uma realidade amiga.
    Bela cronica que sempre nos passa uma mensagem.
    Estamos tristes é certo com esta nova tragedia e tenho medo que de tragedia em tragedia percamos nossa sensibilidade.
    Um bom fim de semana com dias de alegrias.
    Beijo amiga.

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  33. Amiga que cronica maravilhosa, ainda estou rindo do sapato querido e malvado...
    Acho que você me descreveu, só que quando tinha uns quarenta anos, agora não mais, a vida me tornou mais comedida.
    beijinhos, Léah

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  34. Minha querida Taís.
    ADOREI a sua crónica!
    Li, de princípio a fim, com um sorriso no rosto.
    Quantas verdades você aponta! Eu, e penso que todas as mulheres (salvo, TALVEZ, raríssimas excepções) também já passei por isso, mas curei-me.
    Sabe o que agora me alivia por completo a alma? Assistir a um bom espectáculo - de preferência teatro ou música. Ontem mesmo fui assistir ao concerto da Marisa (você conhece, COM CERTEZA!) a grande fadista portuguesa...
    Que maravilha! Vim de lá com menos 20 quilos em cima de mim!!!
    Agora é só esperar pelo próximo...😉

    Desejo bom Fim-de-semana
    Beijinhos
    MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS


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  35. Mas papear na cafeteria não pode faltar, tudo na vida passa e pode-se até esquecer, mas não um conversê e um café com as amigas, não!? Rindo e ainda mais aqui: "os homens não podem ver eletrônicos, celulares e similares que ficam vesgos." Ahahaha, sabedoria da Taisinha.
    Sabe, atualmente eu tenho fugido das conversas, tenho que adivinhar qual conversa vai dar, porque não tenho mais paciência. Dependendo do tema, logo começa uma coceira no corpo inteiro, iniciando pelos braços, quero fugir. Mas é sempre bom conversar, além de necessário ao convívio, especialmente, com pessoas de bom humor, que não são 'reclamonas'. Sem bom humor eu saio pela esquerda, corro!
    Nesta viagem a Buenos Aires, decidimos pela UBER e deu muito certo, no final os custos foram os melhores. Fomos de avião e por lá, andávamos em média 10 quilômetros por dia. Gostamos de andar muito nas viagens, é hábito, eu até emagreci 2 quilos. No final do dia, voltávamos para o flat de UBER, exceto um dia, voltamos a pé mesmo. Depois descansávamos e saíamos à noite para curtir bares, restaurantes, passeios, muito gelato e vinho, e a volta era de UBER.
    Mas tivemos uma experiência trágica/cômica com uma motorista novata da UBER. Seu nome era Débora. Neste dia, a agenda era San Isidro. A Débora não sabia usar a aplicativo da Uber e meu marido teve que ajudar a pobre motorista novata. Foi uma tragédia, porque ela além de não saber, não era lá muito hábil com aplicativos e uso da internet. No final, a gente deu muitas risadas, uma figuraça, aquelas únicas que só se vê em Buenos Aires, com aquele cabelo pintado de vermelho bordô, todo descabelado, que para muitas porteñas, é um belo penteado. Fumava como uma condenada. Terminou tudo bem, porque o maridex é muito paciente, eu já mandava pra {pu%$#@*?^+!!!}.
    Beijinhos e bom final de semana.

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  36. Tais Luso as suas crónicas de muito gostosas que são,atraem e prendem (de momento não estou actualizado com elas, mas não as vou esquecer, para quando for grande saber escrever assim). De facto há mulheres que são fogo a comprar e os super,s gostam. Comprar por vezes tem a função de acalmar, porém gastar sempre deve esperar. Quantas vezes o produto que se compra, nem era preciso. Depois há a máxima: "Quem tem dinheiro é quem não o gasta".
    Beijos

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  37. Amiga, eu gostei de tudo,
    Desde a imagem das gordinhas
    Num bando como andorinhas,
    Até ao seio desnudo.

    A crônica deixou-me mudo
    Sem ar, tantas entrelinhas
    Que desvendavam as minhas
    Crendices com as quais me iludo!

    O teu texto é tão real
    Que deu um golpe mortal
    Na minha suposta crença.

    Se o homem não é igual
    À mulher, eu estou mal:
    Serei mulher ou é doença?

