Eu
faço versos como quem chora
De
desalento… de desencanto…
Fecha
o meu livro, se por agora
Não
tens motivo nenhum de pranto.
Meu
verso é sangue. Volúpia ardente…
Tristeza
esparsa… remorso vão…
Dói-me
nas veias. Amargo e quente,
Cai,
gota a gota, do coração.
E
nestes versos de angústia rouca
Assim
dos lábios a vida corre,
Deixando
um acre sabor na boca.
– Eu
faço versos como quem morre.
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Manuel
Bandeira – Uma Antologia Poética, L&PM Pocket pág 26
(Teresópolis
1912)
Tais Luso, este poema de Manuel Bandeira sim, é de antologia. Não como no presente que, Antologia é sinónimo de exploração comercial da cultura, a desaprovar.
ResponderExcluirComo adoro a cultura do Brasil, é-me sempre agradável a poder ir apreciando.
Abraços
É verdade, Daniel, não é fácil fugir das explorações comerciais como também só posto o que me agrada, o que me toca a alma.
ExcluirAbraços além-mar! Obrigada pelo carinho da visita.
Tão bom reler Bandeira, por vezes tão deixado de lado por nós... Lindo! bjs, ótimo domingo e INVERNO! chica
ResponderExcluirAdoro, é tão verdadeiro, tão direto...
ExcluirGrande beijo, obrigada pelo carinho sempre presente!
A Manuel
ResponderExcluirPorquanto Manuel faz os versos sem peias
Versos de desamor, versos de desencanto,
Mas se doloroso lirismo lhe corre pela veias
Nem tudo é desespero, nem tudo é pranto.
Embora verso de sangue, amor ele semeia
Tristeza presente, porém diluída um quanto
Dói-me essa dor desmedida, dói-me, creia
Porque dor de Manuel é minha dor, garanto.
Mas, nestes versos de angústia existe vida
Uma vida que não abandona essa alegria
A qual está a nossa volta, as vezes diluída.
Ele faz os versos amargosos com ousadia
Com a consciência de quem está de partida
E que como Midas, tudo que faz vira poesia.
(...) "Dói-me essa dor desmedida, dói-me, creia"
ExcluirA dor de Manuel é a 'nossa' dor, tão real, tão cheia de verdades e tão presente...
Abraços, amigo Jair, obrigada sempre!
Gracias por compartir tan hermoso poema
ResponderExcluirFuerte abrazo Tai
Obrigada pelo carinho da visita, querida Cristina.
ExcluirTenha uma linda semana.
MUY LINDO POEMA!!!
ResponderExcluirABRAZOS
Olá, ReitiH, muito obrigada pela sua presença, abraços do Brasil!
ExcluirÓtima semana.
Versos que nos tocam. Nem sempre os poemas falam de amor. E em muitos corações, é a dor que habita. Grande Manuel Bandeira! Bjs.
ResponderExcluirAliás, Marilene, gosto de poemas que falam da realidade, da dor, das angústias dos sentimentos, das fraquezas, nada muito belo, o que é mais verídico.
ExcluirUm beijão, linda semana!
Hay versos que duelen como el amor no correspondido.
ResponderExcluirUn feliz domingo.
Verdade, Mari! Essa dor cala muito fundo, a dor da rejeição.
ExcluirUm beijo, linda semana!
Lindo demais esse poema. Muito bom passar por aqui.Abraço!!
ResponderExcluirObrigada, Regina, uma ótima semana pra você.
ExcluirAbraços carinhosos do sul, e um tiquinho do frio que já começou.
Manule Bandeira - a dignidade em "ser o poeta incomparável"!
ResponderExcluirDestaco:
"Fecha o meu livro, se por agora / Não tens motivo nenhum de pranto."
Abraço.
Também gostei disso, Célia. Quem não tem lá seus motivos, muitas vezes, para se derramar em lágrimas de desencanto? Por mais que queiram parecer sempre felizes e resolvidas, a vida mostra o contrário.
ExcluirBeijos! Ótima semana.
Muito triste meu conterrâneo Manuel Bandeira, tadinho. Viveu sob o estigma da tuberculose, adquirida ainda mocinho, na época sem cura. Marcou toda sua obra, referenciada noutras poesias."Toda uma vida que podia ter sido e não foi". Jamais casou, solteirão por imposição do destino. Namorou com prostitutas. Lindos versos, triste. "Tristeza espaçar, remorso vão". Beijos, Menina de Ouro.
ResponderExcluirÓtimo, Fábio! A biografia de Manuel Bandeira é tão rica e maravilhosa que ao lê-la entendemos perfeitamente seus versos, repletos de sofrimento e verdades. Assim, direto. E ao terminar, entende-se porque toda essa grandeza nos toca tão profundamente. É difícil colocá-las no papel e ainda emocionar terceiros.
ExcluirBeijos!
OI TAIS!
ResponderExcluirVERSOS DE DESENCANTO, MAS, LINDOS DEVIDO AO TALENTO DE "MANUEL BANDEIRA".
ÓTIMA PARTILHA.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Abraços, querida Zilani, uma linda semana!
ExcluirObrigada pelo carinho da visita.
Very beautiful poem.
ResponderExcluirA flower too.
Greetings and hugs.
Que bom você aqui, de tão longe, Pantherka!
ExcluirGrande abraço!
Olá Querida, Tais, retornando ao blog......
ResponderExcluirQue bela e acertada escolha do poema de Manuel Bandeira.
Tão bom saber que divide conosco tanta riqueza cultural.
Grande abraço!
Eu é que fico feliz por trazer poeta de tamanha grandeza, querida Marli!
ExcluirAbraço, meu carinho, amiga!
Que delicadeza! Lindo!
ResponderExcluirTais, minha cara, peço desculpas pelo meu sumiço. Passando para matar a saudade...
Grande abraço
Leila
Leila querida, que bom te ver! Entendo o sumiço (rss), é que são muitos amigos e o tempo é curto! Saudades suas, também. Saudade de seus belos textos, aparecerei!
ExcluirMeu carinho, amiga!
Bom dia querida Tais..
ResponderExcluiruma poesia perfeita e me dei o trabalho de contar as rimas..
por isso foram grandes.. poesia esta em 9 sílabas poéticas..
a falar do que hj em dia muito vemos..
é um desencanto atrás do outro..
mas fica tranquila que eu to aqui com meus versos metendo pau..
semana que vem posto mais uma..
volta e meia me revolto rsrs
antigamente era sempre.. hj não me desgasto tanto com essa
podridão que temos de aguentar né..
tenhas um lindo dia.. bjs e feliz sempre
Oi, querido amigo, pois é, todos estamos desencantados, bem ao estilo Manuel Bandeiral Depois do teu 'Quico' entraste a mil rs. E gostei! Mas todos estamos assim, até aqui, Mas a mídia está aí, mostrando toda a podridão no Reino! Completa indignação.
ExcluirBjus, linda semana!
Lindo o poema! Gosto da poesia de Manuel Bandeira.
ResponderExcluirA foto também é muito linda:)
Mudou o visual do blogue...
Um beijinho e um bom fim-de-semana:)
Oi, Isabel, também gostei da foto, uma flor solitária e se manteve viva...
ExcluirÉ, o visual do blog tornou-se mais neutro...
Beijo, lindo fim de semana!
Taís, você escolheu um belo poema do Manuel Bandeira.
ResponderExcluirQuerida amiga, grande beijo!
É, gosto de poemas tristes, e também dos que falam do 'social'.
ExcluirBeijo, querida amiga, bom fim de semana.
Olá minha querida amiga Tais, outro dia estava a trocar email com um amigo e el me mandou um texto sem autor, achei lindo respondi, ele então me disse que era do caio, então num trecho lembrou desse poema, e eu mandei ele de presente, e nesse meio tempo leio aqui, não acredito em coincidências, gosto de chamar sincroncidade do Jung, pois havia postado um poema deste autor ímpar, que se fará sempre os meus favorito. Gosto dessa melodia melancólica que este poema me dá, uma tristeza inacreditavelmente linda (sou meio mórbido rs), mas na poesia se torna belo, a dor que nos arranca ou o sentimento mais puro que as palavras nos provocam, tou divagando...adoro isso.
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço.
o
Olá, querido amigo Jair, estava de férias? Pois é, também adoro poemas tristes, poemas têm de ser profundos, algo que faça algum rebuliço nos nossos sentimentos. que nos faça pensar e ao mesmo tempo ficar muitas perguntas no ar... justamente para nos levar a refletir sobre nossas vidas, o sentido que achamos nela etc e tal. Ou também nenhum sentido. Fica a escolha do freguês...
ExcluirGrande abraço, amigo, que bom que retornou.
Caraca... Li tão pouco Manuel Bandeira, mas é fantástico seu escrito.
ResponderExcluirEsse, em particular, é bem depressivo e gosto de obscuridade na arte. Deixa-a intensa e profunda.
Beijos Taís!
Rivotril com Coca-Cola
Não sou muito fã de poemas alegrinhos, gosto daqueles que despertam em nós sentimentos de compaixão, de perdão, de reflexão, de cumplicidade... daqueles que mostram a crueza da vida e não a festa. E poemas que expõem o social como ele é. Na verdade, festa é algo bem transitório.
ExcluirBeijo, amiga!