PORTO ALEGRE - MEU RIO GRANDE DO SUL

          - Tais Luso de Carvalho

Hoje acordei em surto: surto de amor. Sonhei com minha cidade, sonhei com meu Estado, seus campos, as belezas de nossa Serra. Sonhei com tudo isso e sinto não ser poeta. Gostaria de devolver com belas palavras o que recebi, o que vivi nesse rincão que me acolheu, que me embalou, que me faz feliz e me deu um chão para formar a minha família. Gostaria de homenageá-la em versos certos, no ritmo e espaços perfeitos.

Mas me conformo, uma vez que Porto Alegre já é poesia. Não é grande e nem pequena, está na medida certa. Aqui fui crescendo e descobrindo como é bom sair, navegar por outras terras e voltar pro aconchego. Poder ver as placas demarcando os limites das coxilhas e a sinalização do Estado indicando que pisamos em solo gaúcho – é pura emoção. Uns dizem que somos bairristas, outros dizem que somos orgulhosos. Bobagem, eu diria é que demonstramos e deixamos transbordar um amor sem limites pelas nossas raízes: nossa cultura, nossas tradições, nossa arquitetura, pelo chimarrão, pelo churrasco, pelas nossas canções, pela nossa gente. Apenas isso; é um apego que não sabemos contar. Um apego com identidade –, mas sem maldade.

Quando saímos carregamos o Rio Grande como porta-estandarte. O fato de compararmos outros parques com o nosso parque Farroupilha; outro rio, com o nosso rio Guaíba; qualquer pôr do sol com o nosso; não fazemos por mal, é apenas um amor que não sai da retina nem do coração. Talvez seja a saudade da volta, do reencontro.

Mario Quintana cantava melhor do que ninguém o perfil de Porto Alegre: traçava O Mapa de nossas ruas e na Rua dos Cataventos cantava as agonias, os sentimentos, descobertas e o tempo que só avança, seguido de suas utopias e inúmeras filosofias.

Porto Alegre é um dos meus encantos: faz parte do roteiro dos meus sonhos. 

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