    Ah... Tais, o homem é tanto quanto - pelo menos eu sou. Ou a minha bem-amada é muito comedida, pois quando viajamos, sou eu quem compro e ela ainda puxa o meu freio de mão. Quer apenas conhecer lugares e eu desvendar costumes, gentes e produtos, sendo meu forte ou meu fraco, a gastronomia do lugar. Perfeita crônica num texto irretocável - límpido e fluente! Parabéns! Abraços! Laerte.

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  38. Pois é! Mulher é assim, mas os homens também estão neste rol com outros interesses no consumo, mas somos versáteis, penso que queremos mesmo é nos movimentar e nos encantar. bjs Bom domingo

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  39. O que é que o mundo sem mulher ? Com certeza um mundo sem vida .
    Bjs

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  40. Bom dia querida Taís.
    Tem melhor terapia do quê ele as suas crônicas . Impossível não resistir à da boas gargalhadas. Você é demais. Até para descrever as mulheres e suas manias consegue nós relaxar . Eu confesso quê no meu caso é praia. Quando estou estressada o mar me acalma e relaxa. Não gosto muito de fazer compras. Dizem que até disso só diferente kkk. Compra roupa então acho um tremendo martilho. Experimentar até desistir . Olho e já levo tamanho grande. Algumas serve e outras não. Mas me olhar no espelho de loja nem pensar. Pois me canso, me acho imensa e acaba a minha animação rsrs. Amei amiga a sua crônica. Da lembrança ao Pedro. Forte abraço.

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  41. Boa tarde, querida Tais, ontem já havia lido a sua belíssima e interessante crônica, mas acabei deixando para comentar hoje.
    Ah! as mulheres e suas sacolinhas do 1,99, me deixou rindo sozinha, sem pôr nem tirar. Quanto ao sapato, que história louca, mas é real, pois acontece nas melhores famílias (risos). Eu também já comprei algo pela beleza e nunca usei, pois não serviu. Sabia quando comprava, mas sempre havia uma esperança de que um dia seria usado e aí, se vão os anos e os quilos ficam...o bom é que as comprinhas sempre nos levam ao alívio das tensões do dia a dia.E quanta tensão existe.Meu marido não compra nada,a não ser quando há uma lista para o mercado.Excelente como sempre, a sua crônica. Beijos!

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  42. Diria que terapia sob certo ponto de vista é palavra malfadada, insidiosa, se a separamos em duas metades, mas esquece... Mulher, se Deus não criasse você/ Ele próprio custava a crer/ Mas só que tem que não dá pé você/ Ser a mulher de quem Vinicius falou.. Formosa não faz assim..." E por aí vai o bom Vinicius, colocando a mulher no pedestal, merecido pedestal, mesmo com todas as "vontades", melhor é respeitá-las (as vontades)... Mas o cravo com você não tem colher de chá, você o crava no lugar e na hora certa... com ou sem sapato apertado no pé...
    Bom final de semana,
    Um beijo, amiga!

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  43. Um Beleza.....Adorei como descreveu todos os consumismos....
    Deixe lá, que não fica só...Eu fico mais caro,tenho a mania
    dos Supermercados...
    Uma Tristeza....
    Bom Fim de semana. Beijo

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  44. Boa noite Tais.
    Todo ser humano precisa de um ponto de fuga.
    Eu corria na orla. Um dia amadureci e passei a
    correr por gosto. Já escrevi pelo mesmo
    motivo quando bem jovem, hoje não mais.
    Meu marido é como o Andradarte, ama
    supermercado, pra ele é terapia. rs
    Adorei ler e conhece uma pessoa que
    adora bazares, gasta e gasta
    e depois doa pro mesmo lugar.
    Estive no seu blog de Arte w
    fiquei encantada por Fernando Botero
    e sua arte. Além das telas que você
    publicou eu fui nas galerias do Google
    e me encantei com a historia e com a
    criatividade dele.
    Bjins
    CatiahoAlc.

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  45. Este comentário foi removido pelo autor.

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  46. A mulher é naturalmente feminina, sensual, sedutora e deve ser respeitada na sua dignidade pessoal sem que esses atributos possam ser explorados para fins degradantes. O homem é constitucionalmente viril, mais possante, e deve tirar partido dessas características para compreender, aceitar e proteger o seu par, em família; potenciando, acima de tudo e no melhor sentido, a matriz identitária dos filhos. Logo, ambos os géneros devem respeitar-se mutuamente, sendo capazes de construir as suas vidas em harmonia, integrando as comunidades sociais de forma a viver o presente com sentido de responsabilidade, preparando o futuro profícua e tranquilamente, sem macular a honra e a dignidade de cada um e de todos.
    Bjs.

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís